Vancouver's Heroes escrita por reduza


Capítulo 5
R.P.G. parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505718/chapter/5

P.O.V. John


— Eu quero a Lucy, o John, o Thomas, o David, a Victoria, o Wesley, a Nicole, a Paty e a Emily. — disse Alex.
— Emily está em uma missão agora — falou o diretor — Mas se tudo der certo volta hoje.
Emily é a namorada do Thomas, que ele me acusou de dar em cima dela. Ela é ruiva e domina fogo igual a mim. Saiu em uma missão no Alasca pra fazer não sei o que, acho que matar um monstro da neve gigante. De repente ouvimos assovios e aplausos, saímos da sala do diretor imediatamente, pois sabíamos o que isso significava.
— Matamos o desgraçado! — era a voz da Emily.
Ela e outros adolescentes estavam sendo carregados por multidões. Emily carregava duas cabeças de dragão-feroz-da-neve uma em cada mão. Esses dragões costumam ter duas cabeças. Ela sorria bastante, orgulhosa, pois não é todo dia que alguém mata um desse. Quando o seu olhar encontrou o de Thomas, ela saiu correndo para abraça-lo. Eles se beijaram desesperadamente por um longo tempo.
— Que drama — falei — vocês só passaram 3 dias sem se ver, nem era uma missão tão suicida.
Eles pararam o beijo para recuperar o fôlego.
— Cala a boca, foguinho — falou Emily, olhando nos olhos de Thomas — Você nunca amou ninguém. E não é drama, é amor. Quando você sentir isso, vai saber.
Nunca amei ninguém?!! Tá eu acho que é verdade... Nunca senti nada tão forte por alguém, nunca tive química com ninguém. Só fiquei com garotas no jogo da garrafa e acho que nunca ninguém gostou de mim. Mesmo assim, continuo achando dramático. Já estava anoitecendo, Nicole estava saindo da aula naquele momento, e minhas aulas começariam já.
— Pessoal da aula da noite, melhor começarem a se arrumar — disse o diretor.
Eu, Victoria, Thomas, Lucy e David subimos para nossos quartos. Eu divido meu quarto comAlex e outro garoto chamado Bob. Na verdade ele não tinha nome, encontraram ele nas ruas deLos Angeles durante uma missão, descobriram que ele tinha poderes — de água — deram um nome e o trouxeram para cá. Ele estava no quarto quando entrei.
— Hey, Bob. Como foi a aula?
— Ótima. Hoje eu terminei de ler meu primeiro livro, cara!
— Parabéns! Continue assim.
Peguei uma camiseta branca com o nome preto 'New York', um jeans escuro , um tênis all star (pois estava de chinelo) e um boné aba reta vermelho com o nome POWER preto. Entrei no banheiro, tomei banho e saí pronto para a aula que começaria em 25 minutos. Desci para o refeitório e fiquei sentado em uma cadeira mexendo no celular.
— Buuh! — empurraram meus ombros.
Dei um pulo com o coração acelerado. Mas quem foi o filho da puta que... Lucy. Ela estava rindo da minha cara enquanto eu estava com os olhos arregalados e a mão no peito, sentindo meu coração a mil batimentos. Merda, deixei meu celular cair. Lucy se abaixou e o pegou para mim.
— Foi mal pelo celular — ela disse me entregando ele, ainda em perfeito estado — Você tinha que ver sua cara.
— Ha. ha. ha... Você quase me mata do coração! Espero que não faça isso com frequência, pois se não vai acabar me matando de ataque cardíaco... E aí, preparada para a primeira missão?
— Não sei. É uma missão meio suicida. Nós provavelmente teremos que lutar contra um colégio cheio de alunos com super poderes que nem nós e um cara super poderoso por conta do cajado.
— Não tinha pensado nisso.
Ela me encarava com aqueles lindos olhos atualmente verdes, como se quisesse dizer algo, mas hesitou.
— E então... Você deu em cima daquela tal de Emily mesmo?
— Não, isso foi um mal entendido. Thomas é bem ciumento, sabe? Daí uma conversa que tive com a Emily ele pensou besteira. Longa história. — a campainha tocou — Vamos indo.


P.O.V. Alex


Eu iria liderar minha própria missão, isso é o máximo! Escolhi meus amigos, as pessoas mais qualificadas para participarem. Eu acho que se os integrantes do grupo forem amigos, a missão sai mais bem sucedida. Eu não conhecia muito bem a Paty, mais imaginei que seria uma ótima escolha. Eu estava com ela no estádio enquanto anoitecia, assistindo a um jogo entre amigos.
— Uma coisa que milagrosamente eu ainda não perguntei. Qual seu poder?
— Quando eu tinha 13 anos, descobri que eu podia mover objetos com o poder da mente. Não contei para ninguém, até eu começar a ter visões do futuro, uns meses depois. Contei para meu melhor amigo, o Dennis. No começo ele não acreditou mas depois eu o fiz acreditar. Dias depois eu descobri que poderia fazer isso...
Ela sumiu do meu lado e apareceu na outra arquibancada. Depois voltou.
— Eu posso me teleportar! Maneiro, né?... Quando contei para meu pai eu descobri que minha mãe era igual a mim. E hoje estou aqui, onde minha mãe já esteve. E você?
Não falei nada, apenas fiquei invisível, depois voltei. Invoquei um pouco de vento e mandei em direção dela.
— Também posso aparecer nos sonhos que qualquer pessoa a hora que eu quiser.


P.O.V. Victoria


A aula de geografia tava um saco. Eu sentei atrás do John hoje, e pude perceber que ele estava olhando muito para Lucy, que estava sentada ao nosso lado. Trocavam olhares de vez em quando e tals... Mas que poha tá acontecendo aqui?! Eles nem se conhecem direito. Ou conhecem? Dei um tapa na nuca dele, e lhe entreguei um bilhete que tinha escrito: Hum... Não pude deixar de perceber a troca de olhares entre você e a novata. Andam se pegando, é? Ele virou-se e me olhou com uma expreção sarcástica como se estivesse dizendo: não é nada disso. O olhei de volta com uma cara de desconfiada e depois sussurrei:
— Humhum, tá.
A aula acabou às 23:30. Estava morta de sono, me despedi do John e da Lucy e fui logo para meu quarto. Me deitei com a mesma roupa e dormi instantaneamente. Sonhei que estava com o David em um barco, em pleno mar. Ele usava regata branca e calça jeans. O sol estava se pondo, dando uma vista linda. Peguei meu celular do bolso e tirei umas fotos. Quando coloquei ele de volta no bolso, David pegou em minha mão, me puxando para um beijo. Melhor. Sonho. Da. Minha. Vida. Ouvi risos atrás de nós. Alex.
— Vocês formam um belo casal! Foi mal atrapalhar.
Parei um pouco para absorver a informação. Merda. O David que estava no meu sonho era mesmo o David! Ele pareceu perceber a mesma coisa. Esse Alex... Ele também pode juntar várias pessoas em um sonho, uma saideira com os amigos enquanto dormimos seria massa. Fico me perguntando por que ele nunca fez isso.
— Ei!!! — David estava corado e acho que eu não estava muito diferente.
De repente eu acordei com a campainha barulhenta tocando. Tomei banho, vesti uma camiseta preta e short jeans. No refeitório já estavam Lucy, Alex, John, Wesley e David.
— E aê — me sentei com eles.
— Oi — todos disseram em uníssono.
Bom dia meus alunos! — A voz do diretor nas caixas de som ecoou pelo colégio todo — Gostaria de anunciar que hoje terá RPG.
Todos ficaram bem animados, e claro, eu também.
— O que é um RPG? — perguntou Lucy.
— É um jogo, ué. — respondi — você vai ver.
— Não jogamos faz um bom tempo — disse Thomas, sentando-se com a namorada — Vamos ficar todos em um time só, certo?
— Vamos tentar.
Um fucionário apareceu com dois papéis e os prendeu no quadro. Paramos de comer e fomos correndo até ele, e todos do refeitório também. No primeiro papel tinha dizendo o local: Na fazenda, claro, e o horário: 16:00. Sortudos que estudam de tarde (Nicole e Emily) não teriam aula hoje. Como na maioria das vezes o jogo demora, é provável que a galera da noite também não tenha. Na segunda folha tinham as instruções e regras do jogo.


Times decididos antes do início do jogo. Cada time terá dois líderes que escolherão os integrantes, a posição inicial e estratégia da batalha. Todos os 3 times lutarão com o objetivo de achar a estátua de mármore da águia. Proibido matar outro aluno deste colégio mesmo por acidente. Flechas só se forem de borracha, caso alguém tente entrar com flechas normais, será expulso do jogo. Permitido o uso livre de seus poderes (Alunos com visão raio-X não são permitidos de jogar). O time vencedor não ganhará nada, só para deixar claro. Um bom jogo para todos. Os líderes dos 3 times são: time 1 = Tiffany Rodriguez e Gerald Miller. Time 2 = Victoria Green e Daniel Jackson. Time 3: Josh Adams e Ellie Miller (irmã do Gerald)


Ótimo, eu era líder de um time de RPG, e não é minha primeira vez. Procurei o Daniel na multidão de Alunos que vinham ver quem eram os líderes. Alguém tocou no meu ombro, o Daniel.
— Aí está você — falei — como vai ser o sistema de recrutamento? Não podemos pegar qualquer um.
— É sobre isso que eu quero conversar com você — ele disse me puxando para o corredor praticamente vazio.
Daniel era bem pálido e loiro com os olhos claros. Incrível como eu nunca o via sem casaco de moletom, mesmo nos dias mais quentes. Seu poder era a natureza, plantas e coisas do gênero.
— As melhores pessoas vão ser logo recrutadas, temos que ser rápidos.
— Já tenho 9 amigos excelentes garantidos. E as armadilhas?
— É mesmo. O Hugo é o cara mais foda pra montar elas.
— Então é melhor o chamarmos logo!
Saímos correndo até o refeitório e Hugo se destacou por ser único comendo tranquilamente em sua mesa enquanto um mar de gente tentava ler os papéis.
— Oi, Hugo — falei, me aproximando dele.
— Sou líder?
— Não.
— Ah, então vocês são líderes e querem me recrutar?
— Isso! — eu eDaniel falamos em uníssono.
— Me deem um bom motivo.
— Hugo — disse Daniel — você ó maior montador de armadílhas do colégio, teríamos bastante vantagem se você viesse. Você é o fodão, quando a galera perceber que você está no nosso vão querer entrar.
— Virei isca?
— Não — eu disse, me sentando — Você tem um ótimo potencial e com você podemos ganhar! Já estamos com algumas pessoas ótimas como o John, o Thomas... As referências de gelo e fogo do colégio. Você vem ou não vem?
— Tá legal, eu vou.


P.O.V. Nicole


Às três e quarenta da tarde todos já aguardavam o início do jogo. Um mar de alunos se concentrava no portão da fazenda, sentados nas cercas e em pé conversando. Eu não estava utilizando nenhuma arma, irei usar apenas meus poderes nesse jogo. Vi que Victoria chegava com o Daniel. Ela estava com um arco, uma aljava cheia de flechas nas costas e uma adaga amarrada em sua cintura. Daniel estava com uma pá — que eu sei que ele sabe usar muito bem — e também uma adaga amarrada em sua cintura. O nosso time está ótimo, podemos ganhar de lavada, mas os outros também são fortes e tem suas técnicas.
— Nicole — Victoria se aproximou com Daniel — Vire um pássaro ou coisa parecida e sobrevoe o campo. Vá em busca de locais onde poderemos montar nossa base, e rápido.
Assenti, virei um corvo e entrei voando no grande campo. Ninguém era autorizado a entrar até que o jogo começasse, mas também ninguém poderia impedir de que um humilde corvo sobrevoasse a área. Eu amo meus poderes! Avistei um local maneiro. Um lago, e em volta dele dava para armar barracas (sério, nunca se sabe, um RPG aqui pode levar dias!). Havia um rocha debaixo de uma árvore... Perfeito, vou voltar. Todo o nosso time estava reunido em um canto perto da fazenda/campo/sítio. Voltei a minha forma humana.
— Eu achei um ótimo lugar para formarmos nossa base. Fica próximo ao campo de milho. É um lago rodeado de árvores e um excelente local para armar barracas, se nescessário.
— Ótimo, faltam nove minutos para começar o jogo — disse Daniel — Cada equipe vai entrar uma por uma numa diferença de 5 minutos, entenderam? — assentimos — Seremos os segundos a entrar. Estão todos aqui? Vou fazer a chamada.
Ele começou a chamar o nome de todos em ordem aleatória. Só na nossa equipe tinham 310 alunos. Não pense que as probablilidades de nascer com poderes e obter eles por meios radioativos são grandes, não. É que esse colégio é um dos únicos (achei que fosse o único há uns dias atrás, mas fazer o que né) e muitos alunos vêm de todos os lugares do mundo para estudar aqui, por isso tanta gente. A equipe um tem mais alunos por conta dos líderes serem mais populares. Dane-se, nós somos os melhores. Tiffany vadia vai ver só.
— Equipe um autorizada para adentrar no campo — Essa voz nas caixas de som era do Derek, pai do John — Vocês têm alguns minutos até a entrada do próximo time. Um bom jogo para vocês.
Eles começarama entrar agitados e gritando.
— Espero que eles não peguem nossa base — disse Lucy.
— Eu cuido disso — virei um corvo novamente e saí voando para dentro do campo.
Para nossa sorte eles se alojaram em um galpão velho, muito bom por sinal. Sobrevoei longe, não podia deixa-los saber que estava os espionando. Mesmo assim, não teria provas concretas que era realmente eu lá, mas tudo bem, não vale a pena o risco. Tiffany estava tendo uma conversinha particular com o Gerald e pus tudo em risco me aproximando. Achei melhor virar um animal menor que um corvo. Rato, foi a primeira coisa que eu pensei.
— Quer dizer que você não tem um plano? — a patricinha estava brava.
— Nem você! Vamos destribuir armadilhas por aí. Onde está o Hugo?
— Não sei, ele está no time dois.
— Estamos falidos! Isso é um RPG, é estratégia. E agora? Não temos mais tempo para pensar!
— Você devia ter organizado tudo de tarde!
— Eu?! Nós dois, sua vadia! — ela pareceu ofendida — Não bote toda a culpa em cima de mim. Não tenho culpa se enquanto eu lhe procurava você estava dando em cima de todos os garotos do colégio! — Ele se aproximou de seu ouvido como se fosse sussurrar algo, mas gritou — Vadia!
Caralho, eu comecei a gostar desse Gerald. Quando percebi, o time todo estava escutando a briga dos dois na sala ao lado. Gerald deu meia volta, saiu do galpão, virou um pégaso negro e saiu galopando. É, nós temos o mesmo poder. Também achei que era minha hora de ir. Quando cheguei, eles já estavam entrando no campo. Voltei a minha forma humana e comecei a acompanha-los.
— E aí? — me pergutaram.
— Os líderes estão brigados e eles não têm a mínima ideia do que vão fazer. Vamos vencer.
Todos os trezentos começaram a gritar algo não sincronizado que não consegui identificar. Vitória, eu acho, e depois mudou pra: morra Tiffany vadia! O celular de alguém começou a tocar.
— Puta que pariu! — reclamou Victoria — O que eu falei sobre os celulares na batalha, hein?
— Me desculpe... — Lucy atendeu.
Do jeito que ela falava com ele, eu podia jurar que era seu namorado mesmo sem dizer frases como “meu amor” e “te amo”, ou eles se gostavam. Um tal de Sam.
— Sammy, eu estou no meio de uma coisa muito importante agora, depois eu explico tudo a você. Eu ligo quando terminar, xau.
John a encarava.
— Que foi!?
— Você disse que não tinha namorado.
— Não tenho. E não é da sua conta.
É ipressão minha ou o John... Não, nem pensar. Esse aí nem sabe o que significa amor. E com a Lucy? Fazem só três dias que ele a conheceu, mas nunca se sabe, né? Além do mais, algo me dizia que o coração de Lucy pertencia a esse tal de Sam. Fomos todos em silêncio até nossa base caminhando, pois queríammos poupar energia para a batalha. Você deve estar pensando ao contrário, mas voar cança, cara! Quando chegamos, ouvimos gritos de longe.
— Eles foram liberados — disse Victoria — só temos mais 15 minutos agora, vamos!
Monta barraca, faz fogueiras, prepara armas, monta armadilhas... Tudo foi feito muito rápido, ainda mais com 310 pessoas trabalhando juntas. Em 15 minutos a procura da estátua já era liberada. Os médicos do time já estavam se preparando, os arqueiros treinando e os demais checando toda a base. John e David estavam cuidando de fazer a muralha com a ajuda de mais 5 pessoas. As bruxas e os bruxos estavam em sua cabana preparando poções de cura e veneno. Eu estava assistindo tudo da parte mais alta da pedra. Ouvi o som de uma trombeta e meu coração disparou. Começou!


P.O.V Emily


Estavam todos agitados, correndo para suas posições. No alto da pedra eu vi um tigre siberiano. Nicole. A tigresa desceu em disparada para a base, tomou um pouco d’água no lago e correu para o campo. Antes que ela saísse, gritei:
— Nicole! — ela virou-se — cuidado.
Ela me lançou um olhar de “eu sei o que faço”. Nunca pensei que tigres tinham tanta expreção assim. Voltei minha atnção no que devia. Estava armada somente com arco e flechas, mesmo não sendo muito fã. O bom é que minhas flechas pegavam fogo, amo queimar inimigos. Subi na rocha afim de ter uma visão melhor do campo, e percebo alguém me seguindo.
— Foguinho! — sei que o John odeia esse apelido, mas é por isso mesmo que eu o chamo assim — E aí, o que você quer?
— Vamos fazer uma dupla? Fogo com fogo.
Eu parei 3 segundos para pensar a respeito. O John era ótimo utilizador das chamas, péssimo arqueiro, irritante, porém inteligente.
— Claro, vem. — ele se aproximou, tendo uma vista de boa parte do campo — Tá vendo a Nicole? — ele assentiu — aposto que ela vai direto para a base inimiga, vamos segui-la.
Desci a pedra e ele me seguiu. Fomos até onde os cavalos estavam amarrados e peguei um QM (Quarto de Milha) branco. John resitou em pegar outro cavalo, pois a cavalaria iria precisar. Montou em meu cavalo e fomos silenciosamente seguindo Nicole de longe. Ela entrou na mata e tivemos que descer do QM, pois era um pedacinho de uma floresta um pouco fechada, o cavalo não conseguiria passar. O escondemos um pouco mais e amarramos em uma árvore. Se um time inimigo visse, iriam saber que há alguém na floresta e isso não seria nada legal. Acho legal o colégio ter esse campo enorme para esses jogos bem legais que só não divertem, aprendemos coisas novas com eles tambem.
— Olha só isso — John apontou para uma direção. Um galpão velho cheio de inimigos. Nós tínhamos perdido a Nicole de vista e isso não era nada bom. No galpão estava escrito “alojamento do time quatro. 1927”. — Um alojamento dos jogos de antigamente! Maneiro.
— Nunca vi isso aqui.
— Nem eu. Vamos lá?! — puxei-o pelo braço.
— Calma, não é assim não. Eles podem ter armadilhas também, né mocinho?
Ele fez uma cara de “Ah, é mesmo”. Estudei o local e a posição das pessoas, eles parceiam não ter esperanças.
— Vamos pessoal! — gritou Tiffany. — Assim não venceremos mesmo!
— Cala a boca Tiffany — um cara falou mais baixo em um tom mais calmo — Cale. A. Boca.
Cara, vocês deviam ter visto a cara dela! Deu meia volta e saiu desfilando. Ridículo. O time que mais a gente temia estava falido, temos que contar aos outros. Ah, Nicole já falou, é mesmo. Avistei uma rocha um pouco alta perto de nós.
— John, olha. Vamos ter uma vista melhor do acampamento deles.
Nós escalamos a rocha e lá de cima tínhamos a vista de toda área.
— Eles não estão tão falidos assim — disse John sentando-se — Eles têm mais soldados que nós. Pra quê estratégia? É praticamente só sair procurando uma estátua de mármore.
— Você sabe que os caras desse time são idiotas, né?! — ele assentiu — são aqueles que não batalham para conseguir nada, querem tudo nas mãos. Entraram no time da Tiffany e do Gerald porque, bem... É a Tiffany e o Gerald. — me sentei, abri minha mochila e peguei minha garrafa d’água — Se eles tivessem determinação, talvez pudessem vencer.
— Não sei o que eles veem na Tiffany.
— Não sei como ela conseguiu ser popular. — dei um gole — Cadê a Nicole?


P.O.V. Nicole.


Eles acham que eu não percebi que estavam me seguindo. Há. Consegui me livrar rápido entrando na mata. Achei que um tigre siberiano chamaria muita atenção e mudando de animal dispistaria mais fácil o John e a Emily. Pronto, um gato preto tá ótimo. Ouvi vozes na minha frente e quando me aproximei percebi que Gerald conversava com uma pessoa de nosso time.
— Você vai dar um geito de trazê-los até aqui, entendeu? — o cara assentiu — Vai ser a pegadinha mais maneira já feita nesse colégio — eles começaram a rir, e eu miei, daqueles miados bem feios.
— Quem tá aí? — perguntou o garoto.
— Ah, Nicole — disse Gerald — Ótimo. Já era.
Até parece que minha equipe iria topar vir aqui a mando desse estranho. O que eles iriam fazer? Eu saí correndo. John e Emily estavam no alto de uma rocha, e acabaram me vendo. Eles não puderam gritar para que eu parasse, pois estávamos bem ao lado de uma base inimiga, seria suicídio. Apenas tentaram me seguir. Tentaram. Virei uma águia assim que saí da floresta e saí voando até nosso acampamento. Chegando lá, fui logo falar com Victoria sobre o intruso. Todos pararam o que estavam fazendo para me ouvir.
— Quem é esse garoto? — perguntou Victoria sem nenhuma expreção no rosto;
— Ele é loiro, pele clara e usava várias pulseiras e correntes.
— Hum, não é de me impressionar — disse Daniel.
— Você o conhece, Daniel? — perguntou Victoria.
— Claro, é o braço direito do Gerald.
— Por que você não falou isso antes de recrutarmos ele?!
— Ele jurou que não tinha essas intenções!
Victoria fiou encarando o Daniel como se dissesse “meu Deus como você é burro!”.
— Tá, esquece. Vamos à procura dessa águia que é mais importante. Wesley e Thomas, vocês podem vir comigo? — eles, que estavam checando as armadilhas, assentiram e pegaram seus cavalos. — Vocês também cuidem em formar grupos e sair procurando a estátua. — saíram galopando do acampamento.
Fomos eu, Lucy, John e Emily a pé pelo campo.
— Se vocês fossem o diretor Davis — falei — onde esconderiam a estátua?
John simplesmente sentou-se lá na grama no meio do campo e começou a pensar. Emily fez a mesma coisa. Estávamos exaustos e pingando de suor, o sol estava insuportável.
— Sabe o que eu acho? — disse Lucy — Que estamos gastando toda nossa energia aqui, que pode ser usada com algo mais importante.
— Vamos descansar aqui — falei, me sentando — Depois quem sabe eu viro um dragão grande para carregá-los...
— Tá vendo?! — John apontou para mim com uma garrafa d'água na mão — isso é que é amiga!
Lucy finalmente resolveu se sentar.
— Estamos indefesos aqui. Um alvo fácil. Melhor irmos para aquela cabaninha alí.
Olhei na direção para onde ela apontava com o dedo. Era uma cazinha bem pequena, um banheiro ou uma dispença de colheitas? Fui a primeira a me levantar e depois tive que ajuda-los um por um a levantar.
— Todos atentos. — alertou Emily — Não vamos excluir a possibilidade de isso ser uma armadilha.
Dentro da cabanhinha haviam dois bancos de madeira bem velhos por sinal. Me sentei em um deles e me apoiei na parede.
— Se eu fosse o Davis, acho que colocaria em algum lago ou coisa assim.
— Antes de saírmos eu dei um mergulho no nosso lago — disse Lucy — Nada.
— Existem outros. Só procurar.
— Se eu fosse o Davis — disse John — esconderia dentro de uma caverna.
— Ou bem ele botou debaixo de nosso nariz — Falou Emily — como só procuramos em locais mais difíeis, não prestamos atenção no básico.
— Verdade — disse Lucy — Vamos dar uma busca geral no meio das plantações também.
— Em árvores! — sugeriu John.
— Okay — disse Emily — Acho melhor nos separarmos. Eu vou procurar na floresta alí, Lucy nos outros lagos, Nicole nas plantações de trigo e John em locais como cavernas e cabanas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vancouver's Heroes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.