Contágio escrita por MrArt


Capítulo 47
Estação 3 - Capitulo 47 - Farm


Notas iniciais do capítulo

Hello!

Boa leitura!



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– Narrador On -



De um lado duas pessoas puxavam uma carroça, e de outro um rapaz estava sentado numa cadeira ao lado de uma escada segurando sua espingarda, pronto para qualquer sinal inimigo que estava por perto.

– Desiste disso cara… não tem ninguém por perto - Cristine disse enquanto descarregava o feno - Já tem dias que eles não deram um sinal sequer.

– Eles não deviam ter saído naquela chuva… não deviam - Afonso falou colocando a arma ao lado da cadeira, colocou suas luvas e começou a descarregar o feno - Agora mal sabemos se eles foram mortos por outras pessoas ou aquelas coisas o pegaram.

– Eu que não saio mais da área da fazenda, um deles quase me mordeu quando fomos reformar a cerca - Abner disse colocando seu casaco - Precisamos falar com o Don, não vamos ter comida até as plantações crescerem.

– E ninguém quer sair pra procurar as coisas depois que a Louise, Veridiana e o Pablo sumiram, vamos ter que racionar, nem os Oficiais voltaram para nos ajudar… - Cristine falou se sentando na cadeira - Só vamos garantir a remessa de água...

– Não vejo motivos para se preocuparem, já falei que os três voltarão - Don apareceu na porta de sua enorme casa, tudo naquela imensa fazenda era seu - Meus filhos não foram criados como pessoas frágeis, eles sabem o que fazer.

Louise, Pablo, Cristine e Abner eram todos irmãos, filhos de Don e Dorothy, Veridiana era sobrinha de Dorothy, Afonso a anos trabalhava para Don na fazenda, e no apocalipse se refugiou por lá.

Tudo estava bem até Louise, Pablo e Veridiana saírem para procurar alimentos e não voltarem mais. Don não queria negar que seus filhos poderiam estar mortos agora, mas sua autoconfiança sempre falava mais alto que tudo.

– Temos que crer que eles irão voltar - Dorothy disse chegando até eles, com seu carrinho de mão cheio de ovos retirado as galinhas.

– É isso? Vamos ter que comer ovo todos os dias? - Cristine falou com total repulsa - Podemos matar um dos porcos e comê-los, não vão fazer falta nenhuma, só vão gastar mais comida para alimentá-los.

– Como você é do mal… puta merda viu - Afonso falou, pegou sua arma e foi para dentro da casa.

– Precisamos deixá-los procriar mais, já matamos muitos deles - Don falou colocando suas luvas e pegando sua pá - Recolheram as mudas que eu pedi?

– Tá tudo na carroça junto com o feno - Abner disse - Quando vamos voltar com os treinamentos de tiro? Já faz dias que não treinamos.

– Assim que o Pa… - Don ia falar mas Dorothy o cortou rapidamente.

– Chega Don! Chega! - Dorothy deu um piso forte no chão e soltou o carrinho, fazendo alguns ovos caírem no chão e quebrarem - Eles não vão voltar, põe isso na sua cabeça! Nossos filhos e nossa sobrinha estão mortos! - Ela subiu correndo para dentro da casa, Cristine não pensou duas vezes e foi atrás da mãe.

– Bem que eu deveria ter ido para Ruby com Flaca e Peter, mas não, você sempre tem que estar no meio de tudo, poxa… me esqueci, você é o ditador desse lugar - Abner praticamente cuspia as palavras em cima de Don, que não demonstrava nenhuma reação, apenas seu olhar medonho e intimidador.

– Vai continuar chorando pelos seus amigos mortos? - Don perguntou cruzando os braços - Ou vai atrás da sua mãe como sua irmã inútil fez? Vocês todos são fracos, não é atoa que até agora seus irmãos não voltaram… - Ele saiu andando.



Kei On -



Dirigia o mais rápido que podia, os outros dois carros vinham atrás de mim na mesma velocidade, no banco de trás Pablo e Polly tentavam fazer o possível para manter Robert vivo, eles conseguiram tirar alguns dejetos da bala nele. Robert havia perdido uma enorme quantidade de sangue, e Helena era única pessoa com o sangue O- - Podendo doar para qualquer pessoa -, ela era a única pessoa de garantir o Robert vivo.

– Estamos quase perto, só mais uma rodovia! - Louise disse no banco de lado enquanto me informava o caminho da tal fazenda, estava colocando minhas últimas esperanças nela, depois que Bel falou que Derek morreu, fiquei desnorteada.

Apesar de não ter interagindo muito com o Derek desde que ele entrou no grupo, fiquei comovida com ele… perdeu quase todos os amigos no acampamento e teve o braço cortado, mas ele mesmo acabou tirando a vida ele… depois de ter atirado no Robert.

– Estamos perto… - Louise falou enquanto fiz uma curva e então entramos na tal rodovia - Tem um caminho de terra perto de duas placas amarelas, você entra lá e já estamos no caminho da fazenda.

– Tem certeza que esse lugar é seguro? Ninguém abandonou lá? - Perguntei meio aflita enquanto diminuía a velocidade.

– Meu pai nunca deixaria aquele lugar, aquela fazenda tem anos de existência - Louise disse pegando um enlatado de sua mochila e o abrindo - Ah… Muito obrigada por ter nos resgatado… provavelmente iriamos morrer naquele lugar com aquele bando de maníacos.

– Sem essa coisa de solidariedade agora, Kei vai mais rápido! - Polly disse enquanto terminava da fazer um curativo em Robert, que seguia desacordado.

– Se segurem… - Vi um errante no meio da rua, pisei no acelerador e rapidamente passei por cima daquela cosia.

– Maluca… - Polly falou baixo.

– É ALI! - Louise gritou espontaneamente, ela apontou para algumas árvores, depois que andei com o carro mais alguns metros, vi um enorme terreno aberto, com uma enorme casa no fundo - Vamos! Estamos perto.

Depois de alguns minutos paramos em frente a uma enorme cerca de madeira, toda pintada de branca, um pequeno portão com uma lamparina ao lado, Louise desceu do carro, fui logo atrás dela e vi o pessoal estacionar logo atrás de mim.

– É aqui? - Randall perguntou ao lado de Mitchell e A.J.

– Parece que sim - Helena falou - Não tem ninguém.

– É lógico que tem - Pablo saiu do carro e foi até o portão, puxando a trica e o abrindo.

– Tem gente vindo, espera! - Falei e o pessoal recuou um pouco.

Um homem aos poucos estava vindo em nossa direção, com algumas pessoas, ele segurava uma pá, uma moça rapidamente veio correndo abraçar Louise e Pablo, e um rapaz foi de braços abertos em Veridiana.

– Eu disse… que eles voltariam - Um homem alto falou colocando a pá no chão, com um vasto sorriso - Sejam bem-vindos!


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