Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 6
6




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Pegamos nossas coisas e deixamos aquele quarto que estávamos hospedados. Pegamos a estrada e até Cas estava no Impala conosco sentado no banco de trás assim como eu, Dean no volante e Sam no banco ao seu lado. Posso perceber que os Winchester me encaram de vez em quando pelo retrovisor. Todos em silêncio, menos o demônio, que estava resmungando no porta malas, algo como "vadiazinha do Crowley", "Sua vadia nojenta", e ele continua outras coisas piores que ignoro pelo fato de estar bem nervosa e confusa pelo que eu fiz naquele estacionamento.
Chegamos ao um lugar estranho e desértico, onde há um galpão abandonado.
Sam tira o demônio do porta malas e fomos entrando no velho galpão. Colocaram o demônio sentado preso numa cilada do diabo em um dos cômodos, ele fica gargalhando enquanto fica me encarado, parecendo uma provocação. Dean faz o primeiro corte na mão do demônio perguntando sobre os planos de Crowley para mim, ele não diz nada o que o leva a sofrer mais um corte só que agora mais profundo, ele grita de agonia.
Enquanto Dean continua tentando conseguir respostas, eu vasculho o lugar. Avisto algumas ciladas pelo teto e algumas pelo chão; há algumas estantes com alguns livros, parecidos com os que Bobby tem em sua casa, e em outras estantes há outras coisas, acho que são armas de tortura, alguns frascos que não consigo identificar o que tem dentro, sei que tem um cheiro estranho.
–Se eu fosse você, eu não colocava isso tão perto do rosto. -diz Sam se aproximando.
–Por que?
–Essas coisas são para fazer feitiços para evocamento e tem coisas que nem eu não sei bem para o que é. -responde ele, tirando o frasco da minha mão e me pressionando contra a parede. Isso seria sexy se eu não estivesse assustada com a minha situação e escondendo um assunto ainda não acabado.
–Olha... no estacionamento...eu não sei a razão de eu ter saído do control... - me sinto interrompida com os aqueles belos olhos que ele tem.
Ele não fala nada, e continua me olhando. Aproximo meus lábios dos dele e ele não resiste
– Tenho uma coisa para te contar. - eu digo sem graça. Eu acho que não deveria dizer o que Crowley tinha me dito e o que eu seria obrigada a fazer, mas eu não sei por quanto tempo iria conseguir esconder isso de Sam, e de Dean e de Castiel.
"Essa é a sua ultima chance..." escutamos a ameaça de Dean e logo retornamos onde estão.
No comodo Castiel está pacientemente sentado em um canto mexendo em algumas facas, pelo contrário Dean está muito irritado e um pouco sujo do sangue do demônio quem está praticamente todo mutilado mas ainda sim com aquele sorriso imbecil no rosto.
Não posso negar que estou morrendo de vontade de torturar essa criatura desprezível, mas é melhor não fazer nada já que facilmente posso me descontrolar.
Sam se aproxima de Dean e dá uma leve batida em seu ombro e pega a sua faca. Sam assume a tortura. Dean passa por mim. Eu o admiro muito e queria que ele soubesse, eu até iria falar algo como "bom trabalho" ou "você foi bem", não sei bem o que deveria falar, por isso opto pelo silêncio.
O sorriso ridículo do demônio parece ainda maior, o que me irrita mais ainda, se ele não falar logo o que ele sabe eu mesma o mato. Sam o arrodeia um pouco antes de enfiar a faca na perna dele.
–Certo! Eu contarei. -o demônio berra e dá uma breve pausa - Crowley já avisou a ela que ela não tem escolha. -os Winchester e o anjo olham rapidamente para mim.
–Era sobre isso que eu ia te falar. -digo secamente a Sam me sentando a um velho sofá.
Todos nós nos entreolhamos como se estivéssemos esperando alguém começar fazer as perguntas ou apenas expor alguns argumentos. Mas ninguém falou nada e Sam continuou com o interrogatório, mutilando mais um pouco o demônio.
–E qual é essa escolha?
–Ela só tem duas, ou permite seu pai ou o rei do inferno. -responde a coisa.
–Permitir o que? -questiona Dean retornando ao cômodo enxugando seu rosto, que agora estava limpo.
–Tanto Crowley quanto Lúcifer precisa realizar um ritual para a transformar completamente.-interrompe Castiel levantando bruscamente parecendo lembrar de algo e em seguida desaparece.
O demônio gargalha maldosamente e Sam enfia a faca direto em seu coração.
–Quando você conversou com aquele desgraçado? -pergunta Dean, se sentando ao meu lado.
Eu os contei.
–Me desculpem, eu deveria .... -Sam não esboça nenhuma reação, ele continua em pé.
–Você deveria confiar em nós. -diz Dean, sua voz está com um tom exasperado, o que me deixa mais nervosa ainda.
–Eu confio....mas é que eu tenho medo de ser julgada como um monstro. E eu sou um. -eu digo escorrendo uma lágrima em cada olho.
Os Winchester se entreolham, ainda irritados mas parece que sentem dó de mim. Eu não quero que sintam dó de mim. Eu me levanto colocando meu casaco e vou até a porta, não digo nada a eles, e eles não dizem nada a mim. Preciso de um tempo sozinha, mas não como da ultima vez, com eles me "cuidando". Na verdade eu consigo me cuidar sozinha, acho que Cas só queria que eu ficasse a proteção deles para não ser facilmente influenciada.
Vou caminhando pela estrada que viemos com o carro, eu poderia ir a qualquer lugar que quisesse só com minha mente, mas não sei onde eu poderia ir. Eu não tenho um lugar que seja meu, um lugar no qual eu pertenço. Simplesmente andando sem um rumo, só para refrescar minha mente. Espero não encontrar nenhum desses demônios desgraçados.
Está anoitecendo, nem vi as horas passar, a ultima vez que olhei no celular de Sam era quase 15:00 hrs. Não prestei muita atenção nas placas, mas parece que já atravessei uma pequena cidade. Nem sinal de Dean, ou Sam ou até Castiel. Acho que tirei um peso de seus ombros, eu só trazia problemas a eles.
Por sorte no bolso do meu casaco tem dinheiro, não estou com fome e nem com sono mas estou sentindo uma necessidade enorme de beber. Acho que tem uma outra pequena cidade quase no fim dessa longa estrada. Se não fosse por alguns carros que passam a cada 5 ou 10 minutos, eu estaria totalmente sozinha. Não sei se era para eu estar feliz porque não estou, me sinto vazia e triste, acho que estou com saudades deles, mas se um dia eu ainda os encontrar nunca admitirei isso.
Ainda bem que cheguei numa cidadezinha, porque agora estava me lembrando dos momentos que estive junto com Sam, Dean e o Cas, e estava prestes a escorrer patéticas lagrimas novamente.
Entro no bar, que está bem cheio, acho que quase a cidade inteira está aqui . Todos me encaram, mas eu os ignoro.
Peço algumas bebidas e permaneço aqui por horas de acordo com o relógio do bar.
Não sei se eu estou bebâda mas parece que quase ninguém foi embora e eles disfarçam e continuam me observando.
Alguém se aproxima e senta ao meu lado, uma mulher.
–Onde está seus amiguinhos Dean e Sam? -os olhos dela ficaram negros. Eu recuei e os olhos das outras pessoas ficaram escuros e vieram em minha direção. Eu tentei explodir todos, mas não consegui.
A mulher que havia me perguntado sobre os Winchester se aproxima de mim e me empurra contra a parede, foi tão forte que a rachou.
Todos os outros demônios estão bem perto de mim, apenas me olhando. Eu mato uns dois ou três deles o que faz me atacarem. Eles me socam, mas eu não sinto tanta dor, eles me cortam e coletam um pouco do meu sangue. Parece que não querem me matar, só querem me deixar fraca. Estou cansada de me defender das facadas, dos socos, das arranhadas e de matar alguns deles e acho que perceberam isso, eles pegam uma corda e começam a me amarrar. Aquela mulher me dá uns tapas no rosto e gargalha. Vadia!
Essas coisas estão esperando algo. Não sei o que poderia ser. Só se for aquele repugnante do Crowley.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estão lendo