Addicted to love escrita por Caramelkitty


Capítulo 2
Conhecendo Nath, ou melhor, caindo em cima dele!


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito? (sim, eu sei que demorei um pouco -.-)
Aqui está um novo capítulo a cheirar a novo como as páginas de um livro. Acabei de escrevê-lo agora, todo de uma vez kkk.
Então vamos lá! Ah, só para que conste, a personagem que narra o capítulo muda, tá? Não é mais a Alex a contar a história nesse cap.



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Escola nova, vida nova. Quando recebi a notícia da mudança fiquei perdida num vórtice de emoções. Alívio porque todo aquele sofrimento tinha terminado, nervosismo e medo, porque tudo poderia começar de novo, expectativa e esperança de começar de facto uma nova vida, com amigas de verdade. Mas bem, talvez seja melhor eu ficar quietinha, no meu canto. Se der pouco nas vistas e não me meter no caminho das populares, então talvez todos aqueles problemas possam ser evitados.

Olhei em volta com apreciação. Assim que entrara no recinto escolar, decidi que iria pesquisar todos os locais acompanhada por mim mesma e somente. Eu estava mais habituada assim, gostava mais assim. E olhem onde os meus passos me levaram. À biblioteca. Eu adorava bibliotecas e qualquer local em que eu ficasse rodeada de muitos livros. Talvez no fundo eu seja apenas uma garota que quer fugir à realidade e encontra a sua fantasia nesses mundos alternativos. Acresce o facto de que a biblioteca é um local sossegado e, normalmente, nunca está muito cheio. Odeio multidões, odeio barulho e não posso dizer que gosto de pessoas. Para os meus pais eu sou apenas uma sem sal, uma estranha que partilha o mesmo teto que eles. Para as minhas amigas... prefiro nem falar sobre isso, apercebi-me à pouco tempo que não tenho amigas. Acho que só posso contar mesmo com o meu gato Silvester. Ele é o único em quem posso confiar.

Avancei entre as estantes e procurei com os olhos algo que me parecesse interessante. Foi aí que eu avistei, na prateleira mais alta, o último volume da saga das Pedras Mágicas, eu procurara por várias livrarias. Estava completamente embrenhada naquela saga. Estiquei-me toda para conseguir o livro mas os meus dedos nem roçaram ao de leve pela lombada.

«Como eu odeio ser baixinha!»

Coloquei-me sobre a ponta dos pés e, num impulso, finalmente consegui pegar o livro. Mas a parte má de toda a história foi que eu me desequilibrei e acabaria por cair para trás se alguém não me segurasse no preciso momento.

Consegui virar-me, apesar da pessoa ainda me agarrar, e fiquei vermelha como um morango maduro quando percebi que estava nos braços de um rapaz. E que rapaz, devo acrescentar. Loiro e com doces olhos âmbar. Um gato! Ele vestia uma camisa social branca com botões dourados e um bolso no lado esquerdo, este com duas canetas dentro, uma gravata azul e uma calça caqui. Calçava um par de sapatos sociais marrom.

– Você está bem?

Eu, como é natural, não consegui emitir qualquer som, fiquei apenas ali, estática, como uma idiota.

– Eu sou Nathaniel, o representante da turma. Nunca te vi pela escola, por acaso és uma das alunas transferidas?

Eu acenei com a cabeça. Se eu soubesse que o representante era tão gato assim talvez eu tivesse seguido os conselhos da diretora e ido diretamente ao grêmio, para pedir informações sobre a escola. Mas, como sempre, decidi agir por conta própria impulsionada pela minha timidez.

Ele apanhou o livro do chão e entregou-mo.

– Toma, era este que querias, certo? Ele caiu em cima da minha cabeça.

– Ah, desculpe. – Murmurei corando ainda mais. O livro tinha um volume que já não era de se desprezar, pobre Nathaniel.

– Não faz mal. Precisas de alguma ajuda?

– Não, muito obrigada.

– Se precisares, podes encontrar-me no grêmio!

Ele era, decididamente, muito gentil e prestativo. Só que eu não podia me dar ao luxo de aceitar a ajuda dele. Decerto iria conseguir fazer figura de idiota mais cedo ou mais tarde.

Saí da biblioteca, ainda a pensar no loiro, pelo que trombei com alguém no corredor. Nada de muito invulgar, eu caio sempre pelo menos uma vez por dia e mais de metade das vezes levo alguém comigo de arrasto. E, normalmente, essa pessoa fica a odiar-me pelo resto do ano escolar. Dessa vez não foi diferente.

– Olha por onde andas, sua anã! – Reclamou a rapariga com quem eu tinha chocado.

Ela tinha longos cabelos loiros cacheados, olhos azul turquesa e um sinal na pele abaixo do olho esquerdo. Vestia uma bata bege e uma calça jeans. Como acessórios usava grandes brincos de argolas, um colar, todos dourados com detalhes em turquesa, e duas pulseiras. Usava também um cinto marrom na cintura, com uma fivela redonda e uma faixa azul clara e calçava um par de botas marrom com uma tira turquesa na parte superior.

– Desculpe, foi sem querer. – Murmurei.

– Se fosse de propósito tu ias ver! Mas... – Ela analisou-me de cima a baixo. – Mas o que és tu? Algum tipo de criatura do planeta Feius? Que tosca!

Senti as lágrima virem-me aos olhos, porque fora exatamente assim que tudo começara na outra escola. Com comentários sobre a minha aparência. É que além de baixinha, eu sou muito feia.

– O que está a acontecer aqui? – Ouvi uma voz feminina exclamar com segurança.

Olhei para a portadora da voz e vi que era uma garota, mais ou menos da minha idade. Ela tinha curtos cabelos roxos, olhos castanhos e trajava uma blusa preta, sem mangas com a marca de um batom no meio e uma calças jeans rasgadas, com uma correntinha do lado direito.

– Olhem só, parece que fugiram duas palhaças do circo! – Continuou a garota loira a troçar.

– Vai-te foder, sua anta loira! Palhaça é a tua mãe e todos os familiares que tiveres.

Olhei desconfortavelmente de uma para a outra. Até que a garota de cabelos roxos reparou em mim e, quando me apercebi, vi-me arrastada para a outra ponta do corredor.

– Aff, não suporto essas mimadas! – Resmungou para consigo. Virou-se para mim e eu recuei com algum receio. Ela abriu um enorme sorriso. – Olha, eu não mordo, sabes? Quer dizer, só nos rapazes!

Não sabia como responder, por isso fiquei calada.

Ela continuou.

– Sabes, vou ter aula de História agora e não faço ideia onde é a sala. Saberias dizer-me por acaso?

A minha maior vontade era dizer que não sabia de nada, porque era novata, e sair de perto dela o mais rápido possível. Mas isso seria mentir, porque eu decorei o mapa inteiro da escola. Além disso, eu também ia ter aula de história. Maneira perfeita de descobrir que aquela rapariga era da mesma turma que eu. No entanto, eu estava em dívida para com ela.

– Eu também vou ter a mesma aula. Eu posso levar-te à sala!

– Bestial, eu sou a Alex!

– Cristaly!

Estava decidida a levar a garota até à sala e nunca mais me aproximar dela, porque parece ser do tipo que só arruma confusão e problemas. Mas Alex era muito insistente e acabou por falar tanto e perguntar tanto que as minhas barreiras anti sociais foram quebradas.

– Filha única, Cris? Sortuda, menina! Eu cá tenho um irmão que é uma autêntica peste! Aquele putinho de um caralho. Mas eu amo muito ele. Brigo muito, mas sabe como é, né? Ah pois, não sabes, esqueci que é filha única. E quanto a rapazes, hein? Já viu algum que preste? Eu já andei dando umas olhadas por aqui e até vi alguns bem giros.

– Hã... eu não me interesso muito por rapazes. – Respondi, tentando afastar da minha mente a imagem do loiro que conhecera na biblioteca.

– És lésbica?

– Não. Eu não me interesso muito por pessoas.

– Ah, tá, és do tipo tímido ou anti social?

– Acho que um pouco dos dois.

Entramos na sala. Sentei-me numa das carteiras da frente e, para meu enorme espanto, Alex sentou-se ao meu lado, na mesma carteira que eu. Pensei que iria querer ficar com uma companhia mais interessante. Ela tentou conversar comigo durante a aula, mas eu sempre cortava, porque não sou de ficar a conversar durante as aulas.

Alex acabou dormindo em cima da carteira.

– Senhorita, se queria dormir, tivesse ficado na cama! – Criticou o professor aproximando-se da nossa mesa.

Alex acordou estremunhada.

– Bem que eu queria mas o despertador não deixou! – Alex reclamou fazendo todos rirem.

Alex é de facto louca. Mas será estranho dizer que gostei dela?

Senti que estava a começar a formar novos relacionamentos. A ver se não me arrependo desta vez!


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Notas finais do capítulo

E foi isso por hoje, espero que tenham gostado.
Não é difícil calcular que a garota loira é a Ambre.
E se querem saber... Alex está a tornar-se, rapidamente uma das minhas personagens preferidas. Ela é impulsiva, diz tudo o que pensa e está pouco se importando para o que os outros pensam dela. E eu sou como a Cristaly, tímida e chorona :P
Até ao próximo cap!



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