O Segredo dos Bennech escrita por bianinha
Era 31 de outubro, Halloween. O plano para minha ida para Itália já havia sido formado pela Ann. Era o seguinte: Eu voltaria da escola com a Anne Marie e 'dormiria' lá - era o que minha mãe pensava -. Na verdade, o primo dela me levaria para Itália, conheceria o famoso pai dela, depois de todas as perguntas esclarecidas, eu voltaria.
Parece simples, mas não é. Na verdade, nem parece simples, eu tenho que entender tudo desse negócio de 'dons' e voltar para casa antes do almoço do dia 1 de novembro! Tava na cara que não daria certo, mas Ann disse que era bobagem, e não precisava se preocupar.
Então foi assim, terminei a aula e encontrei eles na frente da escola.
- Olha lá ela! - disse Ann acenando enquanto eu me aproximava
- Oi, pessoas. - cumprimentei
- Pronta? - perguntou Paul, eu afirmei com a cabeça.
- Você vai primeiro, depois o Mat volta e nos leva um por um... - explicou Ann - ele só consegue levar uma pessoa por vez, além dele, é claro.
- Falando nisso, cadê ele? - eu perguntei
- Deve estar em casa, ele não precisa perder tempo com o ônibus. - esclareceu Paul
Fomos para a casa de Ann, e lá estava ele, vendo TV.
- Pronto Mat? - perguntou o mais velho
- Mas é claro! - disse com um sorriso torto e se levantou do sofá. - Primeiro levaremos a garota, certo?
- Mitchie. - eu disse - Meu nome é Mitchie
- Tá bom. - disse rindo. - Não vá ficar tonta!
- Pode deixar. - respondi
- Não esqueça, nos espere lá! Nós não demoramos. - informou Paul
- Me dê a mão. - pediu Mat
- Hã?
- Para eu te levar. - disse balançando a cabeça
- Ah, tá! - disse corando
De repente, tudo ficou roxo, depois preto, depois branco e...! Lá estávamos nós, na Itália!
- Gostou? - peguntou
- Uau! - disse sorrindo. - E não, eu não tenho namorado. - esclareci. Ele ficou envergonhado por ter seus pensamentos lidos.
- Não pense mal, sou muito curioso é só! - e sumiu, diante dos meus olhos.
Não demorou muito para que todos estivessem lá. O Mat pareceu aliviado de não ter mais que ir e voltar e evitou ficar do meu lado, e eu sabia disso, porque vi que ele não queria que eu lesse seus pensamentos.
- Gostou da viagem? - perguntou Ann - E da Itália?
- Magnífico! Ambos são fantásticos! - disse também animada, apesar de não conhecer exatamente a Itália.
Ela sorriu e andamos por uma trilha até alcançarmos uma mansão. A mansão era coberta por aquela planta trepadeira e lembrava muito a épocas da idade média. Um belo jardim, com flores, borboletas e fontes, deu um charme especial à casa.
- Chegamos. - informou Paul, mesmo sendo obvio.
- É linda, Ann! Entendo porque gosta tanto daqui! - eu disse
- Como sabe que eu... - ela não precisou completar e eu não precisei responder. - Ah, esquece...
Eu ri. Estava começando a gostar daquilo.
Quando entramos lá, seguimos por vários corredores, passamos por alguns quartos e Rob deu uma 'paradinha' no banheiro. Por fim, chegamos numa imensa sala, com três grandes poltronas de veludo, mas só a do meio estava ocupada
- Sejam Bem - Vindos! - disse uma voz simpática
- Papai! - Ann gritou e foi abraçá-lo - Estava com saudades.
- Trouxemos a garota. - Disse Paul dando espaço para eu passar.
- Ora, ora... Como é seu nome? - perguntou o dono da voz simpática.
- Michelle. - disse
- Michelle, mas não era Mitchie? - peguntou Ann
- Mitchie é apelido, na verdade. - expliquei.
- Mitchie? Não, não combina... - Disse ela
- Deixe disso, eu quero conversar com a Michelle. - Disse ele. - Michelle, meu nome é Benjamin, Benjamin Bennech
Eu me curvei como reverência e pude ouvir alguns risos atrás de mim.
- Não precisa disso. - informou o Sr. Bennech - Somos da mesma família.
- A cicatriz. - cochichou Ann
- Ah, deixe me ver a cicatriz, Michelle? - perguntou estendendo a mão, eu estiquei a minha. - Interessante... Você já conhece a história?
- Sim. Já contamos a ela. - respondeu Ann por mim.
- Claro, claro. Qual é seu dom, querida? - perguntou o homem
- Ela lê pensamentos. - informou Rob por mim. Já estava me acostumando.
- Isso explica o porque que não consegui ler nada. - Pensou consigo mesmo o Sr. Bennech. - Você deve estar muito confusa não é mesmo? E com fome também! Vou pedir o jantar.
- Oba! - gritou Rob lá de trás.
- Descanse e depois conversamos. - Informou o pai de Ann e se retirou da poltrona.
Ann me pegou pelo braço, e me levou pelos corredores.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!