Os Gêmeos Potters escrita por MaV1


Capítulo 38
Nicolas Flamel


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Dumbledore convencera Harry a não tornar a procurar o Espelho de Ojesed, e durante o resto das férias de Natal a capa da invisibilidade permaneceu com a irmã. Harry gostaria de poder esquecer o que vira no espelho com a mesma facilidade, mas não conseguiu. Começou a ter pesadelos. Sonhava repetidamente com os pais desaparecendo em um relâmpago de luz verde enquanto uma voz esganiçada gargalhava. Ele toda noite quando acordava do pesadelo lia várias folhas do diário do pai tentando esquecer o pesadelo nas folhas da vida do pai.

— Está vendo? Dumbledore tinha razão, aquele espelho podia deixar você maluco — disse Ron, quando Harry lhe contou os sonhos.

Hermione, que voltou um dia antes do período letivo começar, viu as coisas de outro modo. Estava dilacerada entre o horror de pensar em Harry fora da cama, perambulando pela escola três noites seguidas ("E se Filch tivesse te apanhado!") e o desapontamento que ele não tivesse ao menos descoberto quem era Nicolas Flamel, mas depois que Harry falou que Violet já tinha dado a bronca dela a menina parou de falar sobre o assunto

Quase perdera as esperanças de encontrar Flamel em um livro da biblioteca, embora Harry tivesse certeza de que lera o nome em algum lugar. Quando o novo período letivo começou, eles voltaram a folhear os livros durante os dez minutos de intervalo entre as aulas. Harry tinha ainda menos tempo do que os outros dois, Violet ainda se recusava a ajudar os Grifinórios, porque o treino de Quadribol recomeçara.

Oliver estava puxando pelo time como nunca fizera antes. Até mesmo as chuvas intermináveis que substituíram as nevadas não conseguiam esmorecer a sua animação, se não fosse pelo presente da irmã, Harry teria congelado logo no primeiro treino. Os Weasley reclamavam que Oliver estava se tornando fanático, mas Harry o apoiava. Se ganhassem a próxima partida, contra Hufflepuff, passariam a frente da Sonserina no campeonato das casas pela primeira vez em sete anos. Além do desejo de ganhar, Harry descobriu que tinha menos pesadelos quando voltava exausto dos treinos.

Então, durante um treino particularmente chuvoso e enlameado, Oliver deu uma notícia ruim ao time. Acabara de se enfurecer com os Weasley, que davam mergulhos violentos um sobre o outro e fingiam cair das vassouras.

— Vocês querem parar de se comportar feito bobos! — berrou. — Isso é o tipo de atitude que vai fazer a gente perder o jogo! Snape vai apitar dessa vez e vai procurar qualquer desculpa para tirar pontos da Grifinória! —

George Weasley realmente caiu da vassoura ao ouvir isso.

— Snape vai apitar o jogo? — perguntou embolando as palavras com a boca cheia de lama. — Quando foi na vida que ele apitou um jogo de Quiddich? Ele não vai ser imparcial se tivermos chance de passar à frente de Sonserina. —

O resto do time pousou ao lado de George para reclamar também.

— A culpa não é minha — disse Oliver. — Nós é que vamos ter de nos cuidar e jogar uma partida limpa, para não dar a Snape desculpa para implicar conosco. —

Estava tudo muito bem, pensou Harry, mas ele tinha outra razão para não querer Snape por perto quando estivesse jogando Quiddich.

Os outros jogadores se demoraram conversando no final do treino como sempre faziam, mas Harry rumou direto para a sala de treino de feitiços, onde sabia que a irmã estaria.

— oi Speedy. — disse ele entrando na sala ainda segurando a vassoura dele.

—Hey Harry. Como foi o treino? — perguntou a irmã indo em direção ao garoto, a sala estava meio fria e alguns manequins estavam cobertos de gelo.

— o treino foi bom, mas as notícias que Oliver nos deu nem tanto. — disse ele se sentando em um banco que tinha no canto da sala.

— O que aconteceu? — perguntou ela chegando perto do irmão.

— Snape vai apitar o meu próximo jogo. — sussurrou Harry desanimado.

— Ah. —Disse Violet simplesmente, ela não entendia o quão grave era aquilo? Era muito grave para dizer só um “ah” a vida dele estava em jogo.

— Ah? Só isso? É o Snape Violet. Ele me odeia, ele odeia todos os Gryffindors, o que nós vamos fazer? Eu não posso jogar, mas eu também não posso não jogar. — Harry agora estava andando de um lado para o outro e passando a mão no cabelo o bagunçando ainda mais.

— nosso pai também fazia isso quando ele pensava. — falou ela fazendo o garoto parar no meio do passo.

— fazia o que? — perguntou confuso.

— andava de um lado pro outro e passava a mão no cabelo, mas pelo que mamãe escreveu ele tava sempre bagunçando o cabelo dele, isso a irritava. — disse a menina dando uma risadinha.

— Eu não terminei de ler aquele ainda. — disse o moreno com um pouco de vergonha, ele sabia que a irmã tinha lido vários dos diários e ele não tinha e nem terminado o primeiro.

— Não tem problema. Aquele é um dos maiores mesmo. Os outros é só de um ano em Hogwarts e as férias. Aquele vai da formatura até... bem aquele é o maior. — explicou a menina. Harry se sentiu um pouco melhor com isso, mas mesmo assim decidiu tentar ler mais do diário.

— o que eu faço em questão ao Snape? — perguntou ele voltando a se sentar, agora mais calmo.

— Você sabe a minha opinião Harry. Eu não acho que tenha sido o Snape que tentou te matar no último jogo e eu não acho que ele vai tentar te matar no próximo. — disse a menina se sentando ao lado do irmão. — Mas você tem razão quando diz que Snape é totalmente contra a Gryffindor. Ele não vai conseguir apitar o jogo justamente. —

— o que eu faço então? Nós não temos um apanhador reserva então eu tenho que jogar. — pediu o moreno

— jogue, mas termine o jogo o mais rápido possível e não faça nada contra o Snape, ou então ele pode dar um jeito de favorecer o outro time. — disse a menina dando de ombros. — o capitão do seu time provavelmente vai falar pra você fazer isso também. —

— Obrigada Speedy. Eu vou ver o Ron e a Hermione, antes que eles se matem. — disse Harry abraçando a irmã e fazendo de tudo para que a lama que estava na roupa dele a sujasse e saiu antes que ela notasse o que ele fez.  

— POTTER! — Harry ouviu ela gritar, mas parecendo o Snape com a voz fina ele saiu dando risada muito mais relaxado do que antes.

Ao chegar na sala comunal da Gryffindor Ron e Hermione estavam jogando xadrez. Xadrez era a única coisa em que Hermione perdia, uma experiência que Ron e Harry achavam que lhe fazia muito bem.

— Não fale comigo agora — pediu Ron quando Harry se sentou ao seu lado. — Preciso me concentrar. –

— eu preciso falar com vocês, é algo sério, sobre Snape. — disse ele. Os amigos pararam de jogar na hora e se concentraram no moreno.

Falando baixinho para ninguém mais ouvir, Harry contou aos dois o desejo sinistro e súbito de Snape de ser juiz de Quadribol.

— Não jogue — disse Hermione na mesma hora.

— Diga que está doente — aconselhou Ron.

— Finja que quebrou a perna — sugeriu Hermione.

— Quebre a perna de verdade — insistiu Ron.

— Não posso — respondeu Harry — Não temos apanhador de reserva. Se eu fujo, Grifinória não vai poder jogar. Mas ...—

Naquele momento, Neville entrou aos tombos na sala comunal interrompendo o menino Potter.

Como conseguira passar pelo buraco do retrato ninguém sabia, porque tinha as pernas grudadas pelo que eles imediatamente reconheceram ser o Feitiço da Perna Presa. Devia ter precisado andar aos pulos como um coelho até a torre de Grifinória.

Todo o mundo caiu na gargalhada menos Hermione, que ficou em pé de um salto e fez o contra feitiço. As pernas de Neville se separaram e ele se endireitou, tremendo.

— Que aconteceu? — perguntou Hermione, levando-o para se sentar com Harry e Ron.

— Malfoy — disse Neville com a voz trêmula. — Encontrei ele na saída da biblioteca. Ele disse que estava procurando alguém em quem praticar o feitiço. —

— A Violet não fez nada? — Perguntou Hermione.

Neville sacudiu a cabeça. — Ela não estava com ele. Só tava ele e os dois amigos. —

— Vá procurar a Professora Minerva então! - insistiu Hermione. — Dê parte dele! —

Neville sacudiu a cabeça novamente

— Não quero mais confusão — murmurou.

— Você tem de enfrenta-lo, Neville! — disse Ron. — Ele está acostumado a pisar nas pessoas, mas não há razão para você se deitar aos pés dele para facilitar. —

— Não precisa me dizer que não sou bastante corajoso para pertencer a Grifinória. Draco já fez isso — disse Neville engasgado.

Harry apalpou o bolso de suas vestes e tirou um sapo de chocolate, o último da caixa que Hermione lhe dera no Natal. Deu-o a Neville, que estava com cara de quem ia chorar.

— Você vale doze Dracos — disse Harry. — O Chapéu Seletor escolheu você para Grifinória, não foi? E onde está Draco? Naquela Sonserina nojenta. —

A boca de Neville se contraiu num sorrisinho enquanto desembrulhava o sapo. — A sua irmã está na Sonserina. —

— A Violet é a Exceção. —

— Obrigado, Harry. Acho que vou para a cama... Você quer o cartão, você coleciona, não é? —

Quando Neville se afastou, Harry olhou para o cartão de Bruxo Famoso.

— Dumbledore outra vez. Ele foi o primeiro que... —

E soltou uma exclamação. Olhou para o verso do cartão. Em seguida olhou para Ron e Hermione.

— Encontrei! — murmurou — Encontrei Flamel! Eu disse a vocês que tinha lido o nome dele em algum lugar. Li-o no trem a caminho daqui. Escutem só isso:  

O Professor Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945, e ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolas Flamel.” —

Hermione ficou em pé de um salto. Não parecia tão animada desde que eles tinham recebido as notas do primeiro dever de casa.

— Não saiam daqui! — disse e saiu escada acima em direção aos dormitórios das meninas. Harry e Ron mal tiveram tempo de trocar um olhar intrigado e ela já estava correndo de volta, com um enorme livro velho nos braços.

— Nunca pensei em olhar aqui — falou excitada. — Tirei-o da biblioteca há semanas para me distrair um pouco. —

— Distrair? — admirou-se Ron, mas Hermione mandou-o ficar quieto, enquanto procurava alguma coisa e começou a folhear as páginas do livro, ansiosa, resmungando para si mesma.

Finalmente encontrou o que procurava.

— Eu sabia! Eu sabia! —

— Já podemos falar? — perguntou Ron de mau humor.

Hermione não lhe deu resposta.

— Nicolas Flamel — sussurrou ela teatralmente — é, ao que se sabe, a única pessoa que produziu a Pedra Filosofal. —

A frase não teve bem o efeito que ela esperava.

— A o quê? — exclamaram Harry e Ron.

— Ah, francamente, vocês dois não leem? Olhem, leiam isso aqui. —

Ela empurrou o livro para os dois, que leram:

 “O antigo estudo da alquimia preocupava-se com a produção da Pedra Filosofal, uma substancia lendária com poderes fantásticos. A pedra pode transformar qualquer metal em ouro puro. Produz também o Elixir da Vida, que torna quem o bebe imortal.

Falou-se muito da Pedra Filosofal durante séculos, mas a única Pedra que existe presentemente pertence ao Sr. Nicolas Flamel o famoso alquimista e amante da opera. O Sr. Flamel que comemorou o seu sexcentésimo sexagésimo quinto aniversário no ano passado, leva uma vida tranquila em Devon, com sua mulher, Perenelle (seiscentos e cinquenta e oito anos).

— Viram? — disse Hermione, quando Harry e Ron terminaram. — O cachorro deve estar guardando a Pedra Filosofal de Flamel! Aposto que ele pediu a Dumbledore que a guardasse em segurança, porque são amigos e ele sabia que alguém andava atrás dela, esse é o motivo por que Dumbledore quis transferir a pedra de Gringotes. —

— Uma pedra que produz ouro e não deixa a gente morrer! — exclamou Harry. — Não admira que Snape ande atrás dela! Qualquer um andaria. —

— E não admira que não conseguíssemos encontrar Flamel em Estudos aos avanços recentes em magia — disse Ron — Ele não é bem recente, se já fez seiscentos e sessenta e cinco anos, não é mesmo? —

Na manhã seguinte, na sala de Defesa Contra a Magia Negra, enquanto copiavam as diferentes maneiras de tratar mordidas de lobisomem, Harry e Ron continuavam a discutir o que fariam com uma Pedra Filosofal se tivessem uma. Somente quando Ron disse que compraria o próprio time de Quadribol foi que Harry se lembrou de Snape e da partida que se aproximava.

— Eu vou jogar — disse a Ron e Hermione. — Se não fizer isso, Draco vai pensar que tenho medo de encarar Snape. Vou mostrar a ele... Vamos tirar aquele sorriso da cara dele se vencermos. —

— Desde que a gente não acabe tirando você da quadra — disse Hermione.

À medida que a partida se aproximava, porém, Harry foi ficando cada vez mais nervoso, mesmo que negasse isso para todos. O resto do time também não estava tão calmo assim. A ideia de passar à frente de Sonserina no campeonato das casas era maravilhosa, ninguém fazia isso havia quase sete anos, mas será que conseguiriam, com um juiz tão parcial?

Harry não sabia se estava ou não imaginando, mas parecia estar sempre encontrando Snape por todo lugar em que ia. Às vezes, ele até se perguntava se Snape não o estava seguindo, tentando apanhá-lo sozinho.


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