Altharian: The Resistance escrita por C Blue


Capítulo 9
Capítulo 8 - Primeiro Confronto




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– Sammy! – Gritei.

Todos olharam para mim. De minha cabeça descia uma raiva que me preencheu rapidamente. Eu pude sentir isso como se fosse algo me ativando para luta. Eu olhei o grupo, eram oito, mas dois eram Sammy e Andrew, e os outros seis, inimigos. Os soldados do Império vestiam trajes negros simples, mas as poucas armaduras prateadas davam a entender que a roupa os protegiam, e apenas uma não usava uma espécie de capacete compacto. Os dois que seguravam meus amigos eram fortes e muito altos.

– Ora, ora – disse a mulher, que estava sem o capacete. Ela passou para frente encarando-me em uma boa distância de Robert, Arielle e Alicia, que estavam no pé da escadaria que descia a varanda. – Então é verdade. O vermezinho não morreu anos atrás...

– Cale sua maldita boca, Kyia – Alicia rosnou, surpreende-me com a hostilidade que percebi em sua voz. Eles eram nossos inimigos, claro, mas nunca pensei em ouvir Alicia falar assim.

– Cale-se você humana! – a mulher, Kyia, ergueu as mãos indo para suas costas, e quando as deslizou para frente novamente, trazia duas lâminas prateadas que sorriam em uma leve curva. Perigosas. Então, seus olhos, que me fitavam, Ficaram negros como o breu, sem mostrar nenhuma parte branca. Sua pele ficou azulada.

Tudo aconteceu muito rápido. Kyia Pulou em minha direção, mas algo se colocou entre nós. Robert, sua pele e olhos com as formas normais de um Althariano. Ele mandou que eu corresse o mais longe que pudesse. Não posso. Não tive tempo para pensar. Arielle lutava com dois soldados. Sua pele azulada passava para um transparente nos braços. Quase não poderia ver suas mãos, mas ao socar os soldados, o toque liberava respingos e o gelo marcava o local que ela acertava seu oponente. Alicia possivelmente recebera um treinamento, pois lutava contra outro soldado como algo que parecia uma adaga. Saia-se bem.

Então eu corri, mas não para longe. Vi Andrew soltar-se do soldado que o prendia – só agora percebia o quando eram enormes, ele e o que prendia Sammy, talvez dois metros e meio. O soldado pegou Andrew pela camisa e este lhe deu um chute em sua barriga. Desviei o olhar para o soldado que segurava Sammy. Ela movia-se freneticamente tentando escapar das garras do gigante. Lembrando-me da seguências de chutes ensinados por Arielle no treinamento corri e o chutei. Voltei quase caindo com o impacto. Não o afetou. Sammy gritou quando ele a jogou no chão ao lado. Eu correria para levantá-la se o soldado gigante não tivesse ficado na minha frente. Ele tirou o Capacete e pude ver seu rosto. Era forte e de maxilar quadrado. Mesmo não sendo tão velho, um cabelo branco e liso caiu em seus ombros. Sammy estava livre, mas o fogo que cercava o terreno da frente impedia sua passagem. Então ela correu para a casa, fechando a porta. Talvez fosse a ligação entre nós, pois era o que eu iria gritar para que fizesse.

Eu estou pronto? Os outros lutavam agora. Eu tinha um soldado a minha frente. Eu não sabia como liberar minha forma alienígena, para poder lutar como um Althariano. Porém, eu tinha a força de vontade de um jovem. Endureci meus punhos, pronto para socar quando senti uma rajada de ar em meu estômago, quase cai. Levantei a face para olhar o meu agressor, e suas mãos seguraram meu pescoço. Eu tentei o estrangular também, mas seus braços eram longos, impossibilitando-me de pegar seu pescoço. Tentei socar e chutar, mas minha força ainda não se comparava de a de um Althariano. Sangue real corre em minhas veias e estou prestes a morrer, do que adianta? Então é assim que vai acabar? Ouvi Sammy gritar meu nome, o medo estampado no som de sua voz.

A ira veio com força bruta. Senti uma onda irradiar-se de mim. Não só eu senti, mas o soldado do Império também, pois suas mãos fraquejaram por um curto segundo e logo se forçaram ainda mais. Mas era tarde. Soquei o braço do gigante e ele me soltou andando para trás. Cai e percebi o que se passava em volta. O fogo era o mesmo. Não se tornava maior – era só para nos encurralar ali. Robert lutava com Kyia sem parar. Arielle e Andrew lutavam com três soldados, numa sincronia de dança. Alicia, mesmo parecendo cansada, esquivava-se das rajadas de algo verde que o soldado lançava nela. Não estávamos bem. Não íamos resistir por muito tempo.

Encontrei o olhar da mulher, Kyia, que usava as lâminas para ferir Robert – este, defendendo-se e atacando com poderes que parecia Telecinese – Ela parecia ter percebido nossa leve desvantagem, pois seu olhar perverso guiou-se a Robert, a quem atingiu com mais força, soltando risos altos e extravagantes. Voltei minha visão ao meu inimigo, o soldado gigante. Ele vinha na minha direção, sua fúria não havia se mostrado antes, mas sua face demonstrava que a fúria estava em suas veias agora. Então seus braços começaram a evaporar, formando duas leves nuvens de fumaça, uma em cada braço. A cena foi estranha, mas eu fui erguido pela fumaça e estava lutando no ar para me desvencilhar dela. Até acontecer.

Um vulto magro pulou passando por cima das chamas em uma espécie de aura escura, pousou atrás do gigante e enfiou uma lâmina nas costas, atravessando no meio do peito, vermelha de sangue. O gigante berrou. Cai do ar a fumaça dissipando em meio a um grito de dor. E logo outro berro aconteceu fazendo-me olhar para o outro gigante, que lutava há poucos instantes com Andrew e Arielle, agora estava parado, parecendo ter sido ferido também. Todos os movimentos da batalha cessaram. O soldado caiu de joelhos revelando seu assassino. Uma jovem. A jovem. A garota da estrada da qual me esquecera de perguntar o nome – estava em forma de Althariana, pele, olhos e cicatrizes – tinha matado um dos gigantes soldados.

–Boa hora, filha – disse Kyia.

A garota tirou a lâmina, vermelha de sangue, do corpo caído. Ela andou até meu lado no mesmo tempo em que os outros voltavam para a batalha. Ariele e Andrew cuidaram de um dos soldados, que eu vi caindo. Parecia morto. Alicia gritou. Seu oponente havia atingido-a no braço. Mas ela usou a adaga, e quando ele caiu, uma linha vermelha marcava sua garganta. Sangue jorrou, enquanto Alicia saia de perto com as roupas sujas. Voltamos para trás, cercando e protegendo-a. Eles também recuaram. Ficando assim, duas linhas de pessoas se encarando.

Agora restavam três deles e cindo de nós, tirando Alicia, que estava ferida. Talvez eles perceberam que não seria uma boa ideia lutar mais.

Kyia Jogou um dispositivo que se abriu em um painel circular brilhoso. Os outros entraram. Ela os seguiu, parando somente para acrescentar:

– Tiramos as dúvidas. Quando voltarmos, será para matar o jovem.

E sumiu entrando no portal. As chamas cessaram. Cai de costas na grama. Os corpos dos inimigos caídos passaram um tempo tornando-se cinzas, até não restar mais nada.

Horas depois estávamos dentro da casa, pequenos curativos estavam cobrindo ferimentos que eu nem havia percebido. Sammy me falou que viu tudo da janela. Robert estava no quarto com Alicia, curando seu braço – tinha sido uma espécie de veneno paralisante. Arielle estava parada na frente de Andrew e da jovem – seus negros fios batiam na cintura, e ela olhava com desaforo – sentavam-se no sofá maior.

– Não era sua missão Ruby – disse Arielle. Ruby, este era seu nome.

– Eu sentia que era. – Respondeu a jovem.

– Não importa o que sentiu. A missão não era sua você devia estar em Altharian. Cumprindo seu dever com seu povo, com a Resistência. – Arielle olhou para Andrew. – E você, ajudou a vir. Claro, companheiros em tudo não?

Companheiros? Arielle não era tão mais velha que eles, ou que eu e Sammy. Mas eles pareciam respeitá-la

– Okay – continuou ela. – Temos mais uma na missão. E a partir de amanhã, mocinha, ficará responsável no treinamento de Cal.

– Quê? – Disse a garota – Eu não quero ser babá!

Eu fiquei estranhamente magoado com aquela reação.

– Pensei – disse, na esperança de ficar por cima na situação – que devia ser treinado por uma pessoa mais experiente.

– Pode apostar Cal, Ruby é uma de nossos melhores guerreiros. – Andrew falou de sua Companheira. Eu tentei esconder a raiva.

– Está escolhido. Afinal, os adultos terão problemas maiores. O Império já sabe que estamos aqui e existe uma promessa de retorno. – Arielle olhou para Ruby – Isso só prova que realmente temos um espião.

Andrew levantou-se, visivelmente, tinha ficado chateado com algo.

– Não precisa ser um espião! Talvez, eles só descobriram nossa localização, afinal, você falhou na sua missão não? – Silêncio. Arielle e Andrew se olharam por um tempo, até Ruby colocar a mão no ombro do rapaz.

– Não precisa me defender de acusações... – falou Ruby para Andrew.

Ele se levantou e saiu. O baque da porta forte atrás de si. Todos ficaram calados. Eu olhei para Ruby, tinha uma feição entre mágoa e raiva. Sammy saiu atrás de Andrew, talvez o tempo com os treinamentos tenham os aproximados. Tenho que admitir que não entendi o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

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"– Não temos mais como protegê-lo aqui. A base da resistência irá fazer melhor. "



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