× F u t a t s u N o U t e k i × escrita por x s a n a e x


Capítulo 5
Débito


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de agradecer a Miru por ser tão adorável em seus reviews e, acima de tudo, por acompanhar fielmente a fanfic. E também agradeço muito aos leitores que deixam seus reviews e opiniões em relação a estória. Vocês me motivam muito.

Aproveito também para dizer à todos que acompanham a fic, para deixarem seus reviews. Não sei se tenho mais de três leitores, mas caso tenha um quarto ou quinto, gostaria muito de conhecê-lo e receber sugestões e críticas construtivas, para que eu possa melhorar ainda mais.



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Eu e Rin nos conhecemos á quatro anos. E em todas as vezes que ela ficava encarregada de cuidar do pequeno Eren enquanto eu exercia todas aquelas funções no qual um designer era obrigado a submeter-se – eu inventava diversas formas de pagá-la pelo serviço que, diga-se de passagem, era sempre feito com perfeição –.

Durante um desses episódios de encontros românticos com Erwin, eu prometi à ela que cumpriria serviços como babá durante três semanas – que obviamente era uma função designada à esta que, no entanto, detestava fazê-lo –. E tendo em vista minhas atuais condições financeiras, não tive tempo de conseguir dinheiro o suficiente para pagá-la por dias incontáveis no qual estivera ao lado do menor, cuidando-o e ajudando-o da forma mais admirável possível.

— É bem simples, Rivaille. Você só precisa cuidar dela por alguns dias, juntamente as outras crianças. E vou te dizer, de todos os outros pestinhas que eu tive de cuidar, esta aqui nunca foi um problema. – A maior dizia, ajeitando os cabelos curtos e alaranjados da adorável garotinha de moletom e bochechas róseas.

Eren, que anteriormente parecia agarrar minha mão com certa firmeza e insegurança, deu um passo à frente, observando-a atentamente com os olhinhos brilhando de admiração e curiosidade.

A jovem de cabelos prateados me presenteou com um manual de instruções de poucas folhas e formas de contatar os parentes da ruivinha – que agora jazia sentada sobre chão brincando com alguns leigos coloridos juntamente a Eren –.

Instalara os lábios cobertos de um batom exageradamente forte na testa morna da menor, fazendo-a cerrar as pálpebras fortemente e retribuir o gesto com um abraço apertado. Os cabelos prateados de Rin não conseguiam acobertar suas lágrimas cintilantes. Ela definitivamente sentiria falta da pequena.

“São dois meses fora de Fukushima, Rin. Sinta-se grata por isso.”


[...]

O moreno passara a maior parte do tempo conversando sobre o quão difícil estava sendo fazer o dever de casa sozinho, mas antes que eu pudesse fazer algo a respeito, a menor dispôs-se a ajudá-lo a resolver todos os cálculos de subtração e fração tão rapidamente quanto suas bochechas tomaram a cor rósea após ter recebido um beijo amigável de Eren.

Pude distrair ambos os pestinhas colocando-os de frente ao televisor, onde puderam passar os últimos quinze minutos assistindo um canal infantil aleatório e dividindo salgadinhos de milho clandestinamente.

— Não comam besteiras antes do jantar. – Resmunguei, servindo o rámen pré-aquecido juntamente a alguns rolinhos primavera que haviam acabado de sair do forno.

Eren sentara desengonçadamente a mesa, esquecendo completamente de pegar um guardanapo, como eu havia lhe instruído há semanas antes de ter o levado à um restaurante de alto-nível. A ruivinha, no entanto, recolhera o pequeno manto de detalhes arroxeados e repousara este sobre as perninhas magricelas majestosamente, agradecendo a refeição logo após.

Os olhinhos dourados cintilaram ao dar a primeira garfada em sua refeição. O moreno não conteve-se em dizer à ruiva sobre o quão sortudo era por ter alguém que o enchia de tortas açucaradas e onigiris bem temperados.

— Sabe o que seria melhor ainda? Um curry médio com pedaços de maçã. – O menor dizia estas e mais baboseiras a cada garfada dada em seu macarrão instantâneo. No fim do almoço – que o mesmo devorara em menos de cinco minutos –, o menor correra em direção ao vídeo-game perfeitamente posicionado sobre o cômodo da sala, e pressionara o botão esverdeado diversas vezes, ligando o aparelho e exibindo um logo qualquer no televisor.

Heeh? Eren, isso não é algo que se faça diante das visitas. Já falamos sobre isso, não está lembrado? – Falei, recolhendo os talheres e as porcelanas, colocando-os sobre a louça e lavando-os rapidamente.

Dei alguns tapinhas no avental cor-de-rosa, limpando ambas as mãos e carregando a ruivinha no colo, logo após. Pude ver a face pueril e pálida ser ruborizada de forma significante, e ao perceber um sorriso bobo ser estampado em meu rosto, a menor afundara o queixo sobre meu ombro direito.

— Estou com sono. – Sussurrou, fazendo a vozinha tênue estremecer meus tímpanos. A esta altura, Eren já havia abandonado os joguinhos eletrônicos e caminhado apressadamente em minha direção, agarrando minha mão fortemente e inflado as bochechas, como um peixe-boi enciumado.

— Já está tarde. – Constatei, direcionando um olhar ligeiro ao relógio-de-pulso. — É hora de vocês irem dormir.


[...]

Ao amanhecer, preparei um café e coloquei Eren dentro do box forçadamente. O moreno não gostava de tomar banho tão cedo, pois sempre saía resfriado e tossindo de modo incessante, e isso fazia com que seu desjejum fosse consistido em apenas um pequeno pão-de-mel e diversos xaropes dentro de um copo de leite com açúcar.

O menor apressou-se no banho, tendo assim, tempo suficiente para selecionar pacotes de biscoitos e tipos de bebidas quentes para sua refeição matinal.

Onii-san*, posso usar a caneca das princesas hoje? – Indagou, esticando os braços finos como um gato astuto em direção ao cômodo repleto de uma notável coleção de porcelanas.

O objeto de tonalidade rósea tinha a estampa de diversas estrelas e coroas cintilantes, e sendo Eren um legítimo admirador de filmes de temática fantasiosa, este não deixara a pobre caneca passar despercebida.

Estendi o polegar num gesto positivo, e pude ver a felicidade tomar a forma de um brilho inigualável nos olhos celestes do menor. O mesmo pusera uma quantidade razoável de leite morno e cereais num pote qualquer, ligando o televisor e sentando-se de modo desleixado no sofá em seguida.

— Rivaille-san, isso é errado. Ele é um menino. – A ruivinha segurava fortemente meu pijama, em desaprovação. Com ambas as bochechas cheias de ar, o cenho estendido e a face completamente tomada por uma expressão ríspida. — Meninos não podem usar coisas rosas.

— Ninguém disse que rosa é uma cor exclusivamente para meninas, e que azul é somente para os meninos. Você pode ser e usar o quiser, e não deixem que te diga o contrário. – Pude sentir os lábios recém-lubrificados pelo café-com-leite que a menor tomava, rasgar-se num sorriso gigantesco, estampando todo o seu rosto pálido e ligeiramente sardento.

Os cabelos – ruivos e macios - foram presos num adorável penteado no formato de pigtails, deixando-a mais afável do que de costume.

Eren sentia-se enciumado por não poder ter os cabelos castanhos penteados e não poder usar vestidos para ir ao colégio. Pude constatar isso ao vê-lo chutar os sapatinhos de Petra para longe e bagunçar a própria cabeleira com as mãos ainda sujas de biscoitos.

— Isso quer dizer que eu vou poder me casar com a Hanji-chan algum dia? – Indagou, posicionando as alças da mochila sobre os ombros estreitos.

— Com quem você quiser, docinho... Com quem quiser...


***

No final da tarde, a menor entrelaçara-me com os pequeninos braços, num desengonçado abraço. Não conseguia parar de dizer sobre o quão grata estava pelo tempo que dividimos, no qual eu a acolhi como se fizesse parte da família.

A agitação da ruivinha fizera com que Eren a chamasse para dividir um último pacote de salgadinhos juntos, e ambos assistiram um filme infantil qualquer. E um pouco antes do desfecho, a campainha toca subitamente, anunciando à todos que aquele era o momento exato para calorosas despedidas.

“Maldição...”

— Olá, senhor. – Verbalizou a loira, carregando algumas bolsas e entrelaçando os próprios dedos aos da pequena criança ao seu lado. A menor parecia entusiasmada e não parava de ajeitar os óculos de armação negrume um minuto sequer. — Viemos buscar a Petra. – O sorriso no rosto da morena podia ser facilmente traduzido. Seus pulinhos de exaltação não conseguiam ocultar o verdadeiro motivo de estar tão alegre: queria vê-la novamente.

Os cabelos cor-chocolate caídos sobre o rosto sardento dificultava mais ainda a visão da menor, mas não era nada que um passo imprevisto à frente e um olhar carinhoso à amiga não pudesse resolver.

A ruiva instalara os pequenos lábios nas bochechas da morena, fazendo-a abraçá-la instantaneamente e brincar com as adoráveis marias-chiquinhas desta.

Um Eren solitário caminhara apressadamente em direção a minha mão, agarrando-a fortemente, acanhado. Repousei o menor sobre meus braços, carregando-o gentilmente e beijando sua testa morna logo após.

— Obrigado por cuidar tão bem da minha Petra, senhor. – A loira curvara as costas num gesto reverencial um tanto quanto desnecessário. E antes mesmo que pudesse perceber, todas caminhavam apressadamente rumo ao automóvel carmim.

Eren, cansado, pousara o crânio sobre um de meus ombros, suspirando profundamente.

— O que vamos fazer agora, onii-san?

— Tomar um banho... – Acariciei o rosto macio do moreno, fazendo-o corar instantaneamente. — Bem juntinhos.


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Notas finais do capítulo

Onii-san* - Uma forma carinhosa de chamar um irmão mais velho.



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