My Sky Angel escrita por Snowflake


Capítulo 28
Capítulo 26 - Merida


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu com um capítulo final de ano! Espero que gostem.



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Eu e Elsa observávamos a brilhante e rara lua azul que só acontecia uma vez por ano quando uma dor agonizante irrompeu nas minhas costas. Baixei-me e agarrei-me às costas tentando diminuir a dor.

Só notei que estava a gritar quando a dor passou. Parecia que me estavam a dilacerar os ossos. Olhei para Elsa e ela estava na mesma posição que eu.

– Também sentiste? – ela perguntou e eu acenei.

De repente tive uma comichão horrível onde a dor estava instalada anteriormente. Notei que Elsa também tinha a mesma expressão que eu. Olhámos uma para a outra e começamos a girar como um cão atrás da sua cauda.

– Sabes o que acabou de acontecer? – perguntei.

Ela negou com a cabeça e sentou-se na sua cama. Eu sentei-me na minha cama, do outro lado daquele pequeno quarto.

– Que é que tu sentiste? – ela perguntou numa voz rouca.

– Uma dor horrível e depois uma comichão terrível. – expliquei.

Ela acenou afirmativamente.

– O mesmo que eu. – afirmou – não te sentes diferente?

Sim, sentia-me diferente agora que ela falava nisso. Não sabia explicar como, mas havia algo dentro de mim que tinha mudado.

– Descobrimos mais amanhã – bocejei – estou cheia de sono.

A curiosidade tinha-nos tirado o sono mas tínhamos que dormir senão ficaríamos esgotadas. Ela lá concordou contrariada.

Mal deitei a cabeça na almofada adormeci.

Tive novamente aquele sonho que me parecia uma lembrança. Mas ultimamente ele estava diferente. Ambos desfraldaram as asas. O homem com a criança ao colo preparava-se para voar mas a mulher não seguiu os mesmos passos. Não, pensei. Já sabia o que ela ia fazer.

– Vai, salva a Merida – ela disse e os meus olhos encheram-se de lágrimas.

– Eu volto – ele prometeu mas os olhos tinham sombras de medo, insegurança e de receio.

Não, não, não. Ela vai morrer. Vão os dois. Eu sabia o que ia acontecer. E sabia, embora não soubesse como, que era a mim que eles queriam. Eles queriam aquela menina indefesa que ainda não sabia o que se estava a passar.

De repente o mundo começou a tremer, todos começaram a tremer e ouvi um “Merida, Merida, Merida” de fundo. Olhei em volta. Os sons aumentavam e a minha visão começava a embaciar-se.

– Merida – ouvi e abri os olhos sentando-me na cama.

– Estás bem? – Elsa perguntou claramente assustada.

Eu acenei mas continuava a tremer e tinha suor a correr pelo corpo. Ela ofereceu-me um copo de água. Eu aceitei-o e bebi o conteúdo num ápice.

– Desculpa por te ter assustado. Foi um pesadelo.

– Foi a minha suspeita. Estavas a gritar algo como “Não, levem-me a mim. Eu sei que é a mim que eles querem. Salvem-se” – ela explicou.

Ficamos em silêncio durante um tempo. Algumas vezes ela abria a boca como se fosse dizer algo mas fechava-a de seguida.

– Sabes, muitas vezes os sonhos são lembranças reprimidas e aparecem naquela altura para nos avisar de algo ou porque houve qualquer coisa que nos fez lembrar – ela explicou sorrindo para mim.

Olhei para ela e sorri. Sabia que estava a tentar confortar-me.

– Tens muitas vezes esses pesadelos? – ela perguntou.

– Algumas vezes - respondi.

– Talvez devesses partilhar com a Anna. Às vezes é mais fácil suportá-los se não estiveres sozinha.

Gargalhei. E pensar que há algum tempo atrás estivemos a discutir pela Anna e ver quem era mais irmã dela. Agora tínhamos chegado a um acordo e ela sorria-me e aceitávamos ambas como sendo irmãs dela.

– É sobre os meus pais, como eles, como eles…

Ela olhou para mim surpresa com a revelação.

– Lamento – ela disse – A Anna falou-me sobre vocês. Foram todos adotados, não foi?

– Sim, eles adoravam crianças. Se pudessem eram capazes de ter uns dez filhos – sorri com a lembrança.

– Que lhes aconteceu?

– Ficaram gravemente doentes quando nós tínhamos 11 anos – respondi.

– Lamento. Gostava de os ter conhecidos.

– Eles eram espetaculares – sorri de nostalgia.

Repararei que Elsa bocejava. Os seus olhos estavam semicerrados.

– Devias dormir – eu declarei.

– Tu também – ela respondeu deitando-se.

Desta vez não adormeci logo. Reparei na respiração de Elsa a normalizar. Adormecera e eu continuava a revirar-me nos lençóis. O cansaço acabou por vencer e os meus olhos fecharam-se pela segunda vez.

Acordámos bem cedo para as nossas atividades. Depois de nos prepararmos estávamos em frente ao quartel para a primeira aula: Treino com as armas.

– Ei! – Owen chamou-nos. Ao lado dele vinha a princesa Emma.

– Minha senhora – cumprimentámos todos ao mesmo tempo curvando-nos.

– Olá Oitava Trupe – olhei surpresa para ela. Não sabia que essa designação já tinha chegado aos ouvidos da princesa.

– Ontem como devem ter reparado foi o único dia, neste caso noite, em que a lua ficou azul. – ela afirmou e nós concordamos.

– Queria que abrissem as asas – ela ordenou e nós olhamos para ela confusos.

Decidimos desfraldar as nossas asas. Custava-me um pouco embora não soubesse o porquê. Sentia as asas doridas.

Quando abri, reparei. As minhas asas, assim como as da minha mãe biológica, tinham pontinhos pretos. Como é que era? Nós tínhamos falado disso na primeira vez que cá chegamos. Os pontinhos pretos nas penas significavam que o anjo era feiticeiro.

– Parabéns Merida, Anna e Elsa – a princesa felicitou – passaram agora a Anjo Feiticeiro Novato.

Nós olhamos estarrecidas umas para as outras. O meu coração palpitava e eu estava a ponto de desmaiar. De repente ouvi um “Squish, squish” rápido e aflito. Quando olhei para o lado tinha um rato com um pelo ruivo a olhar para os lados.

– Oh não – suspirou Emma – magia involuntária não é das melhores coisas. Parabéns Anna consegues transformar-te em animais, pelos vistos. Mais nenhuma se transforma em animais, pois não?

Negamos hesitantemente com a cabeça.

– Anjo Gerreiro Amador Grey vai buscar ajuda.

– Sim, minha senhora – ele curvou-se e saiu a correr.

– Agora vocês as três venham comigo. Os outros podem ir à vossa aula normal – referiu e saiu andando.

Boa Merida. Lá se foi a tua tentativa de descontrair com o arco ou cortar a cabeça a uns tantos espantalhos de palha. Elsa pegou em Anna e caminhamos ao lado da princesa.

– Muito bem meninas. Aqui vão ser postas à prova para soltarem, assim como esta ratinha – a mulher suspirou – magia involuntária.

A princesa pegou na Anna com todo o cuidado e conduziu-nos para um edifício para depois sair e desaparecer.

Lutamos contra outros anjos. Era uma batalha um tanto injusta. Eles estavam armados e nós tínhamos só as nossas mãos para nos defender. Olhei para os lados e avistei um arco no chão. Estava um tanto desprotegido e se eu fosse lá ficava a céu aberto mas eu não podia desperdiçar aquela oportunidade.

– Merida, cuidado! – ouvi e quando olhei para o lado uma barreira de gelo estava entre mim e uma flecha. Olhei para o lado e vi Elsa a tremer com as mãos esticadas.

Murmurei um “obrigada” e peguei no arco e na aljava com as flechas. Rodei e disparei a flecha. Mas eu não queria que ela acertasse no meu atacante somente queria uma distração. Quando olhei a flecha tinha caído num monte de palha à frente do meu oponente. Para minha admiração esse monte de palha ardia e logo ligou o aspersor para incêndio.

Uma senhora idosa veio ter comigo e com a Elsa e sorriu-nos.

– Mais duas feiticeiras para a nossa comunidade – ela mostrou-nos um sorriso com os dentes todos – uma com o poder do gelo outra com o poder do fogo.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo só em 2015 agora! Espero que tenham gostado. Se eu não postar até o dia 5 de Janeiro então a fanfic ficou, novamente (sorry!), em hiatus! Espero que percebam mas eu não tenho culpa!
Volto lá para finais de Março (não me julguem) mas sou capaz, não prometo nada, de postar um capítulo lá para os dias 16 de Fevereiro, por aí.
Boa passagem de ano,
Vejo-vos no próximo capítulo ou nos comentários.
~-...-~
Terras Dufins - Rei Lufhins - Asas Azuis
Terras Weerfins - Rei Adnis - Asas Amarelas
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❄Abraços,
Snowflake❄