Abri a porta do apartamento, estava me sentindo mole e a sensação de enjoo só fazia piorar, e me deparo com mais do que cinco rostos em minha frente. Estavam Thor e a sua namorada, a Jane, Sam, Tony e Pepper, Dr. Bruce, Clint, Fury, Bucky, Maria Hill, Coulson e sua nova equipe, mas não tive tempo de dar as boas-vindas para eles, pois assim que abri a porta corri mais uma vez para o banheiro. Mais vômitos, mais enjoo e mais tontura.

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Depois de passar um longo tempo sentada no chão do banheiro mais uma vez. Respirei fundo e me levantei me apoiando na pia, a sensação de enjoo tinha diminuído, mas estava tonta. Me olhei no espelho, eu estava pálida, parecia que tinha visto algum tipo de assombração, molhei meu rosto e escovei meus dentes pela terceira vez no dia e fui em direção a sala ver como meus amigos estavam.

− Você está bem Nat? – ouço Clint perguntar

− Como você está pálida! – Pepper fala

− Lady Natasha, você está bem? – era a vez de Thor perguntar

Apenas levantei minhas mãos em resposta, pedindo para eles pararem de fazer tantas perguntas. Ainda estava tonta e quanto mais eles perguntavam mais eu sentia o mundo girar. Comecei a sentir uma dor forte na cabeça sem motivo algum. Ótimo, agora além de tonta, enjoada, vomitando eu estava com dor de cabeça. Não conseguia entender eu nunca tinha ficado doente desde o soro da Viúva Negra.

− Se acalmem! – eu falei para eles, que parecia que o instinto de proteção da maioria deles tinha aumentado em relação a mim desde que Steve tinha partido – Só estou um pouco enjoada. Nada demais!

− Um pouco? – agora era a vez de Fury – Você está branca, nem falou conosco, pois saiu correndo para o banheiro. E você me diz que só está um pouco enjoada e que não é nada demais?

− Natasha – começou Dr. Bruce – Não é melhor você fazer uns exames? Você parece bastante doente.

− Não, não vou fazer exames agora! – falei simplesmente – Nós vamos ver o Steve! Preciso falar com a memória dele.

− Tudo bem nós vamos agente! – Eu ouvi o Coulson falar, nós dos vingadores tínhamos levado um susto ao descobrir que ele tinha voltado da morte de alguma forma. Sorri para ele, apesar de toda tristeza está ali com eles junto de mim me fazia acreditar que o Steve nunca me deixou desamparada. Ele tinha deixado pessoas para cuidar de mim.

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Nós fomos juntos para visitar a lapide de Steve. Estava da mesma forma que eu tinha visto no dia anterior, mas as flores tinham sido trocadas. Não haviam mais tantas flores e mensagens como antes, como nos primeiros dias em que ele partiu. Realmente as pessoas estavam o esquecendo e como sempre eu confirmei uma verdade: Não importa o quanto você foi bom um dia, quando você não mais servir as pessoas você será esquecido. Apenas aquelas pessoas que te amam verdadeiramente se lembraram de você por toda a eternidade.

Fui a primeira a me ajoelhar perto de seu tumulo. Não sei explicar, quando o fiz senti um calor estranho na região do meu abdômen, mas reconfortante. Como de costume eu chorei mais uma vez, porém dessa vez eu não chorava apenas na companhia do Sam, neste momento estávamos todos juntos chorando por ele.

Senti Pepper se aproximar de mim e me abraçar pelos ombros. Choramos juntas, abraçadas. Eu via de soslaio as crianças da equipe do Coulson chorarem, afinal não era todo dia que eles iriam ver a famosa Viúva Negra chorar e esse fato acaba deixando todo mundo mais sentimental. Mas não estava me importando com o que eles estavam pensando, eu era uma nova Natasha, aquela que tinha sido moldada especialmente para Steve, eu era Natalia. A Natalia do Steve Rogers.

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Aos poucos os soluços e as lagrimas foram diminuindo e enfim eu olhei nos olhos daquela que me ligava praticamente todo dia para saber como eu estava. Apesar de toda tristeza da perda eu ganhei uma amiga, uma amiga de verdade. Aquela que eu nunca me permiti ter, mas eu tinha sido moldada para o Steve e junto com essa mudança eu ganhei amigos e não apenas colegas ou pessoas que me ajudariam a chegar ao fim de uma missão com sucesso.

− Como você está se sentindo Nat? – ela me pergunta

− Estou melhorando, Pepper... – inspirei profundamente – Eu sei que a dor nunca vai passar. Ela só passaria se ele voltasse de algum jeito para mim, mas nós duas sabemos que isso não vai acontecer.

− Sim, nós sabemos – ela me olha com os olhos curiosos – O que você estava sentindo hoje mais cedo Nat?

− Só uns enjoos e tontura, nada demais – falei simplesmente – Mas acho que já passou, pois não sinto mais nada.

− Você não acha que pode estar Gravida? – olhei para ela como se ela estivesse falando de um milagre, o que realmente seria, porque eu não podia gerar filhos.

− Não, Não Pepper! Isso é impossível! – falei para ela explicando – Gostaria que este fato pudesse ocorrer, mas eu não posso – senti meus olhos nublarem – Eu sou estéril! O soro da Viúva Negra fez muitas alterações em meu corpo, portanto ele nunca aceitaria um ser tão frágil dentro de mim – ela apenas me olhou sem querer acreditar no que eu estava falando – Era o sonho do Steve ter filhos. Ele sacrificou esse sonho para ficar comigo!

− Não sei nem o que te dizer, Nat! – ela falou com os olhos marejados

− Não diga nada, Pep – Dei um sorriso mínimo para ela

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Depois de mais alguns minutos juntos prestando homenagens a Steve saímos do cemitério e eu me despedi dos meus amigos. Quiseram me acompanhar, mas eu rejeitei porque queria pensar um pouco e estava com muito sono. Talvez devido à noite anterior mal dormida. Era pouco mais que meio dia e eu ainda não sentia fome nenhuma.

Assim que cheguei em casa fui em direção ao banheiro, tomei um banho. Em frente ao espelho notei que meus seios estavam meio inchados e bastante sensíveis. Conclui que não deveria ser nada, a não ser ansiedade. Vesti uma camisa de Steve e deitei na cama. Mais uma vez eu lembrei dele e do sorriso dele, pela primeira vez em um mês eu dormi. Os sonhos com ele estavam ali, mas eu não acordei durante o sono. Era como se meu Steve estivesse ali comigo, como se ele nunca tivesse me deixado.