Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 5
5




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Um momento muito angustiante, Castiel está prestes a dizer quem é aquele homem, meu pai biológico, o anjo caído que me aterroriza, que precisa de mim para voltar e fazer o que já tinha começado.
– Lúcifer é seu pai. -termina Castiel.
Isso não pode ser sério. Mas se bem que Castiel não sabe fazer esse tipo de brincadeira, na verdade nenhuma brincadeira.
Dean e Sam se entreolham, e em seguida para o anjo e finalizam me encarando. O que devem estar pensando? Talvez possam estar me julgando ou apenas sentindo pena de mim.
–Mas como que ela não é um demônio ou qualquer outra coisa do gênero? -pergunta Dean um pouco sem graça.
–Jennifer não é o primogênito e talvez sua alma não foi impurificada. -Castiel responde calmamente.
–E então o que faremos? -pergunto tentando não transparecer o medo mas com os olhos cheios d'Água.
–Ainda precisamos te proteger do Crowley, ele deve saber dos planos de Lúcifer, e evitar que o tragamos de volta. -responde Sam me abraçando, percebendo meu desespero.
–Eu fico com esse evocamento, -diz Castiel se referindo ao papel - é mais seguro. Você pode ser influenciada a fazer algo que não queira fazer.
Eu já sonhei com Lúcifer, sobre o apocalipse, ele esteve aqui na terra sem minha ajuda e é claro que ele já sabia da minha existência. Por que ele não me procurou? Não que eu queria que tivesse me procurado, mas porque ele não me achou? Acho estranho ele não ter aproveitado aquela oportunidade para cumprir a porra do plano que ele tem para mim, seja ele qual for.
Dean faz uma pergunta parecida com uma dessas que estou pensando, o que é estranho, parece que ele leu minha mente.
–Eu não sei como ele não a localizou antes, -responde Castiel -com certeza ele deve ter procurado. Tem uma maneira de descobrir algumas coisas.
–Que maneira? -Sam pergunta, ele e o anjo se entreolham -Aquela maneira.
–No caso dela, é o único jeito.
–O que ele vai fazer? -pergunto assustada.
–Calma. -começa Dean -Ele precisa olhar o que você já olhou, ver o que você já passou e que talvez não lembre, ele precisa checar sua alma.
Que coisa sinistra! Alguém vai invadir minha alma. E acho que vai doer.
Antes de amarrem minhas mãos e meus pés á uma cadeira, pedem para abrir minha camisa xadrez, isso iria parecer pervertido se partisse de Dean, mas como veio do anjo fiquei um pouco menos desconfortável, mas ainda fico encabulada.
Sam coloca cuidadosamente uma amarra em minha boca, e acarecia meus cabelos.
Cas arregaça as mangas de seu sobretudo e se ajoelha em minha frente. Ele começa a introduzir uma de suas mãos perto da boca do meus estômago, o que dói muito. Se não fosse essa venda na boca, acho que ouviriam meus gritos em um raio de 2 quilômetros. Antes de fechar meus olhos por causa da angústia, vejo os Winchester agoniados e observando a televisão e o rádio ligando e desligando, luzes acendendo e apagando, escuto barulhos como apitos e sinto minhas mãos queimando.
Na hora que a dor começa a enfraquecer abro os olhos, ao meu lado está Castiel e a minha frente uma menininha brincando no quintal.
–Aquela é você.- diz o anjo.
Nós dois continuamos a observar. De repente um passarinho pousa próximo a menina, e escutamos uma voz "devore-o, devore-o" ela sorrateiramente se aproxima e o pega violentamente, seus olhos ficam brancos e em seguida cinzas e sem seguida ela faz o que a voz ordenou.
Estou chocada, não me lembro disso.
–Essa voz deve ser a tal influência. As lembranças mais obscuras foram apagadas por ele. -diz Cas apontando para um homem um pouco distante de nós -Ele é um anjo, que deve ter te protegido todo esse tempo, por isso não te acharam até agora.
–Mas se ele estava me protegendo, o que houve para ele parar?
–Devem ter mandado ele parar ou então... -interrompe Castiel. Acho que entendo a interrupção, ele foi morto.
Num piscar de olhos estamos em outro cenário, na minha antiga escola. O eu adolescente estou no corredor, e um pouco mais longe, aquele anjo. Os outros jovens todos me encarando e rindo, passa um menino e derruba meus livros. Aquele "eu" parece enfurecido e fica o encarando. Novamente a voz "faça-o pagar por isso", o menino começa a tossir e cuspir sangue, em seguida ele cai, morto e "eu" estou rindo.
Em outro piscar de olhos aparece uma lembrança, na qual eu lembro. Estou num carro com um namorado da escola, melhor não entrar em detalhes.
Castiel no momento está me olhando, devo estar bem corada, pois estou morrendo de vergonha.
–Desculpa a invasão.- ele diz corado, eu não sabia que anjos coravam.
Nós vimos vários atos maldosos, estou me sentindo péssima, realmente detestei me ver fazendo coisas tão terríveis, torturei algumas pessoas, inclusive meu antigo namorado e sua família, os matei e provei seus sangues entre outras brutalidades. Cas parece sentir o que estou sentindo.
–Não é culpa sua. Você é inocente, está sendo usada por essa voz, pelo mal.
Mas não adianta muito, fui eu que fiz, a culpa é minha.
Não aparece nenhuma dessas péssimas lembranças pelo menos mais ou menos um ano antes da morte de meus pais e nem depois disso, e nenhuma voz.
O anjo toca meu ombro e então avisto o quarto de hotel novamente, Sam e Dean ainda em pé, olhando algumas coisas que foram quebradas. Em minha frente Castiel retirando a mão de meu ventre, e em seguida curando o buraco causado por essa excursão pela minha alma. Dean o dá um pano para limpar o sangue de suas mãos. Sam tira a amarra das mãos, e em baixo delas a cadeira ficou carbonizada; tira a amarra dos pés e da minha boca.
Nós contamos aos irmãos o que vimos e sobre a voz maligna. Castiel parece fraco mas ele se vai. Ficou um clima pesado, estou me sentindo como um demônio sujo.
–Me desculpem,mas preciso ficar um pouco sozinha. -digo engolindo o choro e abrindo a porta.
Vou até ao estacionamento do hotel, me encosto em um poste.
Mais uma das vantagens de ser eu, descobrir que sou um monstro. Droga! Algumas lágrimas escorrem em meu rosto. Os Winchester acham que não estou sentindo eles me espionando pela janela do quarto, há muitas das merdas desses poderes que eles não conhecem, alguns que nem eu conheço. Eu os olho diretamente, e eles disfarçam apontando para o carro e provavelmente fingindo que estão conversando sobre ele, me fazendo rir um pouco.
Resolvo voltar ao quarto. Subindo as escadas, me deparo com Crowley.
–Olá querida.
–O que você quer? -Que merda! Eu só faço perguntas idiotas.
– Relaxa, só tenho um comunicado. -diz ele, que logo olha para minha blusa e percebo que não está tão bem fechada como imaginei. - O alce não é tão tonto como imaginei.
Não entendi o que ele quis dizer com isso. Quem é alce? Mas antes que eu faça alguma pergunta ele continua:
–Enfim, - Crowley dá um volta em meu torno e pega uma mecha do meu cabelo e logo o solta.- você não pode fugir para sempre, você sabe o que estou dizendo, se não fizer logo sua escolha alguém vai acabar mal nessa história.
–Isso foi uma amea... -ele já sumiu. Que diabo mal educado, me deixou falando sozinha. Vou considerar isso como uma ameaça. Mesmo Crowley sendo um maldito desgraçado, tenho menos medo dele do que de Lúcifer.
Continuo subindo as escadas. Viro a direita a caminho do quarto e me esbarro com Dean e Sam.
–Merda! Vocês me assustaram.
–Você demorou para subir, decidimos ir atrás de você. -diz Dean
–E vocês estavam me espionando.
Eles riem parecendo sem graça.
–Você parece assustada, aconteceu algo? -pergunta preocupadamente Sam enquanto segura minhas mãos.
Ficamos olhando um nos olhos do outro por um momento. Meu coração dispara. Fico admirando seus lindos olhos claros e expressivos e querendo descobrir o que está passando em sua mente. Sentindo uma coisa que nunca senti antes, será que ele está sentindo algo também? Que bosta! Comecei com essas veadagem.
–Gente apaixonada...cof cof... é um porre. -diz Dean nos interrompendo.
Eu também acho isso. Voltamos ao quarto, eu acho melhor não os contar sobre essa minha visitinha inesperada, não quero que eles se arrisquem mais do que já estão se arriscando. Eu sei que tenho que fazer a droga da escolha: o que Lúcifer me destinou ou a que Crowley me destinou.
Dean coloca seu casaco e resolve ir ao um bar, ele nos convida mas eu estou tão apavorada com todas essas coisas acontecendo que recuso e Sam recusa também ao mesmo tempo,o que fez Dean fazer uma cara maliciosa, inevitavelmente eu sorrio.
Fico por alguns minutos sentadas na beirada da cama, pensando, tentando decidir o que irei fazer, como disse Crowley, eu não tenho para onde fugir. Sam senta ao meu lado, deve ter percebido que algo está me incomodando, pois ele fica me olhando tentando ler minhas emoções.
–Então, Cas ainda não apareceu? -pergunto, me esforçando para tirar a tensão que deixei.
–Nem sinal dele ainda. -responde Sam, querendo encontrar meus olhos, mas eu não consigo olhar para ele direito, temo que ele consiga ver o que está na minha mente. -Bem, eu sei que aconteceu alguma coisa quando você estava lá fora, seria bom se me contasse mas se não se sente segura, está tudo bem. Sabe aquela vez que você pegou na minha mão na invasão de demônios? -ele pergunta e eu assinto - Eu vi uma coisa.
– O que você viu?
– Eu vi Lúcifer rindo e chamando seu nome e ele olhou direto para mim e me cumprimentou. Eu achei que era uma coisa... bem,uma coisa do meu passado.
–Eu também vi coisas. -disse pegando a mão dele - Eu vi algumas coisas que você já passou e inclusive quando você disse sim a ele e também o vi no seu corpo.
Ele instantaneamente ficou pálido. Novamente o clima ficou tenso.
Ficamos por mais alguns minutos em completo silencio. Ele olha para minha blusa, na qual ainda não tinha fechado , ele se aproxima para fecha-la. Eu o impeço e abro mais minha blusa, ele tira sua camisa e me beija cheio de paixão me fazendo deitar na cama e ele vai descendo para minha nuca, enquanto eu passo minhas unhas suavemente sobre suas costas e minha outra mão passo sobre seus fios de cabelo. O corpo de Sam no meu, suas mãos firmes e suaves me conduzindo, compartilhando todo seu calor comigo. A cada beijo a cada toque me apaixono mais por ele e posso ver que ele sente o mesmo por mim.
–Dean vai chegar logo. -digo preocupada enquanto deito no toráx de Sam.
–Então é melhor nos vestirmos. -diz ele ajeitando meus cabelos bagunçados.
Mal termino de me arrumar Castiel aparece e em seguida Dean abre a porta.
–Estão aqui! - ambos dizem juntos.
Cas e Dean vão a janela nos mostrar o estacionamento do hotel. Há vários deles, não parecem que estão na estratégia de atacar, parecem que estão aqui para vigiar, ou melhor, me vigiar.
– Vejo vocês lá. -diz o anjo antes de sumir.
Os Winchester estão pegando suas armas. Eu faço o mesmo que Cas e apareço no estacionamento. Ele está matando alguns dessas coisas. Temo que digam alguma coisa sobre Crowley ou o lance do meu destino. Não sei se é adrenalina em meu sangue mas estou muito furiosa, com vontade de ver sangue pelo chão. Estendo minha mão para matar um demônio e em vez de fazê-lo ir para o inferno do modo tradicional, faço sua cabeça desprender do corpo. Faço isso em vários deles, e nos próximos os faço em pedaços, e em outro tenho vontade de devorá-lo, tento me controlar, mas a ânsia parece ser maior que eu, mais como um instinto. Esse demônio que estou prestes a me alimentar parece sentir isso, talvez essas coisas tenham sido mandadas para me provocarem, para me fazer sentir como monstro, eu não o devoro mas eu o mato enfiando minha mão a dentro de sua alma perversa e a fazendo vapor.
Quando me viro, Dean, Sam e Cas estão me encarando com espanto. Eles fizeram um demônio de refém. Para descontrair mais esse momento tenso pergunto:
–Matamos todos?
–Você matou, praticamente todos eles. -responde Dean com um pouco de entusiasmo em sua voz, como se estivesse surpreso e talvez com um pouco de medo.
Acho que estou me transformando no que Crowley ou Lúcifer quer. O seu monstrinho fantoche.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estão lendo