P O V JEN

As duas criaturas, que tem aparência de um homem e uma mulher, que acredito que são leviatãs avançam para me atacar me fazendo cair nesse chão úmido e sujo. As bocas sinistras deles se aproximam de mim pingando suas babas em meu rosto, deixando um embrulho no meu estomago.
Rapidamente os empurro para longe mas eles logo voltam para me atacar novamente. Desvio de alguns golpes e estalo os dedos e suas cabeças são arrancadas fazendo uma gosma preta se espirrar em mim.
Observo a cena e em questão de segundos suas cabeças rolam lentamente para perto de seus respectivos corpos, sem pensar muito começo a correr daqui.
Corro o mais rápido que posso mirando para trás de minuto a minuto para checar se estão me seguindo. Olho para frente novamente e quando estava prestes a me bater em alguém consigo parar a tempo e silenciosamente começo a recuar mas um pequeno ruído se faz quando inesperadamente piso no que parece ser um galho seco. A coisa, que tem a aparência de uma pessoa se vira rapidamente e assim que vejo sua face minhas pernas se enfraquecem quase me fazendo cair, meu coração se dispara e escorre lagrimas em meus olhos, suor frio em minhas mãos e uma indecisão pela vontade de abraçar ou sair correndo daqui toma conta de mim.
–Jennifer?!? -pergunta Castiel confuso, angustiado e com seus olhos azuis cheios de agua, com sua pele suja e barba sem fazer. -O que está fazendo aqui?
–E-eu...
–Como que você está aqui? -ele se aproxima de mim e cutuca meu braço. -Viva?
–É... eu tenho que fazer umas coisas aqui e...e...-dou uma pausa e suspiro.
–Que coisas?
–Vem, eu posso te tirar daqui.
–Como? Pelo portal dos humanos? -ele questiona. -Eu não posso ir.
–Não é por lá e...e espera, por que você não pode ir?
–Bem, é que...-ele hesita e antes que continuasse escutamos um barulho e em seguida aparece aqueles leviatãs. Começamos a correr entre as arvores até não ver mais aqueles monstros nos seguindo. Paramos perto de um pequeno rio. -O que houve com você? -S-sua alma... -ele se interrompe. -Como que você saiu do inferno?
–Fazia parte dos planos de Crowley, mas agora está morto e estamos livre dele.
–Como que ele morreu? -questiona abismado.
–Bem, -penso um pouco. -eu tive que mata-lo. -ele me encara com uma expressão que não consigo definir. -Mas e então, o que tem minha alma?
–Pelo que eu vejo agora, está muito danificada.
–Como danificada?
–Não sei se consigo explicar, ela não está da forma que deveria estar. -diz de forma vaga fitando o horizonte. Ficamos alguns minutos em silencio.
–Cas, antes de irmos embora daqui eu tenho que fazer uma coisa, será que você poderia me ajudar?
–Que coisa? -ele me mira e inclina levemente sua cabeça.
–Bem, eu só consegui entrar nesse lugar porque eu disse a um vampiro que tiraria sua amiga daqui.
–Mas por que você quis entrar aqui? -pergunta um pouco desconfiado.
–É-é...-dou uma pausa. -Depois nós conversamos ok? Vamos encontrar logo a vampira e vamos embora.
–Tudo bem, como posso ajudar?
–Você não pode localiza-la?
–Não, se eu nunca a vi não tem como acha-la. Como que ela é? Hoje já lutei com várias criaturas, quem sabe se não a encontrei.
–Bem, ela é loira, tem olhos castanhos, tamanho médio e tem uma cicatriz bem notável de corte no pulso direito...-uma cicatriz que eu causei quando arranquei a mão dela e depois a curei. Castiel fica pensativo.-acho que é isso.
–Eu vi ela correndo atrás de uma outra criatura. -ele dá uma pausa como se estivesse lembrando de algo. Coloca a mão no meu ombro e num piscar de olhos aparecemos em outro lugar, não muito diferente de onde estávamos, muitas arvores sombrias e chão lamacento e úmido.
Vejo Castiel caindo de fraqueza encostado em uma árvore.
–Cas o que houve? -me aproximo dele e estendo a mão para ajuda-lo a se levantar.
–Esse lugar limita meus poderes me deixando cada vez mais fraco. -esforçadamente ele se levanta se apoiando na minha mão.
–O que você está fazendo aqui?!? -escuto uma voz familiar, me viro rapidamente e a vejo. Teresa.
–Eu não disse que estava chegando? Deu meu aviso aos seus amiguinhos monstrinhos.
–Como estou mais forte vou acabar com sua raça sua vagabunda! Aqui você está em desvantagem.-ela avança para me atacar enquanto me esquivo.
–Espera vadia. -digo ainda me defendendo e até dando uns golpes. Realmente ela está mais forte. -Não to aqui pra lutar com você, vim por causa de Benny.
–O que?!? Benny? -ela para instantaneamente de atacar.
–Benny? -questiona Castiel.
–Sim Cas, o amiguinho do Dean.
–O que ele quer? -pergunta Teresa.
–Eu vim te levar daqui.
–Não confio em você.
–Então ta legal, você que escolhe, -digo dando de ombros me virando. -ficar nessa desgraça ou voltar para o aconchego da Terra. -começo a caminhar lentamente pela floresta adiante. Vejo Cas me olhando confuso eme seguindo.
–Espere! -escuto a voz dela um pouco longe. Paro meus passos e sinto um sorriso em meus lábios. Me viro e a vejo correndo até mim. -Eu vou.
–Ok. -respondo. -Cas pode me emprestar sua espada angelical?
–Por que? O que vai fazer?
–Preciso de sangue para nos tirar daqui. -digo já me abaixando ao chão sujo. Ele me entrega a espada e em seguida faço um corte na minha mão, o sangue escorrer aos poucos e logo começo a desenhar o símbolo no qual memorizei cautelosamente.
–Cria de Lúcifer! -uma voz me interrompe e me faz rapidamente levantar assutada. Cas e Teresa olham para a figura que me chamou. Uma mulher que usa roupas formais e seu cabelo castanho todo preso para trás.
–Quem é você? -pergunto irritada.
–Eu sou Naomi e sou um anjo que veio ajudar Castiel.
–Não precisa ajuda-lo, eu já estou fazendo isso se percebeu. -respondo grosseiramente. -Vamos Cas!
–Você confia mesmo nela Castiel? - Naomi questiona.
–Por que não confiaria?
–Bem, vejamos...-ela finge estar pensativa. -primeiro: ela é descendente do traidor, segundo: ela já derramou muito sangue, terceiro: já trabalhou para Crowley, o traiu e o matou, quarto: tem planos para conquistar esse lugar, o inferno e quem sabe o céu; quer que eu continue? -ela pergunta com um olhar desafiador. Castiel fica sem reação, ele fica encarando-a e em seguida volta seus olhos para mim, que o fito dentro de seus olhos e desvio o olhar de medo dele me deixar e ir com esse projeto de anjo, de ser abandonada por um membro da minha família e depois fazer com que Sam e Dean faça o mesmo.-Então, venha comigo.
–E-eu...-ele diz parecendo confuso. -não posso. Ela é minha responsabilidade, já falhei antes e deixei que a acontecesse coisas extremamente ruins, mas agora não cometerei esse erro de novo.
–Castiel Castiel, cada tempo que passa fica mais parecido com os Winchester. É uma pena que não é uma opção para você escolher, virá comigo agora por bem ou virá por mal.
–Eu não vou e não vai ser você que vai me impedir. -responde Cas tirando mais uma vez sua espada angelical de seu sobretudo sujo e rasgado.
–Vai vir por mal então...-ela responde. Em questão de segundos dois homens altos vestidos de terno e com uma expressão assustadora aparecem ao seu lado e vão direto atacar Cas enquanto a anja desgraçada fica parada com um sorriso de satisfação.
Avanço para ajudar Cas, que se livrava de golpes das espadas angelicais dos outros dois anjos e investia para logo mata-los. Vejo mais dois homens vindo em minha direção enquanto a vampira covarde se escondia atrás de algumas arvores. Castiel consegue matar um deles e continua lutar com o outro.
Eu me esquivei dos ataques deles e estalo os dedos e eles se explodem fazendo voar pedaços de carne e sangue tanto em mim quanto em Naomi, o outro anjo e Cas.
Castiel aproveita a distração de seu oponente e o puxa o virando e crava sua espada no peito dele. Naomi parece furiosa e ainda continua parada no mesmo lugar passando a mão em sua face a fim de limpar os restos das cascas dos anjos.
–Quer saber de uma coisa aberração? -ela pergunta irritada. -Você pode estar achando que é só estalar os dedos para explodir tudo que vai conseguir tomar o céu e a terra mas está bem enganada, eu serei aquela que livrará o mundo de um monstro e em seguida de rebeldes malditos como Castiel e os Winchester e todos os nojentos que você recrutar. E só assim vou poder ser a nova Chefe, aquela que vai reconstruir o mundo do meu jeito e...
–Boa sorte com seus planos, -digo. -eu vou estar esperando. -me abaixo e continuo desenhando o simbolo. -E se agora me der licença, tenho muitos assuntos para tratar.
Ela me encara ainda com muita ira em seus olhos e força um sorriso.
–Pois espere cria de Lúcifer, eu já destruí outro ser repugnante como você antes e particularmente não acho que será um grande problema fazer de novo. -antes que pudesse rebater ela já tinha sumido.
–MALDITA!–berro e em seguida todas as folhas das arvores próximas a nós caem violentamente ao chão. Teresa retorna assustada. -Do que ela tava falando Cas?
–Eu não sei direito, mas assim que sairmos daqui procurarei mais informações. -responde pensativo. Finalmente termino a droga do símbolo e em um piscar de olhos aparecemos no barco onde Benny vive. Ele está deitado de costas para nós na cama como da última vez que apareci aqui. Cas olha para os lados e pela que sua expressão mostra, ele está tentando identificar onde está.
–Benny...-chama Teresa logo após um longo suspiro. Ele se vira ainda sonolento e dá um pulo da cama e fica nos encarando.
–Viu? Eu disse que a traria de volta. -digo com um sorriso de canto, me vangloriando.
–Foi você que a jogou naquele lugar. -diz secamente, em seguida dá uma pausa. -E to vendo que trouxe o anjo.
–Não, é o Bruce Lee. -respondo sarcasticamente fazendo Cas me olhar confuso. Benny rola os olhos. -Bem, todos estão felizes e satisfeitos e agora você pode ver que não sou tão ruim quanto pensa e...
–Tanto faz, -responde. -não te dou sequer um voto de confiança.
–Tudo bem então. -finjo propositalmente estar desapontada. -Já estamos indo, tchauzinho. -toco no braço de Castiel e aparecemos do lado de fora do barco, no porto.
–Eu não consigo compreender... -ele diz.
–Compreender o que?
–Primeiro, quem é Bruce Lee?
–Ah isso é irrelevante...
–O que Crowley fez com você? -ele me interrompe.
–Isso não importa mais, -respondo friamente enquanto ele fitava o horizonte num mar azul escuro. -ele está morto e nunca mais fará...
–Morto? -questiona confuso. -Como? -ele mira dentro de meus olhos me fazendo desviar o olhar. -Foi você! O que mais você fez?
–E-eu...e-eu...-tropeço nas palavras. -muitas coisas.
–Precisamos curar sua alma antes que seja tarde demais. -ele diz tremendo sua suave voz. -Eu vou atrás daquilo que Naomi diz e da confirmação da cura.
–Não! -digo desesperada. Por que fiquei assim? -Eu não quero ser cur...-me interrompo. Que droga eu to falando? É claro que quero ser curada. -Quero dizer, você tem que se limpar e também tem que...que...temos que ver S-Sam e Dean.