Senk escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 8
Conectividade


Notas iniciais do capítulo

Johnny e Jane tem uma longa história juntos, uma longa história que os uniu ali, naquele momento e por que não aproveitar? Afinal, Jane não é mais uma criança e não pensa em ter um compromisso sério, ela não quer mais sentir medo.



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Jane estava deitada em cima do corpo de Johnny, suas pernas estavam entrelaçadas e eles olhavam um para o outro enquanto Jane mexia nos seus poucos cabelos e Johnny fazia carinho no corpo dela.

– Por que isso demorou a acontecer mesmo? - Johnny perguntou sorrindo.

– Não demorou, aconteceu quando tinha que acontecer - Jane beijou os lábios de Johnny e ele fechou os olhos sentindo tudo como se fosse um momento único.

– É... você tem razão - ele disse sem abrir os olhos e continuando a beijá-la.

O beijo foi ficando cada vez mais intenso e as unhas de Jane foram descendo pelo corpo de Johnny, Johnny aumentou a intensidade do beijo pegando na nuca de Jane até que eles escutam um barulho alto e vozes gritando e param de repente de se beijar.

– O que foi isso? - Jane perguntou.

Johnny deu de ombros pois também não sabia. Jane se levantou, colocou a camisa de Johnny rapidamente e saiu correndo do quarto. Johnny colocou sua calça jeans de qualquer jeito e saiu correndo atrás de Jane. Eles chegaram na beirada da escada e viram Reed enroscado em Ben, paralisando-o. Ben estava nervoso, acabara de ter uma discussão séria com Reed sobre ele se empenhar em fazer a máquina ou querer reconquistar Sue. Assim que Ben deu uma acalmada, Reed o soltou devagar e então ele saiu andando pela porta. Jane quis ir atrás do amigo, mas Johnny a segurou pelo braço e ela parou ainda olhando em direção à porta.

– As vezes é melhor dar espaço pras pessoas, Jane - disse Johnny ao ouvido dela.

Johnny e Jane olharam para Reed e Sue. O olhar deles transmitia vergonha e preocupação e de tão vergonhosos que ficaram, Jane e Johnny voltaram para o quarto de Jane. Eles não estavam mais naquele clima e nenhum dos dois tentou nada. Johnny se deitou e Jane se deitou ao seu lado. Johnny passou o braço para envolver Jane em seu peito e ela aceitou o abraço se sentindo um pouco melhor. As horas passaram e Jane não conseguia dormir, ela olhou para Johnny e ele dormia muito bem, parecia estar tendo bons sonhos.

Jane saiu devagar para não acordar Johnny, colocou um short e desceu para a sala onde a máquina de reversão estava sendo construída. Jane saiu do quarto, fechou a porta com cuidado e saiu prendendo o seu cabelo num coque frouxo. Ela colocou seus óculos e desceu as escadas descalça. Assim que ela acabou de descer as escadas ela deu de cara com Reed.

– Jane? - Reed se surpreendeu.

– Oi Reed - disse Jane meio sem jeito.

– Desculpe, acordei você?

– Não... eu não consigo dormir.

– Ben?

– Ben - Jane confirmou. - Vim ajudar a terminar a máquina, falta pouco, não é mesmo?

– Sim, em breve terminamos.

Eles sorriram para o outro e começaram a trabalhar na finalização da montagem da máquina. Jane apertava alguns parafusos e Reed conectava alguns cabos e fazia alguns cálculos.

– Então... você e o Johnny... se resolveram, não é? - ele deu uma risadinha e Jane olhou pra ele de rabo de olho.

Ela estava com a camisa dele e ele os viu praticamente nus no topo da escada há algumas horas atrás.

– Pois é... e você e Sue? Parece que também estão se resolvendo.

– É... não chegamos tão longe quanto vocês, mas...

Jane lançou uma bola de gelo na cara de Reed e eles começaram a rir. Algumas horas depois eles finalizaram a máquina e ficaram olhando pra ela.

– É hora de testar - disse Reed respirando fundo. - Você aciona o botão, ok?

– O quê? Reed! Enlouqueceu? Ainda não calculamos a quantidade certa de energia e não sabemos o que pode acontecer.

– Mas temos que testar em algum momento. Você quer ir?

– Não, eu não quero perder os meus poderes - Reed se surpreendeu com a resposta. - Desculpe Reed, mas é a verdade, não quero abrir mão de meus poderes, eu gosto deles, mesmo que eu tenha que ser gelo pra sempre.

Reed acenou, compreendendo a decisão dela.

– Então eu vou.

– Mas Reed, e se matar você?

– Só vou saber se tentar. Eu prometi ao Ben até o meu último suspiro.

Jane assentiu e aguardou Reed entrar na máquina. Assim que ele entrou, ela apertou os botões e mexeu nos volumes de energia. A máquina fez um barulho alto e brilhou muito por causa da reprodução da tempestade. Jane fechou os olhos e se virou, pois era forte demais pra ela. Sue chegou ao cômodo um pouco antes de acabar o trabalho da máquina e assim que ela parou, Jane e Sue ficaram atentas à porta.

A porta se abriu e Reed saiu da máquina com um sorriso, ele parecia normal. Jane e Sue sorriram ao ver que a máquina funcionara, porém, a cara de Reed começou a derreter, ele foi derretendo todo o seu lado direito e Sue e Jane correram para socorrê-lo. Sue o segurou do lado esquerdo e Jane tentou segurar a parte molenga.

– Precisa... de mais... energia - ele disse quase sem fôlego.

– Ok, amanhã vocês continuam ok? Agora você vai descansar - disse Sue levando Reed para cima das escadas.

Jane ajudou até certo ponto e deixou Sue sozinha cuidando de Reed, o que seria melhor no ponto de vista dela. Jane então voltou para o seu quarto devagar e sentou na cama com cuidado para não acordar Johnny. Jane ficou olhando para a parede sem realmente enxergá-la. Ela analisara o que poderia ter dado errado e imaginou o que teria acontecido com Ben se ele tivesse ido tão cedo para a máquina. Sem perceber, o dia acabara amanhecendo e Johnny se sentou e beijou sua nuca que ainda estava exposta.

– Bom dia.

– Bom dia - Jane respondeu.

– Já começou o dia fazendo pesquisas? - disse Johnny deitando nas coxas de Jane e olhando pra ela.

– Johnny, por que você gosta de mim?

– Eu não gosto de você. Eu amo você.

– Por que? Por que você acha que me ama?

– Eu não acho, eu tenho certeza disso. Porque depois de te perder na faculdade, eu nunca tive tanta certeza de alguma coisa, pois eu sabia que te amava desde aquela vez que você se foi quando éramos adolescentes e quando te vi de novo na faculdade, eu tive certeza que te amava, mas depois que te perdi, aí que eu soube mesmo que você é a mulher com quem eu quero ficar pra sempre do lado. Nunca senti isso por ninguém e você sabe que não sou romântico e essas coisas, me sinto até ridículo por falar isso, mas até o universo me mostrou que é com você que eu devo e quero ficar.

Eles ficaram se olhando com um sorriso de lado e Johnny começou a ficar vermelho.

– Desculpe, eu não sei o que falar - disse Jane que fazia cafuné em Johnny.

– Então não fale.

Johnny se levantou, pegou na nuca de Jane e a beijou. Eles se beijaram delicadamente. Jane gostava daquelas palavras, por mais que ela tivesse medo de ser enganada pela quarta vez, mas também era a primeira vez que ouvia os sentimentos de Johnny daquela maneira. Talvez ela tivesse razão, talvez aquele era o momento certo de eles ficarem juntos, agora que são adultos e já viveram muitas experiências. Johnny sabia que não mentira em nenhum momento, todas as suas palavras foram verdadeiras e ele se sentia aliviado e um pouco envergonhado por dizer a verdade, aquelas coisas românticas não combinava com seu perfil, mas ele precisava se abrir para não perder Jane novamente. Johnny parou de beijar Jane.

– Coloque seu uniforme, tenho uma surpresa - ele disse.

– Surpresa? - Jane ficou atônita e Johnny lhe deu um selinho.

– Sim, vamos, vamos!

Johnny estava animado e saiu do quarto de Jane para colocar seu uniforme também. Jane seguiu as instruções, colocou o uniforme, escovou os dentes, soltou os cabelos e tirou os óculos. Johnny apareceu na porta do quarto e ofereceu sua mão a ela. Jane entregou sua mão e ele saiu puxando-a pelas escadas e eles entraram no elevador. Eles riam, mesmo sem saber muito bem o motivo. Johnny a puxou para cima dele e a beijou enquanto o elevador descia. Assim que ele chegou no final, Jane parou de beijá-lo mordendo seu lábio inferior.

Eles saíram de mãos dadas pela porta do elevador e em seguida do edifício. Eles foram caminhando até um rio, o que demorou algum tempo por causa de uns poucos fãs que os paravam e os paparazzi que viam uma grande oportunidade de dinheiro com a foto do casal.

– Legal, um rio - disse Jane tentando entender porque aquilo seria surpresa.

– Sim, um rio - ele disse animado.

Jane tentou entender novamente e Johnny ficou mostrando animação e o rio, Jane demorou a atender as indiretas nos olhares de Johnny, até que ela entendeu finalmente o motivo.

– Oh meu Deus - ela disse surpresa de verdade.

– Pois é, você terá uma enorme pista de patinação agora - ele sorriu animado.

– Mas se eu congelar a superfície do rio isso pode...

Jane parou ao ver o olhar de Johnny desinteressado e de braços cruzados.

– É... você tem razão, dane-se. Não é todo dia e nem pra sempre.

– Isso aí, assim que se fala Jen!

Jane se transformou em gelo a partir do seu coração até as extremidades do seu corpo e saiu correndo pelo rio e assim que ela tocava o rio, uma camada de gelo surgia. Ninguém sabia, mas ela já havia treinado isso em sua banheira e aquela sensação, aquele enorme espaço e toda aquela liberdade, era muito melhor. Jane virou pra trás e chamou Johnny, ele tentou agir da mesma maneira que agiu no chafariz, sempre sem ficar parado tempo demais. Jane estava se divertindo muito e então ela queria colocar mais uma coisa em teste. Ela passou perto de Johnny e gritou pra ele:

– Você quer voar?

– Você consegue? - ele perguntou animado.

– Posso tentar - disse Jane com determinação.

Jane então fez um morro como os de skate para lhe fazer ir ao ar e assim que ela estava numa altura boa, ela fez uma plataforma de gelo no ar e conseguiu pisar nela, e ela se desfez alguns segundos depois dela passa, assim como se estivesse nevando. Jane foi ficando cada vez mais alta. Johnny riu, deu um salto e usou suas chamas para te ajudar a voar e ele chegou até ela fácil.

– Fácil demais minha querida - ele zombou dela.

– Uma corrida então?

– Demorou!

Eles então começaram a voar juntos. Jane deslizava como se estivesse de skate, ela fazia algumas manobras e Johnny ficava com inveja da tamanha liberdade que ela tinha de manipular sua pista e seu caminho. Mas isso só animou ainda mais a corrida. A corrida durou muitas horas, eles paravam em um lugar para enganar o outro e o mais legal era que não tinha linha de chegada. Eles só pararam de verdade uma vez para almoçar, mas uma hora depois que terminaram - por causa do juízo de Jane - eles voltaram a voar. Jane demorava mais para subir, onde Johnny tirava vantagem, mas era completamente fácil para os dois e eles estavam se divertindo, até em um momento quando Jane fez um espiral e Johnny passou no meio dele, por incrível que pareça, Jane não ficou tonta e eles se divertiram por toda uma tarde.

Quando finalmente voltaram pra casa, Johnny parou primeiro no terraço e Jane falhou no freio e caiu em cima de Johnny ainda como pedra de gelo.

– Então foi assim que o Titanic se sentiu - disse Johnny sentindo um pouco de dor.

Jane riu muito e começou a voltar ao normal e seu cabelo caiu no rosto de Johnny e depois ela o jogou para um lado só.

– Obrigada pela surpresa - ela disse sorrindo alegre e delicadamente.

– Por nada.

Eles ficaram olhando nos olhos um do outro e então se beijaram, um beijo muito envolvente novamente.

– Que tal entrarmos? - perguntou Jane enquanto mordia a pontinha da orelha de Johnny.

– Eu adoraria.

Johnny girou e ficou em cima de Jane, ele mordeu de leve a ponta do seu nariz, se levantou e pegou a mão de Jane para ajudá-la a se levantar. Eles entraram no apartamento e viram tudo destruído. Ben estava desmaiado perto de Sue e ele estava humano, não havia mais pedras, ele não era mais o Coisa. Sue olhou para Jane e Johnny preocupada.

– O que aconteceu aqui? - perguntou Johnny preocupado com a irmã e com Ben.

– Victor... - disse Ben meio inconsciente.


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