My Sky Angel escrita por Snowflake


Capítulo 36
Capítulo 35 - Merida


Notas iniciais do capítulo

O último! E terminamos!
Boa Leitura...



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Um grito ecoou no ar penetrando nos nossos ossos. Todas as pessoas pararam ao ouvir o gemido alto, estridente e imponente. É como se tivéssemos perdido o controlo sobre o nosso corpo. Mas algo fez-me continuar. A sensação que algo não estava bem. A sensação de conhecer demasiado bem a voz de onde o som saíra.

– Hiccup! – gritei angustiada.

Ele estava deitado, de barriga para cima, com as suas asas abertas em baixo dele. Os seus olhos estavam fechados e não parecia respirar. Corri na direção onde ele estava e toquei com a mão no seu pescoço. Fiz pressão na artéria carótida à procura de pulsação. Encontrei uma pulsação fraca mas logo a perdi.

– Não – sussurrei…

Isto não podia acontecer, não. Eu estava a ter um pesadelo. Era isso. Fechei os olhos sem acreditar mas depois pensei. Onde estava o sangue?

Revirei o corpo dele à procura de uma ferida que pudesse explicar o porquê de isto ter acontecido. Punzie chegou e mandou-me afastar, eu acho. Não ouvia nada e tudo parecia estar em câmara lenta. Anna e Elsa agarraram-me. Acho que ia cair. Não sabia… Nada fazia sentido.

Vi Rapunzel a levantar com lágrimas a escorrer pela face. Senti alguém a largar-me e olhei para o lado para ver quem era. Tudo estava em câmara lenta. Elsa não chorava e logo vi Jack a agarra-la. Ele obrigava-a a olhar nos olhos dele.

Continuava sem perceber o porquê. Porque é que ela não chorava? Ele foi o seu amigo desde que ela era uma criança. E depois, momentos que pareciam uma eternidade percebi. Ela estava no outro modo. Por momentos quis também poder fazer isso. Assim não sentia dor. Seria incapaz de sentir dor.

Olhei novamente para Hiccup. Ele não estava morto. Ele não podia estar morto.

Aos poucos os movimentos das pessoas foram ficando mais rápidos. Os sons voltaram e eu senti algo molhado na minha cara. Só agora percebera que estava a chorar.

– Não, não, não, não, NÃO! – sussurrei ate gritar.

Ajoelhei-me perto de Hiccup com as suas mãos nas minhas. Estavam frias. Eu não queria acreditar. Aquela não podia ser a verdade mas eu tinha que ser realista.

Hiccup estava morto.

Senti uma mão nas minhas costas. Virei-me. Hans olhava para mim também ele com os olhos brilhantes. Abracei-o e ele abraçou-me de volta.

Soluçava abraçada a Hans. A minha cara estava enterrada no seu ombro fazendo as minhas lagrimas molharem-lhe a camisola. Hans só me apertava tentando confortar-me.

Afastei-me e sequei as lágrimas com as costas da minha mão. Olhei em volta. Não reparara no momento mas estavam todos parados a olhar para nós. Olhei novamente para o corpo inanimado de Hiccup e as lágrimas, que eu pensava terem secado, voltaram-se a formar nos meus olhos. Inspirei fundo controlando o choro mas as lágrimas, recusando a minha vontade, caíam livremente. O meu olhar foi parar aos reis e à princesa. A minha tristeza rapidamente transformou-se em raiva, fazendo os meus punhos cerrarem-se.

– A culpa é vossa. – sussurrei, a minha voz carregada de raiva. – Foram vocês que começaram esta estúpida guerra e porquê? Não estavam contentes? Queriam mais? Ou foi por causa da estúpida profecia?

– Merida – Rapunzel chamou-me.

– Eu tenho controlo do meu destino. Não são vocês ou uma profecia imbecil! Chegam até nós para nos dizerem: ei vocês são os miúdos da profecia. Parabéns, um de vocês vai morrer!

Os meus punhos continuavam cerrados e eu olhava para eles ameaçadoramente. Estranhamente nenhum deles falava. Pareciam deixar que eu explodisse. Estava tão concentrada neles que não reparava que todos os anjos me observavam.

– Disseram-me que nós podíamos escolher o destino desta guerra. Pois eu não escolho nenhum de vocês. Para mim podiam morrer todos!

“Merida” uma voz repreendeu-me e eu parei instantaneamente. Não podia ser possível.

Olhei para trás e ouvi um assobio. Foi cada vez aumentando até que uma pequena explosão azul apareceu no céu. E mesmo à minha frente, Toothless pousou.

– Esse não é o hiddick do Hiccup? – a princesa Emma perguntou totalmente chocada.

Não era para mais. Todos nós olhávamos para Toothless.

– Mas isso é impossível. O rapaz não está morto?

Eu já não prestava atenção. Na verdade eu tinha ouvido a voz de Hiccup a chamar-me. Mas simplesmente isso não era possível.

Uma luz encandeava os meus olhos. Vinha de Toothless. Quando consegui recuperar a minha visão o dragão brilhava em tons de azul. Todos olhávamos para ele enquanto ele voava pousando em cima da barriga de Hiccup.

–Hiccup! – gritei de alegria quando o vi a sentar-se e a respirar rapidamente, com as asas já recolhidas. Atirei-me para cima dele abraçando-o.

– Merida – ele sussurrou – não consigo respirar!

– Oh. Desculpa – disse enquanto me afastava rapidamente para que ele pudesse respirar.

Ele levantou-se com dificuldade para cair em seguida. As suas asas apareceram e estavam negras como a noite.

– Hiccup. As tuas asas – Elsa exclamou.

Ele olhou para as asas e encolheu os ombros. Levantou-se e encarou os reis e a princesa.

– O meu nome é Hiccup Haddock. E sou o Anjo Negro.

Surpreendentemente todos se ajoelharam. A lenda do anjo negro era antiga. Era um mago e vidente poderoso. Quando os seus entre queridos estavam em perigo o Anjo Negro conhecia a sua identidade. Se Hiccup era o Anjo Negro isso significava que antigamente um antepassado seu fora o Anjo Negro. Um Anjo Negro só era revelado passado dezenas de anos.

– O espírito do meu antepassado apareceu-me enquanto eu estive desmaiado.

– Desmaiado? – Interrompeu Elsa – Tu morreste, ficaste sem pulsação.

Elsa tinha uma voz triste, magoada. E, sem se aperceber, ia canalizando tudo em fúria. Eu também era capaz de me sentir assim mas o choque ainda estava presente o que me impossibilitava de dizer qualquer palavra.

Ele olhou para ela, sentido, mas logo se voltou e, com uma expressão séria, falou:

– Existem dois caminhos possíveis. O da Guerra e o da Rendição. O da destruição ou o da união. Escolham sabiamente.

Ele parou fitando os Reis e a Princesa. Eles estavam sérios enquanto pensavam sobre o futuro. Hiccup olhou para mim e sorriu. Um pequeno sorriso a assegurar que estava bem. Foi impossível não sorrir de volta.

– Escolho a paz. Não quero que o meu povo sofra, quero somente que isto acabe. – A princesa Emma pronunciou-se e os outros assentiram.

Hiccup mandou-os dar as mãos de modo a fazerem um triângulo. Ele fechou os olhos e uma luz envolveu-os. Quando a luz se extinguiu ele pronunciou-se:

– Dentro de nove meses irá nascer uma criança. Essa criança carregará as vossas qualidades e será o futuro rei.

Ele voltou-se e sorriu-me e senti que corria na sua direção. Abracei-o e um choro suave de alegria invadiu-me.

– Achavas mesmo que eu te ia abandonar? Primeiro ainda tenho que te ganhar no tiro ao alvo.

Ri-me. Aquele era o meu Hiccup.

– Isso nunca vai acontecer. – sussurrei e soube que ele sorria.

–» My Sky Angel «-

1 ano depois

Um grito de bebé ecoou pelo castelo. O choro compulsivo fez todos no castelo acordarem a meio da noite.

Passado pouco tempo todos nós já estávamos no local onde um pequeno bebé de 3 meses chorava constantemente com uma faca encostada na sua garganta.

– Arnold? – Emma, agora rainha, perguntou surpreendida.

– Durante todo este tempo fui conselheiro de vocês os três, à espera que a profecia se realizasse, à espera que vocês os três morressem para eu ficar com o trono. Quando soube que a profecia se ia realizar engendrei maneira de todos ficarem a saber, meti-vos na cabeça que o outro ia roubar-vos o trono.

»Mas não correu conforme o planeado, então, tive que me esconder até a criança nascer pois, sem esta criança vocês perecem. Esta criança é o vosso futuro.

Visto o olhar surpreso de todos nós perguntou.

– Então o Anjo Negro não vos falou? Se esta criança morrer vocês morrem. Não só vocês os três como todos em que a profecia fala, ou seja, a tão conhecida Oitava Trupe…

A sua voz era repleta de escárnio e sorria sadicamente. A lâmina aproximara-se ainda mais da garganta do bebé que chorava a plenos pulmões.

Por instinto olhei para Anna e vejo-a a assentir com a cabeça impercetivelmente. Vi para onde o olhar dela se dirigia e encontrei Owen atrás de Arnold. Este atira-se para o conselheiro apanhando-o de surpresa mas este rapidamente se vira deixando o bebé cair.

Cai em cima de Anna, transformada num pequeno cão, uma autêntica almofada fofa e peluda.

Enquanto isso acontecia Arnold e Owen lutavam todavia Owen caiu fazendo Arnold cair em cima dele espetando a faca no conselheiro. Ele empurrou o corpo inanimado para o lado e Astrid correu para ele.

– Conseguiste – ela puxou-o ligeiramente para o ajudar a levantar mas ele negou com a cabeça.

Com muito esforço ele puxou a sua camisola para cima revelando uma ferida na região do peito. Ele sorriu, tentando consolá-la quando a vê chorar.

– Eles conseguem curar-te só tens que te aguentar.

Ele negou com a cabeça. A ferida estava muito funda e era impossível ele sobreviver.

– Só quero que te certifiques – Owen sussurrou roucamente e todos sustiveram a respiração – Só quero que te certifiques que esta guerra não tenha sido em vão e que saibam que todos juntos somos mais fortes.

As palavras caíram como pedras sobre nós. Apesar da guerra ter acabado ainda haviam muitas pessoas que não estavam de acordo com a junção. Eram palavras sábias para um último desejo, dignas de um rei. Owen começara a respirar ainda com mais dificuldade. Já não tinha muito tempo.

– Posso ver o bebé?

Emma aproximou-se com o bebé ao colo e chegou o bebé o mais próximo possível.

Ele esticou a mão e o bebé sorriu e agarrou num dedo. Owen sorriu de volta.

– Será um bom rei. – o bebé que o observava com os seu grandes olhos verdes soltou um pequeno som em resposta.

– Chamar-se-á Owen em homenagem a ti, um anjo forte e corajoso.

Ele sorriu e olhou para nós sem largar o sorriso e pousou a cabeça dando o seu último suspiro. Pois no final Owen tinha sido o herói.

–» My Sky Angel «-

5 anos depois

– Owen, volta aqui!

O pequeno rapazinho de 5 anos corria disparado pelos corredores do castelo. Todos adoravam o pequeno príncipe que encantava todos com o seu olhar esmeralda inocente.

– Tia Anna? – Owen tocou na perna da mais velha – Ajuda-me a esconder.

Anna sorriu e escondeu-o debaixo de uma mesa com uma toalha branca comprida ao lado da cadeira onde estava sentada. Segundo Owen, Anna era a adulta mais divertida porque, verdade seja dita, o espírito de Anna tinha a idade igual à do rapazinho.

– Anna, viste o Owen? – Hiccup chegou momentos depois a ofegar.

– Não – ela disse muito direta, sinal que mentia.

– Elsa? – e, quando viu que ela negou, o seu desespero aumentou e suplicou-me – Merida?

– Talvez ele tenha ido por ali – disse apontando numa direção à sorte.

Ele olhou para mim e suspirou amuado.

– Vocês são impossíveis.


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Notas finais do capítulo

Alguém achava que eu ia mesmo matar o Hiccup? Tive pena do Owen, tinha criado afeição ao personagem...
Antes de mais queria agradecer a todos que acompanharam, favoritaram, comentaram e recomendaram. Sem vocês não tinha chegado onde cheguei.
Por isso muito obrigada a todos que me deram força e me encorajaram a continuar e a acabar esta história.
Espero ver-vos numa próxima história.
Espero que tenham gostado.
Até uma próxima!!
❄Abraços,
Snowflake❄



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