Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 43
43




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P O V SAM

Kevin acaba de contar seu sonho, ou melhor, pesadelo. Meu coração parece ter parado de bater por alguns instantes e quando recomeçou seus batimentos parecia que ia saltar de meu peito. Em meus olhos muitas lágrimas se formam, suor frio em minhas mãos que levemente sinto tremendo, pernas bambas como se estivesse sem um chão para apoiá-las. Tudo o que ouvi não para de repetir em minha mente, me atormentando ainda mais do que Dean havia presenciado. Eu tento me convencer que tudo isso não passa de uma mera coincidência ou de calúnias, mas eu sei que não é isso.
Miro Dean e ele parecia estar do mesmo jeito do que eu e ainda tentando disfarçar o que estava sentindo. Kevin parece mais nervoso do que antes, mais perturbado e até confuso.
Uma pequena parte de mim fica contente por finalmente Crowley ter o seu merecido fim mas outra parte está preocupado com tudo isso, e se agora as coisas piorarem? E Se Jen estiver com a idéia de ser a nova dona do inferno, do purgatório ou de sei lá mais que lugares? E se ela estiver enlouquecendo? E se ela ficar ainda pior que Crowley?
–E então? -pergunta Kevin interrompendo meus pensamentos e provavelmente os de Dean também.
–Então o que? -pergunta Dean.
–O que vocês vão fazer? -ele pergunta. -Vão continuar...
–Não vamos deixa-la, não podemos desistir dela, -digo com a voz tremida. -eu não posso fazer isso.
–O céu que nos perdoe, mas ela é parte da família e não se deve ficar contra a família, -diz Dean determinado. -nós vamos arrumar uma maneira de evitar que essas coisas aconteçam e...
–Mas a Naomi disse que não podem ajuda-la e que...
–Sei o que Naomi disse! -eu e Dean o interrompemos em uníssono.
–Escuta Kevin, nós iremos dar um jeito como sempre fazemos. -digo.
–Primeiro vamos encontrar a sua mãe e te levar pra casa, agora que não tem ninguém que pode te prejudicar Kevin e depois vamos ver isso ok? -diz Dean. Kevin ainda nervoso e um tanto preocupado assente. -Vou tomar um banho agora enquanto o nerd aí -Dean me mira. -vai juntar as informações do paradeiro da Sra. Tran.
Dean vai ao banheiro enquanto eu tento colocar minha cabeça no eixo para poder me concentrar. Respiro fundo, aperto o pingente do colar que Jen me deu e pego o notebook de novo.
–Kevin, pode me dizer quando foi a ultima vez que teve noticias dela?
–Foi há uns cinco meses, ela estava escondida num restaurante abandonado.
–Sabe onde que é?
–Mais ou menos, -responde ele. -não me lembro direito, sei que o nome é Golden Dragon e seu letreiro é meio apagado, disso eu tenho certeza.
–Ok. -pesquiso na internet e acho uns 10 restaurantes nesse raio de distancia. Descarto os restaurantes ainda ativos, sobrando apenas dois, que pego as fotos da entrada e mostro a ele. Kevin reconhece o restaurante e fica a uns 12 quilômetros daqui. Peço a ele para arrumar suas coisas enquanto arrumava as minhas para partirmos daqui a pouco. Dean sai do banheiro e eu conto o que descobri e por fim ele arruma suas coisas também.
Entrego a chave a recepcionista e peço para avisar o Sr. Florence, dono do hotel eu não trabalharei mais para ele.
Então entro no Impala e seguimos estrada adiante. Meus pensamentos sobre Jen começam a fluir enquanto o silencio predomina. Sinto tanto medo de acontecer aquelas coisas que Kevin viu em seu sonho, de ela perder o controle e matar/torturar inocentes como fez com criaturas, de ela se esquecer de sua humanidade e se tornar aquilo que sempre temeu, de esquecer de que tem uma vida aqui conosco, comigo, com a sua família, pode não ser a vida que ela merece, mas eu prometo que se tudo der certo eu vou me esforçar o máximo que posso, fazer o possível e o impossível para lutar pelo o que ela merece; tenho medo também dela se esquecer do quanto eu a amo e do quanto ela me ama também e colocar tudo a perder se aquelas coisas realmente acontecerem.
Meu celular vibra me despertando desse, praticamente, sonho que tive acordado. Meu coração dispara pela esperança de ser a Jen, mesmo sabendo que se ela pudesse ou quisesse ela viria até mim. Dean que parece ansioso mira para meu celular também. Olho rapidamente pelo retrovisor Kevin e o vejo do mesmo jeito de minutos atrás, fitando pensativo a paisagem que passava pela janela.
Pego o celular e abro a mensagem. É da Amelia. Meu coração volta ao seus batimento normais e aquela sensação de esperança e de felicidade diminui. "Sam preciso te ver, que tal hoje a noite?" Meus dedos fazem uma espécie de dancinha ao teclado enquanto eu penso no que podia responder.
–O que a Amelia quer? -Dean levemente rola os olhos.
–Quer me ver hoje a noite. -respondo sem entusiasmo algum.
–E o que você respondeu? Vai aceitar?
–Claro que não Dean. Por que eu aceitaria?
–Não sei né. -ele responde debochado.
–Quem é essa Amelia? -pergunta Kevin.
–A namoradinha do Sammy.
–O que? Sam tem duas namoradas? -questiona Kevin.
–Não! -respondo irritado. -Amelia não é minha namorada, e por que você fica todo entrometido nesses assuntos? -encaro Dean.
–Eu nem fico Sammy, só não quero que você fique de enrolação.
Reviro os olhos mais irritado e bufo. Vejo Kevin lançando um olhar para nós como se estivesse desconfiado de algo. Sem pensar muito respondo Amelia. "Saí da cidade e não voltarei." Assim que enviei me arrependo pela grosseria, mas resolvo não mandar mais nenhuma mensagem.
Passa-se mais um tempo e Dean anuncia que finalmente chegamos. Pego um pedaço de aço e abro a porta e como já era de se esperar a recepção nos é dada com agua benta.
Os olhos de Kevin se enchem de lágrimas e praticamente corre para abraçar a sua mãe. Em seguida Sra. Tran nos abraça e nos dá um tapa e um sermão por ter demorado tanto para ajuda-los. Contamos que Crowley não incomodaria mais, e que poderiam quase voltar com suas vidas a não ser pelo que Kevin tinha que terminar a tradução dos testes para fecharmos as portas do inferno e banir todos os malditos.
Os levamos para sua antiga casa e verificamos se estava completamente seguro, que não haveria mais demônios para se preocupar. E na despedida eu peço ao Kevin não ouvir essa tal de Naomi e meio que pra esquecer essa história de destruição do mundo e da Jen.
Dean dirige até quase o fim da cidade e alugamos um novo quarto de hotel. Ligo para o Garth e peço para que ele cheque de vez em quando os Tran.
Resolvemos tirar o resto da tarde para descansarmos e pensar um pouco em como poderíamos resolver a situação.

P O V JEN

Andei o mais rápido que pude para me afastar de Dean e afastar a vontade de voltar para a vida que eu tinha antes de eu ter virado nessa coisa que sou, a vontade de voltar para a minha família, para o meu Sam.
Eu nem consigo imaginar a reação dele quando Dean o contar todas essas coisas e dizer que não vou voltar e talvez incrementar que sentiu que fiz isso por falta de coragem para o encarar, por vergonha do que causei.
Caminho mais um pouco nessa madrugada gelada até ver meu reflexo na vitrine de uma loja de roupas.e olho e sinto vontade de morrer, de me fazer explodir, eu estou tão horrível, fiquei tão horrível. E eu não estou só pensando na aparência física (que realmente está repugnante, minha pele toda coberta de sangue seco, roupas rasgadas e sujo com o mesmo) estou pensando na aparecia interior. Por que eu tenho que ser assim? Por que eu não consigo voltar o que eu era antes?
Lamento por mais alguns instantes e tomo folego e me tele transporto para dentro da loja, escolho roupas novas(1), me lavo no banheiro dos funcionários e me visto.
Saio da loja e percebo que já está amanhecendo. Me concentro e penso em Benny, e imagens do porto, do mar e do interior de um barco passa diante meus olhos e em questão de segundos me tele transportei para esse lugar e o vejo deitado numa cama de costas para mim. Ele se vira e se assusta quando me vê.
–O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI?!? –ele pula da cama e pega um facão debaixo dela e se aproxima me ameaçando.
–Calma! Por favor, fique calmo.
–CALMO? FICAR CALMO? VOCÊ MATOU MINHA AMIGA E DEPOIS APARECE NE MINHA FRENTE E ME PEDE CALMA?
–Eu sei que to pedindo demais. -digo me fazendo de arrependida. -Mas é que eu passei a madrugada inteira pensando e queria me redimir a trazendo de volta.
–Acha mesmo que vou acreditar nessa história? Acha que eu sou otário? Eu não sou igual o Dean que tem uma queda por você e te perdoa de boa.
–E-eu não to pedindo que confie em mim, eu só não quero levar esse peso comigo, eu preciso acertar as coisas.
Ele abaixa o facão e fica me fitando desconfiado. Abaixo a cabeça para ficar mais convincente a ele que estou arrependida.
–Tudo bem então. -ele diz ainda um pouco irritado. -E quer que eu faça o que?
–Ouvi dizer que você sabe de um feitiço para entrar e sair quando quiser do purgatório. -digo com um tom de voz humilde.
–Quem te disse isso?
–Eu só quero saber se você pode me ajudar a ajudar a sua amiga.
–Posso fazer sim, mas eu preciso de certos ingredientes.
–Anote num papel que eu posso conseguir.
Ele ainda parece não estar de bem com essa minha ideia mas assente e começa a anotar. Depois de alguns minutos ele me entrega e dou uma rápida lida, e por sorte não são tantos e muito menos tão difíceis de ser conseguidos.
Vou a algumas lojas de artigos religiosos e ervas, pego os tais ingredientes e já no fim da tarde volto ao barco. Benny não está aqui, vou até o porto e caminho até encontrar num beco um pouco distanciado um carro e ele está dentro. Sorrateiramente me aproximo e me tele transporto para dentro do carro. Ele meio que se engasga de susto com o sangue que estava tomando de um pacote de banco de sangue.
–Consegui. -mostro o pacote com ingredientes. Ele só mira e não responde. Benny continua tomando o sangue. Quando termina ele sai do carro e eu o sigo até o barco.
Descemos até o "quarto" dele e ele tira o pacote da minha mão de uma forma rude. Se eu não precisasse dele eu juro que arrancava sua cabeça. Observo cada passo dele, que mistura todos os ingredientes num recipiente com um pouco de seu sangue e depois ao chão faz um símbolo, um circulo com três menores dentro dele e ao centro um "x".
Benny me mira e faz com a cabeça para eu entrar dentro do símbolo e em seguida começa a falar algumas palavras em latim que atenciosamente memorizo. Ele termina e dá uma pausa e retorna:
–Para voltar tire seu sangue e faça uma miniatura desse símbolo ao chão.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa uma luz azul bem clara aparece ao meu torno me fazendo fechar os olhos para protege-los e quando os abro vejo uma enorme floresta escura e sombria. Eu creio que seja o purgatório.
Começo a caminhar imaginando por onde começar a procurar. Bem que eu podia não trazer a vampira vadia de volta, mas se eu voltar com ela posso ganhar a confiança de Benny e talvez ele saiba de truques daqui e quem sabe me contar.
Escuto alguns passos vindo de trás de mim, continuo caminhando e aumento o ritmo até que bem a minha frente aparece um homem e uma mulher. Eles se preparam para atacar e suas bocas de um segundo para o outro aumentam e junto com sua língua e dentes afiados aparecem. Nunca tinha visto um monstro como esse. Será que esse são os Leviatãs?


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Notas finais do capítulo

(1)http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140163526&.locale=pt-br
E aí o que acharam? Por favor comentem a opinião de vocês, como já sabem significa muito pra mim :3 Muuuito obrigada mais uma vez por tudo meus amores ♥ Beijinhos docinhos :3



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