Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 7
7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504705/chapter/7

Malditos e covardes. Essas duas palavras resumem demônios. Se agora eu pudesse eu arrancaria os olhos de cada um deles.
Estou ajoelhada e amarrada na frente de todos eles, que pela suas expressões estão satisfeitos e orgulhosos. Nojentos! Algo começa a escorrer dos meus olhos, por favor não sejam lágrimas, se for é humilhante. Vejo cair uma gota na minha calça, é sangue. Isso geralmente acontece quando estou furiosa.
Um dos demônios está segurando o frasco com um pouco do meu sangue, ele fica cheirando e encarando com desejo, o que me deixa mais irada. BLESH!!! Seus olhos explodem e o frasco cai esparramando o sangue no chão. Todas essas coisas mudam a expressão de contentes para irritados e a vagabunda da demônia vem tentar tirar mais sangue. Eu resisto e ela me estapeia novamente. Sinto minhas cordas queimando, derreteram.
Eu a empurro contra a parede do outro lado do bar. Os outros demônios vem para cima de mim novamente me batendo. Eles são muitos, mal consigo me defender. Escuto algumas fortes batidas na porta principal do bar que estava fechada. É como se alguém estivesse tentando arromba-la.
A porta se abre violentamente. Dean e Sam entram batendo, esfaqueando e matando os demônios, eu aproveito e mato os outros. Quando percebo não há mais nenhum, só um monte de cadáveres pelo chão.
Os Winchester e eu ficamos nos encarando por um momento, parece que eles estão esperando algo ou alguém. Nesse caso é alguém, devem estar esperando Crowley aparecer, pois eu estou o esperando.
Nem sinal do desgraçado. Sei que é falta de educação mas eu dei de costas a Dean e Sam sem sequer os agradecer ou dar alguma satisfação do motivo pelo qual eu fugira.
Estava saindo pela porta arrombada quando sinto uma violenta puxada no meu braço, é o Sam.
–Eu não quero que vocês me ajudem mais. Eu sou muio grata por tudo que fizeram mas...
–Você ainda precisa da nossa ajuda -interrompe Sam
–Eu sei me virar sozinha - disse isso querendo ter certeza.
–To vendo -diz Dean ironicamente.
Eu sei que não consigo, mas eu não quero que algo aconteça com eles, eu sei que Crowley e Lúcifer vai usa-los contra mim.
"(...) você não pode fugir para sempre, você sabe o que estou dizendo, se não fizer logo sua escolha alguém vai acabar mal nessa história." Essa frase não sai da minha mente, Crowley me ameaçando. Eu sei que ele não vai me matar porque precisa de mim, mas ele pode ferir ou matar as pessoas que eu gosto, já que já fez isso antes quando se livrou de meus pais.
–Nós todos sabemos que alguém vai morrer nessa história e não sou eu, e não quero que isso aconteça, por isso quero que vocês me deixem e não me procurem mais.
Sam que ainda estava segurando meu braço o solta. Ele parece me entender.
–Sammy!!! -reclama Dean
–Sammy?!?! -disse eu me segurando pra não rir, mas é impossível -Esse é seu apelidinho?
Sam revira os olhos.
–Fui eu que inventei. É eu sei, eu sou um gênio. -diz Dean orgulhoso zoando Sam - Enfim, você vai vim conosco, falou?
–Olha, Jen você não pode ficar sozinha, você está mais vulnerável. - diz Sam
–Cas disse que parte de sua transformação é você odiar os demônios a ponto de perder o controle e além de matá-los, sacrificar inocentes. -termina Dean.
Isso faz sentido, porque a fúria que sinto na presença deles parece que é algo maior que minha vontade de não ser essa abominação que sou, maior que a vontade de ser normal, maior que eu.
Eles me conveceram. Voltamos ao Impala de Dean e saímos dessa pequena cidade e fomos a outra. Dessa vez não ficou aquele clima que eu sempre causo. Parecia tudo normal, não normal do tipo de ter uma vida normal, normal do nosso jeito: eles alugaram um quarto para passarmos um tempo até conseguirmos achar alguma solução. Sam nas pesquisas, Dean checando as armas e eu procurando algo para ver na televisão enquanto faço uns curativos nos braços. queria muito ouvir o que mais Castiel sabe, queria que ele estivesse aqui, eu o chamo cochichando.
Cas aparece sentado na mesma beirada da cama que estou sentada, ele fica focado na televisão.
–Então... o que você sabe? -pergunto
–Por que o gato nunca consegue alcançar seu objetivo de capturar o rato? -ele continua assistindo, enquanto Dean e Sam se aproximam das camas.
Eu forço a garganta fazendo um barulho que o interrrompe.
–Não muito. Eu ouvi na transmissão celestial que eles estão quase conseguindo o que querem. E você sabe o que eles querem. -ele olha profundamente para meus olhos, o que me dá um pouco de medo, pois ele está certo, os demônios querem me transformar em um deles.
Eu deito, tentando ignorar que Cas ainda continua sentado na beirada da minha cama assistindo o desenho. Estou muito exausta, a ultima vez que dormi de verdade foi na noite que sonhei com o aviso de Castiel, no qual era para mim fugir para bem longe, talvez se eu tivesse entendido, acho que não teria envolvido Dean e Sam. Não que eu não goste de ter os conhecido, na verdade eu os adoro e eu sinto algo pelo Sam, algo forte, eu não sei o que é pois nunca senti antes.
Com esse ultimo pensamento, finalmente caio no sono. O sonho dessa noite não está parecendo real porque a imagem da floresta que vejo está alaranjada, como um filme antigo. Há uma cabana com a porta semi aberta, eu entro. Dentro dela é mais normal do que imagino, tem uma lareira, um sofá, tapete de pele de urso e entre outras coisas. A coisa mais estranha que tem aqui é um espelho atrás da porta, em meu reflexo meus cabelos estão bem longos, minhas roupas completamente brancas e reparo que meus que meus olhos estão diferentes, me aproximo para ver o que há com eles, mas quando os pisco parece que estão normais.
Agora perto da lareira avisto alguns retratos. Há vários deles de pessoas que nunca vi, mas um desses retratos me chamam atenção, pois as pessoas que estão nele é Sam, Dean e Castiel.
Achei que fosse um sonho comum até agora, mas escuto aquela risada apavorante, Lúcifer. Ele estava na porta e veio se aproximando de mim.
–Oi filhinha, você ainda não fez aquilo que o papai quer?
Eu não o respondo. Acho que ele está falando daquele maldito papel com um ritual para o trazer de volta.
–Ah não tenha medo de seu velho pai, vem aqui e me de aquele abraço!
Eu não queria nem ficar a um centímetro dele e nem compartilhar o mesmo ar com ele, mas eu não consigo controlar meu corpo e vou direto abraça-lo.
–Por que você deu o ritual para aquele anjo?
–Eu... é.... -eu queria falar muitas verdades a ele, como "eu nunca farei nada para você", mas as palavras não saem, parece que estou sem vontade própria, como um fantoche. -Você esta desobedecendo o papai... tsc tsc...vou ter que castigar.
Ele ainda estava me abraçando e começou a me apertar, e senti meu pescoço rasgando. Fechei os olhos e vi Sam pendurado por correntes todo mutilado e sem forças para ao menos acordar e Dean também preso gritando o nome de seu irmão e me chamando e me culpando por isso.
–Se for uma boa menina e fazer o que eu mando nada vai acontecer com o nosso menininho de ouro, o nosso Sam e seu irmãozinho.
Salto da cama apavorada e mesmo não querendo eu estou chorando, olho no relógio e ainda são exatamente 3:00 horas. Dou uma rápida olhada no quarto. Cas não está mais aqui, Dean está jogado na cama, Sam está prestes a abrir os olhos. Estão a salvo! Um alívio cai sobre meus ombros, mas ainda não consigo parar de chorar. Eu sei que Lúcifer não pode fazer nada contra eles pois ele está numa jaula junto a Miguel mas temo muito que o pior aconteça.
–Está tudo bem? -pergunta Sam ascendendo o abajur ao lado de sua cama.
Detesto demonstrar o quanto arrasada estou, se eu pudesse eu disfarçaria e falaria que estava tudo perfeito, mas não deu para evitar. Fiz que não com a cabeça e começou a sair mais lagrimas. Sam faz um gesto me convidando a deitar em sua cama.
Deito em seu peito, ele massageia meus cabelos enquanto conto o que aconteceu. Ele tenta me acalmar falando que é apenas um sonho e em seguida me da um beijo na testa. Permanecemos em silêncio e eu novamente durmo, só que agora sem pesadelos.
–Hora de acordar princesas! -Dean joga um pano em nós, na verdade era uma toalha -Bobby ligou avisando que há um caso em Greenville, Pensilvânia.
Greenvile?!? Por que justo lá? É muito difícil encarar aquele lugar de novo, jamais voltaria. Eu nunca esqueço do que aconteceu, dos meus pais com suas gargantas cortadas. Na verdade eu lembro e me culpo todos os dias e ainda me sinto péssima, simplesmente não consigo superar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor comentem
Preciso de incentivo para continuar
Obrigada a todos que estão lendo :3