O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 81
A vontade de Kioto


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu, depois de muito tempo, fui pegar a minha bateria para acompanhar um ritmo de música. O resultado: cansei antes da música terminar, argh!, maldita falta de prática.

Oh, Boa-madruga gente!

Alguém aqui joga Cartola? (Sim, eu estou falando do jogo da Globo mesmo a respeito do Brasileirão. Criei uma conta hoje e, também, uma Liga chamada de "Liga do Nyah". Se alguém tiver um time no Cartola e quiser participar, é só procurar a liga e solicitar para participar. O nome do meu time é "Sómeferro FC"; eu meio que me lembrei do que aconteceu entre a Oi e eu e tal... XD

Confesso que, apesar de saber que muitos (não sei se a maioria), me querem morto, eu fico muito grato pelo apoio nos comentários, pessoal. Muitos leitores se mostraram compreensivos com o que aconteceu no capítulo passado; eu fiquei surpreso e feliz por isso. A todos que me odeiam, mas que entendem que no mundo ninja há mortes, o meu muito obrigado. Eu tiro o chapéu para vocês, é sério.

Mas anda há algo que quero comentar, e este será um assunto que deixarei para as Notas Finais por motivos óbvios (o capítulo falará por si).

Vale lembrar, também, que tudo o que eu escrevi já estava pronto há um tempão, a saber, quando eu fiquei sem internet. Não, eu não mudei nada para ninguém, nem por ninguém, e não me atreverei a fazer isso em respeito à minha história e em respeito às inteligências de vocês. Caso haja qualquer coisa mais relevante, esta mesma aconteceu única e exclusivamente (pleonasmo enfático aqui) porque, de algum modo, contribuirá para a história.

Enfim, alguém prestou atenção no título quando eu o falei pela primeira vez? E nas dicas (as palavras-chave)? Ficaram em dúvida? Sem saber o que pensar? Mais perdidos que cego em tiroteio? Calma lá! A resposta já vem!

Quero abrir este espaço, também, para agradecer aos moços Mateus Strife Malagueta e LeonDJace pelas maravilhosas recomendações! Senhoras e senhores, chegamos (sim, nós, todos nós!) às trinta! TRINTA! Obrigado a todos vocês!

Bom, chega de tanto falar de autor. Leiamos, pois. Nos vemos nas Notas Finais o/



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— Hinata... — Naruto olhou para lugar nenhum. Sentiu a visão se distorcer e se perder. Caía aos poucos, encostado à porta que o prendia naquela sala impenetrável.

Ouviu, em sua mente, as vozes mescladas do demônio roxo. Riam dele, riam impiedosamente.

— Eu te disse, não disse... Naruto Uzumaki? Onde está o seu poder agora? Onde esteve você para salvá-la? A mulher que você tanto amou está...

— CALE A BOCA!

Ele pôs as mãos à cabeça, soluçando. Era dor? Amargura? Agonia? Irrefutável sensação de término? Naruto não sabia dizer ao certo. Viu-se mergulhado num poço, num abismo interminável, um fosso de amargor e de desgraça.

E a lamparina que o alumiava naquele mundo de trevas, a mulher que ele amava mais que a si mesmo, que havia jurado proteger quando junto a ela naquele balanço ao luar, Hinata, se fora.

Tinha-a perdido. Como tanto temia.

* * *

O fogo cessou. Taka, que ria como um louco, calou-se. Diante de seus pés, onde deveria haver, no mínimo, cinzas do que outrora era o corpo de uma Hyuuga, restava apenas o piso. Um límpido quadriculado cor de marfim sem qualquer sinal de incineração.

— Mas que merda...?

Foi quando a visão do Yuurei girou em 360 graus, tornando-se negra, depois branca, depois cinza, até finalmente voltar ao normal. Ele sentiu certa falta de ar nos pulmões enquanto sentia-se cego ao que ocorria ao seu redor. Cambaleou dois passos para trás, e, recuperando o fôlego, ouviu Shion gritar:

— Hinata-san!

“Ela não poderia estar viva”, pensou Taka de imediato. “Não depois do que havia acontecido”. Abrupto, virou-se para trás. Shion estava meio esperançosa e horrorizada. O corpo de Hinata não havia sido destruído, pois esteve bem longe de ser atingido pelas penas de fogo; isso havia alimentado uma possível, embora improvável, esperança de que a Hyuuga ainda pudesse estar viva.

O que causou o terror em Shion foi a segunda pessoa vestida de preto ao lado de Hinata. Era pequena, aparentemente uma adolescente com seus catorze ou quinze anos, tinha olhos verde-esmeralda, cabelos longos loiro-platinados, um ar infantil e sádico ao mesmo tempo.

— Você... — Taka trincou os dentes com raiva. — Sua pirralha maldita! O que você está fazendo na minha missão?

A garota estava de boca cheia, pois comia um pedaço de bolo que jazia caído no chão.

— E aí, Baka... eeeza? — Ela engoliu o pedaço que estava mastigando. — E aí, Taka! Beleza?

O homem cerrou os punhos, estressadíssimo. A garota sorridente, Hana Sakegari, mordeu novamente o pedaço de bolo.

— O que você está fazendo? — perguntou Taka.

— Cumeno... — ela disse de boca cheia. — Qué um pudaço?

— Eu não estou falando da comida, sua estúpida! — gritou. — O que você está fazendo aqui? Esta é minha missão, se esqueceu?

Hana engoliu a comida, limpou os farelos no canto da boca e brincou com uma das mechas do cabelo.

— Eu tive de vir aqui, seu bobão — falou a menina.

— Pra quê?

— Pra te impedir de cometer a maior burrada da sua vida. Tipo, eu meio que acabei de salvar a sua vida, na verdade... — Hana deu de ombros. — Mas não precisa me agradecer, não. Eu só vou querer bolos de chocolate cofeitados e...

— Mas que merda você está dizendo, sua moleca desmiolada? Salvar a minha vida? De onde tirou tanta loucura? Quem aqui precisa ser salvo?

— Quem aqui precisa ser salvo? — Hana repetiu, desacreditada. — Eu acabei de dizer que é você, seu idiota. Taka, você é burro assim ou só está com preguiça de pensar?

— Quem você está chamando de burro? — gritou Taka.

— Você, ué. Droga, você é mais burro do que eu pensei. Repita comigo: Ta-ka-é-bur-ro.

— Quer parar de me irritar, sua idiota!

— Idiota? Eu? Olha só quem fala... — Suspirou Hana.

— Quem aqui precisa ser salvo, afinal? — Taka tentou retomar o rumo da conversa.

— Você, eu já disse — Hana falou bocejando.

— Não foi isso que eu... — Taka se interrompeu. De todos os Yuurei novatos, Hana era a que ele mais odiava. O jeito infantil dela o irritava. — Por que você veio me salvar?

E Hana desviou os olhos para o corpo de Hinata caído no chão.

— A Hyuuga? — perguntou Taka, sem entender.

Hana assentiu.

— O que ela tem a ver comigo?

— Você não podia matá-la, seu idiota. — Hana se abaixou, verificando as feridas na Kunoichi na Folha. — Puxa, você fez um belo de um estrago nela, hein. Ela quebrou umas seis, sete costelas, e a cabeça tá superferida; por pouco, por muito pouco mesmo, não teve o crânio e o pescoço quebrados. Nem sei como ainda está viva...

— Viva? —Taka perguntou, descrente.

— Ufa! Ainda bem que você é ruim em matar, Taka! Você deu uma tremenda sorte. Sim, você deu. — Hana olhou para o tórax de Hinata e arregalou os olhos. — Ih, olha só, ela tem peitos... peitões! Será que o Kioto-sama gostaria de me ver assim?

— Eu ainda não... QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

Taka viu Hana pôr a mão sobre a cabeça de Hinata. Uma camada de luminosidade verde se formou à palma da Yuurei: Ninjutsu médico.

— Por que está curando ela, Hana? Responda-me!

— Estou apenas fazendo o meu melhor para evitar que ela morra... Se bem que eu não sou boa com Ninjutsu, todo mundo sabe. Minha arte é outra coisa!

— Você ainda não me respondeu! Por que interferiu na minha missão? Por que usou aquele Genjutsu em mim quanto eu estava prestes a incinerar o corpo dessa vadia peituda? Por que não posso matá-la?

Hana terminou o serviço emergencial. A cabeça de Hinata ainda sangrava, mas a hemorragia havia diminuído consideravelmente.

— Você não tem o direito de matar um Hyuuga, Taka. Nenhum outro Yuurei tem, entendeu?

— Como assim? Eu não...

Finalmente ele havia compreendido. Irado, Taka suspirou vagarosamente.

— O maldito do Kioto, não foi? — perguntou. — Seu parceiro te mandou aqui para me atrapalhar, para atrapalhar a minha chance de me tornar um Membro Sênior, para arruinar a missão que a própria Mira me deu. Mas é muita petulância daquele Hyuuga desgraçado!

Hana se levantou devagar. Ainda estava de costas para o companheiro Yuurei quando perguntou num tom baixo e frio, muito diferente da voz calorosa e brincalhona que lhe era de costume:

— Maldito? Desgraçado? Quem você pensa que é para falar assim do meu parceiro, Taka Kazekiri? Cuidado como você fala a respeito do Kioto-sama.

Pela primeira vez desde que a menina havia chegado, Taka esboçou um sorriso. As asas do ninja estenderam-se ameaçadoramente, as penas amareladas.

— Para o seu azar, eu fui escolhido para esta missão. Sabe por que, pirralha? Dos membros Juniores, sou eu aquele com mais chances de me tornar um Sênior. Dentre os Juniores, eu sou o mais forte. Sua ameaçazinha baseada em paixão infantil não significa nada pra mim!

Hana cerrou o punho da mão direita.

— Acha mesmo que você foi a primeira opção dentre os quatro Juniores? Você se considera o mais forte entre nós?

— Isso foi um desafio, pirralha? Você é tão louca a ponto de querer me enfrentar? Eu, Taka Kazekiri?

Hana se virou para Taka, sorrindo desafiadora. Antes de dizer algo ao outro Yuurei, de relance, olhou para Shion, que assistia a tudo quieta.

— Durma. — Às palavras da Yuurei, sobreveio um sono pesado sobre a princesa. Shion desmaiou na hora. Taka viu o que aconteceu e franziu a testa.

— Pensei que o alvo da missão fosse a princesa — disse Hana debochada. — Você nem consegue fazer suas missões direito. Taka, não sei quem é mais idiota: você, por achar que é o Membro Junior mais forte, ou a Suki-sama, por achar que tem alguma chance de derrubar a Mira-sama e se tornar a nova vice-líder. Vocês dois são da mesma laia, não é à toa que você late feito cãozinho para ela, achando que um dia vai transar com sua parceira. Ai, só rindo de você mesmo...

Quatro penas se cravaram à parede, passando muito próximas do rosto de Hana. Taka rosnou ameaçador:

— Nunca insulte a minha Suki-senpai na minha frente, ouviu bem?

Hana inclinou a cabeça para o lado, encarando despreocupadamente o outro.

— Antes de disparar outra das suas peninhas de anjo, deixa eu te perguntar: você quer acertar quem mesmo?

Foi quando Taka arregalou os olhos. O ambiente parecia ter parado no tempo e se desfeito aos poucos. Quando Taka conseguiu reavaliar o próprio campo de visão, Hana havia sumido.

— Sabe... — A voz da menina vinha das costas do Yuurei, que tremeu estático, sentindo o frio metal de uma Kunai lhe tocar no pescoço. — Você sempre cai nessa, não é?

Hana estava à retaguarda mantendo uma Kunai no pescoço do companheiro Yuurei. E, para o espanto de Taka, as penas que ele pensou ter disparado contra a garota e que se cravaram nas paredes, na realidade, estavam ao lado de seus pés; por questão de centímetros Taka não tinha perfurado a si mesmo. Suas asas imponentes estavam armadas e prontas para disparar penas contra ele próprio também.

— Você é o membro Junior mais forte? — desdenhou Hana. — Nem no seu melhor sonho, passarinho.

— Quando...? Quando pôs o Genjutsu em mim? — perguntou Taka.

— Quando cerrei meu punho. — E Taka se lembrou do momento em que a garota ainda estava de costas para ele, ouvindo-o falar. — Foi naquela hora.

— Maldita...

— Antes que eu te solte, vamos conversar. — A menina encostou os lábios aos ouvidos do homem, e sussurrou: — Eu não tô nem aí pra sua missãozinha ridícula, passarinho. Pra mim, você poderia morrer a qualquer hora. Só vim porque o Kioto-sama me ordenou...

— Tsc. Quem é o cãozinho...

— Cale-se, Taka — interrompeu-o Hana. — Ainda não é hora de você falar.

Por sentir premida a lâmina um pouco mais em seu pescoço, Taka calou-se para Hana continuar.

— Caso não saiba, eu fui escolhida para vir nesta missão. Porém, a pedido do Kioto-sama, a Mira-sama me desconsiderou...

— O quê? Você? — Taka franziu a testa, surpreso.

— Eu ainda não deixei você falar, passarinho. Vou ter que cortar sua garganta pra você calar o bico?

Taka calou-se outra vez.

— Como eu ia dizendo, a princípio, eu era a escolhida, mas o Kioto-sama preferiu que eu não viesse nesta missão, logo, ele falou com a Mira-sama e ela aceitou o pedido do meu parceiro. Sabe o motivo, não sabe, Taka?

O Yuurei mordeu o lábio inferior, revoltado.

— A Hyuuga — respondeu Taka.

— Exatamente! — Hana sorriu. — O Kioto-sama sabia que nesta missão encontraríamos, sem dúvida, Naruto Uzumaki e Hinata Hyuuga, os ninjas da Folha. E conforme o plano dos Yuurei, Naruto não deve ser combatido a primeiro momento, mas sim aqueles próximos a ele. Nesse caso, o Yuurei que viesse nesta missão teria por obrigação a responsabilidade de matar Hinata Hyuuga. Foi por isso que o Kioto-sama não quis que eu viesse oficialmente, e foi por isso também que eu fui mandada para te impedir: a Hyuuga não deve ser morta.

— Como não? — questionou Taka. — As ordens do Líder-sama e da Mira foram claras! Qualquer pessoa próxima ao Alvo Primário deve morrer.

— Eu sei — concordou Hana. — Mas esta missão, o assassinato da Hyuuga, contradiz o objetivo pessoal do Kioto-sama. É ele, e apenas ele, quem deve destruir o clã Hyuuga; não sou eu, nem você, nem nenhum outro Yuurei.

— Ah, claro... — Taka murmurou. — Ele quer matar pessoalmente todos os Hyuuga, o Kioto...

— Kioto-sama, Taka! Kioto-sama! — corrigiu Hana.

— Tá, mas por que você foi substituída então? Você não disse que era você quem deveria vir nesta missão?

Hana suspirou impaciente.

— O Kioto-sama sabia que falar diretamente com o Líder-sama a respeito de seu próprio objetivo pessoal, poupar a vida da Hyuuga aqui para matá-la pessoalmente depois junto com todos os Hyuuga, jamais daria certo. O Líder-sama é muito inflexível; jamais aceitaria que alguém fosse poupado por um de nós. Se eu viesse nesta missão, teria sido obrigada por nosso Líder-sama a matar esta Hyuuga, logo, teria sido forçada a passar por cima do objetivo pessoal do Kioto-sama.

— Então o Kioto-sama recorreu à nossa Vice-líder, a Mira — Taka havia compreendido. — Porque sabia que ela é muito mais maleável e “boazinha” que o Líder-sama. E, também, ela é a única Yuurei capaz de fazer o Líder-sama mudar de ideia. A única capaz de convencê-lo a aceitar que a Hyuuga fosse poupada.

— Finalmente você está pensando! — Hana falou sarcástica. — Eu fui trocada propositalmente pelo meu parceiro para ser impedida de matar a mulher Hyuuga, e também para garantir que o Yuurei que viesse nesta missão, no caso, você, Taka, não a tivesse matado.

— Entendo. Mas o que isso tem a ver com o que você disse sobre salvar a minha vida?

— Ora, ora, passarinho. Digamos que você tivesse matado a Hinata Hyuuga, ou seja, tivesse passado por cima do objetivo do Kioto-sama de destruir pessoalmente todo o clã Hyuuga... O que acha que meu parceiro teria feito a você, hein? — Hana riu infantilmente.

— A Suki-senpai jamais teria permitido que...

— Acha mesmo... que a Suki-sama é ameaça para o meu parceiro, que é o Terceiro Oficial dos Yuurei? Você teria sido morto do pior jeito, Taka, e tudo o que a Suki-sama poderia fazer seria abaixar a cabeça e concordar. Nada mais.

Taka trincou os dentes. Hana deu uma risadinha.

— Pirralha, você se esconde atrás do seu parceiro.

Hana riu.

— Passarinho, você sabe que eu não preciso me esconder de ninguém.

— Você pode me soltar agora?

— Não, ainda tenho mas duas coisas para falar — disse Hana. — A primeira é: nunca mais, ouviu bem?, nunca mais chame a nossa vice-líder só de “Mira”. Você é um mero inseto diante dela! Para você, é “Mira-sama”, no mínimo!

Taka, a contragosto, assentiu, temendo o fio da lâmina da Kunai.

— Mais uma coisa — sussurrou a menina. — Se você desrespeitar, falar mal, se você sequer olhar feio para o Kioto-sama outra vez, eu juro, passarinho, eu juro que vou destruir o seu cérebro! Vou fazer você delirar, se mijar nas calças e beber o próprio mijo. Vou te levar à loucura, ao mais extremo da insanidade humana, do pior jeito possível. Aquelas ilusões de tortura que eu usei no Jinchuuriki do Hachibi serão brincadeira de criança comparadas as que eu vou usar em você. Então, Taka, eu fui clara?

Taka ficou em silêncio.

— Que foi? A Hana comeu a sua língua? — brincou a Yuurei.

— Entendi — ele disse baixo.

— Eu não ouvi...! — Hana cantarolou ainda com a Kunai no pescoço de Taka.

— Entendi! — Taka falou alto.

— Bom menino! — Hana afrouxou a Kunai do pescoço do outro, que suspirou livre. — Viu como é bom colaborar?

A Yuurei guardou a Kunai nas vestes, pegou outro pedaço de bolo, comeu, e disse depois:

— Cara, essa comida de palácio é muito gostosa, né não? — voltou com o tom caloroso e infantil que lhe era costumeiro. — Se eu tivesse vindo nessa missão, eu iria me empanturrar todo dia.

— O que eu faço agora? — indagou Taka.

Hana olhou-o confusa.

— Hã?

— A Hyuuga.

— Ah, sim. — A menina pôs o capuz sobre a cabeça. — Deixe-a aí mesmo. Pegue a princesa Shion e volte para o local marcado. Hoje você tem um relatório para prestar.

Taka se ergueu, tomou o corpo inconsciente de Shion sobre os ombros e, com outra mão, abriu um portal de escuridão no meio do ar.

— E quanto ao Naruto Uzumaki? Eu o deixei selado em uma das salas lá trás.

Hana gesticulou com o braço, rasgando o ar e abrindo nele outra passagem às trevas.

— Deixe ele lá. Não é problema nosso, pelo menos não agora. — E atravessou o portal de escuridão.

Taka, antes de desaparecer em seu próprio portal, olhou para trás, para o corpo caído, ferido e desacordado de Hinata Hyuuga. Não sorriu desta vez.

— Você deu muita sorte, vadia peituda. Muita sorte.

Quando a passagem de treva de fechou no ambiente, nada restou naquele salão senão silêncio e destruição.

* * *

As penas na madeira da porta apodreceram ao toque da jovem, que a abriu no ato. Dentro do salão, Beni viu um Naruto se levantar e correr em sua direção.

— Beni! O que você tá fazendo aqui? Sai da frente, eu preciso ir ver a...

— Acalme-se, Naruto Uzumaki — ela disse. — Conte-me o que aconteceu.

— Não posso! Eu preciso ir ver a Hinata! Preciso ver se ela e a Shion estão bem!

Pelo que conseguiu reaprender sobre os sentimentos humanos, Beni percebeu que Naruto apresentava mais que uma corriqueira preocupação; era medo, quase pavor, uma expectativa que caminhava tênue entre a esperança da vida e o horror da perda.

— Tudo bem. Irei com você.

* * *

Naruto escancarou a porta do salão de jantar, encontrando rastros de um combate intenso.

— Foi uma luta pesada — presumiu Naruto, vendo o caótico ambiente no qual se encontrava.

— E curta também — completou Beni. — A destruição não tomou todo o cômodo, o que me leva a crer que foi um combate rápido.

Investigando com os olhos o local, Naruto flagrou um corpo derrotado e frágil sobre o chão mais adiante. Era Hinata. Naruto, então, correu ligeiro ao encontro da amada, e quando a viu, caiu atônito ao lado dela.

— Não... O que fizeram? Eu vou dar um jeito nisso... Vou entrar no Modo Rikudou Sennin e curá-la agora me...

Naruto sentiu uma fisgada cruciante no peito antes da sensação de náusea.

E escuridão.

Quando a visão voltou a foco, percebeu Beni o olhando receosa.

— Você está bem? — ela perguntou.

“Não” seria a resposta. O que tinha sentido quando tentou usar seu poder Bijuu foi pior que mal-estar, foi algo indescritivelmente repugnante. Algo esse que o impediu de se transformar ou de, sequer, entrar em contato com as Feras de Caudas.

“O demônio roxo. Maldito seja!” Naruto suspirou enraivecido.

Os olhos frios e inexpressivos de Beni Makagawa observavam Naruto. Apesar de ainda parecer nãossentimental e gelada, a jovem sentia pelo rapaz que lamentava pela companheira. Beni conhecia muito bem a dor da perda, pois havia crescido com ela. E por conhecer tal dor, faria de tudo para que mais ninguém que ela prezasse passasse pelo que ela passou.

— Eu preciso de um médico agora! — Naruto levava o polegar à boca. — A Gamariki tem que vir aqui e...

— Espere — murmurou Beni.

— Como assim “espere”? Eu tenho que agir agora senão...

— Então me deixe agir primeiro — pediu Beni sem alterar a voz.

Com receio, Naruto viu Beni aproximar o braço desatado do rosto de Hinata. Há dois anos, quando havia liderado uma campanha contra os Oukami, Naruto não tinha enfrentado Beni Makagawa; conhecia-a devido aos relatos dos amigos, principalmente Sai e Ino, que mais ofereceram combate à garota. Pelo que sabia, a Kekkei Genkai de Beni, o Shinigami no Jutsu, nada mais causava nas vítimas do que condenar à morte implacável.

— Beni, no que você tá pensando? — Nunca tinha visto de tão perto o braço desatado da Makagawa. A pele negra como piche, do cotovelo às pontas dos dedos, era de causar arrepios. Consequência do Shinigami no Jutsu: exalar terror.

— Confie em mim, Naruto Uzumaki. Pois eu confio em você.

E Beni tocou com a mão negra na testa de Hinata, ordenando:

— Morra muito mais devagar, porém sem qualquer dor.

— Que merda você fez, Beni? — gritou Naruto na hora. — Você... Você a...

— Eu estou ajudando a salvar a vida desta mulher, Naruto Uzumaki. — Beni retirou a mão de sobre a testa da outra. — Veja isto.

Beni pegou uma das muitas penas roxas que estavam caídas sobre o piso, mostrando-a a Naruto.

— Vê? É veneno. — A pena se desintegrou ao desejo da morena. — Eu sei dizer por que conheci um garoto... — E procurou afastar o rosto do odiado Shozu Ibuke se seus pensamentos. — Um ninja que adorava este tipo de produto para incrementar suas armas de fantoche.

— Você está dizendo... — Naruto baixou o rosto para Hinata, compassivo. — Que ela foi envenenada?

Beni assentiu friamente.

— Porém este tipo de veneno não é letal. Ele serve para enfraquecer a vítima, mas não matá-la. — Beni olhou firme para o rapaz à frente. — Naruto, quem estava lutando com esta mulher queria assassiná-la pessoalmente, e isso depois de torturá-la até cansar. Este tipo de sadismo é animalesco... e abominável. Fazer isso com alguém...

Naruto trincou os dentes. A respiração do loiro era mais pesada, mais bruta; até Beni sentiu receio. Naruto pôs a palma sobre uma poça de sangue ao lado da cabeça de Hinata, cerrando o punho manchado.

— Jurei assim uma vez e jurarei de novo. Quando eu encontrar o cara que fez isso com a minha namorada, eu prometo que vou estraçalhá-lo... até não sobrar mais nada.

Uma aura de terror sobreveio sobre Beni, que sentiu calafrios na pele pálida. Olhou para Naruto e, no rosto dele, encontrou o mais puro ódio. Nem parecia o rapaz sorridente e radiante com quem ela conversara na estalagem no País dos Pântanos, mas sim um completo estranho, alguém maligno. Até mesmo o chakra parecia ter mudado, era feroz e macabro... Diferente de tudo que ela já sentira. Tudo.

— Naruto... Eu usei o meu Shinigami no Jutsu na Hyuuga para...

— ... Matá-la! — interrompeu Naruto. — Você mesmo disse, não disse, Beni? Você condenou sei lá por que a minha Hinata à morte!

— Sim — falou Beni. — E não. Você está meio certo, Naruto. Agora se acalme, por favor.

A jovem aguardou até Naruto se controlar. Demorou bastante, pois ele também a olhava com maus olhos.

— De fato, meu Shinigami no Jutsu é um mensageiro da morte. Porém, quero que saiba, apesar de eu ter ordenado que Hinata Hyuuga morresse, eu dei a ela mais tempo.

— Mais tempo? — perguntou Naruto sem entender. — Como assim?

— Mesmo o veneno posto nela não sendo imediatamente letal, ele ainda está circulando no sangue desta Hyuuga. Além disso, ela sofreu uma grave ferida na cabeça, o que pode levá-la à morte caso não ajamos rápido. Pensando nisso, eu usei minha Kekkei Genkai nessa mulher, pois no momento em que eu toco em algo ou alguém adquiro o poder de controlar como e quando minha vítima vai morrer, entendeu, Naruto?

— Então, você está me dizendo que...

— Isso. Eu agora controlo a morte desta Hyuuga. Assim, eu a fiz morrer muito mais devagar do que ela já estava morrendo. Desta forma, eu adiei a morte dela para o mais tardar possível. Claro, considerando as condições físicas atuais de Hinata. Também evitei que ela sentisse dor. Logo, enquanto minha técnica estiver funcionando, esta mulher não sofrerá. Pelo menos não muito.

— Beni... — Naruto ficou boquiaberto. — Isso foi muito inteligente... Usar seus poderes de morte para dar vida...

— Não, Naruto. — Beni balançou a cabeça. — Estou apenas segurando o pouco de vida que ela tem dentro de si. O Shinigami no Jutsu jamais pode dar a vida a alguém; não é da natureza da minha técnica.

Naruto pensou um pouco e perguntou:

— Mas e o Shino e a Ino? Há dois anos eles foram mortos por você, mas você os ressuscitou, não foi? Você, que trouxe duas pessoas de volta à vida, pode muito bem curar a Hinata e...

— Não dá. O que houve após as lutas contra o Shino e a Ino-san foi diferente. Quando eu desativo a minha técnica sobre determinada pessoa que toquei, eu, obrigatoriamente, faço com que ela volte ao estado em que se encontrava antes de ser tocada por mim, inclusive em casos de o Shinigami no Jutsu já haver ceifado a vida da pessoa. Em outras palavras, antes de eu tocar Shino Aburame e Ino Yamanaka, eles estavam em perfeito estado de saúde. O caso da Hinata é completamente diferente; assim que eu desativar minha técnica, ela voltará a se encontrar exatamente como estava antes de eu tocá-la: ferida e fraca. Por isso não posso curá-la, apenas retardar sua morte.

— Eu entendo. Obrigado mesmo assim, Beni. — Naruto sorriu fraco para a morena.

— Ouça, Naruto — ela continuou. — É importante que você volte para a Vila da Folha imediatamente. Você e esta mulher. Eu posso segurar a vida dela até que você tenha chegado à Folha, e lá, quando Hinata já estiver ao alcance de cuidados médicos apropriados, eu poderei desfazer meu jutsu.

— Não posso esperar para chegar até a Folha! — rebateu Naruto. — A Hinata não aguentaria uma viagem tão longa! E, além disso, há muitas vilas ninjas bem mais próximas daqui do que a Folha. Eu posso levar a Hinata até uma delas e...

— Mas você ignora um problema. O mesmo problema que me fez vir aqui e, acidentalmente, reencontrar você: os Yuurei.

Beni viu a expressão de Naruto se fechar. Continuou:

— Os Yuurei sabem, e esperam, que você leve a Hinata para uma vila mais próxima, onde será imediatamente tratada. Se eles estiverem caçando você, o que, creio eu, esta seria a oportunidade perfeita para fazê-lo, você estará vulnerável, ainda mais longe da proteção da sua vila.

— Se os Yuurei vierem, eu vou acabar com eles. Que venham todos, eu não me importo!

— Deveria se importar. Você viu o que estes ninjas podem fazer. Eles não são os Oukami, Naruto. Eles podem te derrotar. Além disso, em menor número e debilitado, que chances você teria? Você sequer pode usar seus poderes Bijuu, está com pressa para cuidar da sua amada, está abatido psicologicamente... E isso sem falar que, uma pessoa ferida em um grupo que está em fuga é apenas um peso morto, uma retardatária. Com a Hinata ferida, os Yuurei poderão te alcançar facilmente, e aí você terá duas opções: lutar contra eles, correndo o risco de Hinata ser utilizada como moeda de troca ou qualquer outro objeto para te derrubar; ou, o mais lógico, abandoná-la e fugir. — Beni encarou Naruto.

— Eu jamais abandonaria a Hinata, Beni! Morro lutando contra os desgraçados dos Yuurei, mas jamais a abandonaria! Jamais! — Naruto vociferou.

— Eu sei — a jovem assentiu. — Você não é do tipo de pessoa que deixa um companheiro para trás, eu sei disso... E os Yuurei também sabem.

Naruto reconsiderou. Pensando na amada, enfrentar os Yuurei apenas por vingança seria egoísmo, não preocupação com o bem-estar de Hinata, e certamente um combate direto contra os que estavam sendo, de longe, os piores inimigos que Naruto já havia enfrentado desde a Quarta Grande Guerra Ninja seria inviável e irracional. Beni tinha razão, a Vila da Folha seria o único porto seguro do Uzumaki.

— Você tá certa, desculpe — confessou. — Eu não...

— Qualquer pessoa pode perder o próprio controle em situações complicadas assim, Naruto Uzumaki. — Devagar, Beni reenfaixava o braço. — Isso prova que você também é humano.

— Eu dei muita sorte de ter te encontrado aqui. Pra ser sincero, se não fosse por você, eu estaria preso naquela sala até agora e a Hinata estaria muito pior... Eu nem sei como te agradecer, Beni — falou sem graça.

— Fique vivo e salve a sua amada também, Naruto Uzumaki. Isso será suficiente para mim.

— Mas e você? Você só veio aqui porque tava caçando os Yuurei, certo? — perguntou Naruto. — Se os encontrar, você sozinha não será capaz de lutar contra eles. Como planeja...?

— Quando chegar a hora, eu saberei o que fazer. — Beni se levantou. — Até lá, cabe a mim procurá-los. Porém, considerando que você está incapacitado de viajar e combater ao mesmo tempo, irei acompanhá-lo até a sua vila. Garantirei que você fique bem até lá.

Naruto também se levantou, olhou Beni nos olhos, e disse:

— Não.

Beni não compreendeu.

— O que disse?

— Não quero que você nos acompanhe, Beni — confessou Naruto. — Querendo ou não, Hinata e eu ainda estamos em missão aqui. E a Shion, digo, a princesa foi sequestrada. Tenho medo do que os Yuurei possam fazer a este país caso o deixemos para resolver nossos próprios problemas. Isso sem falar que seria covardia na nossa parte, minha e da Hinata, abandonarmos este lugar à própria sorte quando sua líder foi raptada. Hinata com certeza concordaria comigo.

Beni encarou-o analítica, os olhos negros penetrantes.

— Quer que eu fique aqui, é isso?

Naruto assentiu.

— Desculpe por isso, mas, no momento, você é a única pessoa em quem eu posso contar. Por favor, proteja este país até que a Folha envie outra equipe para cá. Eu não quero ter o peso de um país inteiro nas mãos, e devo isso a Shion também. Por favor, Beni.

— Você está regredindo, Naruto Uzumaki. Eu já lhe falei sobre os Yuurei e sobre uma possível caçada a você enquanto retorna à sua vila. Também considere a saúde da sua amada. Sem eu por perto, como saberemos quando precisarei desativar meu jutsu sobre ela?

— Você não precisa estar perto pra cancelar os efeitos da sua Kekkei Genkai, Beni. A Ino me contou — Naruto falou sério. — Me dê quatro dias. Passado este tempo, você poderá desfazer sua técnica; eu já estarei de volta à vila.

— Quatro dias? — Ela franziu a testa. — Uma viagem do País do Fogo até o País dos Demônios dura, no mínimo, nove dias. Sem usar sua velocidade de Jinchuuriki, como planeja voltar para a Folha em tão pouco tempo? Isso é impossível!

Naruto respirou fundo, olhando firme para Beni.

— Então farei com que não seja mais impossível.

Com cuidado, Naruto retirou a camisa preta de mangas longas do corpo, vestindo Hinata. Também usou o cachecol vermelho com o qual ela o havia presenteado para enfeixá-la na cabeça, como um turbante; Naruto fazia o possível para estancar o pouco de sangue que ainda insistia em fluir da cabeça de Hinata. Sem possibilidade de oferecer melhores primeiros-socorros, o Uzumaki viu-se limitado.

— Você não precisa fazer isso — Beni contestou com sua típica voz baixa e fria. — Quatro dias é muito pouco tempo. Mesmo em fuga, você também deve pensar no bem-estar de sua amada. Viajar rápida, precária e impensadamente pode ser prejudicial para ela também.

O rapaz ergueu Hinata nos braços, e depois olhou uma última vez para Beni.

— Por pensar no bem-estar dela, que devo ir o mais rápido possível. Te entendo, Beni, te entendo mesmo. Mas eu sei que se eu demorar posso me arrepender amargamente. Não se preocupe, farei o possível para cuidar da Hinata também; é meu dever para com ela.

Percebendo que seria incapaz de fazer o outro mudar de ideia, Beni balançou a cabeça afirmativamente.

— Neste mesmo horário daqui a quatro dias — continuou Naruto. — Até lá, se cuida, Beni! E pode confiar em mim; não quero e não vou falhar com a Hinata de novo, e juro que vou achar a Shion também!

Beni se flagrou sorrindo timidamente. Não se lembrava de ter feito isso em muitos anos.

— Boa sorte, Naruto Uzumaki. Protegerei este país enquanto seus enviados da Folha não chegarem. Você tem a minha palavra — ela falou.

Naruto sorriu gentilmente para a morena. Depois, ajeitou o corpo de Hinata, pondo-o por sobre um dos ombros para que, desta maneira, pudesse usar pelo menos uma das mãos.

Antes que ele fizesse um selo manual,. Beni o interrompeu:

— Naruto Uzumaki, por favor — chamou-o. — Quando retornar à Folha, não conte a ninguém sobre mim. É meu pedido a você.

Naruto a estudou com o olhar e assentiu.

— Tudo bem, a Ino não vai saber que te encontrei — ele prometeu. Beni agradeceu com um quase imperceptível aceno de cabeça.

Usando a mão esquerda para formar um selo, Naruto desapareceu numa pequena explosão de fumaça.

* * *

Olhou para trás. Causava-lhe vergonha ter que deixar aquele lugar sem completar a missão mais vergonha por ter que deixá-lo em circunstâncias tão caóticas. Naruto prometeu-se que conseguiria, que retornaria apenas para resgatar Shion; os Yuurei seriam consequência, uma consequência que ele atropelaria com prazer.

Fora do palácio tudo parecia normal e quieto, como se em nenhum momento naquela manhã os Yuurei tivessem invadido. Impossíveis de rastrear; de fato a fama deles de fantasmas era levada a sério.

Naruto tomou fôlego e mordeu o polegar esquerdo.

— Kuchiyose no Jutsu.

Passada a explosão de fumaça, dois sapos surgiram à frente: um colossal avermelhado, e uma sapa esverdeada de aproximados dois metros de altura.

— Chefe — Naruto chamou o sapo maior —, eu preciso de você pra uma coisa.

— Naruto... — A voz de Gamabunta ecoou gravíssima no ar. — Há quanto tempo, seu pirralho. O que você...

Os olhos apertados do sapo foram de encontro aos ombros de Naruto, onde o Uzumaki trazia Hinata inconsciente.

— Você de novo, Naruto? — Gamariki, a sapa que detestava Naruto, berrou. — Pare de me chamar toda hora e...

— Cale-se, Gamariki! — repreendeu Gamabunta. — Agora.

Meio desgostosa por ser repreendida pelo chefe dos sapos, meio envergonhada por não ter notado de imediato a presença de Hinata inconsciente nos ombros de Naruto, Gamariki ficou quieta.

— Chefe e Gamariki, eu preciso levar a Hinata de volta pra vila. Preciso viajar o mais rápido possível. Chefe, eu conto com a sua força e velocidade; Gamariki, eu preciso de você pra cuidar da Hinata pra mim — resumiu Naruto.

— Mas Naruto — perguntou Gamabunta —, e o seu poder Bijuu?

Naruto balançou a cabeça negativamente. Gamabunta não havia compreendido direito por que os poderes de Naruto não estavam funcionando, mas, dadas as circunstâncias, preferiu agir antes de questionar.

— Certo. Você e essa garota subam nas minhas costas! Gamariki, você também, rápido!

— Entendido, Bunta-sama. — Gamariki, com um salto, subiu para as costas do gigantesco sapo avermelhado. — Ei, Naruto. Traga esta garota pra cá. Quero vê-la.

Quando Naruto repousou Hinata à frente de Gamariki e viu a feição pessimista da sapa, gelou na hora, sentindo um frio insuportável lhe descer pela espinha.

— Essa garota... — começou Gamariki — nem sei como ela ficou viva depois de tudo... Naruto, eu vou reposicionar devidamente os ossos quebrados para deixar o organismo dela mais apto para a recalcificação. Também vou cuidar dos fragmentos de ossos espalhados no corpo. Vai ser um processo demorado. Bem demorado.

Naruto não tirou os olhos do rosto desacordado de Hinata.

— Você consegue, Gamariki?

A sapa coachou baixo.

— Consigo, sim.

Depois de concentrar chakra nos próprios pés e, mantendo a mão sobre o ombro da namorada, transmitir um pouco para o corpo de Hinata de forma que ela não caísse durante os saltos de Gamabunta, Naruto fechou os olhos. Se ao menos conseguisse falar com Kurama ou com os outros — qualquer um —, se sentiria um pouco mais tranquilo.

No plano psíquico Bijuu nada além de silêncio sepulcral.

Naruto tentou novamente, e outra, e mais outra. Mas o excesso de falhas, o desejo insaciado de falar com seus companheiros Bijuu, de ver Hinata recuperada, de poder se livrar daquela coisa maligna que o atormentava vez ou outra nos pensamentos faziam-no estar a um passo de um surto melancólico.

— Naruto — Gamariki sequer olhava-o, mas sabia que ele não se sentia bem —, você é mais forte do que isso. Aguente firme... por todos nós.

“Não dá!” ele queria dizer. Não com tudo o que tinha e estava acontecendo. E se não conseguisse cumprir a meta dos quatro dias? E se Beni desfizesse o jutsu antes de Naruto chegar à Vila da Folha? Pior, e se Hinata não aguentasse a viagem? Tantos questionamentos, nenhuma resposta; tantos problemas, nenhuma solução devidamente palpável. A mente do Jounin estava distante; nem se importou com os espaçosos pulos de Gamabunta.

— Droga... — murmurou tão baixo quanto seu ânimo.

* * *

Jogou o corpo da garota com força e irrelevância sobre o chão empoeirado; a nuvem de imundície ergueu-se do piso. Diante de todos, Taka se ajoelhou ante o líder e vice-líder dos Yuurei.

— Bem-vindo de volta, Taka Kazekiri. — A voz grave do Líder, Iori, ecoou tonitruante pelo salão inteiro. — A missão?

— Bem sucedida, Líder-sama... — Enquanto agachado, os olhos de Taka fugiram para a direita onde, ao lado de Kioto Hyuuga, uma garotinha de cabelos loiro-platinados parecia estar lhe dando um sorriso escarnecedor.

Taka sequer percebeu que tinha parado de prestar o relatório; sentia ódio de Hana Sakegari, a parceira de Kioto.

— Responda-me! — O brado impaciente do líder dos Yuurei fez Taka perder o próprio equilíbrio e, por pouco, não tombar sobre o chão.

— S-senhor...?

— Taka Kazekiri — interveio Mira —, o Líder-sama quer saber a captura. Necessitou combater o Alvo Primário?

— Ah... — A mente do Yuurei, segundo a segundo, reorganizava-se. — Não, não precisei, Líder-sama. Eu o selei antes de...

— ... Poupar a vida da Hyuuga. — Estava claro o desgosto nas palavras de Iori. Por sorte, a ideia que Mira me deu não só contribui para o andamento do plano como, também, impede-nos de infringir seu desejo pessoal... Kioto.

Mas abaixo, o Terceiro Oficial dos Yuurei acenou grato com a cabeça.

— Espere! — O tom agudo, incomodado, de Suki atraiu as atenções de todos. — Líder-sama, como assim a Hyuuga foi poupada? Ela deveria estar morta! Até porque esta é nossa regra basilar: sem deixar corpos! Por que a Hyuuga foi poupada?

— Meu pedido, Suki — disse Kioto prontamente. — Foi um pedido pessoal que fiz à Mira-sama. A Hyuuga não deveria ser morta, não pelo seu parceiro nesta missão.

Suki estreitou os olhos para Taka, depois para Kioto e, por fim, para a própria Mira.

Dairama, outro Membro Sênior, desdenhoso.

— Quem diria... Logo você, Kioto, que matou todos aqueles Hyuuga um tempo atrás? O que houve? Teve piedade da primogênita do seu antigo camarada?

— Cale-se Dairama. — Por baixo do capuz, as veias ao redor dos olhos de Kioto pulsavam e dilatavam; o Byakugan. — Você nada sabe.

— Silêncio! — ordenou Mira. — Eu não quero ser forçada a interferir.

Em meio a quietude dos demais Yuurei, apenas Suki riu de sarcasmo.

— Não quer interferir? — Olhou diretamente nos olhos da vice-líder. — Mas você já o fez, não? Autorizou a parceira do Kioto para comprometer a missão do meu parceiro. Que é isso senão uma atitude patética? Poupar a vida? Não matar? Mira, você pode ser nossa vice-líder, mas estou a mais tempo nesta organização que você! Eu era a segunda em comando antes de você! Isso é pena? Isso é trauma? Tem medo de ver alguém de um clã famoso ser morto assim como o seu foi massacrado... até não sobrar ninguém?

O semblante de Mira estremeceu, mas não foi de abalo; foi de ódio. Ela estendeu a mão à direção de Suki, que se preparava para empunhar o leque gigante.

Mas Iori, o líder, agiu primeiro.

Bastou um gesto com a mão esquerda para Suki desabar no chão; as duas mãos à cabeça, urrando de dor. O grito da Kunoichi era tamanho, que até mesmo Mira se surpreendeu.

— Suki... — Iori sibilava ameaçador. — Nunca mais... ouse desrespeitar a minha parceira na minha frente. Mira é a segunda em comando. Abaixo de mim, não há Yuurei maior nem mais importante nem mais forte do que ela... Você será punida por seu desacato.

Taka retirou o capuz do próprio rosto e, com o rosto em terra, suplicou em alta voz:

— Por favor, Líder-sama! Seja piedoso! A Suki-senpai está... Ela está frustrada pelo que aconteceu! Eu lhe garanto, Líder-sama, que isso não se repetirá! E-E Mira-sama, eu, em nome da minha superior, imploro a sua benevolência!

Para ninjas como Ryuumaru e Hana Sakegari, aquela cena era cômica; Dairama e Kioto mostraram-se indiferentes; Kan, quieto, desviou os olhos — conhecia a experiência de ser torturado pelo Yami no Fuuin, que concedia ao líder pleno controle sobre os demais fantasmas.

Mira voltou-se para o próprio parceiro.

— Deixe-a. Saber que o bem-estar dela se deve a mim é uma vingança mais que suficiente.

O líder estranhou.

— Tem certeza do que diz, Mira? Assim como eu, você não é de tolerar falhas.

— De fato, Líder-sama. — Mira recolocou o capuz sobre os cabelos vermelhos. — Mas sei que isso será suficiente tanto para mim quanto para Suki. Em suma, não quero ficar escutando os gritos dela, são enfadonhos.

Iori sorriu por baixo do capuz negro; desfez o jutsu.

Suki parou trêmula. Quando Taka se ofereceu para ajudá-la, porém, ela recusou, erguendo-se e, quieta, voltando para o próprio lugar. Sentiu-se humilhada, ela, logo ela, a Assassina de Kages, Suki da Vila Oculta da Areia. Por mais calada que estivesse, desejava gritar de fúria.

Taka agradeceu pela parceira.

— O-obrigado, Líder-sam...

— Não me lembro de ouvi-lo dizer que o relatório foi terminado, Taka. Ainda estou aguardando.

— Oh, s-sim! Claro! Bom, eu selei o Alvo Primário e capturei a princesa.

— E o seu negociador? Burami Satsuki, o conselheiro-chefe — perguntou o líder.

— Está morto. E toda a guarda real também. Matei-os antes de atacar a princesa e a Hyuuga.

— Ótimo. Podemos considerar que o País dos Demônios foi tomado pelos Yuurei — concluiu Iori.

Mira pontuou.

— A possibilidade de a Folha retaliar é gigantesca. Neste caso, é imprescindível que tenhamos uma força no local.

Iori concordou.

— Sempre tão sábia, Mira. Orgulho-me de tê-la ao meu lado.

— Líder-sama, eu peço para ir até lá. Como vice-líder, tenho certeza de que sou a pessoa mais apta para verificar a situação no país.

Iori olhou para seus demais comandados e novamente para a parceira.

— Vá. Deixarei o País dos Demônios sob seus cuidados, Mira.

Curvando a cabeça ante ao companheiro e superior, Mira deu as costas a todos, mesclando-se às sombras e desaparecendo.

— Agora — Algo na voz de Iori soava mais frio, mais cruel —, Hana, acorde nossa convidada.

A parceira de Kioto, Hana Sakegari, gesticulou com uma mão; o genjutsu de paralisia havia sido desfeito.

A visão de Shion estava fosca, mas ela percebeu que não estava em seu palácio; era outro lugar, mais gélido, maligno, que lhe passava a sensação de morte.

Parou trêmula de terror; oito fantasmas a observavam de todas as direções.

— Vocês...

— Shion — O som que vinha dos lábios de Iori a penetrava como uma lâmina afiada; apenas a voz do Líder dos Yuurei causava-lhe medo —, filha da Sacerdotisa Miroku, última sacerdotisa do demônio Mouryou e atual princesa do País dos Demônios... Companheira de Naruto Uzumaki.

Os olhos de Shion arregalaram-se. Ela sequer tinha coragem para erguê-los. De cabeça baixa, ouvia o Yuurei se pronunciar.

— Você tem uma habilidade que me interessa — continuou Iori. — A capacidade de prever a morte. Eu a quero.

Shion, ainda cabisbaixa, negou.

— É impossível... È minha Kekkei Genkai.

Houve risos dos dois lados — Ryuumaru e Hana. Iori, por sua vez, removeu o capuz para revelar um rosto pálido, frio; um jovem adulto na aparência. Os cabelos negros e curtos.

E os olhos...

Shion reconheceu aquele olhar amaldiçoado, o poder ancestral que aquilo significava.

— V-você tem o...

— Meus poderes excedem o limite humano, filha de Miroku — tonitruou Iori. — O meu extremo vai além de qualquer usuário de Ninshuu, ou, conforme se diz nestas eras, Ninjutsu. O fato de não poderem compreender minha capacidade é a pior desgraça deste mundo e o motivo pelo qual nenhum ninja pode me sobrepujar, nem mesmo aquele que hoje é conhecido como O Herói do Mundo Ninja.

— V-você é um... Ootsutsuki? — perguntou Shion.

Tudo ao redor pareceu gelar na hora. A escuridão emanava das vestes de Iori, como tentáculos de um negror indescritível.

— Eu conheci uma Ootsutsuki — revelou o líder dos Yuurei. — E foi ela a razão de eu me tornar o primeiro fantasma. Mas esta é uma conversa para outra ocasião... Como vê nos meus olhos, eu tenho o poder de um deus. Mas este poder nada mais é que fruto dos meus tempos como suposto “aprendiz” de uma criança chamada Nagato, um tolo que pensava ter sido meu mestre; apenas me aproximou de uma habilidade que eu queria.

— Você pode... copiar Kekkei Genkai? M-mas isso é impossível! Não tem como...

— Tudo pode ser devorado pela Escuridão, filha de Miroku. Não há nada que o meu Meiton não seja capaz de tomar.

“Então era isso” Shion pensou. Desde o início os Yuurei poderiam lhe tomar os poderes graças ao Elemento Escuridão. Porém, jubilou-se Shion, ela tinha uma carta escondida.

— Seu poder não pode devorar o meu — falou decididamente. — Eu o selei. Assim como a capacidade de prever a morte, as sacerdotisas de Mouryou nascem com a habilidade de usar Fuuinjutsu.

O chão abaixo de Shion brilhou arroxeado. Esferas e traços iam e vinham, unindo-se. O símbolo sob o corpo da antiga sacerdotisa revelava a ativação do Fuuinjutsu.

— Você não pode roubar meus poderes — declarou Shion. — Não mais.

Silêncio entre os Yuurei. Os comandados de Iori aguardavam o próximo passo de seu líder cujas vestes tremeluziram como chamas escuras ao vento, os tentáculos de escuridão dilataram-se, tornando-se braços bestiais de sombras — dezenas deles. A pressão de chakra era gigante, aterradora.

O rosto de Iori pareceu escurecer e rachar, como se uma camada de pele escura estivesse atrás do rosto do Yuurei. A voz era demoníaca.

E duplicada. Feminina e masculina, ambas diziam pela mesma boca.

— Não me subestime... humana.

* * *

A capa deslizava sobre o piso imundo do quarto iluminado a velas. Na mesa à frente, apenas uma bola de cristal.

Era um hábito dela utilizar aquele método. Assim, conseguia manter a ordem. Bastava conhecer o padrão de chakra que — não importava o quão longe o espionado estivesse — ela poderia localizá-lo.

E sempre que podia, ela o observava.

Fez selos com a mão direita.

— Ninpou: Toumegane no Jutsu (Arte Ninja: Técnica do Telescópio).

A bola de cristal obscureceu por alguns instantes — estava focalizando. Quando clareou, ela pôde ver um jovem rapaz de cabelos loiros, olhos azuis como os dela, expressão forte e, devida às circunstâncias, preocupada. Perto dele, uma moça de cabelos azulados jazia inconsciente; uma sapa verde de traços berrantes e exóticos; um sapo colossal de pele avermelhada.

O rosto de Naruto Uzumaki entrou em foco na bola de cristal.

— Tão igual a ela... — disse Mira suavemente, mas, depois, amargurada. — E tão igual a ele também... Olhe só para você, fazendo exatamente o que este mundo amaldiçoado quer que faça: servi-lo.

Mira gesticulou e a bola de cristal se apagou por completo.

— Você é um tolo, Naruto Uzumaki. Uma criança que nada sabe a respeito deste mundo... Nem de si mesmo.

Com o braço, a vice-líder cortou o ar, atravessando um portal de trevas.

* * *

Era noite.

Sozinha, sem vontade de comer qualquer coisa, sobre a ilustre sacada do palácio, Beni contemplava o céu sem estrelas.

— Lua Minguante — disse consigo. — A última fase lunar.

Em meio à solidão, os sentidos a fizeram olhar para trás. Beni viu um portal escuro surgir em meio ao ar. Ela sabia o que aquilo significava; o portal de trevas, o método de locomoção instantânea dos fantasmas.

Uma figura encapuzada apareceu. Retirou a cobertura para revelar o rosto de mulher — cabelos vermelhos e longos, olhos azul-safira, expressão fria, sem sorriso.

— Você... — Mira arqueou de leve a sobrancelha. — A garota que meus subordinados não conseguiram matar dois anos atrás. Que conveniente encontrá-la aqui.

Beni Makagawa estreitou os olhos, fixando-os na mulher à frente. Ergueu-se do assento — o vestido negro dançava com a brisa da noite —, suspirou lenta e profundamente, e, com os braços enfaixados ao lado do corpo, perguntou com a voz fria:

— Quem é você?

Mira devolveu o olhar ameaçador.

— Sou a vice-líder dos Yuurei. O meu nome é Mira Uzumaki.


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Notas finais do capítulo

Olha, aconteceu muita coisa...

Não, a Hinata não foi morta (surpreendi alguns, fui óbvio para outros; escrevi, e isso me basta).

"Ah, Victor, você ficou com pena dela?"

A começar, este capítulo já estava semipronto, restando mesmo a cena da Shion e da Beni. Mas a da Hinata... Essa aí eu escrevi antes mesmo de muita one-shot já postada por mim aqui. O que eu quero dizer é: eu não deixei a Hinata viva porque A ou B me pediram; fiz isso para desenvolver a minha história, apresentar personagens novos, cenas novas E porque sei que mais para frente, Hinata desempenhará um papel vital para esta fanfic. Não, eu não deixei viva por pena. Acho que após oitenta e um capítulos me conhecendo vocês já deveriam saber que, quando quero matar, eu simplesmente mato. Não tenho pena por personagem Fulano, Beltrano e Cicrano. Quem me conhecem sabe que tenho uma quedinha por matar personagem.

Não, eu não sou psicopata. Nem Serial Killer. Nem pretendo ser um um dia...

E não, eu não tive traumas na infância...

Mas voltando ao capítulo, Shion foi inevitavelmente capturada, a parceira de Kioto, a Hana Sakegari, revelou algumas habilidades e mostrou ser uma boa Yuurei (boa o bastante para derrotar o Taka em poucos movimentos). Também soubemos a razão pela qual o Kioto resolver agir (pedindo ajuda da Mira e, depois, usando a parceira Hana). Vimos que a Shion tem algo que interessa aos Yuurei, sendo este um dos, UM DOS, motivos que a levaram a ser capturada.

E vimos pela primeira vez o Líder, Iori mostrando um pouco mais sobre ele. Até então, ele era uma verdadeira incógnita. E não digo isso apenas em relação a poderes, mas à história dele também.

Mas acho que nada repercutiu mais que a cena final. Beni Makagawa e... Mira Uzumaki (muitos já suspeitavam da linhagem da Mira, da obsessão dela para com o Naruto, da aparência, das habilidades, enfim). Está confirmado, a vice-líder dos Yuurei, a segunda mais forte é, sim, uma Uzumaki.

E encontrou a Beni... que deveria ter sido morta há dois anos.

E ainda temos o drama vivido pelo Naruto. Hinata, os poderes de Jinchuuriki, o demônio roxo...

Próximo capítulo: A Loba e a Fantasma

Pelo título, não há mistério nenhum, há?

Qualquer erro, por favor, me avisem. E, ah, quem tiver Cartola, não se esqueça de entrar na Liga do Nyah (começou hoje/ontem, galera! Dá uma força aí o/).

Acho que era só isso... Não sei dizer ao certo. '-'

Ah, deixa pra lá!

Até o próximo capítulo o/