– Bom dia. –Ouvi uma voz ecoar na minha mente.
Abri os olhos e vi o Brian em pé na minha frente. E vi que a garotinha ruiva estava no meu colo.
– Bom... dia... –Disse com uma voz sonolenta e com bocejos no meio das duas palavras.
– Quando quiserem podem ir tomar café. Vamos sair daqui 1h então tem um tempo bom.
– Ta... – Respondi ainda com sono.
Bzz... Bzz... Senti meu celular vibrar no meu bolso. Uma ligação a essa hora?! A garotinha ruiva se levantou, já q o celular tinha a acordado. Peguei meu celular. Número desconhecido... Quem seria?
– Alô? –Disse confusa e sonolenta.
– Kat? Te acordei? Desculpa. – A voz do outro lado disse. Era uma voz conhecida então relaxei um pouco.
– Não me acordou não. Quem é?
– E o Andy.
– O que foi?
– Preciso de uma professora.
– E o que eu tenho haver com isso Andy? –Respondi olhando a garotinha se espreguiçar.
– Quero que você seja a professora.
– Ãn?! –Disse quase gritando e assustando a todos menos a garotinha do meu lado que havia ouvido a conversa, e simplesmente deitou no meu ombro e disse “boa sorte.”
– Calma. Não precisa estourar meus tímpanos.
– ...... –Fiquei sem ação no telefone.
– É sério kat... A substituta sofreu um acidente de carro. E a professora que normalmente da as aulas dessas matérias, está de licença, já que ela está grávida. Me ajuda vai.
– São que matérias?
– Economia doméstica e artes.
– Não sei o que fazer na aula de economia doméstica e.... tem essa matéria hoje na sala que eu estou... não é?
– Sim. Eles são meio dispersos. Vê se você consegue chamar a atenção deles. E hoje é culinária. Eles tem que cozinhar doces. Escolhe o que você consegue ensinar melhor.
– Humm... ok. Uma pergunta.
– Fala.
– Posso levar o Seby?
– Pode... mas por quê?
– Vou prender a atenção das garotas. –Disse rindo maliciosamente.
– E dos meninos o que vai fazer?
– Vou ser a Lady Katharina Cost. Agora professora substituta.
– Isso vai realmente prender e MUITO a atenção deles. –Ele respondeu rindo maliciosamente junto comigo.
A garotinha ruiva levantou foi na minha frente e ficou me olhando. Não entendi o q estava acontecendo, até ela falar:
– Posso ir para escola com você?
– Por quê?
– Quero ver você dando aula.
– Mas você não tem que ir para a sua escola hoje?
– Tenho. Mas posso faltar.
– Se seu irmão concordar pode. – Disse com um sorriso.
A garotinha deu um largo sorriso e correu pelas escadas gritando “Brian, Brian!” Pela primeira vez em 6 anos eu me senti feliz e animada por algo. Nunca pensei que isso aconteceria.
Enquanto pensava no que tinha que fazer na aula que teria que dar, me lembrei de que tinha que ligar para o Sebastian e pedir para pegar as roupas. A questão era: Que roupa? Pela primeira vez decidi perguntar a opinião para o Alex no café da manhã.
Fui ao banheiro me arrumar e tomar um banho, depois de ouvir as instruções da garotinha ruiva.

–-oOo--

Sério... sou considerada um gênio com memória fotográfica, mas não consigo me lembrar do nome da ruivinha... acho que minha memória está sumindo gradativamente...

–-oOo--

Me arrumei com a roupa que Seby havia dado no dia anterior à Carol, e desci para tomar o café da manhã; mas admito, não estava com fome, mas ficaria depois, provavelmente.
– Bom dia, Katharina.
– ... – Fiquei paralisada por um momento ao ver minha tia Juliana na minha frente.
– Nossa, não vai nem me cumprimentar? –A mulher de mais ou menos 30 anos continuou.
Eu olhei para a Carol com um olhar de reprovação e raiva.
– O que está fazendo aqui Juliana? –Falei olhando diretamente nos olhos da mulher. Parecia que um raio passava entre nossos olhares.
– É assim que você recebe uma tia? –Ela falou com uma voz de “coitada.”
– É assim que recebo uma falsa. –Retruquei séria.
– Gente que falta de respeito com os mais velhos...
– Quer respeito? Vai para Índia.
– ... –Ouvi o silêncio mais incrível e mortal da minha vida.
– Você não me respondeu. O que veio fazer aqui?
– Vim ver como você estava querida.
– Ah! Corta essa, velha! Fale a verdade de uma vez só.
– Ok, ok, vim te pedir um favor.
– Qual?
– Minha filha está com câncer e não tenho dinheiro para pagar o tratamento.
– É sério mulher de meia idade; não tenho tempo para sua falsidade.
– Tá, tá, você venceu. É mais esperta do que eu pensei... De quem é essa casa?
Vi a garotinha ruiva passar por mim e ir em direção a minha tia. E minha tia tocou no rosto da garota; e por impulso puxei a garota e olhei com repulsa para minha tia, ao mesmo tempo que colocava a garota atrás de mim.
– Não toque nela. Ela não é seu brinquedo Juliana O’Neal.
– Entendo... Você nunca abaixaria sua guarda, sabendo do que eu fiz. Desculpa. –A mulher disse se levantando da mesa e indo em direção a porta. –Ah claro... Vim para ver em que lugar você estava. Fui mandada pela Sra. O’Neal. A propósito que casa bonita. –Ela disse olhando ao redor e abrindo a porta.
– juliana...
– Sim?
– Se você ou a velha caduca meterem o dedo em alguém nessa casa... Eu não irei deixar passar despercebido. –Falei olhando na direção dela com o olhar mais sombrio que já havia feito.
– EU não pretendo meter meu dedo na panela quente. Já sei que vou me queimar. –Ela disse baixando a cabeça. –Só digo para continuar alerta com a “velha caduca.” Me arrependo de ter feito você se tornar um monstro Katharina; você era a pessoa mais amável e fiel que eu já conheci. –Ela disse fechando a porta e indo em direção ao seu carro prata que estava do outro lado da rua.
– Carol explique-se...
– Me desculpe Lady Katharina Cost! –Ela respondeu levantando-se da cadeira e se curvando. –Não era minha intenção, mas quando eu vi ela já estava aqui. –Ela continuou ainda curvada.
– Não precisava se curvar, eu só pedi uma explicação. –Respondi colocando a mão no rosto dela e a levantando.
– O que a gente vai fazer agora? –Carol disse quase chorando.
– Brian, sua irmão vai com poder ir com a gente para à escola?
– Ãn... Ah, claro. –Ele disse meio confuso.
– Ah, essa cena é comum de acontecer; relaxa. –Falei apontando para Alex que esteve comendo como se nade houvesse acontecido.
– Kat, que roupa eu ponho? –A garota ruiva disse com os olhos brilhando de emoção.
– A sua favorita. –Disse sorrindo.
– A garotinha correu subindo as escadas, para se trocar.
– Alex. –Chamei.
– Hum... –Ele respondeu com um pedaço de pão na boca.
– O que te chamaria mais a atenção: uma menina de saia, ou de short?
– Depende do tamanho... –Ele respondeu depois de mastigar.
– Se fossem do mesmo tamanho.
– Short eu acho. Por quê?
– Vou ser professora substituta, e o diretor falou que vocês não prestam atenção na aula.
– Ah... entendi...
– Vou ligar pra o Seby vir buscar a gente e trazer a roupa para mim.
– Não vai comer?
– Perdi a fome.
– Tudo bem então.
Saí da cozinha e fui em direção a sala. Peguei o celular e disquei o número do Seby.
– “Alô?”
– Seby é a Kat. Você poderia me fazer um favor.
– “Mas é claro minha Lady.”
– Vou ter que ser professora e preciso de outra roupa e de você.
– “Que roupa vai querer?”
– O shorts jeans, a camiseta verde agua que tem o ombro esquerdo caído, e... o sapato você escolher.
– “Claro.”
– Você pode vir me buscar daqui a pouco?
– “Sim minha Lady.”
– Até.
– “Até.”

Continua....