Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 9
9




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O demônio se vira ficando de costas para mim, eu achei que iria me soltar mas eu continuei pressionada contra o poste. Espero que ninguém veja o que está acontecendo aqui, não preciso de inocentes feridos ou mortos. Olho ao meu redor, os drogados do outro lado da rua continuam "viajando", a recepcionista do hotel está distraída lendo uma revista de fofoca e o atendente da loja de conveniência está fora do meu campo de vista.
–Você trabalha para Lúcifer, não é?
–Ah, por favor... eu sei que você pode fazer perguntas melhores.
–O que você está ganhando com isso?- digo, e ele dá uma gargalhada (não é tão apavorante como de Lúcifer).
–Poder, minha cara. Também ganharei o reconhecimento que sempre quis e vou ter meus próprios demônios para comandar.
–Trouxa...-digo cantarolando. Não sei o motivo mas tenho vontade de ficar o provocando, devo estar enlouquecendo ou apenas perdendo o medo desses otários.
–O que você disse? -ele fica irritado e me esbofeteia. Eu dou uma gargalhada. Não entendo porque estou assim. -Se eu pudesse eu te ensinaria a respeitar seu superior.
–Superior?!? -dou mais uma gargalhada - Meu bem, você não é nada mais do que um pedaço de merda boiando no esgoto. -ele me esbofeteia de novo, sinto sangue escorrendo do nariz. -E por que você não vem me ensinar?
Ele respira fundo e recupera o fôlego.
–Ordens do chefe, amor.
–Então termine logo o seu serviço. -continuo provocando.
Ele não fala nada. Tira uma faca do bolso e arregassa uma das mangas de sua jaqueta e faz um corte na palma de uma de suas mãos. O demônio aperta minhas bochechas para forçar abrir minha boca, mas eu cuspo no rosto dele impedindo que coloque seu sangue nojento em mim. Consigo irrita-lo de novo, ele enxuga o cuspe e me esbofeteia.
–Você tem nome ou prefere ser chamado de trouxa?
Ele abaixa meu braço, que ainda está mantido imóvel e corta um buraco. Grito de dor e agonia. No buraco que ele acabou de fazer o meu sangue não saiu, continuou circulando como se não tivesse machucado algum. Ele aperta sua mão em cima do meu novo ferimento e pinga seu sangue. Foi 2 gotas, agora 3, e foi pingando mais do que eu podia contar.
Sinto meu coração tão disparado a ponto de ver sobre minha blusa meu peito acompanhando o ritmo da acelerada batida. Nos olhos do demônio vejo meu reflexo, meus olhos ficaram por um segundo totalmente cinzas e seguida voltaram a sua cor de costume, azuis.
–Pode me chamar de Evan. -ele responde com um sorriso idiota.
Finalmente consigo retomar ao controle do meu corpo e o empurro longe, fazendo ele cair no estacionamento do hotel. Me sinto mais forte, mais poderosa e com menos medo. O demônio está levantando e eu me aproximando dele. Eu o chuto e soco, ele parece furioso e com receio de me atacar. Evan fica no chão cuspindo sangue e rindo enquanto eu fico o encarando e tentando racicionar o que houve.
Escuto alguém se aproximando rapidamente. Olho para trás e vejo Dean e Sam correndo até mim. Me viro para onde estava aquele demônio e ele tinha desaparecido. Desgraçado! Eu devia ter matado ele.
–Quem era aquele cara? - eles perguntam em uníssono.
Eu os conto o que havia acontecido e eles pareciam tão furiosos quanto eu. Subimos para o quarto e arrumamos nossas coisas para voltarmos a estrada novamente.
Dessa vez Sam senta no banco de trás comigo. Ele enrola um pano no ferimento que o maldito fez (ainda não sangrava) e coloca minha cabeça em seu ombro. Pelo retrovisor Dean estava nos olhando e revira os olhos e da um sorriso e eu devolvo. Ele continua dirigindo direto até Greenville para o caso dos metamorfos.
Eu evito dormir, sei que vou ter pesadelos com Lúcifer ou Crowley e agora Evan. Sam também não parece querer dormir, percebo que sua mente está longe.
–No que você está pensando? -pergunto mexendo em seus cabelos.
–É... ah... nada não.
Dean dá uma risadinha maliciosa.
–Não é nada disso não! -diz Sam corado rindo.
Roubo um beijo dele, eu não consigo resistir ao som de sua risada.
–Eu amo v... -começa Sam mas ele é interrompido por Dean.
–Chegamos princesas!
Já era de manhã paramos para tomar café. Como a cidade é pequena só tem duas lanchonetes, e adivinha qual Dean escolheu? A lanchonete que eu costumava trabalhar antes de tudo. Sentamos a uma mesa perto da janela. Um atendente veio anotar nossos pedidos, não era um simples atendente era uma garoto que ficava sempre me paquerando, Derek. Ele tem a pele bem branca, cabelos bem escuros e olhos da mesma cor, é um pouco mais baixo que Dean e um pouco menos do que eu, usa óculos de baixo grau e ele bem magro no estilo nerd. Eu nunca dei uma chance a ele pois ele é muito grudento e do tipo obcecado, as vezes eu percebia que ele me seguia. Me escondo atrás do menu.
–Para mim eu vou querer um hamburger duplo com bastante bacon e essa batata especial aqui -pede Dean apontado para uma foto do cardápio. -e para ele um misto quente normal e para ela... é...vai querer o que Jen?
–Só o especial do dia -respondo escondendo mais meu rosto no cardápio.
–Acho que eu conheço você. -diz o atendente Derek desconfiado.
–Deve estar me confundindo com outra pes...
Ele abaixa meu menu repentinamente.
–JENNIFER!!! Eu sabia que você iria voltar! -Derek passa a mão nas minhas costas. Eu me esforço para um sorriso simpático enquanto Sam e Dean se entreolham segurando as gargalhadas. Aposto que vão ficar me zoando depois. -Você está ainda mais bonita do que antes... mas está diferente... é...hã...
Sam força garganta finalmente interrompendo o atendente. Derek sai de perto de nós.
–Então, novidades do caso? -pergunto desviando o assunto atendente caidinho por mim.
Eles soltam suas risadas.
–Que fofo, a Jen tem um admirador. -zoa Dean.
"Você está ainda mais bonita do que antes... " -diz Sam imitando a voz de Derek.
Eles continuam rindo.
–Podem rir eu não ligo-eu queria rir também mas não vou admitir que eles são engraçados. Pego o notebook e vou pesquisar sobre os ocorridos daqui.
"Sr. Thompson volta depois de 2 dias desaparecido, sem sua família" "Sr. Thompson do caso família desaparecida, é o maior suspeito" "2 semanas após o desaparecimento da família Thompsom, o patriarca desaparece novamente." E até agora só isso que tem sobre o caso.
–Acho que o metamorfo tomou a forma de outra pessoa e descartou o sr. Thompson. -concluiu Sam.
–Temos que descobrir quem o metamorfo é e achar sua toca. -diz Dean -Sabe quem está babando no balcão pela Jen?
–O namoradinho nerd. -gargalha Sam. Ele deve ter se esquecido que ele é um nerd também.
–Vamos terminar aqui e ir até a residencia da família desaparecida. -digo.
Derek chega com nosso café:
–E quem são esses rapazes, minha linda?
–Bem, esse é o Sam meu...nam
–Nós somos primos dela, ele é o Sam e eu sou Dean. Portanto ela está solteira colega.
Eles controlam a risada de novo. Filhos da ... eles me pagam.
–Já que você voltou e está sozinha... que tal nós sairm...
–Melhor não. -respondo
Ele assente decepcionado e sai de perto de nós.
–Você é muito má Jen. Pobre garoto. -diz Dean rindo. Reviro os olhos.
–Você é como um irmãozinho irritante Dean.
Tomamos o café e finalmente saímos da lanchonete. É muito angustiante comer sendo observada sem parar.
No Impala demos algumas voltas pelos bairros a procura da casa dos Thomilsons. Adentramos ao antigo bairro que eu morava.Meu coração pareceu ter parado por alguns segundos e senti uma tristeza enorme que deu vontade de vomitá-la. Lagrimas começaram a escorrer pelo rosto. Os Winchester me encaram pelo retrovisor.
–Eu estou bem.
Passamos por outros bairros e achamos a casa. Dean abriu a porta com seus métodos criminosos e entramos. Parecia tudo normal a não ser pelas janelas todas cobertas com panos escuros, o chão sujo de terra lamacenta, os quadros da parece tortas o cheiro sinistro de morte, não sei como descrever esse cheiro, só sei que me deu calafrios. Os rapazes vasculharam o local mas não acharam nada de especial.
Batemos nas portas dos vizinhos na esperança de que respondam algumas perguntas, mas alguns deles não estavam em casa e outros não colaboraram.
Concordamos em ir até a delegacia para conseguirmos arquivos do caso. Paramos em um posto de gasolina para eles se vestirem com ternos para se passarem por agentes federais.
Sam e Dean tentam me convencer para me disfarçar também, mas eu os digo que não é uma boa idéia me passar por uma agente já que eu tive problemas com a polícia no passado e eles me reconheceriam.
Dean estaciona na esquina da rua que fica a delegacia, e ele e Sam vão andando até lá. Passa mais ou menos uns 15 minutos e um policial passa do lado do carro e bate no vidro, ele usa óculos escuros e estava de um casaco em pleno verão. Abaixo o vidro.
–Tudo bem aqui senhorita? -ele dá uma forte inspirada e se afasta.
–Sim, tudo certo seu policial.
Ele assente e vira a esquina. Não posso negar que ele pareceu muito estranho. Ele sentiu um cheiro. Me farejo, acho que não sou eu.
Em seguida Dean e Sam retornam.
–Aquele policial queria o que? -pergunta Sam me dando um selinho -Ele estava esquisito.
–Ele só verificou se estava tudo certo.
–Por alguma razão os arquivos foram levados para o cartório. Vamos para lá agora. -diz Dean.
Eles foram ao tal cartório e logo voltaram.
–O valentão não quer liberar os arquivos. -resmunga Dean.
–Precisamos de um plano. -concluiu Sam.
Eles pensam por um momento e ambos olham para mim e se entreolham com um olha malicioso. Sinto que vai sobrar para mim. Os Winchester não dizem nada e eu também não. Dean dirige até uma loja de roupas e me faz ficar esperando aqui.
Passa-se mais ou menos meia hora e eles voltam com algumas sacolas.
–Jen você vai nos ajudar seduzindo o cara do cartório. -diz Dean parecendo orgulhoso pela idéia maluca.
–Não sei se é uma boa coisa para fazer... acho que não vou conseguir...eu não sei fazer essas coisas. -eu tento convencê-los arranjando desculpas, mas não funciona.
Paramos em outro posto, e pego as sacolas e vou ao banheiro. Dou uma boa olhada para as roupas, nunca me imaginei vestindo isso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e acompanharem :3
Se puderem comentar eu fico muito grata