My Sky Angel escrita por Snowflake


Capítulo 35
Capítulo 33 - Rapunzel / Capítulo 34 - Kristoff


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece, certo? Eu até me desculpava dizendo que não tenho tido tempo e que a falta de imaginação é horrível quando acontece a todo o tempo. Mas o que eu fiz, este tempo que eu demorei, não tem desculpa... Então são dois em um pessoal!



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POV Rapunzel

– Rápido, tragam-no para aqui!

Passaram cinco dias desde a nossa entrada para a guerra. Estávamos num acampamento improvisado. Íamos avançado aos poucos de maneira a termos um melhor conhecimento do terreno e notícias do progresso da guerra e das forças inimigas. Algumas vezes íamos recebendo emboscadas mas por agora estávamos a aguentarmo-nos bem.

A guerra era um autêntico pesadelo. Pessoas feridas chegavam constantemente. A comida tornava-se escassa. O acampamento era constituído por pequenas grutas, sendo a maior parte cavadas por nós. Tínhamos que ter vigilância pela terra e pelo ar.

Nós, os Templários, ainda estávamos frescos comparados aos Lufhins e aos Adnis que estavam em guerra há mais tempo.

Eu ajudava na enfermaria. Anjos com conhecimento de curandeiro eram sempre necessários. O cheiro da enfermaria era de dar náuseas, devido aos ferimentos abertos de muitos soldados. Os sons ouvidos eram das ordens exclamadas para um trabalho mais eficiente e os gemidos de dor.

As crianças corriam de um lado para o outro para levar medicamentos, ervas medicinais, água, compressas, e as restantes coisas que um curandeiro necessitava.

Infelizmente não podíamos ficar na sede dos Templários visto que tinha sido destruída. Fora assim que entráramos na guerra oficialmente.

Quando era chamado um membro para fazer o reconhecimento ocasionalmente calhava um membro da Oitava Trupe. A maior parte das vezes a Anna oferecia-se pois o seu dom de se transformar em animais dava muito jeito nessas alturas.

Entrei na enfermaria com uma mão cheia de ervas que tinha apanhado. Organizei-as e depois fui ver alguns pacientes.

– Punzie.

Uma voz chamou-me e eu virei-me na direção da voz.

– Ei Owen. Acordado? – perguntei.

Ele sorriu e tentou mexer-se. As suas feições mostraram a dor que ele sentia com aquele pequeno gesto.

– Ei. Não te mexas – ordenei – vou buscar-te algo para as dores.

Ele acenou com a cabeça. Owen fora encarregado de espiar um acampamento inimigo e fora descoberto. Ao fugir uma flecha acertou-lhe no abdómen. Era um milagre ele ter chegado vivo ao acampamento.

Peguei em algumas ervas, esmaguei-as e misturei-as com água a ferver. Isto ia ajudá-lo a relaxar e a diminuir as dores, por enquanto. Estendi o copo e ele bebeu avidamente o líquido, mesmo que tivesse de fazer caretas para tentar suportar o sabor e tendo-se queimado no início devido ao chá estar quente. As ervas faziam milagres ao corpo mas nem sempre tinham o melhor sabor.

Apesar do gesto ter sido simples, pegar num copo, beber e pousar o copo, ele estava exausto. Inspirou fundo e voltou a deitar-se. Ajudei a ajeitar a almofada. Ele não tardou a adormecer, em grande parte por causa do chá que eu lhe dera.

A enfermaria era pequena o que fazia com que estivesse lotada. Hoje até não estava tão cheia. Uma vez tivemos que por dois doentes por cama senão não tínhamos espaço para andar.

Fui ver outros doentes para ver como é que eles estavam. Não havia nada de preocupante.

– Punzie – uma das enfermeiras chamada Kate chamou-me. – Precisas de descansar. Pareces cansada.

Quando ela falou nisso o cansaço abateu-se sobre mim. Ela tinha razão. Eu estava cansadíssima. Precisava de respirar ar puro e dormir. Assenti com a cabeça e saí.

O sol cegou-me por um instante. Hoje, ao contrário dos outros dias, o sol brilhava com todo o seu esplendor. Estava a dirigir-me para um lugar onde eu gostava de ir para descansar quando Anna chegou ao pé de mim. Ela trazia um prato de comida e o cheiro entrou pelas minhas narinas e o meu estômago respondeu. Agora que eu pensava não me lembrava da ultima vez que tinha comido. Olhei para o prato com os olhos a brilhar. Anna olhou para mim e sorriu.

– Toma – ela estendeu-me o prato – é para ti.

Eu sorri e peguei no prato. Sentei-me numa pedra próxima de mim e comecei a comer. O termo certo era devorar. Anna olhava para mim e sorria.

– Nunca te vi a comer assim –ela disse.

– Nunca me viste com fome então – eu falei de boca cheia. Talvez estivesse a comer um pouco depressa demais.

Ela riu e pouco depois eu acabei de comer. A comida estava ótima.

– Obrigada por me trazeres a comida.

– De nada.

– Rapunzel – uma voz chamou-me e vi Jack a aproximar-se de nós.

– Jack – Anna cumprimentou.

– Anna – ele sorriu e olhou para ela voltando depois o olhar para mim.

Ela olhou para mim e olhou para ele. Depois voltou a olhar para mim.

– Ahh, eu vou… eu vou à cozinha deixar lá o prato – ela sorriu e piscou-me o olho o que me fez corar e lançar-lhe um olhar ameaçador.

– Xau – e saiu com prato mas sem antes voltar a piscar-nos o olho.

Jack riu-se.

– Aquela rapariga…

Ele olhou para mim e beijou-me. Eu fechei os olhos e derreti-me nos braços dele.

– Como tem corrido na enfermaria? – ele perguntou sorrindo.

– Vai bem. Muitos estão prontos para sair de lá. E devem estar ansiosos. E tu? Que tens feito?

– Vou ajudando as pessoas a carregar coisas, às vezes faço vigias e tenho treinado.

Sorri. E voltei a beijá-lo.

–» My Sky Angel «-

POV Kristoff

– Vamos. – Hans exclamou.

As nossas espadas tiniam quando chocavam. Eu sentia as gotas de suor a percorrer o meu corpo. O dia hoje estava quente e o sol refletia-se nas nossas espadas. Olhei de relance às pernas de Hans pronto para atacar. Quando me inclinei e apontei a espada para as suas pernas ele barrou-me o caminho com a sua espada e atirou-se para cima de mim, desarmando-me.

Ele levantou-se e esticou a mão. Eu aceitei-a e ele puxou-me para cima. Pegou na minha arma e estendeu-a. Eu peguei nela e pu-la na bainha.

– Foste muito previsível. Demoraste a atacar e caíste num padrão repetitivo. Eu só tive que usá-lo a meu favor. – ele afirmou.

Eu olhei para ele com cara de indignação. Não é como se ele fosse um mestre e também não errasse.

– Mas portaste-te bem. Tens evoluído bastante. Eu também cometo os meus erros.

Ele pareceu confortar-me mas eu estava aborrecido por ter perdido.

– Hans – Elsa exclamou. Depois gritou para trás de si – Anna.

Anna apareceu e sorriu para mim. Eu sorri de volta.

– Eu disse que o encontrava – Elsa sorriu e depois mirou-nos – como correu o duelo?

– Correu bem. Kristoff tem melhorado cada dia que passa – Hans falou sorridente e passou o braço pela cintura de Elsa.

Foi engraçado quando eles disseram que estavam a namorar. Anna começou a gritar: Eu sabia, eu sabia. E andou a massacrar Elsa até ao final do dia. Ficou chocada quando viu que Merida não a acompanhou e ainda pior quando ela disse que já sabia. Anna ficou zangadíssima quando perguntou porque não lhe tinha contado e Merida respondeu que enquanto o romance entre Elsa e Hans ficasse em segredo o dela com Hiccup também ficaria.

A cara dela depois deste facto foi impagável. Ela ficou sem falar com elas durante um dia inteiro. Merida contou-nos que tinha descoberto quando Elsa confessou que os hiddicks dela e de Hans tinham brilhado assim como ela tinha visto o de Merida e o de Hiccup. Acabei por admitir que isso já tinha acontecido comigo e com Anna e Jack e Punzie confirmaram o mesmo.

Parece que os nossos hiddicks tinham estabelecido um elo entre eles e em casos extremos podíamos sentir os sentimentos do outro até comunicar com eles com pensamento.

– Então como correu a reunião? – Hans perguntou.

Elsa e Merida tinham-se revelado excelentes estrategas e iam assistir às reuniões do conselho para dar as suas opiniões.

– Sabes que eu não te posso contar nada, não sabes?

– Mas eu sou curioso – Hans choramingou e Elsa calou-o com um beijo.

– Arranjem um quarto – exclamou Anna enquanto fingia que punha as mãos nos olhos de uma maneira teatral.

Todos nós nos rimos com o comentário. De mãos dadas fomos procurar os outros. Encontramos Hiccup em cima de uma árvore a desenhar Thootless e Merida a treinar o seu tiro ao alvo. Jack e Rapunzel estavam deitados em cima da relva à sombra.

Ficamos todos em roda a conversar sobre coisas banais quando ouvimos o grito.

– Emboscada a Oeste – alguém gritou – São cerca de 300.

– São os Adnis. E vêm com a força toda, segundo os meus cálculos. – Elsa referiu e Merida confirmou com a cabeça.

– Emboscada a Norte – outro grito – Por volta dos 400.

– Lufhins a todo o gás – Merida disse seria e todos olhamos uns para os outros aterrorizados.

– Todos a postos! – uma voz ordenou e nós corremos para o lugar que nos era designado caso houvesse uma emboscada. Acho que ninguém estava à espera era de duas.

Desfraldamos as nossas asas prontos para a batalha. Os nossos hiddicks estavam ao nosso lado e, também eles, estavam em alerta.

Olhei em volta. Os outros anjos também já tinham assumido as suas posições. Havia arqueiros posicionados em lugares estratégicos. Todos estavam prontos para a batalha. Era uma batalha de tudo ou nada. Possivelmente a última da guerra.

Por momentos não houve nenhum barulho. O único som que se ouvia era o respirar ansioso por parte dos Templários. Mas depois ouviu-se. Passos a marchar, asas a bater. E a realidade já instalada voltou-se a instalar. Começara.

Perdi a noção do tempo. Não sei se esperamos minutos ou horas mas, quando se abateram sobre nós, quando o barulho se tornou audível, pareceram segundos.

Uma mancha de anjos e, no segundo seguinte, zás!, a minha espada embatia contra outra. Naquele momento todo tempo que treinara com Hans valera a pena.

O homem rondava os 40 anos e no início pareceu surpreso com a minha idade. Mas não pareceu subestimar-me. Apercebi-me no momento em que olhou para mim. Os olhos castanhos cruzaram-se com os meus e mostraram a sua determinação: a determinação em matar-me.

Manuseava bem a sua espada mas eu treinara arduamente nos últimos tempos. Eu estava em vantagem.

Mesmo no meio do barulho da guerra ouvi o tinir da sua espada quando embateu no chão. Não. Olhei para as minhas mãos. Estavam manchadas de sangue. Não o queria matar. No momento não sabia o que queria. Queria derrotá-lo. Mas não tinha pensado como. Naquela altura a minha mente só pensava nos movimentos da espada, em lutar, em desarmá-lo. Aquilo era uma guerra, não havia maneira de o derrotar sem matar… Mas parte de mim não o queria ferir. Mas ele tinha feito um ato inconsequente, algo que eu não tinha previsto e a minha espada espetara-se no peito dele. A morte tinha sido instantânea.

Depois caíra no chão. Os olhos tinham-se tornados baços, desprovidos de vida e uma mancha vermelha formara-se no seu peito.

A imagem era horrível tinha sido eu que a criara. Guerra era assim. Só quis que aquilo acabasse e os meus amigos saíssem incólumes.

O momento de horror e terror teve que terminar cedo. Não podia permitir desistir agora. Logo outro abateu-se sobre mim mas a imagem do homem não me saía da cabeça. Teria filhos? Teria família? Teria alguém que amasse?

Não, não podia pensar nisso. Não podia abater-me agora. Eu tinha que proteger a minha família e naquela situação aquelas pessoas eram ameaças para aqueles que eu amo.

Um grito ecoou no ar penetrando nos nossos ossos. Todas as pessoas pararam ao ouvir o gemido alto, estridente e imponente. É como se tivéssemos perdido o controlo sobre o nosso corpo. Mas pareceu-me reconhecer aquele grito.

– Hiccup – um grito desesperado de Merida fez-me correr esperando que aquele grito não tivesse vindo dele.

Um aperto fez-se sentir no meu coração quando os meus olhos captaram a imagem à minha frente.


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Notas finais do capítulo

Será que ele está mesmo morto, será que não? Lembrem-se a profecia dizia que o herói ia morrer....
Tudo será dito no próximo e último capítulo. E com 35 capítulos já não era sem tempo, certo?
Prometo que não demoro muito a postar o último!
Espero que tenham gostado.
Comentem e digam o que estão a achar!!
~-...-~
Terras Dufins - Rei Lufhins - Asas Azuis
Terras Weerfins - Rei Adnis - Asas Amarelas
~-...-~
❄Abraços,
Snowflake❄



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