Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 6
La Push




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Já se tinha passado uma semana desde aquele dia com os Volturi. Há uma semana que eu não via o meu Jacob, e estava quase a trepar pelas paredes.

Os meus pais não me deixavam ir a La Push vê-lo, diziam que ele era perigoso. Como se o meu Jacob alguma vez fosse perigoso para mim!

Eu estava furiosa. O Sam recusava-se a falar comigo ou com a minha família e não nos dava informações sobre o meu Jacob; o Seth também pouco dizia, visto que agora, desde que Jacob voltara para o bando do Sam, este era o alfa deles – e pelo que eu percebi, o Sam tinha-o proibido de me contar o que se estava a passar. Resumindo, toda a gente me andava a esconder coisas. Coisas que eu devia saber!

            Levantei-me da cama, já eram quase horas do almoço, e desci para a sala, lentamente. Lá estavam apenas a minha avó e as minhas tias, que viam televisão e falavam banalidades.

            - Bom dia, minha querida – Disse Esme carinhosamente, vindo abraçar-me - Estás com fome? Queres que te prepare qualquer coisa para comer?

            - Bom dia – Disse – Não, obrigada. Estou bem. – Sentei-me no sofá e comecei a ver televisão.

            - Nessie – Disse Alice, alegre e saltitante como ela era – Nós estávamos aqui a pensar, e o que achas de irmos às compras a Seattle? – Ela sorria e não conseguia disfarçar o entusiasmo.

            - Não me apetece, Alice, obrigado. – Disse, não desviando os olhos da televisão. Por alguma razão, esta parecia ter-se tornado extremamente interessante nos últimos dias.

            - Anda lá, Nessie – Insistiu Rosalie – Tu adoras ir às compras, e não tens nada para fazer.

            - Não me apetece, Rose. – Voltei a dizer, ignorando a sua tentativa de me convencer a ir.

            - Mas… - Ela começou, mas eu interrompi-a.

            - Não insistas, Rose. Eu não quero ir.

Desta vez foi Alice que se intrometeu.

            - Nessie, tu não podes ficar aqui fechada para sempre…

            - Por que não? – Perguntei – Até que não é uma má ideia.

Elas trocaram olhares preocupados entre si, mas eu não liguei. Elas não percebiam o que eu estava a sentir, elas nunca tinham passado por isto. A pessoa que elas mais amam no mundo nunca se tinha esquecido de quem elas eram.

            - Nessie… - Começou Alice – Querida, tu tens de reagir, não podes ficar assim Nessie. Parece que…

            - Parece o quê, Alice? – Cortei-a a meio da frase, zangada. – Parece que o meu Jacob se esqueceu de mim? Porque foi isso que ele fez! – Ultimamente o meu humor andava alterado. Enervava-me muito facilmente, e explodia num ataque de gritos devido a coisas mínimas. Apesar de estar a agir como uma criança mimada e rabugenta, ninguém parecia importar-se ou levar a mal. Mas eu queria que eles se chateassem, eu queria que eles gritassem comigo, que fizessem qualquer coisa.

Ela não disse nada, apenas olhou para o chão. Eu sabia que ela não sabia o que dizer, que ela me queria reconfortar, mas que sabia que isso era impossível. Eu só precisava do meu Jacob, eu só queria o meu Jacob.

Depois de uns minutos de silêncio constrangedor, disse:

            - Porque não vão vocês às compras?

            - Não queremos ir sem ti! – Ripostou Rosalie, zangada. Eu ri-me.

            - Desculpem ter descontado em vocês, não mereciam que falasse assim. – Disse, embaraçada pela minha má educação. Elas não tinham culpa do que tinha acontecido. – Vocês deviam ir, para ver se se divertem um pouco. Também estão a precisar, sabiam?

            - E deixamos-te aqui sozinha? – Disse a minha avó – Não me parece uma boa ideia, querida.

            - Não vou ficar sozinha. – Assegurei – Estava a pensar em ligar ao Seth e pedir-lhe que me faça companhia.

Depois de mais um interrogatório, elas saíram. Estava finalmente sozinha em casa, por isso aproveitei e liguei ao Seth. Queria estar sozinha, mas precisava de falar com ele.

            - Estou? – Exclamou Seth, atendendo logo a seguir ao segundo toque.

            - Seth, sou eu, a Nessie! – Exclamei, eufórica por ele ter atendido o telefone. Estava tão perto de ter notícias do meu Jacob que o meu coração acelerou consideravelmente no meu peito.

            - Oh, er… Olá! – Disse, meio atrapalhado.              

            - Está tudo bem, Seth? Pareces estranho. – O Seth era como um irmão mais velho para mim, mas às vezes era tão criança quanto eu, principalmente quando estávamos juntos.

            - Não, não, está tudo bem. Precisas de alguma coisa? – Ele andava frio comigo, como se não fôssemos amigos há tantos anos. Eu sabia que era por causa do que aconteceu ao Jake e dos problemas com o Sam, mas doía muito saber que um dos meus melhores amigos se tinha afastado de mim.

            - Bem, na verdade… - Parei de falar, inspirando fundo – queria… tu sabes… saber como ele está… - Ouviu-se um barulho de fundo, que mais parecia várias pessoas a rirem-se à gargalhada, e Seth demorou algum tempo a responder-me.

            - Ouve, agora não é uma boa altura. – Disse ele, com a voz firme e fria – Depois falamos, ok?

            - Espera, Seth! – Exclamei – Por favor, diz-me se ele está bem. – Disse, desesperada por notícias – Eu só quero saber como ele está, o que tem andado a fazer, se ele precisa de alguma coisa…

Seth não respondeu durante uns segundos, parecendo ponderar se falava comigo ou se desligava o telefone. De repente, uma voz grave e conhecida falou ao telefone, assustando-me.

            - Olá miúda do Seth! – Disse ele, rindo-se. Eu congelei, o meu corpo não parecia ter qualquer reacção devido àquela voz. Ele estava tão perto e tão distante ao mesmo tempo… – Desculpa mas ele agora está muito ocupado. Ele liga-te mais tarde. – Mais risos – Estás aí?

            - S-sim – Respondi, gaguejando.

            - Ok, então fica combinado que ele te liga depois. Adeus.

            - Adeus… - Disse, com a voz sumida.

Isto tinha sido o mais próximo do meu Jacob que eu tinha estado durante uma semana. E doeu-me mais do que eu pensava, mais do que aquilo para o qual eu estava preparada. Eu queria pegar no carro e ir até La Push e dizer-lhe a verdade, dizer-lhe quem eu era, que era dele e ele meu.

Mas não era só o facto de ele não se lembrar de mim que me doía. Doía saber que ninguém lhe dizia a verdade, que não me deixavam contar-lha. Por mais quanto tempo tinha eu de aguentar esta distância, esta abstinência dele? Por mais quanto tempo eu conseguiria aguentar? Eu já não o via há uma semana e estava praticamente a enlouquecer! O que me acontecerá se eu passar muito mais tempo sem ele?

Uma parte de mim soube imediatamente a resposta à minha pergunta retórica. Morreria. Sim, era isso que me aconteceria se eu passasse demasiado tempo sem ele. Eu não conseguia viver sem ele, era insuportável demais.

Depois da chamada telefónica, fiquei exausta. Talvez o meu cansaço psicológico resultante da sopa de emoções vividas durante a última semana estava finalmente a reflectir-se no meu corpo. Decidi ir descansar um pouco.

Subi as escadas em direcção ao meu quarto e deitei-me na minha cama, no antigo quarto do meu pai. Fiquei a olhar para o tecto, a pensar, a reflectir. Depois de alguns momentos, lembrei-me de algo. Olhei para a minha mão esquerda e lá estava ele, intacto, onde sempre tinha estado durante estes últimos dois anos. A minha aliança de casamento, uma parte do meu Jacob que andava sempre comigo. Sorri, ao pensar no dia em que ele ma dera, quando ma pôs no dedo, à frente de todos aqueles convidados - vampiros, lobos e humanos -, no nosso casamento.

Tirei a aliança do dedo, lentamente, e segurei-a nas mãos, com força, como se o estivesse a abraçar a ele. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, mas eu fingi não as sentir. Aproximei a aliança do meu rosto e pude ver o nome inscrito na parte de dentro dela, em baixo relevo. Jacob.

Acabei por adormecer, mas acordei passados alguns minutos. O meu sono estava atribulado, cheio de vozes, cores e rostos. Durante toda a semana que tinha passado, não havia passado uma noite em que não tivesse pesadelos, ou em que não acordasse várias vezes.

Apesar de ter dormido apenas alguns minutos, sentia-me pouco casada, quase revigorada da minha exaustão. Resolvi então fazer algo que já queria fazer há algum tempo. Há uma semana, para ser mais exacta.

Peguei nas minhas calças e camisola e enfiei-os no corpo, de qualquer maneira. Depois fui ao armário e tirei os meus sapatos, calçando-os. Tirei a mala de cima da antiga secretária do meu pai, juntamente com as chaves do carro, e desci as escadas apressada. Entrei na garagem, ligando o carro e saindo depressa em direcção à estrada.

Pelo relógio do visor do carro, eram quase seis horas da tarde, pelo que o sol de estava a pôr. Pisei o pedal do acelerador, atingindo uma velocidade considerada inapropriada para as estradas de Forks. Acelerei ainda mais, não aguentando a ansiedade de esperar por chegar ao meu destino.

Quando cheguei a La Push, eram quase sete da tarde, e o céu, apesar de estar estranhamente límpido e sem nuvens, apresentava uma tonalidade estranha, avermelhada. Estacionei o carro perto da casa de Billy, mas permaneci dentro dele. O meu coração batia acelerado no meu peito, e as minhas pernas estavam inquietas; no entanto, algo na minha mente me dizia que eu não devia estar aqui. Fiquei dividida, confusa. Não sabia se entrava ou se ia embora. De repente, lembrei-me que não tinha planeado o que ia dizer quando o visse. Será que ele se lembraria de mim mal me visse? Ou será que teria de ser eu a contar-lhe toda a verdade, já que ninguém parecia achar necessidade de o fazer?

Inspirei longamente, prendendo a respiração durante um longo momento, e expirei de seguida. Tirei as chaves da ignição e abri a porta do carro, confiante. O que quer que acontecesse, eu ia estar com o meu Jacob, e eu tinha a certeza de que ele me reconheceria.

Caminhei a passos largos até à porta da entrada, parando bruscamente, com o braço levantado e a mão em punho, pronta a bater à porta. Fiquei novamente com medo – ou será aterrorizada a palavra certa? -, mas depressa o mandei embora e segui em frente. Bati à porta, e esperei impacientemente enquanto Billy me vinha abri-la. Sabia que era ele, pelo barulho que a cadeira de rodas fazia ao ser empurrada.

Mal a porta se abriu, um sorriso enorme formou-se no meu rosto. Billy, apercebendo-se de que era eu quem ali estava, ficou perplexo, e, ao mesmo tempo, apreensivo. Fitou-me durante algum tempo, ao fim do qual eu o cumprimentei:

            - Billy! – Disse, sorrindo-lhe docemente – Será que posso entrar?

Ele olhou para mim novamente, depois para dentro de casa e, finalmente, para mim outra vez. Depois acenou afirmativamente com a cabeça, empurrando a sua cadeira de rodas do caminho, dando-me passagem.

A casa de Billy estava exactamente igual ao que eu me lembrava, à excepção de que estava mais arrumada. A pequenina sala parecia maior, agora sem a quantidade de caixas e coisas espalhadas. Billy seguiu-me, dizendo-me para me sentar.

            - Nessie – Disse ele, depois de alguns minutos de um silêncio constrangedor – Ninguém me disse que vinhas? – Aquilo soou mais como uma pergunta do que como uma afirmação, o que me levou a concluir que também ele estava contra a minha aproximação de Jacob.

            - Peço desculpa por ter vindo sem avisar – Apressei-me a dizer, educadamente -, mas não conseguia aguentar mais sem vir, sem saber de alguma coisa… - A minha voz desapareceu algures a meio do meu discurso, mas eu tinha a certeza de que ele percebeu o que eu quis dizer.

Billy demorou algum tempo a responder-me. Quando o fez, fê-lo numa voz mais suave e doce do que eu estava habituada. Compreensiva. – Eu sei. – Disse – Estou farto de dizer ao Sam e ao teu pai que te deviam manter a par de tudo… - Os meus olhos arregalaram-se ao ouvir as palavras dele. Sorri-lhe, não conseguindo demonstrar de outra forma a gratidão que sentia por ele naquele momento. – Tu, acima de qualquer pessoa, devias estar informada, devias estar ao pé dele. Sei que te deve estar a custar muito. – Olhou para mim, sorrindo-me docemente, como um pai que percebia que os seus filhos estavam a sofrer e os queria reconfortar.

Durante algum tempo não consegui dizer nada, apenas fitava o chão de madeira e lutava contra as lágrimas que teimavam em cair dos meus olhos. Aquela casa cheirava tanto a ele que fazia o meu coração apertar-se no meu peito, como se fosse muito pequenino.

            - Obrigado – Disse, finalmente, com a voz ligeiramente embargada.

            - Não tens de agradecer, minha querida. – Disse Billy, aproximando-se de mim com a sua cadeira de rodas – Eu sei que isto está a ser difícil para ti. Se precisares de alguma coisa, é só dizeres, tu sabes.

            - Eu sei, obrigada, Billy. – Respondi – Mas também sei que está a ser igualmente doloroso para si… o seu filho não se lembrar de si, dos vossos momentos…

            - Está, é certo. – Ele parecia falsamente descontraído, como se pensar no assunto lhe doesse, então ele fingia não se preocupar. Tinha a certeza de que aquela era a máscara que ele montara para quando estava perto de Jacob. Billy de certeza que não queria que o filho visse o quanto ele estava realmente a sofrer e, assim, ficar ainda mais perturbado. – Mas tu és a impressão dele, Nessie. A outra parte dele, vocês os dois são como as duas metades de um todo. – Sorriu, vendo-me corar – Queres saber o que eu penso, Nessie? – Acenei com a cabeça, e ele continuou – Penso que não te deves deixar ficar só porque o Sam acha que não deves falar com o Jacob. E penso também que deves lutar por ele, pelo amor dele.

            - Eu quero lutar, Billy. Quero muito. – Disse-lhe, olhando novamente para o chão – Mas tenho medo de lhe estar a fazer mal, de o pressionar demasiado, de fazer algo de errado… - Parei, respirando fundo – É doloroso demais saber que ele se esqueceu de mim, mas não sei se conseguiria aguentar se a culpa de ele nunca mais voltar a recuperar a memória for minha. Mais do que já é. – Duas lágrimas teimosas escorreram-me pelo rosto, mas eu apressei-me a limpá-las. Não queria chorar, eu tinha de ser forte e aguentar como uma mulher adulta.

            - Ele não se esqueceu de ti, Nessie. – Ele disse, voltando a sorrir – O Jacob nunca se esqueceria de ti. O amor que vos une, a magia pela qual estão ligados, é forte de mais. Ele apenas… não se lembra.

Eu sorri, incrivelmente mais reconfortada. O Billy tinha esta espécie de dom, fazia com que quem estivesse junto dele se sentisse melhor, tal como Jacob. O seu sorriso, a felicidade que irradiava constantemente dele eram como um antídoto para a tristeza daqueles que estavam junto dele.

            - O Billy acha que ele vai recuperar a memória? – Perguntei, a medo.

            - Estou bastante convencido que sim. – Respondeu. Eu sorri.

Ficámos novamente em silêncio. Billy foi buscar algo para comer, mas eu não tinha fome. Enquanto ele jantava, e víamos televisão em silêncio, algo veio à minha mente.

            - Billy? – Chamei-o.

            - Sim, Nessie?

            - O Billy não está zangado comigo?

            - Zangado contigo, Nessie? – Perguntou, surpreendido – Porque raio é que eu haveria de estar zangado contigo?

            - Bem… - Disse – Para começar, eu sou uma vampira, e supostamente, inimiga mortal dos lobos. – Parei, esperando pela sua resposta. Quando vi que ele não respondia, continuei – E, além disso, a culpa de o Jacob não se lembrar de nada é minha. Se não fosse por mim, ele não tinha ido lutar contra os Volturi, juntamente com os outros lobos, que corriam perigo de vida, e a Jane não o tinha atacado e…

            - Sim, tens razão. – Ele disse, interrompendo-me. Ele estava sério, pensativo. – Mas és também a mulher que o meu filho ama, e a mulher que o faz feliz. – Voltou a sorrir-me – Tu não percebes a diferença, Nessie, porque não eras nascida, e, durante toda a tua vida, o Jacob sempre foi feliz. – Ele parou durante uns segundos, parecendo ponderar no que iria dizer – Mas antes de tu nasceres, Nessie, o Jacob que tu conheces não existia. Ele sofreu muito, estava constantemente triste, e eu via o meu filho a destruir-se dia após dia, sem poder fazer nada para ajudá-lo. O Jacob de antigamente, como eu gosto de chamá-lo – Riu-se, e eu ri-me com ele –, odiava e era odiado. Estava constantemente em perigo, e não dava valor à vida. Depois de te encontrar, ele mudou completamente. É o meu Jacob outra vez, percebes? Só que agora é muito mais feliz. E tudo o que eu quero é vê-lo bem, vê-lo feliz. E a fonte dessa felicidade és tu, Nessie. Então, minha querida, é impossível ficar zangado contigo por seres quem tu és, assim como me é impossível culpar-te por aquilo que aconteceu, pois eu só te culpo de todas as coisas boas que fizeste ao meu filho.

Quando ele acabou de falar, as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto, e eu não fazia qualquer esforço para as esconder. Levantei-me do sofá e abracei Billy com força – não com força suficiente para o magoar. Ele não sabia o quanto aquelas palavras significavam para mim, o quão maravilhoso era ouvi-las.

            - Obrigada, Billy – Respondi, assim que nos largámos – Obrigada por tudo.

            - Não tens nada que agradecer, Nessie – Disse, limpando-me as lágrimas do rosto com o guardanapo – Tu sabes que eu só quero que vocês sejam felizes. Os dois.

            - Eu sei. – Disse – Por acaso o Billy não sabes onde é que o Jacob está?

            - Sei, está em casa do Sam. – Disse, e eu fiz uma careta, que ele percebeu – Também acho melhor não ires lá agora. O Sam anda maluco, parece que está possuído! – Disse, ao que eu me ri ligeiramente – Se calhar é preferível esperares aqui um bocadinho enquanto ele não chega.

Ficámos algum tempo a falar de banalidades e a ver o jogo de hóquei que dava na televisão. Billy ficava incrivelmente aéreo quando via os jogos, e eu achava piada a isso. Parecia novamente um adolescente viciado em desporto – ele e o meu avô Charlie!

Ao fim de algum tempo encostei-me às costas do sofá, e o calor da casa, juntamente com as minhas noites de sono mal dormidas, fizeram-me cair num estado de quase inconsciência. Quando estava prestes a ceder ao sono, o cheiro do meu Jacob invadiu-me as narinas, enviando injecções de adrenalina directamente para o meu coração, que começou a bater freneticamente. Billy, no entanto, pareceu não reparar na minha condição de pré-ataque cardíaco.

Fiquei a ouvir atentamente os passos dele, e de mais alguém, que se aproximavam lentamente da casa. Vinham a rir-se, e a falar sobre algo que não consegui compreender. Levantei-me bruscamente, e Billy, mais uma vez, pareceu não notar na minha debilidade mental. Olhei à minha volta, e ouvi a maçaneta da porta a rodar. Dentro de poucos segundos ele ia entrar na sala. Sentei-me novamente quando senti a porta a ser aberta e duas pessoas a entrarem em casa.

Billy, que até àquele momento tinha estado noutro planeta, pareceu acordar, e olhou-me seriamente. As duas pessoas entraram na sala, mas eu não reparei quem acompanhava Jacob. Os meus olhos não desgrudavam dos dele, e um sorriso involuntário apareceu nos meus lábios.

            -Jacob…


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Notas finais do capítulo

oiee gente alguem aí?
obrigada a todos os que comentaram, espero que tenham gostado do cap
bjos ;*