Contágio escrita por MrArt


Capítulo 155
Estação 8 - Capítulo 155 - Sem Dor. Sem Ganho


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, o bb de Polly está a caminho!

Boa leitura!



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Polly tinha passado por várias situações que a colocaram a beira da morte. Sequestros, torturas, acidentes e tentativas de assassinato se tornaram frequentes na vida de uma mulher que cresceu em uma realidade diferente e foi obrigada a acabar com tudo o que prezava para sobreviver em um mundo tão cruel que havia surgido.

 

A última coisa que Polly esperava naquele novo mundo era engravidar, e por vias de como as coisas se seguiam, perder o pai de seu filho e o pior, entrar em trabalho de perto no meio de uma guerra.

 

E tudo era real. Um incrível pesadelo em que ela podia sentir todas as dores possíveis.

 

— Eu preciso de ajuda! Agora porra! - Boone gritou para Alice, que passava perto da enfermaria. Gritando de dor, Polly era colocada por Boone em uma maca, enquanto Alice voltava o mais rápido possível com Pam e Dallas.

 

— Puta merda eu vou morrer! - Polly se contorcia na cama, segurando Boone pelo pulso desde o momento que sentiu sua bolsa romper. Quando ela menos percebeu, Pam e Dallas apareceram na enfermaria vestindo um novo conjunto de luvas para socorrê-la.

 

— Você não vai morrer, isso vai passar! - Boone olhou fundo para Polly, lhe dando certa confiança.

 

— Preciso que você dê licença - Pam tentou empurrar Boone para longe, mas Polly impediu.

 

— Não! - Polly gritou com Pam em meio suas dores, segurando ainda mais forte no pulso de Boone - Ele vai ficar comigo!

 

— Mas… - Pam protestou.

 

— Pam, deixe a moça - Dallas afirmou, olhando de relance para sua parceira - Ela vai precisar de alguém do seu lado nessa hora - Disse, antes de começar aquele doloroso processo de ajudar Polly a  ter seu filho.

 

Sem ter noção que o perigo nunca esteve tão perto.

 

Nos andar inferior do supermercado, Ozzy estava sentado no degrau de uma das escadas, pensativo com todo o trauma que tinha sofrido nas mãos de Jason. Por pouco ele não tinha sido alvo de algum abuso ou ter morrido, e agora estava aliviado por estar na presença de seus amigos novamente.

 

— Ei cara… - Robert foi até Ozzy, o procurando fazia alguns minutos após sua conversa com Vasili.

 

— Robert! - Ozzy se levantou para abraçar Petterson fortemente, feliz por estar o vendo novamente.

 

— Sinto muito pelo o que aconteceu com você - Olhou para Ozzy, notando a expressão de medo que ele ainda tinha - Nós vamos nos vingar desses caras que fizeram todo esse mal.

 

— Espero que eles paguem caro por isso - Ozzy disse se encostando no corrimão da escada.

 

— Você salvou mais pessoas do que a si mesmo. É um grande herói - Robert sorriu orgulhoso.

 

— Ainda tem pessoas que ficaram para trás - Ozzy sentia que podia ter feito muito mais para tirar os bebês e Jasmine de lá - Eles mantêm muitas pessoas inocentes presas para esses malditos testes, iguais o que fizeram com você. Os atiradores que eles têm são pessoas sádicas, Jason e Deb devem ser os piores daquele lugar. Mas é claro, o Arthur e a Jessica são os que estão por trás de tudo o que ocorre durante esses anos de apocalipse.

 

— Está de referindo aos…? - Robert estava em dúvida de ele falava do mesmo homem que ele tinha discutido antes do início do ataque.

 

— Arthur e Jessica se auto proclamam os "Novos Fundadores do Apocalipse", como se eles fossem os presidentes do mundo zumbi. É uma seita de maníacos isso - Ozzy contou, ainda arrepiado por se lembrar de ter sido exposto a aquelas pessoas - Eles usam essa ideologia de experimentos para botar na cabeça daquelas pessoas que elas são melhores que os que lutam fora das cercas, mas no fim de tudo toda essa bobagem de liderança não significa nada. Aquela base é a última coisa que restam deles.

 

— Estamos a um passo de acabar com isso. É inacreditável - Robert estava perplexo com tudo k que Ozzy tinha dito.

 

Realmente, o perigo estava perto.

 

"Não foi difícil chegar até aqui, mas parece que o lugar está tão fodido quanto eu mandei que Jason deixasse" - A voz de Arthur ecoou por todo o supermercado, despertando o medo e desespero em todas as pessoas que ali estavam - "O trabalho porco de vocês tentarem nos atacar não rendeu em nada. Olha só, somos nós quem estamos aqui para acabar com todos vocês"

 

Robert e Ozzy se entreolharam por míseros segundos até correrem aos estacionamento do supermercado, se juntando a Bel, Vasili, Kei e Oscar. Arthur havia movido todos os seus homens armados até os dentes, prontos para realizar um ataque fatal. O pior de tudo, era que a escuridão da noite e os prédios de Nova Orleans bloqueava qualquer visão dos sobreviventes para encontrarem Arthur.

 

— Como isso é possível?! - Kei estava boquiaberta.

 

— Há um plano de fuga? - Vasili susurrurou para Oscar.

 

— Por quê? - Oscar olhou para Vasili, preocupado.

 

— Esse lugar já está todo fodido. Ele não vai aguentar um novo ataque - Vasili respondeu, ouvindo a voz perturbadora de Arthur - Tire todos daqui o mais rápido possível. Ei - Apontou o dedo para Schindler, que corria perto deles.

 

— O que foi?! -  Schindler disse ofegante.

 

— Ajude Oscar a tirar todos daqui o mais rápido possível - Vasili disse e então Oscar e Schindler se entreolharam, como se eles estivessem destinados a fazerem isso.

 

"Vocês não vão nos achar e se tentarem chegar até as cercas, conhecerão o que é levar um tiro na testa. Garanto que não deve ser bom" - Dessa vez o sarcasmo tomou conta de Arthur, enquanto sua voz podia ser ouvida no alto falante em um som absurdo -  "Robert, você conseguiu colocar a vida de todas essas pessoas em risco. Parabéns por isso"

 

— Saia do escuro! Seu covarde do caralho! - Robert subiu em cima de um dos carros estacionados e berrou, irritado - Eu vou te pegar e eu vou te matar!

 

"Talvez você me pegue quando essa escuridão acabar" - Foram as últimas palavras de Arthur até o barulho de alguma coisa se aproximar deles.

 

— Se abaixem! - Bel gritou ao perceber do que se tratava. Robert pulou do carro, no mesmo instante em que todos se jogaram no chão antes que uma granada atingisse o carro e causasse uma explosão.

 

— Merda! - Robert sentiu uma forte dor de cabeça por ter caído direto em um meio fio do estacionamento.

 

— Estão usando lança granadas! - Os olhos de Kei brilharam quando mais uma explosão atingiu outros carros.

 

— Eles vão detonar esse lugar - Ozzy ajudou Robert a se levantar, ainda atordoado pela dor que sentia.

 

— Voltem para dentro do supermercado, agora! - Vasili ordenou ao ver que o portão do estacionamento tinha vindo ao chão com uma das explosões - Eles vão invadir essa porra nos matar.

 

Retornaram para dentro do supermercado enquanto o local era bombardeado a mando de Arthur. Parte do local tinha sido evacuado a tempo por Oscar e Schindler, mas ainda se encontrava um punhado de pessoas feridas sendo atendidas por Zachary e outras que realizavam a proteção destas.

 

— Não foram com o Oscar?! - Vasili gritou com Merle e Marilyn.

 

— Melissa, Mandy e Gibbs ajudaram eles a tirarem todo mundo, mas parece que tem gente na enfermaria ainda e estamos aqui para proteger o Zachary - Marilyn disse, segurando sua submetralhadora com toda a força possível.

 

— É o segundo ataque que eles fazem. Esse lugar não vai aguentar - Merle disse desesperado - Porra!  Todos se abaixaram quando uma das granadas atingiu a parte de dentro do supermercado.

 

— O que você está fazendo aqui?! - Ozzy se levantou ao ver Aryane aparecer - Por quê não está com os outros?!

 

— Todos fugiram para a estação de metrô que tem aqui perto, mas uma tal de Sandy me disse que há uma mulher tendo um bebê na enfermaria - Aryane falou desesperada.

 

— Tendo um filho?! - Robert, Bel e Kei tentaram ao mesmo tempo.

 

Os três não pensaram duas vezes antes de abandonarem todos e irem atrás de Polly na enfermaria. A medida que os minutos se passavam, os atiradores da Elite avançavam contra eles, sem dó alguma de matar a primeira pessoa que vissem pela frente.

 

— Vocês têm que ir rápido. Eles vão passar por cima desse lugar! - Aryane gritou.  Era possível ouvir a voz de Arthur gritando para que Jason e Deb invadisse o lugar.

 

Enquanto Robert corria muito mais rápido que Kei e Bel para chegar até a enfermaria, ele percebeu que nenhum barulho era ouvido durante o caminho, começando a temer pela vida de Polly e se ela tinha sobrevivido ao parto. Uma enorme sensação ruim estava tomando conta de Robert e ele sentia que carregaria uma culpa para sempre em suas cosyas caso algo acontecesse com Polly em meio aquele transtorno.

 

Por pouco não escorregou no chão, mas se segurou em Kei, enquanto Bel que abria a porta da enfermaria as pressas. Os três tiveram uma rápida visão de alívio.

 

Polly estava com seu bebê nos braços, evidentemente cansada e sem noção alguma do que acontecia. Boone ainda permanecia do lado da loira, junto com Pam e Dallas que acabaram de tirar suas luvas cheias de sangue.

 

— É uma menina. E foi um parto normal - Pam sorriu orgulhosa.

 

— Nós não temos tempo - Robert disse entrando na enfermaria as pressas, pegando a primeira cadeira de rodas que viu pela frente.

 

— Robert… o que está havendo?! - Polly agarrou sua filha com todo o seu instinto materno.

 

— Vocês precisam vir conosco. Não há tempo de explicar - Kei entrou a frente de Robert. Mesmo com todos contratempos ruins, não deixaria que nada acontecesse com elas.

 

A falta de tempo e a adrenalina para salvar Polly a deixou angustiada, e quando o barulho de tiros começou, ela teve a certeza de que ela e sua filha recém nascida não teriam paz tão cedo e ainda corriam o risco de não sobreviverem

 

— Mas que diabos! - Vasili começou a trocar tiros com Raphael assim que viu o rapaz perto de uma das janelas.

 

— Não podemos ficar aqui - Marilyn agarrou Zachary junto com uma mulher que era atendida e então tirou os três as pressas para os fundos do supermercado, onde era a rota de fuga.

 

— Pai! - Robert gritou assim que Kei e Bel correram junto com Polly, enquanto Dallas empurrava sua cadeira de rodas e Pam ia logo atrás carregando alguns medicamentos - Pelo amor de Deus vamos agora! - Percebeu que Julie e Montserrat atiravam contra eles.

 

— Saiam daqui agora! - Merle gritou para que corressem antes que o lugar fosse dominado, dando tempo para eles. O problema, foi que Merle estava esquecendo de salvar a sua própria vida.

 

— Merle, não! - Vasili gritou quando uma bala perdida por pouco não atravessou as costas de Merle fatalmente.

 

Merle largou sua arma e seu corpo foi para frente devido o impulso após Vasili o empurrar contra o chão. A bala teria feito um enorme estrago se atingisse Wolf e ele certamente não sobreviveria.

 

— Cuidado! - Robert voltou para ajudar Merle

 

Correram, enquanto tudo o que havia sido construído pelos membros da Resistência era destruído e o mal que tanto tentavam combater parecia estar ganhando. Não havia mais ninguém ali para salvarem, se não a eles mesmos antes que fossem alcançados.

 

Assim que deixaram o supermercado por uma saída de emergência, tiveram acesso a uma nova rua com alguns zumbis atraídos por conta do barulho das granadas. O único lado bom de terem escapado e desviado da rota do supermercado, é que não tinha mais ninguém os perseguindo.

 

— Somos nós! - Vasili gritou prestes a descer as escadas da estação de metro, quando foi surpreendido por Toni.

 

— Venham rápido - Toni abaixou a arma, enquanto desciam as escadas até a plataforma de embarque, encontrando todos os outros sobreviventes.

 

— Graças a Deus - Kei correu até Robert e o abraçou. Polly estava sentada em uma das cadeiras, dando atenção exclusiva a sua filha.

 

— Meu Deus que alívio - Marilyn se levantou ao lado de Polly e correu para abraçar Merle.

 

— O que nós faremos agora? - Mandy perguntou de braços cruzados.

 

— Vamos para o estádio, o mais rápido possível - Dessa vez foi Vasili quem mantinha tom de liderança em sua voz - Vamos atravessar os trilhos do metrô até chegar na estação que dá para o estádio.

 

— São sete estações até chegarmos lá - Murilo olhou um enorme painel com o mapa urbano de transporte.

 

— Pelo menos não nos acharão no subterrâneo - Vasili se agachou e pulou nos trilhos do metrô, pronto para ir.

 

— Essa viagem vai ser longa - Boone pegou uma lanterna com Alice, que distribuía várias outras.

 

— É melhor irmos rápido - Robert olhou para o alto da escada de acesso à plataforma, com medo do desconhecido - Antes que seja tarde demais.


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