O Segredo dos Bennech escrita por bianinha
Enquanto me puxava pelo corredor, Ann me informava sobre os planos, mas eu estava tendo uma pequena dificuldade para me concentrar. Nas últimas frases, peguei mais ou menos o enredo das coisas.
- ... Então, graças ao fuso horário, temos 7 horas de vantagem, ok? - informava me sobrecarregando de coisas.
- Hmmm - foi o melhor que pude fazer. - Onde estamos indo?
- Para o seu quarto, você vai deixar suas coisas lá e vamos comer. - disse acelerando o ritmo de seus passos. Estava meio tonta, com tantos quadros e corredores inacabáveis, e Anne Marie parecia conhecer muito bem tudo aquilo.
Então ela parou em frente de uma porta, com um acabamento muito bonito e uma maçaneta de ouro, ela a abriu e deu espaço para que eu passasse.
- Está a sua altura, senhorita? - disse irônica
O quarto era fantástico, o maior que já vi na minha vida, com direito a cama de casal!
- Razoável. - respondi com o mesmo tom. - Pronto podemos comer agora.
Ela abriu um sorriso largo e desceu as escadas, elas nos levaram a uma sala imensa. Havia uma grande mesa com várias cadeiras muito confortáveis, a da ponta era a maior, deduzi que lá se sentaria o Sr. Benjamin.
- Vamos, sente-se! - alertou ela me tirando do meu pequeno mundinho de pensamentos. - Logo chegam todos os outros, então escolha seu lugar.
Assim que me acomodei, pude ouvir passos e risos se aproximando. Logo, a grande mesa já estava quase cheia. Um homem de fraque entrou e gritou algo em italiano, como: Buon appetito, ou coisa do tipo. Daí entraram garçons com vários pratos e passavam oferecendo a cada um. Para qualquer outro aquele seria um jantar muito formal, mas com a presença dos primos - alguns eu ainda não conhecia - e crianças, as risadas e bagunças predominavam.
O jantar estava ótimo! Havia tudo o que eu mais amava: Comida Italiana. Foi perfeito! Mas depois seguimos para aquela sala novamente, agora só estavam presentes os mais conhecidos. Todos me encaravam, e o jantar se revirava no meu estômago, mas finalmente alguém rompeu o silêncio.
- Pergunte o que quiser, Michelle. - Disse o homem, só agora fui perceber como sua voz passava autoridade.
- Certo... Ahn... O que vocês fazem com esses poderes? - perguntei. Ouvi alguns risos abafados e suspiros profundos e pude deduzir que aquilo seguiria por toda a conversa.
- Bom, nós temos que encobrir algumas coisas dos humanos. Ás vezes, coisas muito estranhas acontecem, estranhas demais para explicarmos. - se esforçava para escolher as palavras certas
- Então, vocês os enganam? - quando falei percebi que soou um pouco mais cruel do que eu planejara.
- Se preferir assim. Mas não somos os vilões, é para a segurança de todos...
- Entendo. - o interrompi, será que essa mania pega? - Mas, eu não entendo o porque desses poderes... - não terminei a frase, deixando que me interrompesse.
- Eles nos ajudam de certa forma, a descobrir o porquê, ás vezes até a encobrir os fatos.
- Que fatos? - perguntei
- Por exemplo, a bomba de Hiroshima. - começou - Usamos a desculpa da bomba para encobrir uma explosão vinda de ... - pensou muito para continuar - um ser.
- Ser?
- Tecnicamente temos apenas um inimigo. -disse coçando a barba - Ruy.
Fiz minha cara de ponto de interrogação.
- Ele tem um pequeno exército e até pouco tempo, parecia usar a terra como um enorme tubo de experiência. Não sabemos do que. Mas, essas experiências acabam custando bem mais.
- Conte para ela, pai. Sobre os novos poderes. - encorajou Ann.
- Ah, sim. - disse - Bom, nossos poderes surgem com a necessidade. Até um tempo atrás, todos os poderes envolviam mentes, como o meu e o seu: ler mentes, manipulá-las e até prever pensamentos. Porém, ultimamente, poderes mais complexos ter surgido, como o de Ann e Mat: Invisibilidade e tele transporte, e Rob parece estar desenvolvendo uma grande velocidade.
- O que isso significa? - perguntei confusa
- Parece que novos desafios estão por vir. - disse Rob animado
- Talvez não agora, mas em breve. - tranquilizou Sr. Bennech. - Têm acontecido coisas muito suspeitas.
- Tipo o que? - perguntei
Então o silêncio absoluto tomou conta do lugar e os olhos apreensivos do Sr. Bennech me olhavam procurando as palavras certas novamente.
- Já sabe que são 4 famílias certo? - perguntou ele
- Ahaam. - afirmei.
- Pois bem, uma delas, os Kingans, são os donos desse castelo. Eles sumiram de repente, e um representante de cada família veio para cá substituí-los e investigar qualquer vestígio. Já que, como pode ver, os Kingans são os mais poderosos, esse caso nos deixou muito intrigados.
- E as outras famílias, por que não estão aqui?
- Foram dar os últimos avisos a todos os membros, um dos nossos mais fortes companheiros é Connor Alexis, seu poder se assemelha com o de Mat. Ele tem se esforçado muito na busca, mas nada ainda.
- Uhn... Mas tem uma coisa ainda, por que a minha cicatriz é um B?
- Duas teorias: 1. Você foi trocada na maternidade. 2. Existem mais segredos a serem explorados.
- Isso não parece muito esclarecedor... - admiti
- E não é. - me apoiou o Sr. Bennech - Acontece que todas as famílias ficaram curiosas com seu caso, eles voltam hoje de madrugada para poderem falar com você amanhã antes de você partir.
- Legal, vou ser o centro das atenções... - resmunguei para mim mesma
- Mais alguma coisa?
- Não, acho que não.
- Certo, então durma Michelle. - me aconselhou - Amanhã vai ter muito que fazer, a família é grande. - brincou ele
Obedeci e depois de dar boa noite a todos fui dormir. Olhei o relógio e ele marcava 00:30, ou seja, lá em New Pile ainda era 5:30 da tarde. Suspirei e me virei para dormir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ficou meio curtinho, mas é melhor do que emendá-lo com o outro. O que acharam?