Escola de Assassinos escrita por James Fernando


Capítulo 3
Capítulo 3: A Misteriosa Carta


Notas iniciais do capítulo

POR FAVOR!!!!!! Comentem....!!!!



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A briga no refeitório rendeu a William uma expulsão da escola. A expulsão lhe rendeu um castigo que lhe fez desejar ter tropeçado no pé de Pedro. A partir do primeiro dia de férias de julho, ate o ultimo dia, William teria que limpar e encerar a casa, lavar, passar, esfregar, aparar, cozinhar, ele teria que fazer todas as tarefas domesticas da casa e ainda teria que cuidar de Pedro que teve seu pé quebrado e enfaixado.

Mas uma coisa estranha aconteceu. Quando a Sra. Dobbs ficou sabendo o que aconteceu no refeitório pelo diretor, ela ficou tensa, algo que ninguém percebeu, além de William. Ele não pode deixar de ficar com a impressão de que aquela bruxa – que só faz da vida dele ser horrível a cada dia que se passa – estava escondendo algo. Algo relacionado a ele.

Três refeições por dia, sendo que a primeira – o café da manhã – ele comia escondido. Os dias foram passando como se não tivessem fim. William só ia dormir por volta da meia-noite. Sua rotina se tornou levantar, tomar café escondido, fazer trabalho escravo, ajudar na cozinha do orfanato, fazer mais trabalho escravo – o que inclui ser praticamente mordomo de Pedro – cozinhar na casa da Sra. Dobbs para os dois, fazer mais um pouco de trabalho escravo e ir dormir, acordar e repetir tudo de novo.

Junho terminara e uma semana de julho se passou. Era por volta da uma da tarde quando William descia a escada do orfanato trazendo consigo um cesto com as roupas sujas de Pedro. Em suas mãos, ele colocou luvas de jardinagem para poder lavar as roupas de Pedro. Ele já tinha acabado de ajudar na cozinha e antes de poder almoçar, teria que lavar a roupa do Pedro-Espinhoso, era assim que William o chamava nos últimos três dias, pois apareceram cinco espinhas horrendas e bem visíveis no rosto do valentão que não saia da cama pra nada exceto ir ao banheiro e ainda por cima muitas das vezes sendo carregado por William.

Sem delongas, William levou as roupas ate a lavanderia. Desocupou a maquina de lavar ate que viu uma peça de roupa intima cor-de-rosa da Sra. Dobbs, ele segurou a vontade de vomitar.

Ainda usando as luvas, ele se agachou e levou a mão para pegar a roupa intima da bruxa. O som irritante de um sino sendo tocado o assustou e o fez bater a cabeça na maquina.

– Eu odeio esse idiota! – praguejou.

– WILLIAM! – ele ouviu Pedro gritar do andar de cima. – TRAGA O MEU ALMOÇO!

William respirou fundo.

– Matar não é legal. Matar não é legal... – ele repetiu o mantra.

– WILLIAM! – Pedro gritou.

– ESPERE MALDITO! – berrou perdendo o controle.

O barulho terminou. William olhou dentro da maquina e viu a peça nojenta lá dentro ainda e uma ideia passou pela sua cabeça.

Um Pedro-Espinhoso irrita muita gente, dois Pedro-Espinhoso irrita muito mais... – William começou a cantarolar enquanto pegava a peça de roupa da Sra. Dobbs da maquina e a colocava junto das outras roupas já lavadas dela dentro de uma bacia de alumínio.

Ainda cantarolando como um bobo, ele jogou as roupas de Pedro dentro da maquina e foi ate o armário na parede e procurou a ate achar um pequeno pote.

– Tinta para tecido... – ele leu com um sorriso maroto. – Cor-de-rosa...

Ele foi ate a maquina e despejou todo o conteúdo e logo em seguida colocou sabão e água e ligou a maquina.

William entrou na cozinha, não havia ninguém lá, mas o barulho denunciou que todos estavam na sala de jantar almoçando. No orfanato havia um mouco mais de quarenta órfãos. Havia quatro enormes quartos, dois em cada andar e com um banheiro em cada quarto. Dois quartos eram para as meninas e dois para os meninos. Os quartos dos meninos eram no andar de cima e os das meninas no de baixo. O orfanato também tinha mais três quartos que eram destinados aos funcionários. A diretora não morava no orfanato, sua casa era ao lado do prédio. Como a Sra. Dobbs era a segunda no comado, ela conseguiu que a casa do fundo fosse sua. Dona Bartira – Ceci Bartira – era uma mulher de traços indígena, não aparentava ter mais de quarenta e cinco anos. Sua pele era morena, um pouco acima do peso. Ela era a cozinheira do orfanato e ocupava um dos quartos. Era a única ali que tinha alguma consideração por William.

Sr. Araújo – Felipe Araújo – era o faz tudo do orfanato. Ele já tinha em torno dos cinquenta e cinco anos. Seus cabelos já estavam perdendo a cor, assim como seu bigode enorme. Sua pele era branca e apesar da idade, não estava tão mal. Brasileiro. Ele era um romântico incurável que tinha uma queda por Dona Bartira, que vivia lhe ameaçando mandar para o hospital com um rolo de madeira de amassar pão. Ele não gostava e nem desgostava de William, simplesmente os dois não se falavam e viviam na sua.

Caroline Newton era a diretora. Não tinha mais de trinta anos, a mais nova dos funcionários. Assumiu o cargo que antes era de sua mãe – Lauren Newton – após ela falecer três anos atrás já com seus sessenta e cinco anos. Suas bisavós eram italianas, mas sua avó se casou com um brasileiro, assim como sua mãe. Seus cabelos eram loiros e estavam sempre amarrados em um coque. Usava óculos leves, seus olhos eram azuis. Ela era bonita, mas uma megera. Ela odiava o orfanato e só pensava em dinheiro. Seu sonho era se casar com um homem rico e sumir dali sem olhar para trás.

William foi ate o armário e pegou um prato.

– Isso... Comam a vontade enquanto o escravo aqui trabalha... – resmungou enquanto ouvia mais uma vez aquele sino infernal. – Um dia desses eu ainda mato aquele espinhoso...

Ele preparou um prato com uma montanha de comida. Ali tinha arroz, feijão, bife, batata frita, ovo frito, ovo de codorna cozido, salada de alface com tomate.

– Hmm... – William observou o prato. – Acho que esta faltando tempero... – ele disse sorrindo maroto.

Ele foi ate os temperos no armário.

– Hmm... Vamos ver... Sal, pimenta-do-reino em pó... – e jogou mais do qualquer pessoa possa comer. – Ops, escorregou... – ele disse sorrindo maroto. Ele viu um vidro vermelho sob a mesa. – Se eu não me engano, o espinhoso comentou que gostava de pimenta malagueta...

Ele pegou o molho de pimenta, foi ate a geladeira e pegou o vinagre. Colocou a pimenta na comida e logo sem seguida colocou um pouco de vinagre pala diluir a pimenta.

– Do jeito que ele merece... – constatou William observando sua obra prima.

Pegou o prato, mudou sua face para cara de pôquer e levou para o andar de cima. Ao adentrar no quarto viu Pedro deitado na cama com o pé direito engessado e com o corpo inclinado em direção à cômoda pronto para pegar o sino novamente.

– Nem pense nisso! – indagou William estreitando os olhos para o espinhoso.

No quarto havia quatorze camas, sete em cada lado. Os pés das camas formavam um corredor ate a enorme janela que ficava de frente para a porta. Tinha uma cômoda ao lado de cada cama. Uma cômoda pra cada aluno guardar suas roupas.

Pedro movimentou o corpo indicando que se assustou com a chegada de William. Rapidamente ele se recompôs, se sentou na cama encostando as costas na cabeceira da mesma, tomou um ar arrogante.

– Finalmente... – disse arrogantemente. William revirou os olhos.

Idiota, pensou enquanto caminhava em direção à cama dele que ficava no meio do quarto.

– Se estava com pressa, por que não foi buscar você mesmo? – William retrucou sem se alterar. – Ah, é mesmo... Havia me esquecido, eu quebrei o seu pé... – ele disse na maior inocência.

William pegou um vislumbre de raiva que passou rapidamente pelo rosto do espinhoso. Sob a cômoda do espinhoso havia um copo vazio. William entregou o prato para Pedro e pegou o copo.

– Vou pegar água para você... – ele disse com cara de quem não quer estar ali.

Enquanto Pedro levava o garfo cheia de comida à boca pela terceira vez consecutiva, William segurou a vontade rir e entrou no banheiro e viu duas coisas: a pia e o vaso sanitário.

Ao ouvir o grito horrendo e Pedro clamando por água, ele teve que segurar a vontade de gargalhar.

– Parece que ele quer água urgentemente... – ele sorriu marotamente.

William enfiou o copo no vaso sanitário e o encheu com a água dele. Pedro continuava a gritar. Ele correu ate o quarto e entregou o copo com a água para um Pedro de cara vermelha, lagrimas escorrendo pelo rosto. Comida cuspida estava sob ele e a cama. William segurou a louca vontade de gargalhar.

– Tome... – ele entregou o copo para o espinhoso.

E rapidamente ele foi para a porta. Sra. Dobbs devia estar vindo ver o que estava acontecendo, mas estranhamente ele não ouviu passos na escada, ouviu apenas as vozes na sala de jantar.

Pedro tomou a água.

– Como você parecia querer a água urgentemente, eu tive que pegar no lugar mais acessível... – disse William com cara de inocente. Os olhos de Pedro se estreitaram por cima do copo. – Da privada.

Os olhos de Pedro se esbugalharam. Ele tirou o copo da boca e cuspiu tudo ao mesmo tempo em que se engasgava.

William já estava correndo rumo à escada, pois se Pedro gritasse novamente, dessa vez a Sra. Dobbs devia vir ver o que estava acontecendo e ele acabaria com problemas. Já na escada, ele ouviu o grito de Pedro e juramento dele que iria mata-lo. Já no fim da escada, ele ouviu passos no andar de cima.

Todos na sala de jantar foram para o Hall ver o que estava acontecendo e assim como William, todos ficaram surpresos ao verem Pedro correndo como se nunca tivesse quebrado o pé pela escada. Ele estacou no meio da escada ao ver que todos o observavam.

William percebeu tudo. Pedro já devia estar bem fazia dias. Ele notou que a diretora e a Sra. Dobbs estavam no Hall também. William encontrou o olhar de Pedro e sorriu.

– Não... Acredito... – disse William se fazendo de coitadinho. – Você já devia estar bem fazia dias e ao invés de anunciar, continuou a tomar meu tempo. Tempo que eu podia estar usando para fazer mais tarefas tanto em casa como no orfanato... Estou me matando, indo dormir a meia-noite, com direito de descanso somente na hora das refeições, e ainda por cima eu tinha que aturar os seus caprichos?

William ouviu alguns fungarem atrás dele. Ele fez seus olhos lacrimejarem e em seguida olhou para trás, para o rosto de todos ali e negou com a cabeça e em seguida saiu correndo porta a fora do orfanato. Apesar de ter enganado todos ali, ele podia jurar que sabia que a Sra. Dobbs não havia acreditado. Aquela bruxa realmente lhe assustava às vezes.

Sem parar, ele saiu pelo portão do orfanato. A Rua Carneiro Florido era calma. O tipo de rua que é perfeito para se criar uma família. Suas casas eram pequenas, algumas tinham dois andares, e eram de época no estilo colonial. A rua era limpa. As árvores na calçada que tinham a cada três ou quatro casas davam um ar mais calmo. O orfanato era o único prédio daquela rua.

William correu sem parar, mas algo estranho aconteceu. O que levaria no mínimo um minuto para chegar ao quarteirão onde as ruas se cruzavam, ele levou dez segundos e nem sentia fadiga alguma pelo exercício. Ele correu ate o parque Jardim da Princesa. Procurou uma árvore sobre o gramado e com sombra e no gramado ele se deitou e lá acabou cochilando.

Ao abrir os olhos, sentiu seu corpo praticamente agradecer pelo descanso. O céu estava com um tom mais quente. Ele bocejou antes de se sentar no gramado e apoiar as costas na árvore. Se perguntou por quanto tempo ele dormiu. Retirou o relógio debaixo da camisa e o abriu. Os ponteiros ainda indicavam vinte e três horas e trinta e cinco minutos exatos. Lembrou-se de que o relógio não funcionava.

Ele o guardou novamente debaixo da camisa. Olhou o céu. Se tivesse que chutar, ele diria que já era por volta das quatro e meia da tarde. Ele dormiu por quase quatro horas. Levantou-se e se espreguiçou. Era hora de voltar para o orfanato.

Ao virar no quarteirão, viu o carteiro com sua bolsa andando pela calçada em que ele estava vindo de encontro dele um pouco mais a frente do orfanato.

William andou normalmente e despreocupado. Já sabia que provavelmente iria levar bronca por ter sumido praticamente a tarde toda.

Ao abrir o portão do orfanato, o carteiro o encontrou.

– Aqui, correspondências... – disse o carteiro, Samuel Santana.

Samuel não passava dos vinte anos. Seu cabelo era curto como dava pra notar debaixo daquele boné azul. Seus olhos eram castanhos e sua pele branca.

William pegou as cartas.

– Valeu Samuel... – disse William agradecido, mas não tão contente assim.

– Hey! Ser o cara das correspondências não é tão ruim assim, exceto é claro, quando se tem uma péssima noticia pra dar, às vezes você tem que saber correr, por que senão os malucos por aí te matam... – disse Samuel.

William conhecia pessoas boas que não o olhavam como se ele fosse uma perda de uso de espaço. Samuel era uma dessas pessoas.

– Desculpe, não quis ofender. – disse William se sentindo meio culpado.

– Não se preocupe, não ofendeu. Viver com aquela bruxa deve ser difícil. – disse Samuel piscando marotamente. Samuel começou a andar. – Te vejo por aí...

– Falou... – disse William com sua mão cheia de cartas. No meio daquelas cartas tinha uma com uma cor diferente. O papel parecia ser branco, mas velho, do tipo caro e valioso.

William se virou de costas pra Samuel fechando o portão ao mesmo tempo. Com dois passos já longe do portão, ele parou ao ouvir Samuel lhe chamar:

– E William...? – disse Samuel andando de costas enquanto olhava para William. – Tem uma carta pra você no meio dessas aí... – ele disse apontando o indicador para as cartas como um tiro e piscando.

As sobrancelhas de William se ergueram em surpresa. Samuel se virou e continuou com se trabalho.

William procurou entre as cartas ate ver a que lhe pertencia. Era a carta com aparência velha, mas cara e chique. Ela estava selada em cera derretida vermelha e prensada por um tipo de brasão. Era um circulo com um H no meio e um tipo de ave com as asas abertas parecendo que estava voando e carregando o H com as garras. Ele virou a carta e leu:

William Blake

Orfanato Doce Coração

Rua Carneiro Florido, 75

Vila Isabel

Rio de Janeiro – RJ

Brasil

A vontade de abrir a carta ali mesmo se apoderou de todas as fibras de seu corpo, pois William nunca havia recebido uma carta. A ideia de que alguém lhe escreveu lhe pareceu surreal, mas para confirmar, ali estava a estranha carta. Quem sabe um parente decidiu entrar em contato e te tirar dali? Só de pensar nisso, a vontade de abrir e ler a carta ali mesmo, no meio do caminho entre o portão e a porta da frente do orfanato, se triplicou. Mas ele não podia, ele teve que se conter ao máximo para não rasgar o envelope e lê a carta. Ao invés disso, ele pegou o envelope e o colocou debaixo da camisa e o prendeu sob a borda da calça. Ele não poderia cometer o risco de ter sua carta confiscada pela a Sra. Dobbs.

Respirou fundo, agindo como se não tivesse recebido nada, ele entrou no orfanato e deu de cara com uma Sra. Dobbs faltando lançar maldições, pois a vassoura ela já tinha na mão e ela estava estendida para William pegar e começar a varrer.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Criticas são bem vindas.

Será que atingimos os 10 reviews?

Gente, passem nas minhas outras fics: "A Mutante em Forks", "Arte e Desejo", "A Filha de Zeus em Forks" e "Uma Super Garota Nada Normal".

Leu? Comente. Gostou? Divulgue. Amou? Recomende.

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Meu exemplar do livro que publiquei acabou de chegar, e modestia parte, ficou incrivel. E se não gostarem da capa, existe mais três disponiveis no site. O livro contém magia, aventura, ação, mistério, suspense, mutantes (não os x-mens), dragões, vampiros, uma guerra a caminho. Eu arrisco afirma que pode ser uma mistura de Harry Potter, Percy Jackson, Dragon Ball (no sentido das lutas), e é claro, o nascimento de um romance.
https://clubedeautores.com.br/book/146998--O_Ladrao_de_Vidas#.UpFurMRwrKp

Proximo capitulo ate sabado, sexta, terça ou quarta, não sei, mas pode acabar sendo postado antes.

Ate o proximo capitulo...