Depois de uma manhã perfeita ao lado do único que fazia meu coração bater mais rápido, fui me organizar para o acompanhar durante seus exames. Eu tinha certeza que não iria haver nenhum resultado ruim, pois Steve estava com todos os sinais vitais normais. Eu o observei durante toda a manhã, procurando algum movimento diferente, alguma sequela, mas ele estava perfeito como sempre.

Eu não me afastava de Steve, a verdade é que eu ainda estava com medo de tudo que estava acontecendo ser um sonho muito bom e quando eu abrisse os olhos nada que tinha acontecido nas últimas horas existisse. Aguardei na frente da porta do banheiro um Steve sair, com a água caindo de seus cabelos loiros, tranquilamente. Como sempre ela não retirava a água do seu cabelo e saia molhando tudo. Como eu senti falta dessa visão...

− Será que o carro já está chegando? – Steve perguntou enquanto me abraçava.

− São quase três horas, então é provável que já esteja a caminho daqui... – Respondi inspirando seu cheiro. – Você não perde o costume de molhar tudo com seu cabelo, não é? – Perguntei rindo enquanto ele fazia uma expressão de falsa culpa.

− Não, não perco. É porque eu amo ver você irritada por coisas bobas... – Ele respondeu com um sorriso infantil no rosto. – Já te falei como você está linda com esse barrigão? – Ele perguntou me olhando de cima a baixo.

− Então quer dizer que eu só sou bonita com essa barriga? – Perguntei sapeca para ele.

− Não, não mesmo... – Ele olhou para mim com um sorriso de lado que me tirou o folego. – Você é bonita, linda, de todo jeito! – Corei com a sua revelação, mas iria brincar um pouco com ele.

− Quero só ver quando eu estiver cheia de rugas, de cabelo branco e sem dentes! – Steve começou a rir com o que eu falei.

− Eu não vou estar muito diferente, então! – Dei uma tapinha no ombro dele rindo junto com ele.

− Te amo! – Falei olhando nos olhos azuis deles.

− Também te amo! – Ele olhou nos meus olhos e encostou nossos lábios levemente, provocando uma pequena corrente entre nós. – Te amo! – Ele repetiu com os lábios ainda colados nos meus. Gentilmente, Steve pediu passagem com sua língua com a intenção de aprofundar o beijo. Como sempre eu consenti, ficamos minutos na nossa dança, no meio do quarto. Mas quando o ar começou a fazer falta ele quebrou nosso beijo, e depois encostou sua testa na minha para olhar dentro dos meus olhos.

− O que nós vamos fazer com a imprensa? – Perguntei a ele. Eu estava preocupada com a notícia da minha gravidez, mas eu tinha certeza que seria um pouco mais focada em nós depois que ele aparecesse ao meu lado. Porque Steve estava vivo e ele não iria se esconder e então a mídia teria mais assunto para falar.

− Vamos passar por tudo, juntos! – Steve falou calmamente. – Eu vou proteger vocês dois, não se preocupe...

− Eu não estou com medo por mim, amor! – Disse simplesmente. – Estou com medo por você e pelo nosso filho. Sabemos que alguém te quer... – Só de pensar na palavra um nó se formava em minha garganta. – Te quer... morto.

− Eu não vou deixar vocês! Não se preocupe, certo? – Steve falou atencioso.

− Vou tentar... – Respondi para ele meio cabisbaixa.

Quando ainda estávamos no nosso quarto, ouvimos a campainha soar. Provavelmente era Coulson, mas Steve passou na minha frente para abrir a porta, não me deixando a atender quem estava tocando. Notei que ele segurava o escudo, para o caso de emergência. Quando ele abriu a porta vimos que era Coulson mais uma vez, mas neste momento ele estava acompanhado de Bucky.

Não pude conter o sorriso que apareceu em meus lábios ao ver. Quando “acordei” Steve já o abraçava em forma de agradecimento pelo que ele tinha feito por ele e por mim. Coulson encarava os dois sorrindo, até que chegou a minha vez de os cumprimentar.

− Obrigada, James! – Falei sincera para ele.

− Não precisa agradecer, Natasha. Eu tenho certeza que você e Steve fariam o mesmo por mim... – Ele respondeu sorrindo. – E meu sobrinho ou sobrinha como está? – Bucky perguntou se abaixando para falar com minha barriga, que chutou no momento que ele falou.

− Sobrinho. – Respondi simplesmente sorrindo.

− Já descobriu o sexo? – Ele perguntou interessado.

− Sim, James. – Sorri. – É um menino!

− Vai ser forte e bom como o pai e a mãe! – Ele falou sorrindo para mim.

− Vamos? – Coulson perguntou para nós. – A equipe já o aguarda na base para fazer os exames, Steve. – Steve assentiu com a cabeça, enquanto passava seu braço levemente na minha cintura e me levava em direção a porta.

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Quando chegamos na base secreta, a mesma que eu me consultava com Jemma, Steve foi encaminhado rapidamente para os médicos que realizariam seus exames. Eu e Bucky não saímos do lado dele, exceto naqueles procedimentos que ele tinha que entrar sozinho. Foram diversos exames, por exemplo, de sangue, para medir suas taxas, ressonância magnética, tomografia, computadorizada, de resistência. Como eu pensava ele estava completamente saudável, sem nenhuma sequela.

− Você está completamente saudável, Sr. Rogers. – O médico falou. – Não precisa se preocupar com sua saúde, pois parece que você não passou por nada de tão sadio que está. – Ele sorriu para Steve, que esticou sua mão para apertar a mão dele. Depois de se despedir do médico, Steve veio para meu lado, passando sua mão em meus ombros.

− Eu sabia que você não tinha nenhuma sequela... – Sussurrei para ele.

− Ficou me observando, espiã? – Ele sussurrou para mim com um sorriso nos lábios.

− Você sabe que sim! – Respondi sincera para ele. – Tem uma pessoa que quero que você conheça, vem comigo. – Pedi para ele.

− Uma pessoa? – Ele perguntou interessado.

− Na verdade duas! – Respondi rindo. – A médica do nosso filho e ele! Eu acho que ela está aqui na base, então pensei em pedir para ela fazer um exame de imagem para você poder ver nosso menino... – Corei enquanto falava.

− Seria maravilhoso... – Ele falou enquanto um sorriso bobo brotava de seus lábios.

Andamos pelos corredores da base procurando minha médica jovem, Jemma. Mas não estávamos tendo muito sucesso, até encontramos a Skye. Andei em direção a ela, segurando na mão de Steve e dessa forma o fazendo me acompanhar. Quando chegamos na frente da jovem agente, ela abria e fechava a boca tentando falar algo com os olhos de pura incredulidade.

− Skye, você sabe dizer se a Jemma está na base? – Perguntei a ela que ficou apenas me encarando boquiaberta. – Skye? – Chamei o nome dela de novo. – Skye? – Comecei a ficar impaciente, até que ela “despertou”.

− Ele não estava morto? – Skye perguntou incrédula.

− É meio difícil de explicar... –Respondi. – Mas Steve não morreu de verdade. Ele estava impossibilitado de me encontrar, e eu só soube ontem à noite. – Sorri enquanto falava para ela. – Por favor não comente com ninguém ainda, certo?

− Certo, entendi! – Skye abriu um sorriso sincero, − Você é mais bonito ao vivo que em foto! – Skye falou virando para Steve, que ficou mais vermelho que o normal. – Então vocês querem ver a Jemma? – Ela perguntou.

− Sim, quero mostrar nosso filho para Steve. – Falei sincera. Eu gostava da Skye, porque apesar dela viver nesse mundo de espionagem ela não agia como um robô, ela era humana.

− Eu não acredito! A Jemma vai ficar muito nervosa, também ela é a médica do bebê do século... – Skye começou a falar desenfreadamente, tirando sorrisos de Steve.

Acompanhamos uma Skye, pelos corredores da base, que falava sem parar, as vezes ela fazia perguntas constrangedoras para Steve, que corava toda vez que ela perguntava algo íntimo.

− Vocês já mataram a saudade? – Ela perguntou a nós dois.

− Saudade? Como assim? − Eu notei o assunto que ela se referia, então preferi não responder, mas o Steve ingenuamente perguntou.

− Vocês já transaram desde que se encontraram? – Steve ficou mais vermelho que o meu cabelo. – Eu acho que isso responde. – Ela falou para mim apontando a cor do rosto de Steve.

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Depois de minutos de tortura da Skye, eu e Steve chegamos em frente a um laboratório diferente do que que me consultava com a Jemma. Esse tinha uma aparência que era mais direcionado para experiências químicas, diferente do que eu me consultava com ela que parecia um hospital.

− Jemma, você não vai acreditar no que eu encontrei... – Skye entrou no laboratório, deixando eu e um Steve constrangido para trás. O abracei na tentativa de diminuir sua vergonha, senti seus braços arrodearem minha cintura e sua cabeça repousar em cima da minha.

− Sua amiga é bem falante. – Sorri ao ver falar baixinho.

− Sim, muito falante. Ela tirou o Clint do sério quando ele veio comigo em uma das minhas consultas. – Falei rindo. Mas o Steve não teve tempo de responder, pois uma Jemma com apareceu com uma expressão em seu rosto de surpresa e incredulidade.

− Natasha? – Ele perguntou surpresa. – Capitão América? Só pode ser uma miragem! Meu Deus! – Ela começou a falar, sem realmente falar com a gente. – A Skye não mentiu... – Ela falou sussurrando.

− Olá, Jemma! – Falei sorrindo para ela, segurando Steve perto de mim. – Steve essa é a Jemma, minha obstetra! – Olhei para ele.

− É um prazer te conhecer! – Steve esticou sua mão para ela sorrindo.

− O prazer é todo meu... – Ela agarrou a mão de Steve com um sorriso enorme, como se estivesse fazendo uma descoberta cientifica. – Meu Deus! – Ela falou com um sorriso meio sádico no rosto sem soltar a mão de Steve.

− Jemma, eu queria te pedir um favor... – Falei olhando para ela.

− Claro, pode pedir... – Jemma respondeu. – Meu Deus! Todos dos vingadores são assim ... Tão bonitos! – Ela falou mais para si que para mim ou para Steve.

− Eu queria que você fizesse uma ecografia em mim, para o Steve ver nosso filho... – Pedi olhando para ela.

− Claro, eu posso fazer isso! – Ela abriu um sorriso de orelha a orelha. – Vamos? − Seguimos uma Jemma apressada pelos corredores da base, até chegarmos no laboratório que ela sempre me atendia.

Como de costume fui para uma salinha que ficava dentro do laboratório para colocar uma roupa especifica para o exame. Quando sai, Steve me olhava com os olhos marejados vindo em minha direção. Assim que chegou perto de mim, ele encostou seus lábios no meus em um selinho enquanto tocava em minha barriga.

− Que lindo! – Jemma falou emotiva vendo nosso momento. – Bem vamos começar... – Ela falou enquanto limpava as lagrimas do rosto.

Como de costume deitei em uma maca e senti a Jemma levantar a camisa da minha barriga a deixando à mostra. Então ela se preparou para colocar o gel no equipamento e começar o exame. No momento que ela encostou o aparelho em meu ventre meu filho e de Steve apareceu. Steve olhava o monitor do aparelho encantado, com lagrimas em seus olhos azuis que eu amava tanto. Ele olhou para mim feliz, totalmente bobo.

− É nosso filho, Nat! – Ele falou feliz, chorando.

− Sim, é nosso filho, Steve! – Respondi para ele.

− Vocês querem ouvir o coração? – Jemma perguntou meio chorosa entrando no clima de emoção da sala.

− Sim, por favor... – Steve respondeu ainda emocionado. Depois de segundos esperando, ouvimos batimentos fortes e rápidos do nosso filho. Não conseguir aguentar e chorei junto com o amor da minha vida.

− Bem isso é tudo! – Jemma terminou o exame feliz com algumas lagrimas nos olhos – Eu realmente estou muito feliz em saber que fui escolhida para ser a médica do filho de vocês. É muito gratificante... Me desculpem estou um pouco emocionada... – Ela falou chorando.

− Obrigada, por tudo! – Steve falou sincero para ela.