× F u t a t s u N o U t e k i × escrita por x s a n a e x


Capítulo 4
Tempestades - Parte l.


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse capítulo com muito carinho e revisei-o cuidadosamente. Espero que, desta vez, possam comentar e dizer o que estão achando da fanfiction. Qualquer comentário simples é uma pontinha de motivação que me faz continuar querer a escrever a estória com paixão. Então peço a todos que comentem algo, qualquer coisa, para que eu possa saber que estão realmente acompanhando e gostando.

OBS: A narração, no início, é feita pelo Erwin. Em seguida, é feita pelo Rivaille, relembrando tudo o que aconteceu um pouco antes dele estar no encontro. E por último, claro, Rivaille narrando os acontecimentos durante o final do jantar com Erwin.



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Ás 20h, me surpreendi com a visão de um Rivaille perfeitamente arrumado, sob trajes elegantes e um corte um tanto parecido com o que costumava usar, porém mais simétrico.

Seus orbes cintilaram instantaneamente ao serem direcionados à mesa repleta de alimentos de origem japonesa. Segurei sua mão sutilmente, encaminhando-o à uma das cadeiras acolchoadas, do qual tive de puxar para que o menor pudesse instalar suas nádegas e enfim degustar do tão esperado banquete.

— Você cozinhou tudo isso sozinho? – Perguntou, repousando o guardanapo sobre as pernas finas, que pareciam estar suficientemente aquecidas pelo jeans negrume e um tanto folgado. O cachecol azul parecia esconder as clavículas do moreno, que já havia perdido peso desde nosso último encontro.

“Será que ele está se alimentando saudavelmente?”

— Oh. Deixe as formalidades para o escritório, Rivaille. São só alguns sashimis e um pouco de sopa.

As refeições anteriormente citadas, fumegavam sobre a superfície delicadamente coberta por um lindo tecido celeste. Os talheres prateados brilhavam sob a luz das velas perfeitamente posicionadas.
Tateio as extremidades da mesa, tentando procurar por algum guardanapo que pudesse usar para praticar tudo que aprendi virtualmente sobre etiqueta, mas apenas encontro os dedos gélidos de Rivaille, que se assusta um pouco, porém mantém o agradável clima atual descerrando um sorriso dócil.

— Obrigado por tudo que tem feito por mim, Erwin. Você é uma das coisas que torna essa cidade um pouco mais... divertida. – O moreno diz, gesticulando bastante com ambas as mãos, um pouco antes de pegar um talher específico, pronunciar um suave “itadakimasu” e mastigar delicadamente um sashimi.

“Tão lindo...”

[...]

Por algum motivo, após eu ter aceitado o convite de Erwin, as coisas tornaram-se mais complicadas do que deveriam ser. Coloquei o corpo inconsciente de Eren sobre o colchão de seu quarto, em seguida corri em direção ao telefone e disquei o número de Rin o mais rápido possível.
Meu plano era estabelecer um horário que pudesse cumprir minhas expectativas. Não sabia ao certo quando voltaria da loja de roupas local, por isso era vital a presença de um adulto para supervisionar o pequeno dorminhoco. Fui ao cabeleireiro e fiquei por lá durante quinze minutos, que fora o tempo necessário para que pudesse aperfeiçoar meu corte capilar e fazer as unhas das mãos.
Próximo ao desfecho da tarde, os pedestres presenciaram a imagem de um pequeno Rivaille apressado, correndo freneticamente com diversas bolsas de compras em mãos – em direção ao ônibus mais próximo –.
O pouco tempo que tive fora depositado para pensar a respeito de qual das fileiras seria melhor para sentar-se. No fim das contas, acabei nos fundos do mesmo ônibus, que fora esvaziando-se aos poucos.

Casais e crianças iam saindo aos poucos do transporte público e caminhando rumo á seus respectivos destinos, em quanto eu, permanecia solitário nos fundos, juntamente ás peças de roupas que provavelmente só usaria em ocasiões raras, e então acabariam mofando na escuridão do armário.

De uma coisa eu estava completamente certo: era vital que eu chegasse a tempo de cozinhar uma refeição específica para Eren. O pequeno já estava desnutrido de atenção e carinho de minha parte, o que colaborou para que este se tornasse ainda mais introvertido.

O ônibus parara abruptamente, com sua traseira um tanto quanto fumegante. Recolhi as compras e agradeci ao motorista antes de correr alguns metros até alcançar a porta cor-de-madeira de numeração 142.

Vejo a face do menor rasgar-se numa expressão de reprovação, do qual ele fizera questão de me atormentar com durante três semanas seguidas. Repousei as compras sobre o piso linóleo da sala-de-estar e pude ver Rin servir mais uma porção de macarrão com queijo para o moreno, que fizera questão de não usar o guardanapo, provocando-me.

— Estou tão atrasado assim? – Indaguei, atirando as compras sobre o sofá negrume. A jovem de cabelos prateados balançara a cabeça positivamente, levantando-se logo após. Seu rosto – pálido e sem imperfeições, como costumava ser – estava completamente rabiscado por canetinhas escolares das quais eu reconhecia muito bem.

A maquiagem de gatinho que um Eren aborrecido havia feito na pobre Rin, fizera com que suas palavras seguintes não fossem tão levadas a sério quanto teriam sido se a mesma tivesse limpado o rosto anteriormente.

— Você é mesmo uma caixinha de surpresas, Rivaille. Quando eu penso que você não pode chatear ainda mais ele, você vai lá e prova o contrário. – A verdade em suas últimas palavras atingira meu peito em cheio.

Rin limpara o rosto com um pano úmido, logo após instalara os lábios carmim na testa do pequeno Eren, que brincava com o macarrão instantâneo em seu prato, sujando o próprio moletom. O menor, no entanto, não dera muita importância à sujeira que agora manchava seu jeans recém-comprado. Apenas repousara as mãos sobre o rosto de Rin, que correspondera o ato gentil abraçando-o fortemente.

— E-Espere, Rin... Quem vai ficar com ele?

— Ele é seu irmão, Rivaille. Não posso ficar aqui e acobertar seus encontros-as-escuras enquanto Eren não estiver sentindo-se satisfeito com isso. – Rin jogara os cabelos para trás, posicionamento perfeitamente sua bolsa sobre um dos ombros. — Pense bem: é assim que você quer que seu irmão fique?

[...]

Hesitei um pouco até aceitar outra dose de vinho. Senti os dedos ásperos de Erwin chocarem-se com os meus, no momento em que o mesmo erguera uma delicada taça de vidro.

Bebi duas doses do líquido de forte odor. O vermelho – típica cor das bebidas alcoólicas mais refinadas da cidade – escorria até o queixo triangular do loiro, faziam-no parecer um assassino sanguinário; E juntamente à seu olhar carregado de desejos impuros, ele acariciou meu rosto, passando a língua ao redor dos lábios pálidos logo após.

O relógio no formato de um círculo jazia centralizado na parede acerejada, e marcavam 20h30. Eu definitivamente tinha de achar um jeito de me confortar em meio a todos aqueles gestos e insinuações desagradáveis e maliciosas que o loiro fazia sob o efeito do álcool. As últimas palavras de Rin não colaboravam em nada para me manter numa posição formal diante de tal situação.
— Algum problema, Rivaille? – Senti seu hálito forte e quase insuportável atingir minha face, fazendo-me cerrar as pálpebras fortemente e recuar um pouco. Seu corpo pesado sobre a mesa fizera com que alguns talheres prateados caíssem ao chão, emitindo um som um tanto quanto desagradável aos tímpanos vizinhos.

Os olhos de Erwin marejavam, e devido a grande proximidade entre nós dois, pude ver pequenas raízes avermelhadas por todos os cantos de seus orbes azuis, que anteriormente costumavam ser tão gentis como cada toque imprevisível do loiro.
— O jantar foi ótimo, Erwin, mas infelizmente eu preciso ir. M-Meu irmão está sozinho e-
— Você vai me deixar aqui sozinho, é isso, Rivaille? Pensei que estivesse realmente grato por tudo que fiz à você... – O loiro me empurrara contra a parede do cômodo, despindo-me com seus orbes celestes e embrigados. Suas mãos buscavam por algo além do jeans escuro no qual eu cabia perfeitamente, e pude constar isso após sentir seu palmo – quente e macio – tatear o local rígido e volumoso.

Os lábios carmim deslizavam sobre meu pescoço, deixando seu perfume impregnado em todo o local. Os dedos finos acariciavam sutilmente ambas as minhas clavículas, que foram rudemente expostas após um Erwin violento ter atirado o cachecol azul sobre a mesa de refeições.

Do lado de fora, as primeiras gotas de chuva caíam sobre o asfalto, obrigando os pedestres a abrirem seus respectivos guarda-chuvas ou até mesmo dividi-los com seus companheiros. As crianças corriam desengonçadas sobre as calçadas, tentando livrarem-se de uma capa de couro amarela e desconfortável.

O guarda-chuva carmim dependurado sobre um canto escuro da entrada aguardava o final daquele encontro tão impacientemente quanto o pequeno Eren esteve por todos os anos que convivera comigo.

“Pense bem: é assim que você quer que seu irmão fique?”

O mesmo cenário repetia-se a todo momento em que Erwin mordia violentamente meu pescoço, deixando este marcado por algo que assemelhava-se a um círculo arroxeado – que eu provavelmente teria de esconder do menor, antes que pudesse questionar a origem da ferida –.

Recolhi todos os fragmentos restantes daquele desejo impuro de sentir o loiro dentro de mim, e enfim pude recuar e recolher o cachecol que havia sido abandonado cruelmente sobre mesa.

Segurei firmemente o rosto do loiro, possivelmente tristonho, sentindo o calor de sua face aquecer ambas as minhas mãos gélidas:

— Erwin, me escute bem atentamente: tudo isso foi um erro, entendeu? Eu não quero te magoar ou dar a impressão de que podemos ter algo além de uma amizade, então... É melhor nos afastarmos por um tempo.

Continue...


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Notas finais do capítulo

Como sempre, peço que desconsiderem ou me avisem caso a estória tenha erros gramáticos. E claro, deixem seus comentários. Isso me fará muito feliz!



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