POV.: Steve

Passei meu braço ao redor do ombro de Natasha a encaminhado até o helicóptero que nos levaria até a torre do Stark em Nova York, apenas com Fury e Coulson em nosso encalço. Eu passava mentalmente os tópicos da conversa que teria com meus companheiros de equipe. O primeiro, com toda certeza, “Como eu fiquei vivo”, pois tenho certeza que seria uma das primeiras perguntas deles, segundo, “Onde eu estava todo esse tempo”, terceiro e mais importante “Proteger Natasha e meu filho acima de tudo”.

Pela janela do helicóptero eu vi o chão se afastar de nós rapidamente e a cidade de Nova York aparecer novamente a minha frente. Apesar de ainda estarmos longe era fácil ver o enorme prédio com o nome “Vingadores” escrito, de forma escandalosa e destacada, bem em seu topo. Aos poucos a torre ficava maior para os meus olhos, estávamos chegando cada vez mais próximos de contar toda a verdade para aqueles que lutei lado a lado. Segurei a mão de Natasha firmemente buscando coragem para os encontrar. Eu estava feliz em saber que teria a oportunidade de os rever.

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O helicóptero posou no heliporto, que ficava ao lado do local onde Stark retirava sua armadura, da Torre Vingadores em fugazes vinte minutos. Ainda sentado no assento do helicóptero vi a silhueta de várias pessoas, algumas facilmente reconhecíveis. Stark, Thor, Banner, Barton, Sam, Bucky... Todos estavam lá.

− Eu vou falar com eles. Você pode ficar um pouco mais aqui com a Natasha, certo? – Assenti com a cabeça afirmativamente. Olhei nos olhos verdes de Natasha buscando coragem, enquanto via Coulson descer do helicóptero acompanhado de Fury.

− Vai dar tudo certo! – Ouvi a voz de sinos de Natasha tentar me acalmar. Então a puxei para um abraço, apenas ela conseguia me manter calmo, e inspirei seu cheiro doce.

− Eu sei... – Falei com minha cabeça entre seus cabelos ruivos. – Você sabe que eu vou fazer de tudo para manter você e nosso filho seguros não é? – Perguntei fitando seu rosto perfeito.

− Não se preocupe, meu amor... Eu sei me defender! – Ela falou sorrindo docemente para mim. Eu sabia que ela conseguia se defender, mas meu instinto protetor sempre aflorava por ela. Eu sempre protegeria a vida dela antes da minha.

− Você sabe que eu sempre vou me preocupar! – Falei sincero. – Só quero que você saiba que qualquer decisão que eu tomar hoje é para proteger você e nosso filho. Se tivermos que nos mudar para a torre para manter você dois protegidos, vamos fazer isso! – Afirmei serio para ela. Com certeza ali, ao lado dos meus amigos, Natasha e nosso filho estariam mais seguros. Eu sabia que ela não gostava de toda aquela proteção que eu despejava nela, mas eu não conseguia nem imaginar um mundo com ela machucada, quem diria um mundo sem ela.

− Sair de Washington? – Ela me perguntou, mas houve tempo para a responder pois Coulson fez um sinal nos chamando para encontrar os outros vingadores.

Enquanto eu saía do helicóptero, de mãos dadas a Natasha, as pessoas que estavam na torre olhavam através da janela da mesma e automaticamente mudavam suas expressões. Thor e Bruce estavam visivelmente surpresos, Clint e Sam estavam incrédulos e me encaram sem entender o que estava acontecendo, Bucky sorria, provavelmente ele era o único dali que tinha conhecimento que eu estava vivo, Tony me olhava num misto de surpresa e diversão, Pepper e uma loira me fitavam totalmente assustadas. Ao lado deles se encontravam Fury e Coulson com suas expressões normais.

Andei calmamente até eles, ainda de mãos dadas a Natasha, então eu vi meus amigos se mexerem inquietos em seus lugares. Provavelmente a cabeça deles estavam cheias de dúvidas e questionamentos.

− Steve! – Bucky foi o primeiro a falar comigo.

− Ele não tinha falecido? – Ouvi a voz calma de Banner se autoquestionando.

− Era o que todo mundo pensava, Bruce. – Clint falou.

− Eu sei que é uma surpresa para todos.... – Comecei a falar. Era compreensível a confusão mental pela qual eles estavam passando. – Mas eu estou vivo! Eu...

− Você fingiu que estava morto? – Não pude continuar a falar pois, Clint me interrompeu irritado. Ele parecia estar com muita raiva – Você tem noção do quanto a Natasha sofreu? Ela chorou todos os dias! Você... – Ele inspirou fundo.

− Clint, eu sei que todos vocês não estão entendendo como eu estou aqui! – Falei sério. Eu nunca faria isso, nunca enganaria as pessoas dessa forma, principalmente a Natasha. – Eu não morri, mas fiquei gravemente ferido! Acordei de um coma há exatamente dois dias... – Comecei a me explicar para todos. – Eu nunca enganaria vocês e muito menos a Natasha. Você, principalmente você, sabe o quanto eu a amo...

− Desculpa, Steve... – Ele respondeu cabisbaixo. – Estava sendo difícil ver a Nat sofrer, saber o porquê de tanto sofrimento e não poder fazer nada. Eu me senti incapaz quando vi minha amiga, minha irmã chorar tantas vezes na minha frente! Eu nunca tinha a visto chorar, entende? – Ele falou se desculpando.

− Eu te entendo, Clint! Na verdade eu acho que entendo tudo o que vocês estavam pensando... – Falei sincero.

− Então o Picolé não estava morto? Ele só estava dormindo? – Stark se pronunciou olhando friamente para Fury, provavelmente pensando que ele era o responsável.

− Nem olhe para mim, Stark! – Fury falou rindo. – Acho que se alguém pode se explicar é o Coulson, pois dessa vez a ideia foi dele.

− Antes de eu começar a explicar o que aconteceu e qual foi o real motivo de ter escondido o Steve, gostaria de sugerir que todos nos sentássemos em um local aconchegante. Eu não me importo de vocês levarem suas namoradas, acompanhantes, pois em breve o mundo vai saber que o Capitão América está vivo. Então de nada adianta eu esconder o assunto de suas namoradas, é até melhor elas tomarem conhecimento para garantir a segurança delas. – Ele falou olhando cada um de meus amigos e suas companheiras. Só tinha uma que eu não conhecia, provavelmente era namorada do Clint.

Todos nós seguimos em direção a uma grande sala de estar que existia no mesmo andar da torre que estávamos. Ainda com minha mão entrelaçada a de Natasha, apertei a mão de meus companheiros. Eu podia sentir a ansiedade deles em conversar comigo. Vi a Natasha sorrir para Pepper e a moça loira que eu não conhecia. Nos sentamos confortavelmente em vários sofás que estavam dispostos na sala.

− Steve... – Ouvi Coulson me chamar e então olhei para ele. – Porque você não conta para eles o que aconteceu? – Assenti afirmativamente com a cabeça.

− Eu acordei de meu coma há dois dias, como eu disse há poucos minutos. – Comecei a falar olhando brevemente nos olhos de cada pessoa presente na sala. – Como todos sabem foi a Sharon que atirou em meu peito. Fizeram o possível para me manter vivo. – Inspirei profundamente. – O Phill falou para mim e para Natasha que foram atrás da Sharon assim que me socorreram e notaram que ela não estava como domínio de sua mente. Ela estava sendo controlada por alguém, quando ela conseguiu recuperar sua mente foi liberada.

− Mas e se ela voltar a ser controlada? – A loira que estava do Clint perguntou.

− A S.H.I.E.L.D. está monitorando os passos dela, Barbara. Não há motivos para se preocupar! – Coulson respondeu.

− Já descobriram quem estava por trás da Sharon? Quem estava controlando a mente dela? – Sam se pronunciou perguntando, então sorri para meu amigo.

− Creio que o único que sabia que eu estava vivo dessa sala, com exceção do Coulson, era o James! – Falei surpreendendo boa parte dos meus companheiros. – Ele descobriu que a Sharon estava sendo controlada pela HYDRA, ou seja, ela me quer morto. Por isso que o Coulson me escondeu de todos, no início, porque não sabia quem me queria morto, e depois, pois tinha conhecimento que a seria mais fácil para HYDRA terminar o que já tinha começado.

− Por que apenas o Sr. Barnes tinha conhecimento que o nobre Capitão América estava vivo? – Thor perguntou.

− Ele era o mais próximo no momento e o menos conhecido entre todos vocês. Precisávamos esconder o Steve ainda de tudo! – Coulson respondeu à pergunta dele.

− Fico feliz que o Capitão Fantasminha Camarada está vivo! – Tony se pronunciou rindo. Eu então eu ganhei mais um apelido, assim como a Nat falou.

− Por favor, Tony, em brincadeiras! – A Pepper falou. – Mas tudo está bem com você não é, Steve? Digo, você parece bem saudável...

− Ele está bem, Pep! – Minha Nat respondeu para ela. – Ontem ele fez exames e o resultado deles foram muito satisfatórios... – Ela concluiu sorrindo feliz, enquanto segurava a minha mão.

− Fico feliz e aliviada em saber! – Ela afirmou sorrindo para mim e para Natasha.

− É tão bom saber que você está de volta para a Nat e para seu filho! – A Barbara falou simpática. Respondi com um sorriso, enquanto puxava minha Nat, levemente com um de meus braços, para mais perto de meu corpo.

− É gratificante saber que alguém tão bom e nobre como o Capitão América não morreu! – Thor se pronunciou.

− Steve, é muito bom saber que você não morreu! – Sam falou se aproximando de mim e me dando um abraço.

− À esquerda! – Falei rindo e ele gargalhou.

− Tudo bem, Cap, eu aceito ser o segundo preferido do meninão! – Clint falou rindo. – Eu seria o exemplo dele, mas prefiro você aqui para ser essa pessoa! – Clint falou. – Nat, meu sobrinho está bem? Foi muita emoção em pouco tempo, sabe! – Ele perguntou para Natasha.

− Está sim, Tio babão! – Ela falou rindo para ele enquanto passava sua mão suavemente por sua barriga. Natasha estava linda. Toda vez que ela fazia esse gesto meu coração palpitava de alegria. Eu estava completo com meus amigos, meu filho e o amor da minha vida. Eu não desejava mais nada, pois tudo que eu sempre sonhei eu tenho.

− Creio que você se recuperou totalmente por causa do soro, estou certo? Fico feliz em ter nosso Capitão de volta! – Bruce se pronunciou com sua fala calma.

− Sim, Bruce. O soro me salvou mais uma vez! – Respondi com um sorriso mínimo.

− Steve! Nat! Imaginei logo que me convocaram para a Torre qual era o comunicado! Natasha, como está meu sobrinho? – Bucky perguntou.

− É injusto! – Clint falou e todo mundo se voltou para ele. – Se eu tivesse conhecimento sobre o Steve eu teria dado mais assistência para Natasha. Agora, esse infeliz está na frente da jornada como tio preferido! – Clint falou. – Eu vou ser o melhor tio!

− Nada disso! – Tony começou a falar. – Eu vou ser o tio preferido! – Quando ele falou juro que vi caretas aparecerem no rosto de todos os homens da sala. – Aliais, eu sou o Homem de Ferro! Tenho certeza que o Picolé Fantasma e a Natasha concordam comigo! Eu já dei presente. E foi presente caro... – Tony continuou seu discurso, sem faltar um novo apelido direcionado a mim.

− Creio que será impossível o senhor Stark ser o tio preferido! – Thor falou. − Eu também já dei um presente para o pequeno Rogers! Eu serei o Tio preferido! – Ele terminou com uma expressão sabia no rosto.

− Eu sou o melhor amigo da mãe dele. Com toda certeza vou ser o melhor tio! – Clint falou. Nesse momento a sala já estava uma confusão. Todos falavam ao mesmo tempo.

− Eu sou o melhor amigo do pai dele! Nada mais normal que eu ser o tio preferido! – Ouvi a voz de Bucky se destacar entre a dos outros.

− Eu vou ser o Tio preferido... – Fury falou, mas logo foi interrompido.

− Não, não mesmo! Você vai ser o vovô preferido! Está velho demais para ser tio. – Por incrível que pareça quem falou isso foi o Bruce. – Eu serei o tio preferido, pois sou médico e cientista. Crianças amam fazer experiências!

− Eu sou o Diretor de uma agência de espionagem é obvio que vou ser o tio preferido! – Coulson falou.

− Eu juntei os pais dele! – Sam falou. Tinha um fundo de verdade no que ele disse. – Eu vou ser o tio preferido!

Enquanto todos discutiam sobre que seria o mais amado pelo meu filho, sorri para minha Natasha e a abracei vendo os outros se “matando” para ser o preferido ou preferida do meu filho. A verdade é que eu tinha sentido saudade de todos eles e os vendo discutir por um assunto tão bobo me fazia ter a sensação de estar em casa novamente.