Senk escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 7
O Jantar


Notas iniciais do capítulo

Johnny perdeu na competição e agora ele e Jane vão sair para jantar. A noite promete ser de longas conversas, será que alguns sentimentos guardados poderão aparecer?



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Reed, Johnny e Jane chegaram em casa. Reed estava de mau humor e assim que Ben os viu, ele fechou a cara e saiu da sala. Reed e Sue fizeram com que Johnny e Jane sentassem no sofá.

– O que vocês têm na cabeça? - Sue começou a dizer cruzando os braços e nervosa. - Como assim vocês saem e ficam nos dando nomes.

– Na verdade a ideia foi toda minha e... - Johnny começou a explicar.

– Não interessa, vocês dois estavam lá. Combinamos de ficar aqui e as...

– Não deu pra ficar Sue, tente entender. Só queríamos um pouco de ar e...

– Vocês tinham que se controlar, olha o que fizeram com o Ben.

Jane olhou para o lado enquanto eles debatiam. Jane não queria falar nada, ela não queria se justificar do que fez, ela simplesmente fez porque queria e não devia explicações por se divertir. Agora na questão dos nomes, aí sim a culpa era completamente de Johnny, com excessão do dela e do dele mesmo. Jane então decide ir falar com Ben sobre o que aconteceu e levanta do sofá sem falar nada. Todos olham para Jane mas ninguém a impede de prosseguir.

Jane caminhou até perto de Ben, que estava sentado numa janela, olhando para o céu além.

– Olá - disse Jane delicadamente se sentando ao lado de Ben e se transformando em gelo.

Ben a olhou e estranhou.

– Por que está fazendo isso? - Ben perguntou.

– Isso o quê? - ela perguntou balançando os pés no ar.

– Está aí de iceberg.

Jane riu.

– Estou vendo como seria ficar assim.

– Por que? Pena de mim novamente Jane?

– Não. Eu não tenho pena de você Ben, deixa de ser bobo. É só que... - Jane olhou para os pés completamente de gelo - eu não quero me livrar dos meus poderes. Eu sei que eu posso evoluir de uma maneira que eu fique um "iceberg" pra sempre, mas mesmo assim não quero abrir mão. E eu entendo o quanto você quer se livrar do seu.

Jane olhou para Ben e ele olhava de volta tentando entender onde ela queria chegar.

– Olha Ben, esse passeio com o Johnny foi um momento para relaxar e me sentir eu mesma, eu precisava daquilo. Eu amo a ciência, amo estudar sobre o DNA, mas preciso de diversão também.Em nenhum momento eu quis te machucar ou não mostrar interesse por você.

Ben sorriu e abraçou Jane de lado.

– Calma garota, eu sei que você não quis fazer nada de mal. O Johnny me irritou, só isso. Claro que você tem que se divertir... se você pode.

– Eu vou ajudar a arrumar a máquina Ben, vou ajudar a te trazer de volta.

Ben e Jane sorriram para o outro.

Mais tarde Jane foi dormir e Johnny apareceu na porta de seu quarto.

– Então, temos um jantar?

– Sim, temos um jantar - Jane riu.

– Ok, vou marcar pra amanhã a noite, ok?

– Ok.

Johnny e Jane sorriram para o outro e Johnny saiu. Jane tomou um banho, colocou seu pijama e dormiu.

Na manhã seguinte, Jane, logo cedo, já estava dedicada às pesquisas de frequência da máquina de reversão da tempestade. Johnny a observou de longe, seu coque frouxo, seus óculos e mordendo um lápis enquanto analisava alguns papeis e mordia o lápis por completo quando ia analisar seu tablet. Ela discutindo com Reed em frente a um quadro negro e apagando os números que ele se irritava um pouco mas depois aceitava seu ponto de vista e em outro momento quando Jane estava atenta ao computador montando a câmara de maneira digital.

Jane de repente deixou o tablet e fez uma cara assustada.

– O que foi? - perguntou Reed preocupado.

– Quantas horas? - ela perguntou.

– Quase sete.

– Ai meu Deus! - Jane largou o tablet do lado e saiu andando.

– O que foi?

– Eu tenho que sair daqui a pouco.

Reed ia dizer alguma coisa, mas Jane já tinha subido as escadas correndo para ir tomar um banho. Jane rapidamente tomou um banho, escolheu um vestido branco com pequenas flores azuis, colocou uma jaqueta vinho, soltou o cabelo e colocou um salto preto. Jane passou maquiagem e colocou um batom suave que dava vida aos seus lábios. Jane pegou uma bolsinha de colocar de lado e desceu ainda arrumando algumas coisas.

Então ela se depara com Ben destruindo a parede ao lado do rosto de Johnny. Jane fica parada de longe. Ben se afasta e alguns pedaços de alguma coisa caem no chão.

– Ei... esse era o protótipo! - disse Johnny decepcionado.

Ben saiu pela porta nervoso e Johnny ficou olhando de mau humor. Jane se aproximou.

– O que aconteceu? - ela peguntou preocupada.

– O Ben. Ele... - Johnny olhou para Jane e a achou incrível. - Uau! Você está maravilhosa - ele sorriu.

– Obrigada - Jane pareceu não ligar pro elogio. - Mas o que houve?

– O marketing fez uns bonecos da gente e eu mostrei o do Ben pra ele. Parece que ele não gostou muito - disse Johnny olhando os restos do boneco no chão.

Jane olhou para Johnny e balançou a cabeça negativamente.

– Você não muda mesmo, não é? - ela deu uma risadinha.

– Se eu parar de encher o saco dele, não serei mais eu minha querida.

Ele colocou o dodo no queixo de Jane e ela revirou os olhos. Eles então entraram no elevador e desceram para ir ao restaurante. Jane percebeu que ele marcara o andar do estacionamento.

– Pensei que estivesse sem carro - disse Jane ao lembrar do que Ben fizera com ele no dia anterior.

– Estou, mas a gente pode pegar o...

– Nada disso mocinho - Jane mudou o andar para o térreo. - Vamos a pé.

– A pé? Não, que é isso, não posso deixar você andar tão...

Johnny parou ao ver a cara séria que Jane fizera para ele.

– Até parece que nunca fomos a pé a algum lugar.

– Mas agora somos adultos e...

– E vamos andar. Você não tem carro.

– Táxi?

– É impressão minha ou você está com preguiça?

– Não é preguiça, estou pensando na sua segurança e no seu conforto.

– Segurança não é problema, temos poderes seu idiota. E conforto... bom, eu sou toda de gelo, acho que não sinto dor ao caminhar.

Johnny desistiu de discutir com Jane e aceitou ir andando com ela até o restaurante. A porta do elevador abriu, Johnny ofereceu o braço a ela e ela aceitou. Eles então começaram a caminhar pela rua.

– Então Jane, me diga, como foi a sua vida desde a última vez que nos vimos?

– Quer dizer... desde a faculdade?

– Isso.

– Eu me formei e não me especializei em nada, mas durante um estágio numa corporação que acabou me contratando assim que formei, me interessei na área do DNA e decidi me aprofundar. Me aprofundando descobri que amo o DNA e aí eu queria me especializar nas alterações e mutações e aí eu conheci o Reed. Na verdade, ele me conheceu, fui apresentada a ele como a melhor e mais interessada em alterações de DNA e ele me convidou para a pesquisa dessa tempestade. Foi assim que fiquei amiga de Reed e Ben e aí Reed conseguiu a missão e eu estava mega animada até encontrar você de novo.

– Interessante. E na parte amorosa? Você ficou com aquele cara quanto tempo?

– Não muito. Terminamos assim que cresci na corporação, ele dizia que eu pensava mais no trabalho do que na vida e que isso seria ruim para nós.

– Ele te chutou?

– Chute mútuo.

Jane e Johnny riram juntos.

– E você? Como veio parar nessa missão? - perguntou Jane.

– Assim que me formei entrei na NASA. Quis me especializar na direção, tipo... motorista de naves, seria incrível! Mas, eu meio que... fiz uma besteira e fui demitido. Mas não foi uma besteira de errar e matar a tripulação, foi uma besteira ao meu estilo, sabe...

– Mulheres?

– Isso... aí depois consegui um emprego com o Victor, porque minha irmã me indicou. Aí eu fui indicado a pilotar a nave dessa missão e você estava lá. O que eu achei ótimo.

– Eu nem tanto... mas...

Eles novamente riram. Após alguns minutos eles chegaram ao restaurante. Johnny deu seu nome para o recepcionista e ele ficou paralisado olhando-os, ele sabia que eles faziam parte do Fantastic Five. Johnny pediu para que ele ficasse calado e não chamasse mídia, assim ele deu mais dinheiro ao recepcionista e eles conseguiram ir até a mesa.

Eles se sentaram e quando o garçom chegou, ele agiu normalmente e atendeu ao pedido deles. Enquanto estavam sozinhos, um casal da mesa ao lado pediu para tirar uma foto com eles. Johnny e Jane aceitaram e tiraram a foto. A mulher perguntou se eles estavam juntos, seus olhos brilhavam. Jane respondeu que não imediatamente e Johnny respondeu que não com um sorriso. A moça ficou sem graça mas entendeu que ali podia surgir um romance, um romance que seria bem visto pela mídia, mas a mídia não guiava a vida dos dois nesse quesito.

Assim eles conseguiram levar o jantar sossegadamente e falaram sobre coisas do passado, sobre a competição e sobre novidades deles mesmos. A conversa era muito agradável e eles riam a todo o momento. Por mais que Jane quisesse se afastar de Johnny, ela gostava de conversar com ele, se sentia feliz e se sentia ela mesma, sentia que podia falar o que quisesse. E Johnny adorava ficar admirando Jane e ouvir ela falar tudo o que queria, Johnny amava sua risada, sua piscada lenta após o riso, o seus cabelos suavemente ondulados e o quanto ela era inteligente e divertida. Assim que o jantar terminou, Johnny pagou a conta completamente, contra a vontade de Jane e então eles saíram para caminhar de volta para casa.

Enquanto caminhavam, Jane viu uma praça com um chafariz ao centro, ela puxou Johnny pelo braço e foi até o local.

– Olha isso - ela disse animada e colocou a mão na superfície da água.

Todo o chafariz se transformou numa pista de gelo. Ela sorriu e subiu na superfície criada por ela.

– Vem - ela chamou Johnny esticando a mão pra ele.

Johnny não ficou muito confiante e subiu.

– Eu acho que eu vou derreter sua camada de gelo Jane - ele disse sentindo o gelo ficar mais fino.

– Fica andando que eu consigo controlar - ela disse com um sorriso e Johnny começou a andar. Jane tirou os sapatos de salto e entregou para Johnny. Ela se concentrou e a parte inferior de seu pé se transformou em gelo e ela começou a deslizar como se fossem patins.

– Uau, como treinou isso tudo?

– No meu quarto, em segredo - ela disse animada. - Sabe, eu não quero abrir mão dos meus poderes. Eu gosto deles, então tenho que aprender a controlar, você não acha?

– Acho sim.

Johnny andava pelo chafariz congelado enquanto Jane deslizava. Johnny ficou viajando em uns movimentos rápidos como uma dança de Jane, seu cabelo voava magnificamente e então Johnny entrou na frente dela e ela caiu no peito de Johnny com o rosto bem perto do dele. Eles estavam de pé, ela havia trombado em seu peito.

– Opa, desculpe - ela deu uma risadinha com vergonha.

– Tudo bem, ele disse segurando a cintura dela.

Eles se olharam por um longo tempo e então Johnny a beijou e Jane beijou de volta. Johnny sentiu o gelo ficar mais fino abaixo dos seus pés e teve que interromper o beijo para não cair na água. Jane riu e foi atrás dele e quando chegaram na grama, Johnny pegou na nuca de Jane e a beijou de novo. Johnny já beijara milhares de mulheres mas a que ele mais queria era Jane e ele sabia que não era porque ela havia impedido por anos, mas sim porque ele gostava dela, gostava dela tanto que trocaria todas as mulheres do mundo por ela. Jane gostava de Johnny, sempre gostou, só não o beijava porque ela não queria ser mais uma na vida dele, ela queria algo a mais, queria que ele a conhecesse, queria fazer diferença em seu mundo mulherengo e seu resultado foi ainda mais além do que ela esperava.

– O que você acha de irmos pra casa? - disse Jane parando o beijo.

– Já? Está tão cedo - disse Johnny querendo ficar mais tempo com seus lábios nos dele.

– Acho melhor voltarmos - disse Jane sem conseguir desgrudá-lo.

Após mais alguns beijos eles voltaram a caminhar para casa. Jane não calçou os saltos e foi com a base de seu pé feita de gelo. Eles chegaram e entraram no elevador. Jane mordeu o lábio inferior, ela queria muito beijar Johnny naquele momento e foi exatamente o que ela fez. Johnny se espantou, mas pegou em sua cintura e a beijou de volta. Jane pegou em sua nuca e se sentia cada vez mais excitada, o que Johnny já estava desde o primeiro toque de lábios no chafariz. Assim que o elevador fez um barulhinho de que chegara ao andar, Jane largou Johnny rapidamente. Eles entraram na casa e caminharam até o quarto de Jane.

– Obrigada pelo jantar - disse Jane na porta.

– Por nada, podíamos fazer isso mais vezes - Johnny sorriu.

– Podíamos.

Eles ficaram um tempo olhando para o outro e o coração de ambos começou a bater forte. Johnny então decidiu seguir suas vontades e agarrou Jane. Jane não resistiu e foi entrando para o quarto e fechando a porta. Jane começou a tirar a jaqueta de Johnny e em seguida a desabotoar a camisa.

– Pensei que só íamos jantar - ele disse sem afastar muito seus lábios dos dela.

– Esse é o bônus - disse Jane. - Afinal, a diferença foi só de um ponto.

Jane riu e Johnny a acompanhou tirando a jaqueta dela e caindo com ela na cama. Johnny foi subindo sua mão pelo vestido de Jane, até que Jane virou e ficou em cima dele. Ela beijou todo o peito dele até tirar a sua calça. Johnny sentou e puxou o vestido de Jane, tirando-o. Johnny beijou todo o corpo de Jane, seu sonho estava se realizando da maneira que ele sempre quis. Johnny estava no paraíso, para ele o mundo poderia acabar assim que eles acordassem abraçadinhos na manhã seguinte. Johnny então voltou para cima dela e eles tiveram a noite mais prazerosa de suas vidas.


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