Contágio escrita por MrArt


Capítulo 122
Estação 7 - Capítulo 122 - Caça


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Robert terminava de reagrupar os zumbis na arena, notando que algo de errado havia acontecido no local onde Timothy e Herrera estavam presos. Enquanto isso, dentro da igreja de El Distrito, um pandemônio havia se formado em questão de segundos. Quase todos os habitantes da cidade estavam se refugiando dentro do centro religioso, já que o local era um dos poucos que não foi alvo das bombas. O descontrole das pessoas, dúvidas sobre as causas do ataque e a ausência de membros da equipe de segurança só contribuam ainda mais para a desordem.

Vinny, Tuppence e Uber entraram as pressas na igreja junto com Nabi, uma moça que havia sido gravemente ferida durante a explosão. A clínica agora era dominada por um incêndio que se originou após uma explosão em um dos leitos, vitimando mais pessoas que procuravam atendimento de emergência no lugar.

Em meio à multidão, Polly não conseguia manter a ordem no meio de todo aquele tumulto. Encarou Bel e transmitiu uma mensagem de ódio em relação em todas a pessoas ali dentro, se sentindo completamente apagada. Sabia que Bel não iria resolver nada já que ela não suportava em lidar com aquele tipo de situação, mas uma chama de esperança reascendeu em si ao ver Boone em um dos bancos junto com Lauren.

— Onde está o Robert? – Perguntou para o tatuado, que se levantou de onde estava.

— Ele ficou na arena reordenando os zumbis – Respondeu, passando os dedos entre os fios de cabelo – Não ficou mais ninguém lá fora. Matthew ficou com a Tamar. Provavelmente eles se esconderam em alguma parte da casa

— Não há como tentar colocar isso em ordem – Polly reclamou, indignada – Todo mundo está assustado por causa desse ataque.

— Já amanheceu e as explosões cessaram. Não podemos ficar aqui dentro para sempre – Boone disse.

— Nós não vamos conseguir ficar lá fora, está tendo um incêndio na clínica e a fumaça tomou conta da rua inteira – Falou Tuppence, deixando Nabi aos cuidados de Vinny e Uber – Onde está a Patrícia? Ela que é responsável da segurança em um momento como esse.

— Está conversando com o Gregory. Tomara que estejam planejando alguma solução para tomar controle dessa bagunça – Polly disse, ainda nervosa – Espero que Kei volte logo para cá. Não podemos ficar presos nessa igreja para sempre.

— Não mesmo. Tem muita gente machucada aqui. Se algum deles morrer por causa dos ferimentos, irão reanimar logo em breve – Tuppence cruzou os braços. Estava preocupada com o rumo daquilo.

— Melhor preparar as armas quanto antes – Boone disse se afastando das moças.

Polly foi até Scorpion, que estava com Kami em um dos bancos. Os dois estavam muito abatidos com o que havia ocorrido e mantinham um silêncio, em contraste aos gritos que ecoavam pelo lugar.

— Moon e Sunshine devem estar escondidas em algum lugar – Polly se sentou ao lado de Scorpion e apoiou os braços em seu ombro – Há muitas pessoas que não vieram para cá e estão refugiadas em outro lugar. Vamos encontra-las.

— Já perdi Sky e Karma e muitos outros naquele prédio. Moon me culpa até hoje por Little Boy e Star terem morrido, agora ela se foi – Scorpion encarou o chão de mármore. Kami se levantou e saiu de perto de Scorpion, deixando o clima ainda mais pesado do que estava – Eles se sentem cada vez menos seguros comigo.

— Passamos por isso tanto. Não é nem uma surpresa que isso ocorra – Polly lamentou. Os dois observaram Patrícia e Gregory aparecerem no altar da igreja, provavelmente para transmitirem algum aviso.

Patrícia ficou à frente de Gregory. A loira respirou pesadamente antes de começar a falar.

— Durante a madrugada houve um ataque causado por pessoas desconhecidas. Kei e a sua equipe estão lá fora tentando descobrir quem fez isso. Até segunda ordem, é para todos nós ficarmos aqui dentro.

— Eu não vou ficar enfurnada aqui dentro – Halsey se levantou de um dos bancos em protesto.

— Quase todos os lugares estão destruídos ou em chamas! – Patrícia falou irritada com a insistência da moça – Não vamos arriscar perder mais gente aqui dentro – Desviando o olhar de Halsey, pode notar Violet e Alec em um canto, entretanto, o rapaz apresentava vários sinais de infecção. Imediatamente Patrícia começou a gritar – Ele vai se transformar! Há uma mordida no braço dele! – Apontou o dedo para Alec, que de um segundo para outro teve a coloração de seus olhos mudada para mais clara.

Imediatamente Alec foi para cima de Violet e começou a rasgar sua jugular a mordidas, espirrando sangue na parede decorada e no piso. Os gritos da moça e de Patrícia começaram a despertar a atenção de toda a igreja. Marilyn e Justin correram até a moça para ajudá-la, mas despertaram a atenção de Alec, que também atacou o rapaz a mordidas, deixando Marilyn estática e sem saber o que fazer.

— Isso vai dar merda! – Bel gritou se levantando banco e indo até Polly – Ela está se transformando! – Viu Violet começar a convulsionar no chão e Alec sair de cima de Justin para atacar as pessoas sadias dali.

— Corram daqui! – Polly gritou. A loira pegou seu revólver e disparou em Alec inúmeras vezes antes que ele fizesse mais uma vítima. Um novo tumulto havia se iniciado e era ainda mais difícil combater os zumbis.

— Saiam de perto dos infectados! – Boone reapareceu, armado.

— Cuidado! Estamos cuidando de... – Uber gritou tentando manter Nabi segura de ser pisoteada, mas ele não sabia que a mesma havia se infectado, visto sua grande mordida na região do abdômen.

— Uber... – Vinny se levantou as pressas se afastando dos dois – Ela está infectada! – Gritou ao ver Nabi abrir os olhos e avançar contra Uber, mordendo a sua bochecha – Merda! – O médico assistia com horror o rosto de Uber ser destroçado.

— Aaaargh! – Uber urrava de dor enquanto era atacado por Nabi no chão da igreja. Tentava conter a moça de mordê-lo, mas não tinha mais forças para isso e acabou sendo vencido por ela.

Boone, Polly, Scorpion e também Percy e Fox agora lutavam contra os infectados dentro da igreja, enquanto a infecção se espalhava cada vez mais rápido. O surto progredia com sucesso e se tornava cada vez mais complicado lidar com o número de pessoas transformadas em zumbis.

— Cuidado Percy! – Fox empurrou o amigo para longe impedido que ele fosse atacado, sacrificando a sua vida – Não! – Berrou de dor enquanto era mordido no pescoço por um dos zumbis. Percy imediatamente voltou até Fox para socorrê-lo, apenas para encontrar o amigo ensanguentado no chão.

— Por que fez isso Fox?! – Percy gritou com raiva, apesar de sua vida ter sido salva – Você é besta?! – Tentou conter o sangramento de Fox, que tentava falar alguma coisa, sem sucesso algum.

— Cuide do Juan e da Athena... – Fox pediu em meio a suspiros pesados. Seu corpo estava trêmulo e olhava desesperadamente para Percy, antes de morrer nos seus braços.

Do outro lado da igreja, Bel tentava salvar o máximo de pessoas que podia.

— Venham por aqui! – Bel abriu a porta de um dos corredores da igreja e uma leva de pessoas começaram a correr até ali – Patrícia, venha logo! – Gritou para a loira, que descia correndo do altar em direção à porta, mas a mesma foi surpreendida por Uber, que saltou na frente dela, derrubando os dois – Não!

— Bel! Socorro! – Patrícia tentava tirar Uber de cima dela, mas era tarde demais para se salvar da infecção. Seu pulso havia sido mordido e era ele quem mantinha Uber longe de seu rosto. Bel foi rápida e tirou Uber de cima de Patrícia, atirando em sua cabeça logo em seguida – Porra! – Patrícia deixou algumas lágrimas caírem do seu rosto, desacreditada por ter sido mordida.

— Vamos dar um jeito nisso! – Bel puxou Patrícia para longe do tumulto. As duas foram para o corredor, enquanto Polly e Boone continuavam a combater os zumbis.

— Eles vão nos encurralar! – Boone gritou, atirando na cabeça de Violet, que havia reanimado a alguns segundos. A moça reanimada começou a ir em direção a Riki, o barrando em uma das paredes e o atacando mortalmente com outros zumbis, impedindo-o de fugir – Estão se transformando muito rápido! Taissa levou horas para virar um deles!

— Isso é muito estranho – Polly engoliu a própria saliva – Parece que tudo isso foi planejado – Observou todas as pessoas se atacarem – Querem nos eliminar a qualquer custo – Sua visão voltou para o altar, onde Gregory era atacado por um enxame de habitantes recém-reanimados – Não vamos conseguir salvar todo mundo. Temos que dar o fora – A loira puxou o tatuado para onde Bel havia corrido – Scorpion, vamos!

— Só um minuto! – O cubano pegou uma das velas que ficava nas paredes e acertou no olho esquerdo de um dos zumbis. Logo ele se encontrou com Boone e Polly nos corredores e todo o restante do pessoal que havia se salvado.

— Fecha essa porta! – Carlota gritou ao ver as criaturas se aproximarem. Scorpion imediatamente fechou a porta de madeira na cara deles e logo em seguida ouviram as batidas incessantes para tentar derrubá-la.

Um silêncio se instalou entre todos que estavam ali – Polly, Boone, Scorpion, Bel, Patrícia, Halsey, Tuppence, Vinny, Mitch, Carlota, Kami, Marilyn, Wendy, Vinai, Todd, Lauren e Percy -, enquanto os zumbis tentavam a todo custo derrubar a porta. Barraram-na com algumas estantes de madeira que havia ali, tendo algum tempo para escapar antes que tudo viesse a baixo.

— Onde está o Gregory? – Tuppence perguntou.

— Foi pego por eles. Não deu para salvar mais ninguém – Polly afirmou, passando pelos presentes no corredor – Não tem nenhum lugar para sair daqui?! – A loira tentou arrombar uma das janelas com toda a brutalidade que possuía – Está tudo trancado! – Chutou a janela repetida vezes, até uma rachadura surgir.

— Precisamos quebrar essas janelas e pular – Boone disse fazendo o mesmo que Polly – Essa porta não vai suportar muito tempo. Ainda estamos em um número grande e podemos todos nos salvar – Polly finalmente havia conseguido quebrar uma das janelas com seus repetitivos chutes.

— Vamos ir por aqui mesmo – Polly falou, se apoiando na janela, pronta para pular.

— Qual é altura disso? – Vinai perguntou.

— Dois metros, ou um pouco mais. Não sei – Polly respondeu nervosa. A loira não mediu esforços e saltou da janela, caindo no gramado do terreno da igreja. Finalmente pode ter visão de como El Distrito estava. Grande parte da paisagem da comunidade havia sido tomada por uma grande cortina de fumaça – Venham logo! – Gritou, após se levantar do chão.

Não demorou muito para Boone, Bel e Scorpion quebrarem algumas janelas e pularem delas. Os outros sobreviventes os acompanharam, ficando apenas Mitch e Patrícia para trás.

— Patrícia! – Bel gritou desesperada – Venha logo!

— Não! Corram para salvar a vida de vocês! – Patrícia respondeu, sentindo um grande formigamento na região onde havia sido mordida. Os primeiros sinais da infecção já estavam se manifestando pelo seu corpo. Olhou para Mitch, que estava com medo de sair dali – O que está fazendo aqui ainda? Essa porta vai vir a baixo a qualquer momento – Olhou para trás. As batidas dos zumbis estavam cada vez mais fortes e a tranca estava prestes e arrebentar.

— Não sei se consigo. Minha idade não me permiti fazer tantas coisas – Mitch respondeu, se afastando da janela e logo em seguida ouviram a porta se abrir bruscamente e os zumbis começarem a invadir o corredor – NÃO! – Mitch tentou desviar de Violet, Fox e Rik, mas logo foi agarrado por eles.

Patrícia foi até a janela e apenas colocou a cabeça para fora, olhando para Bel, que estava extremamente preocupada com ela. Com algumas lágrimas descendo de seus olhos, assentiu com a cabeça, em sinal de agradecimento para Bel. Sentia que seu papel finalmente havia se cumprido. Não iria deixar de encontrar seu antigo grupo, antes que os zumbis a pegassem e ceifassem e sua vida.

Desacredita, Bel encarou o gramado da igreja, segurando as lágrimas que teimavam em cair. Podia apenas ouvir os gritos agoniantes de Patrícia e Mitch enquanto eram devorados pelos zumbis

— Onde está Patrícia? – Polly voltou até Bel, encontrando a moça com uma feição péssima, entendendo o que havia acontecido – Ela não... – Lamentou, começando a chorar tanto quanto Bel.

— Precisamos continuar – Bel pegou no braço de Polly – Patrícia queria que nos continuássemos vivas – Limpou as lágrimas de seu rosto e se reergueu em meio à escuridão, correndo daquele lugar junto com Polly.

 

 

 

Kei andava sorrateiramente pelos arredores de El Distrito. Passava entre algumas residências que ficavam fora da comunidade junto com Ozzy e Hunter, enquanto Teddy, Dante e Emma vinham logo atrás e atentas a qualquer barulho e movimento suspeito. Já havia sido cessado o barulho das explosões na cidade e podia apenas se ver a iluminação causada pelas chamas nas casas e prédios.

Não demorou muito para localizares alguns homens uniformizados de preto, no qual Dante os reconheceu imediatamente, já que eram iguaizinhos aos da instalação situada em Corpus Christi. Eles estavam circulando por um viaduto da cidade e era possível vê-los por um morro que ficava perto de El Distrito. Todos estavam armados fortemente e com coletes pesados em seus corpos. Não havia nenhum sinal de veículo com eles.

— O que está havendo ali? – Perguntou Kei, com a sobrancelha levemente arqueada. Estava com a mira da sniper em um dos homens de preto, pronta para disparar a qualquer momento.

— Eles estão se reagrupando – Dante respondeu prestando atenção em cada movimento – Sei como eles fazem isso. Treinamos isso uma vez. Após uma ofensiva todos nós nos encontramos em um ponto especifico. É muito mais fácil do que se separar e se perder depois.

— Vamos segui-los? – Hunter perguntou ansiosamente.

— Não. Eles sabem que vamos ir atrás deles. Provavelmente vão nos atrair para alguma armadilha – Dante suspirou pesado. Olhou mais uma vez os homens armados ao fundo e sentiu um desespero tomar conta de seu corpo – Eles voltaram para me pegar. Vão buscar também Marilyn, Justin, Lauren, Topher e Robert. De algum modo eles nos encontraram desde a nossa fuga em Corpus Christi.

— Robert me disse que todos eles foram exterminados nesse dia – Kei comentou.

— Mas há uma possibilidade de haver mais deles por aí – Dante rebateu – E eles nos encontraram.

— Que seja. Temos que dar um jeito neles antes que eles voltem para a cidade – Kei se levantou – Tenho um plano. Vamos trabalhar com explosivos, iguaizinhos aos deles. Chamaremos a atenção e os levaremos para um novo ponto de encontro. Quando eles chegarem até lá, os detonamos.

— É uma ideia boa. Mas temos que pensar se nós não vamos cair em uma armadilha, como o Dante disse – Emma advertiu. A loira não estava tão confiante da ideia de Kei, bem como Teddy, que parecia ainda mais preocupada com o fato de que poderiam estar em uma armadilha naquele instante.

— Não vou me arriscar. Podemos arrumar outro plano – Teddy negou com a cabeça.

— Sem essa de dar para trás! – Kei rangeu os dentes. Enquanto isso, Ozzy segurava o walkie-talkie, conversando com alguma pessoa de El Distrito.

— Pode fazer seu planinho você sozinha, mas eu estou fora disso – Teddy bateu de frente com Kei.

— Pessoal... – Ozzy chamou por seu grupo, mas ninguém lhe dava ouvidos.

— Se tentar voltar sozinha, pode nem voltar viva para El Distrito – Kei continuou trocando farpas com Teddy.

— PESSOAL! – Ozzy levantou a voz para que o ouvissem.

— O que foi agora? – Hunter cruzou os braços.

— Ocorreu uma emergência em El Distrito – Falou, ainda segurando o walkie-talkie – Parece que todos que se esconderam na igreja durante o ataque estão mortos. Temos que voltar para El Distrito. Agora.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo e até 2018 pessoal!



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