My Sky Angel escrita por Snowflake


Capítulo 31
Capítulo 29 - Elsa


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Espero que estejam a gostar já que não tive a opinião de ninguém no último capítulo... Demorei um bocado pois, mesmo de férias, estou um bocado sem tempo!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505845/chapter/31

Passaram dias depois daquele incidente com o conselheiro da princesa. Eles não me perguntaram nada mas eu via o seu olhar curioso. Conheciam-me o suficiente para perceberem que não gostava que me pressionassem.

Anna passava mais tempo comigo e eu adorava a aproximação. Pedia-me que lhe contasse o que se tinha passado e eu respondia de boa vontade, menos quando ela aprofundava mais as questões de infância. Aí eu tentava mudar de assunto disfarçadamente.

– Então como vão as coisas entre ti e o Kristoff? – perguntei sorrindo.

– Quando éramos pequenos, Kristoff tinha a mania de embirrar comigo. Eu acreditava em coisas e às vezes ele quase me fazia mudar de ideias. – ela sorriu com a lembrança – ele também era bastante tímido, e ainda o é. Agora ele é um namorado espetacular – ela corou por dizer isso e eu incentivei-a com um sorriso – ele é carinhoso, simpático, atencioso…

Ela suspirou terminando o seu relato. Sorri ao ver a felicidade da minha irmã e levei o copo de água que segurava à boca.

– E tu e Hans? – ela perguntou inocentemente e eu imediatamente me engasguei.

– Eu e quem? – perguntei corada e tossindo.

– Hans. Tu e Hans.

– Quem te faz achar que temos algo? – inquiri tentando a todo custo não gaguejar e corar mais do que já estava.

– Quem me faz achar que não têm? – rebateu.

–Nós não temos nada – respondi rapidamente e bebi um gole generoso de água. Eu e Anna somos péssimas a mentir.

– Sei. Mas enfim safaste-te desta – ela sorriu e eu só queria que um buraco se abrisse debaixo de mim – Mas tu tens que ficar com Hans. Dava um bom ship, género Helsa com H ou Elsans.

Olho para ela estarrecida. Era nisso que ela pensava?

– O quê? Annastoff ou Kristanna? – perguntei e ela olhou para mim como se estivesse a dizer uma atrocidade.

– Annastoff? Onde é que tens a cabeça? Claro que é Kristanna. – e eu ri-me recebendo uma cara zangada de Anna.

– Está bem, está bem – olhei para ela com um sorriso divertido.

Com o passar dos dias sentia-me mais irmã de Anna e, como consequência, já tratava Merida como uma irmã também.

– Vou ter com Merida. Ela é um pouco ciumenta – Anna disse levantando-se.

– É, vai ter com Merida. Mas não te percas no caminho. Merida ainda não tem cara de Kristoff – dei um sorriso zombeteiro e ela foi-se embora corada.

Reflito na conversa e penso em Hans. Nunca mais tocamos no assunto do beijo e não sabia se isso me fazia ficar aliviada ou angustiada. Conversávamos normalmente mas nunca normalmente. Havia uma tensão entre nós. Ao mesmo tempo que adorávamos a companhia um do outro também procurávamos fugir dela.

Já estava a anoitecer mas eu gostava do escuro e do modo como ele me acolhia. Era silencioso e calmo mas ao mesmo tempo os grilos ofereciam uma música constante e suave. E havia também os pirilampos*…. Enfeitiçavam a noite como estrelas dançantes.

Afagava Marshmallow quando ele chegou. Sentou-se ao meu lado sem mesmo pedir permissão. Estendeu-me um cantil.

– Queres? – perguntou.

Neguei com a cabeça.

– Não, obrigada, mas da última vez não correu exatamente como eu queria.

– E como é que tu querias exatamente?

Não respondi. Corei somente. Sinceramente não sabia como queria. Hans fora a minha salvação na altura. Fora a minha válvula de escape. Foi o que eu precisava para não entrar no “modo automático” como eu chamava.

Ele estava mais nervoso que o habitual. Mais nervoso e ansioso. Eu sentia como o seu corpo reagia, era estranho.

– Pergunta.

– O quê? – ele interrogou confuso.

– Tu queres perguntar algo. Pergunta de uma vez. – esclareci.

Ele entrelaçou os dedos uns nos outros. As suas faces estavam um pouco rosadas e tinha a respiração ligeiramente acelerada.

– O que te aconteceu naquele dia? – ele perguntou rapidamente.

Olhei para o lado sem querer responder. Sabia exatamente de que dia ele estava a falar: do dia em que eu tinha enfrentado o conselheiro de Emma.

– Tu estavas completamente alterada, não parecias tu. – ele falou observando-me atentamente.

– Prefiro não falar sobre isso – a minha voz estava rouca e abafada.

– Elsa – Hans chamou-me carinhosamente e eu olhei para os seus olhos verdes e brilhantes, um pirilampo.

– Não Hans… - sussurrei.

Levantei-me de repente. Não sabia o que se passava comigo. Queria enrolar-me nos braços de Hans, queria que ele me abraçasse, me fizesse sentir segura. Hans fazia o meu lado sentimental, o lado carente por afeto, vir ao de cima. Eu não conseguia processar essa informação. Ao mesmo tempo que Hans me fazia sentir segura fazia-me sentir medo por entrar em território desconhecido. Ele era uma caixa de mistérios e eu não sabia como decifra-la.

– Eu tenho que ir. – afirmei numa voz quase inaudível mas tinha a certeza que ele ouvira.

Fui parada por um aperto no braço. Hans segurava-me o braço e a minha pele ardia ao seu toque.

Virei-me para pedir que ele me largasse mas só tive tempo de abrir a boca. Os seus lábios pressionavam os meus e eu, sem pensar duas vezes, correspondi com a mesma intensidade. Os seus braços abraçavam a minha cintura puxando-me para mais perto. Os meus abraçavam o seu pescoço e as minhas mãos afagavam os seus cabelos.

Separamo-nos quando os nossos pulmões clamaram por ar. Estávamos ambos ofegantes mas não nos separamos.

– Desta vez não estás bêbada. – ele sorriu e eu mordi o lábio.

“Estou, estou bêbada de amor” pensei mas tratei de afastar esse pensamento. O que é que se estava a passar comigo?

– O que se passa contigo, o que escondes? – ele perguntou curioso.

Afastei-me abruptamente.

– Então era só isso que querias saber, Hans? – falei enraivecida e magoada mas ao ver que ele ia falar eu interrompi – És como todos outros. Só queres saber das informações, mais um prémio.

– Para de me julgar – ele gritou fazendo-me calar repentinamente. – Não sabes nada de mim. Eu só quero perceber-te. Quero conhecer-te. Quero consolar-te quando precisares. Quero ser a pessoa em que confias cegamente! E sabes que mais? – ele olhou para mim à espera de uma resposta à sua pergunta retorica – Eu nem sei o porquê.

Nenhuma palavra saía da minha boca. Não sabia o que dizer.

– Como queres que eu confie em ti quando tu mesmo não confias em mim? – iniciei gaguejando ligeiramente.

– Eu respondo a tudo o que quiseres se tu responderes a tudo o que eu quiser – ele esticou a mão.

– Temos um acordo – apertei-lhe a mão com um sorriso nos lábios.

Ao sentir a minha mão na sua ele puxou-me e beijou-me deixando-me sem fôlego. Pelos vistos a noite ia ser longa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A
*pirilampos em Portugal, vaga-lumes no Brasil.
Espero que tenham gostado.
Vejo-vos no próximo capítulo ou nos comentários.
~-...-~
Terras Dufins - Rei Lufhins - Asas Azuis
Terras Weerfins - Rei Adnis - Asas Amarelas
~-...-~
❄Abraços,
Snowflake❄



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Sky Angel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.