Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 7
Reencontro




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Tinha ido jantar a casa do Sam e da Emily, juntamente com todos os outros lobos. Já se tinha passado uma semana desde o «incidente», como Sam lhe gostava de chamar, e eu já me tinha familiarizado com o facto de não me lembrar dos meus amigos e da minha família. Todos os lobos eram bastante simpáticos e tratavam-me como se fosse irmão deles. Eu tentava ser simpático e amigo deles, mas era difícil conseguir corresponder às suas expectativas. Todos me perguntavam se eu me lembrava daquela ou de outra pessoa, de algo que tinha acontecido há algum tempo ou de algo relativamente recente, mas a minha resposta era sempre a mesma: não.

A única coisa de que eu me lembrava era de acordar em casa dos Cullen, e de aí em diante. Antes disso, nada, nicles, népia. Era como se não tivesse tido uma vida antes daquele dia, ou como se me tivessem feito uma lavagem ao cérebro.

No entanto, apesar de todos quererem que eu recupere as minhas memórias, os meus «irmãos» respeitavam-me e ajudavam-me sempre que precisava. A minha vida estava a correr bastante bem. O meu pai também era um homem porreiro, simpático e gentil. Eu sabia que ele estava a sofrer, mas eu não podia fazer nada, eu não pedi para perder a memória!

Pouco depois as dez horas da noite, Sam expulsou-nos a todos de casa, pois Emily precisava de descansar – ela estava grávida. Embry, Paul e Leah foram fazer a ronda por La Push e os outros voltaram para casa. Eu ia no caminho com Seth, e iamo-nos a rir e a falar banalidades – de todos os meus antigos amigos, Seth era aquele com quem eu me dava melhor, era o que menos me pressionava para que me lembrasse, e isso fazia com que eu gostasse mais de estar com ele.

            - Então Seth – Disse eu – Quem era aquela miúda ao telefone, hoje à tarde?

Ele ficou rígido, como se não soubesse o que dizer. Eu não liguei, pensei que fosse apenas alguma rapariga com quem ele se tinha envolvido e não quisesse falar sobre isso.

            - Era uma amiga. – Disse simplesmente

            - Oh, vá lá Seth, queres que acredite que era apenas uma amiga? – Ri-me – Não me digas que a andas a comer?! – Ri-me novamente. De todos, Seth era o mais envergonhado, e isso reflectiu-se nas suas bochechas que ficaram vermelhas como a camisola que trazia.

Ele olhou para mim como se eu fosse maluco, e eu ri-me novamente. – Então, Seth? Não é preciso teres vergonha, é uma coisa natural, não é?

            - Eu não a ando a… Bem, eu não tenho nada com ela! É claro que não! – Ele parecia atrapalhado, e isso só me deu ainda mais vontade de me meter com ele.

            - Não? – Perguntei, falsamente desconfiado – Mas querias!

            - Eu não queria ter nada com a… minha amiga. – Disse – Ela é só minha amiga e vai ser sempre só minha amiga. Credo, eu e a… Nã, nunca – Riu-se, e eu ri-me com ele.

            - Se tu o dizes. – Parámos de falar durante um bocado, ao fim do qual eu disse – Então diz-me lá meu amigo, há muitas raparigas giras por aqui? - Novamente o olhar «tu-és-completamente-doido».

            - Hm… - Disse – Bem, acho que sim, porquê?

            - Por nada – Disse, descontraído – Temos de nos manter informados. – Fomos o resto do caminho a rir.

Chegámos a minha casa, o Seth ia ficar lá um pouco a ver o jogo comigo e com o meu pai. Aproximámo-nos do portão, e eu reparei num carro junto a minha casa. Um carro que eu nunca tinha visto e, definitivamente, um carro que não pertencia a ninguém da reserva. Era um Aston Martin Vanquish, e era um espanto.

            - Wow – Exclamei, não tirando os olhos do carro – De quem é esta beleza?

Olhei para o Seth, e vi que ele estava apreensivo, como se estivesse à espera que acontecesse alguma coisa muito má. Ao mesmo tempo, um cheiro diferente invadiu-me as narinas. Era um cheiro bom, doce, mas não demasiado. Perfeito, delicioso. Era viciante, e eu queria cheirá-lo para sempre.

            - Quem está em minha casa? – Perguntei, apressando-me a chegar à porta. Algo me obrigava a ir até casa o mais rápido possível, como um elástico muito forte, e era impossível resistir à sua vontade.

Abri a porta, e o cheiro tornou-se ainda mais intenso. Era tão bom que me atordoava, e fazia-me agir como um alcoólico que cheirava o mais saboroso dos vinhos. Eu tinha de saber a quem pertencia aquele cheiro, morreria se não descobrisse.

Entrei na sala, ligeiramente ciente da presença de Seth atrás de mim. A primeira coisa que vi foi uma rapariga ruiva sentada no sofá. Parecia nervosa, mas sorriu quando me viu. O meu pai estava na sua cadeira de rodas, ao lado dela. Na televisão estava a dar um jogo de basebal, pelo que assumi que o meu pai estivera a vê-lo até eu chegar. No entanto, agora o meu pai não olhava para a televisão, e os seus olhares intercalavam entre mim e a rapariga ao seu lado – parecia nervoso, apreensivo, como se estivesse à espera da minha reacção.

            - Jacob… - A rapariga sussurrou, o seu coração a bater acelerado no peito, e o sorriso estampado no rosto. Ela era… tão bonita que parecia saída de um sonho, de uma fantasia. A sua beleza fazia-me lembrar Bella, a sanguessuga que tinha visto na casa dos Cullen no outro dia, e as suas amigas – eram todas ridiculamente belas, mas eu sabia que a sua beleza era uma arma para atrair humanos e matá-los.

Olhei novamente para a rapariga, e o seu cheiro voltou a invadir-me. Era doce, não tão doce como o dos Cullen, mas se prestássemos a devida atenção, conseguíamos sentir que eram parecidos, iguais num aspecto. Por outro lado, o cheiro dela era parecido ao dos humanos normais – era como se fosse uma mistura.

            - Oi – Disse, não conseguindo desviar os olhos dos dela. Eram castanhos, cor de chocolate, e naquele momento tinham uma expressão de felicidade que lhe davam um ar de anjo. Não consegui evitar, e um sorriso espalhou-se pelo meu rosto. O coração dela disparou quando sorri, e uma sensação de êxtase invadiu-me. Por alguma razão, eu gostava dos efeitos que tinha nela.

            - Jake, vejo que já voltaste da casa do Sam. – Disse o meu pai. Só naquele momento é que notei que tinham passado apenas uns segundos desde que entrara em casa. – O Seth não vinha contigo?

Olhei para o Seth, que estava junto do balcão da cozinha, calado e apreensivo. Agia como se eu fosse explodir a qualquer momento. No entanto, não liguei, e voltei a olhar para o anjo que estava a minha frente. Havia algo que me atraía para ela, que me puxava na sua direcção.

            - Estou aqui. – Disse Seth, aproximando-se – Billy, não acha melhor…?

            - Acho – Disse o meu pai, interrompendo Seth – Acho melhor irmos lá para dentro e darmos-lhes alguma privacidade.

Seth olhou-o como se ele fosse maluco, os seus olhos quase a saltarem-lhe das órbitas. O coração do anjo voltou a disparar, assim como o meu. A simples ideia de ficar a sós com o meu anjo… era bom demais.

No entanto, o meu pai continuou com a sua expressão calma e serena, e empurrou a cadeira de rodas em direcção ao quarto e chamou Seth para ir com ele. Embora a contragosto, Seth seguiu-o, e ficámos apenas eu e o meu anjo na sala.

            - Jake – Voltou a dizer, agora mais alto. A voz dela era como ela, incrivelmente linda, melodiosa. Eu gostava de como o meu nome soava dito por ela. – Olá.

            - Olá – Respondi, como um idiota. Ela sorriu. – Er… Desculpa perguntar-te, mas… - Parei um pouco, constrangido – Nós já nos conhecemos? – O sorriso dela desapareceu imediatamente do seu rosto, e a expressão que apareceu na cara dela fez o meu coração apertar-se no meu peito. Parecia que ela tinha levado um murro no estômago, como se a tivessem magoado. Eu só queria chegar até ela e abraçá-la e pedir-lhe desculpas, mas no momento em que eu me preparava para o fazer, a sua expressão voltou ao normal – ainda que sem o sorriso.

            - Eu sou a Nessie. – Apresentou-se.

Nessie? Eu lembrava-me daquele nome, era o nome que o sanguessuga me tinha perguntado se eu conhecia. Era o nome que Sam ficara tão perplexo por eu não me lembrar. Renesmee, era o nome do meu anjo.

            - Renesmee? – Perguntei. Queria ter a certeza de que era mesmo ela. O sorriso que surgiu no seu rosto fez-me ter a certeza de que era mesmo.

            - Sim, sou eu, Jake. – Ela disse, dando um passo na minha direcção – A Ness.

Renesmee

            - Renesmee? – Perguntou ele. Não consegui conter o sorriso que me invadiu os lábios quando ele disse o meu nome. Ele lembrava-se no meu nome.

            - Sim, sou eu, Jake. – Disse, aproximando-me lentamente dele – A Ness. – A tua Ness, quis dizer, mas sabia que não podia. Ainda era cedo demais para lhe contar.

Fui-me aproximando, muito lentamente e sem quebrar o contacto visual com ele. O meu corpo implorava por ele dolorosamente, mas eu sabia que tinha de me conter. À medida que caminhava na sua direcção, senti o coração dele acelerar, e o meu seguiu-o instantaneamente. Estávamos sincronizados, tão profundamente que até mesmo as partes dos nossos corpos que não conseguíamos controlar batalhavam para se manter em uníssono.

Estava tão perto dele que conseguia sentir o calor que emanava do seu corpo. Continuávamos a olharmo-nos, era impossível desviarmos os olhos um do outro – eu via nos olhos dele que era tão difícil para ele quanto era para mim.

Levantei o braço e levei a minha mão direita à sua bochecha. Ele fechou os olhos, mas não se afastou. Vendo que ele também não me afastava, levei a minha outra mão a sua face, e ele agarrou a minha mão com a dele, mantendo-a na sua face.

O contacto com a sua pele quente fez com que um arrepio de espalhasse pela minha coluna. Era tão bom sentir a pele dele contra a minha, tão próxima de mim – não próximo o suficiente, queixava-se o meu corpo. Eu precisava tanto dele - do meu Jacob, que era doloroso estar assim, tão perto e tão longe dele.

            - Quem és tu? – Perguntou-me, ainda com os olhos fechados e a mão a segurar a minha no seu rosto. A sua voz estava rouca, grave, e isso só fez o meu coração acelerar mais uma vez.

            - Sou a Ness, Jake. – Respondi, deslizando a minha mão livre para a sua nuca, brincando com os cabelos dele.

Ele abriu os olhos, grandes e escuros, e eu vi-me reflectida neles. Sorri-lhe, mas ele não me sorriu de volta. Estava pensativo.

            - Como é que os Cullen te conhecem? – Desta vez a sua voz estava fria, como se algo o perturbasse.

            - Os Cullen são a minha família. – A nossa família. Sorri-lhe docemente, mas ele congelou quando ouviu as minhas palavras. A sua expressão tornou-se áspera e grave, e a forma como ele olhou para mim disse-me que havia algo de errado.

            - O que é que disseste? – Disse, olhando fixamente para mim – Tu és uma Cullen? – Assenti com a cabeça, confusa. – Tu és uma sanguessuga? – Ele cuspiu as últimas palavras, e olhou-me como se tivesse nojo de mim. As lágrimas invadiram os meus olhos sem eu poder tentar controlá-las. O olhar dele doía demasiado.

            - J-jake – Tentei dizer, entre soluços – Não Jake, eu…

Ele não me deixou dizer mais nada. Em vez disso, disse algo que eu nunca imaginei que o meu Jacob fosse capaz de dizer.

 


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Notas finais do capítulo

oiee meus amores antes de mais nada, obrigado por todos os comentários fico muito contente que gostem da fic e que acompanhem e a todos os novos leitores, sejam bem vindos
finalmente o jake e a nessie se reencontraram! o que será que vai acontecer daqui para a frente? só lendo pra saber bjos ;*