Contágio escrita por MrArt


Capítulo 149
Estação 8 - Capítulo 149 - Em Marcha




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Robert pensou estar alucinando devido os golpes que havia ganho de Scorpion antes de matar o mesmo. Vasili estava na entrada do supermercado com a mesma cara que ele possuía quando havia o conhecido. De tudo o que estava acontecendo, a última coisa que queria na sua vida era rever Vasili.

— Eu não posso acreditar - Kei disse tremendo de nervoso e se segurando em Boone, que também parecia estar em choque.

— Acharam que não me veriam tão cedo? - Vasili ousou se aproximar, já que ele conhecia Oscar muito bem e ele tinha toda a liberdade no local - Estou vendo a Kei, Boone, Bel… Polly… - Olhou as duas moças próximas onde ocorreu a luta - Esse eu vi apenas uma vez e não fui com a cara dele. Fez bem em matá-lo - Voltou a atenção ao seu filho.

Robert tinha quase certeza de que tinha deixado Vasili sem alternativa de escapar daquele penhasco, mas de alguma forma ele sobreviveu e estava vivo, bem na sua frente. Em nenhum momento Robert jamais iria matar seu próprio pai mesmo com todas as crueldades que ele houvera cometido, não tiraria a vida dele. Um misto de sentimentos poderia estar rolando na cabeça de Robert, mas a primeira coisa que ele fez foi correr para abraçar o pai depois de tanto tempo.

— Isso não pode ser real - Kei falou, com a mão na boca.

— Eu já volto - Boone correu para os interiores da loja.

Vasili havia retribuído o abraço enquanto todos os olhavam. Kei e Bel se aproximaram lentamente, enquanto Polly passava pelo corpo falecido de Scorpion, ainda sem nenhuma reação esboçada.

De olhos abertos e assustado, Scorpion havia morrido. Seu corpo em breve reanimaria como um zumbi.

— Como pode ser possível? - Robert perguntou para o pai.

— Eu que pergunto como isso pode ser possível - Kei cruzou os braços. Ela abraçou Ângela e logo em seguida Patrick.

— É uma longa história. Mas hoje eu vejo que Robert fez a escolha certa Vasili olhou para Bel e depois para Polly mais a fundo - Parece que El Distrito não deu certo. Não foi? - Perguntou num tom sarcástico.

— Parece que certas coisas não mudaram - Kei revirou os olhos. Ela lançou um olhar mortal para Robert após ele falar com o casal, ndicando que os dois conversaram a respeito daquilo mais tarde.

— Mas certas coisas mudaram bastante - Boone voltou com Matthew em seus braços. Patrick e Ângela correram até o filho em um momento de plena emoção. A criança no momento estranhou os dois adultos a sua frente - Ele está muito pesado, mas é um menino muito forte e lindo - O tatuado sorriu, tentando esconder a emoção de ver a criança finalmente reencontrar seus pais.

— Eu sonhei por esse momento a tanto tempo - Ângela não cessará em chorar - Tudo bem com você, garotinho? - Perguntou para Matthew, que se escondeu em Boone.

— Ele deve estar com sono - Boone disse entregando a criança para Ângela.

— Não sabe como somos gratos por terem cuidado dele. Nós não teríamos conseguido se tivéssemos ficado com ele - Patrick acariciou os cabelos do filho.

— Foi uma longa jornada. Vocês não tem noção, mas demos o nosso melhor - Boone falou e então olhou para Polly, assim como todos naquele local em um momento tão confuso de se poder saber o que cada um sentia.

— Não estou entendendo porra nenhuma - Mandy encostou a cabeça no ombro do namorado - Mas acho que é melhor tirar o corpo do Scorpion antes que esse lugar cheire a morte para sempre.

— Esse lugar já cheira a morte - Gibbs alegou.

Robert não sabia como encarar Polly pior do que não sabia como encarar seu próprio pai. O clima estava pesado com a morte de Scorpion, mas a loira não reagia à nada.

— Polly você quer que eu… - Kei foi até ela.

— Eu não quero nada - Polly olhou para o corpo de Scorpion. Ela agora sentia nojo - Quero que tirem o corpo dele daqui. Apenas isso.

Ela passou por cima do corpo do agora ex-namorado e foi até Vasili.

— É bom ver você novamente - Polly sorriu forçadamente para o russo, antes de deixar o local.

— Ela precisa de alguém com ela - Robert falou com certo anseio.

— Vou pedir para que Pam fique com ela. Não se esqueça que ainda temos o Ozzy para nós preocuparmos - Bel disse, não tirando o rapaz da mente um minuto sequer. Vasili imediatamente sacou o que havia acontecido.

— Ozzy foi pego pela Elite? - Vasili perguntou fingindo surpresa.

— O que você sabe disso? - Não demorou para que Kei começasse a desconfiar de Vasili novamente.

— Vasili é um dos nossos principais líderes da Resistência. Sem ele a rebelião não teria sido possível - Oscar foi até eles junto com Miguel - Limpem esse corpo daqui agora. Não quero ver agressor de mulheres nem em cadáver - Disse para Sid e Toni, que se prontificaram em fazer a remoção do corpo. Oscar voltou a falar positivamente do russo e como ele ajudou a destruir a base de Nova Orleans. Nenhum dos que conhecia Vasili estava surpreso por ele ter feito um caos novamente - Está na hora de começarmos uma ofensiva contra a resistência. Nós temos tudo nas mãos para destruí-los.

— Boas vindas e reencontros deixaremos para depois. Temos que colocar o nosso plano em prática. E isso tem que ser agora - Vasili disse em um tom sério e majoritário.

Enquanto o corpo de Scorpion era retirado da área de comércio do supermercado e as coisas começavan a ser reerguidas, os primeiros passos para executarem o plano e destruírem a área da Elite eram realizados.

Vasili, Robert, Oscar, Kei, Miguel, Bel, Marilyn e Boone se reuniram em uma das salas de administração do prédio. Oscar puxou um pano acinzentado que cobria uma lousa com tudo o que havia planejado com Miguel e Anthony para um futuro ataque na Elite. Eram planos que podiam falhar, mas se fossem executados teriam um bom resultado.

— A primeira coisa a se pensar é que não podemos deixar o Ozzy morrer - Marilyn jogou as cartas na mesa - É burrice atacar o lugar com ele ali dentro.

— Isso se ele ainda estiver vivo - Vasili deu os ombros.

— Pelo o que essa Elite faz, o Ozzy deve estar sendo usado como cobaia para alguma coisa. Entendam uma coisa, eles são bons de combate, mas não treinados tão bem quanto eu e Marilyn fomos em Corpus Christi - Robert disse olhando para a ruiva - Há uma tal de Deb que lidera as equipes. No lugar em que nos deixaram presos há um mapa com a localização exata deles.

— Isso é ótimo - Bel disse confiante. Ela estava louca para se vingar de Deb.

— Deb - Vasili riu debochadamente - Essa piranha é uma das mais fortes que eles têm.

— Mas não é comparada ao Jason. Ele é um maníaco quando se trata em violência - Miguel falou um pouco agoniado ao se lembrar do homem - Mas se quisermos chegar até os líderes da Elite, temos que ter o Jason nas mãos.

— Provavelmente eles devem ter reagrupado onde quer que estejam - Bel masueava a sua faca na mesa, arrancando um pequeno pedaço de madeira - Matamos vários do grupo deles.

— Então isso é uma questão de tempo até que nos ataquem novamente - Oscar suspirou, ansioso - Precisamos convocar as outras bases da Resistência.

— Notificarei o Estádio quanto antes, eles estão preparando o armamento e os carros para o combate - Vasili anunciou - O grupo do Museu e da Praia também irão participar. Precisamos reunir todos para que isso dê certo.

— Há um grupo que nos ajudou a chegar até aqui quando fomos atacados. São mulheres fortes e bem armadas - Robert se lembrou de Gina e Bruna - Elas têm um grupo em uma fábrica na Rota 55.

— Elas são de confiança? - Oscar apoiou os braços na mesa.

— A tal da Elite matou pessoas do grupo delas. Tenho certeza que elas nos ajudarão - Bel disse. Ela ainda se arrepiava com as lembranças da tortura no frigorífico.

— Acho que não é hora de abrir mão de ajuda. Essa Elite é forte e eles têm de tudo para acabar conosco - Boone disse parado ao pé da porta.

— Não vejo problema. Desde que elas sigam o nosso plano, são bem-vindas - Vasili concordou em sem grandes interferências.

— Um grupo ficará responsável para limpar as rodovias que tenham zumbis - Oscar começou a discutir os planos básicos - Temos que fazer uma estocagem de medicamentos e comida. Pedirei para que Dallas e Pam se preparem para quando cheguem feridos ou… ocorram baixas - Oscar falou com certa culpa.

— Vou revisar o armamento e começar a preparar as equipes - Miguel disse entusiasmado de certa forma - Vem comigo? - Perguntou para Boone, que apenas assentiu e foi atrás do rapaz.

Todos ficaram em silêncio. Uma sensação de nervosismo misturada com medo os envolvia. Algo estava para acontecer e era a hora de de deixarem os seus valores de lado, mesmo no que se dizia respeito de estar em um apocalipse zumbi com humanos ainda mais hostis que as próprias criaturas.

— Entendam uma coisa, depois que isso começar não haverá um fim agradável - Vasili se levantou da mesa - Isto é uma guerra.

Após meia hora, todos no supermercado começaram a se agilizar quando os boatos de que a guerra aconteceria fossem confirmados. Pessoas corriam por todos os lados segurando armas de fogo e corpo a corpo, artefatos explosivos, água e comida, combustível, ferramentas e vários outros itens essenciais. Na enfermaria, Dallas se preparava para deixar o seu posto e encarar os futuros baleados, amputados e óbitos que viriam a acontecer.

— É verdade isso? - Polly apareceu na enfermaria, observando Pam e Dallas recolherem todos os suprimentos possíveis.

— Polly... - Pam encarou sem graça a loira. Ela não parecia estar abalada pela morte de Scorpion, muito pelo contrário, ela agia como se tudo estivesse normal.

— Mandy acabou de me dizer que irão sair daqui cinco horas para se encontrarem com as outras bases - Polly cruzou os braços - Eu vou participar disso.

— Mas e o… - Pam se sentiu um pouco confusa em relação a Scorpion.

Polly foi até Pam e a colocou contra a parede. Dallas evidentemente se apavorou sem saber o que fazer.

— Eu acabei de esfaquear o meu ex-namorado na cabeça para que ele não virasse um zumbi e ainda estou me acostumando com a ideia de que meu filho não vai ter um pai porque o meu melhor amigo o matou - Olhou fixamente para Pam, que tremia de medo - Então se você quer realmente se preocupar comigo, separe a porra dos meus remédios pré-natais, por que eu vou me vingar da puta que bateu na minha barriga grávida. Me entendeu Pam? - Agarrou a moça pelos braços e a deu um choque de realidade.

— É claro… - Pam não via Polly assim desde que ela era sua chefe na redação de jornalismo - Vou providenciar imediatamente.

Polly sorriu para Pam e então deixou a enfermaria. A desceu as escadas o mais rápido possível e então foi para fora do supermercado, onde a maioria dos combatentes arrumaram os suprimentos dentro dos carros.

— Dessa vez eu não posso deixar você sair, na boa - Kei barrou Polly antes que ela fizesse qualquer coisa - Polly, acho que você já é bem adulta para saber o que vai acontecer.

— Onde você vai? - Ignorando Kei, Polly perguntou para Robert que estava prestes a sair de moto.

— Preciso ir para um lugar antes de tudo isso acontecer - Robert sabia que os dois precisariam de algum momento juntos, e num futuro próximo corriam o risco de não terem mais contato nenhum. Os dois se entreolharam como se converssassem por telepatia - Kei, eu vou cuidar dela - Garantiu para a oriental logo depois que Polly subiu na garupa da moto.

Kei nada disse, apenas voltou a fazer seu serviço.

Robert deu partida na moto e deixou o local junto com Polly. O caminho pela estrada foi silencioso e esquisito, mas se fez demorado por irem ao outro lado estado do Louisiana.

Quando a moto parou em frente a uma fábrica, Polly entendeu o que Robert iria fazer.

— Nós viemos em paz - Assim que viu um homem armado nas cercas da fábrica, Robert desceu da moto e levantou as mãos, mostrando que não havia nenhuma arma. Polly fez o mesmo

— Quem diabos são vocês? - Rick, um homem que estava em posto de guarda, foi até os dois, desconfiado.

— Conhecemos a Bruna - Polly falou calma, colocando as mãos em seus bolsos.

— E porque eu confiaria em vocês? - Rick cerrou os olhos.

— Por que eles confiam em nós - Gina apareceu atrás de Rick. Robert sorriu ao ver a moça, que os levou até Bruna.

Tendo acesso à fábrica, Robert e Polly encontraram um lugar com um sistema de comunidade diferente das demais. Aproximadamente vinte pessoas viviam no que era uma antiga linha de produção de metal. As máquinas estavam velhas mas ainda eram utilizadas para fabricar o que seria balas para munição.

Extremamente útil para uma guerra.

— Eles atacaram vocês? Isso deve ter sido grave para ter vindo até aqui - Bruna falou preocupada, enquanto eles andavam pelos arredores da fábrica - Precisam de abrigo? Nós temos espaço suficiente - Ofereceu.

— Longe disso. Nós agradecemos - Robert a tranquilizou.

— Estamos enfrentando algo grande dessa vez, e acho que vocês terão interesse - Polly falou e então Bruna cruzou os braços, curiosa.

— O que vocês vão fazer? - Bruna perguntou.

— Queremos atacar a Elite e os destruir de uma vez. Todas as comunidades da Resistência vão se unir para lançar uma ofensiva contra eles e nos precisamos que vocês participem disso - Robert começou a contar o plano para Bruna, que inicialmente estranhou o fato de iniciaram um ataque de forma tão rápida. Um grande e altruísta discurso de Polly e a Robert as convenceram de ficar ao lado deles, e então, se tornarem aliados naquela guerra.


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