Depois de passar mais alguns minutos sentada ao lado da lapide de Steve, me levantei e fui em direção à saída do Cemitério. Ainda estava confusa com o que a Sarah me disse. Se ela realmente sonhava com eventos futuros, certamente eu estava grávida. Era um dom, mas ela sofreria grandes perigos pôr tê-lo. A mãe dela fazia bem em não querer que ela contasse sobre os sonhos a ninguém.

Cheguei perto do meu carro, mas numa distância considerável, e observei as pessoas ao meu redor, era mais um costume que havia perdido que retornava. Eu sempre tive o costume de olhar as pessoas ao meu redor para ver se existia algum perigo, mas perdi quando o Steve me deixou. Hoje era essencial eu voltar a observar as pessoas, afinal era de fundamental importância que meu bebê ficasse seguro. Depois de passar um tempo observando as pessoas continuei andando e entrei em meu carro.

O trânsito estava lento e eu já estava ficando impaciente, o Steve nunca me deixava dirigir porque ele dizia que eu me irritava muito fácil com os civis. Eu não tinha culpa se eles eram tão lentos no volante. Escutei alguém bater no vidro do carro, era uma senhora que vendia produtos na rua. Abaixei o vidro meios desconfiada e a esperei falar.

− Senhora, você deseja comprar essa linda camisa de bebê do Capitão América? – só podia ser coincidência, eu estava gravida do Steve e então uma senhora quer me vender uma camisa do Capitão América – Olhe ela vem com um capuz e garanto que é bastante resistente! – ela abriu um sorriso simpático para mim e por mais incrível que pareça eu retribuí – Se você não tiver filhos pode dar a um de seus sobrinhos. Por favor compre para me ajudar.

https://www.megabebe.com.br/imagem/index/1129572/G/capito_america.jpg

− Quanto custa? – perguntei para a senhora

− US$ 25,00 – a senhora abriu um sorriso ainda maior quando eu perguntei o preço da camisa.

− Me dê uma por favor, a menor que tiver – Falei para ela enquanto entregava uma nota de US$ 50,00 – Obrigada! Pode ficar com o troco − Quando o sinal ficou verde, dei partida no carro. Tinha certeza que meu filho ou filha iria ficar lindo com aquela camisa.

...

..

.

Quando cheguei em casa já estava anoitecendo, o céu estava com figuras alaranjadas em algumas partes. Steve amava a cor que o céu ficava essa hora, ele dizia que se lembrava dos meus cabelos. Eu não entendia o porquê do céu durante o crepúsculo o fazer lembrar da cor de meus cabelos.

− Flashback on –

Steve e eu estávamos sentados na ponta de um mirante do Rio Potomac. Nós ainda não tínhamos começado a namorar, mas consequentemente perto desse fim. Tínhamos acabado de encontrar o Bucky e ele já lembrava de Steve. Eu descansava a cabeça em seu ombro largo, enquanto ele tinha o braço ao redor de minha cintura.

− Você está tão calada – ele falou – Por que?

− Você está tão calado – usei as mesmas palavras dele meio sapeca e ele ri

− Só estou pensando...

− É Cap você tem muito no que pensar – eu ri – Afinal, seu amigo lembrou de você.

− Por incrível que pareça, não estou pensando nisso – escuto ele falar tímido

− Em que você está pensando? – perguntei olhando para ele

− Olhe essas cores avermelhadas no céu – eu olhei e depois me virei para ele tentando entender – Elas me lembram você! – ele sorriu – A cor de seus cabelos, o rosado de seu rosto...

− Droga! – eu ri meio envergonhada – Você me fez corar! – ele começou a rir de mim

− O que seus inimigos diriam, hein? – ele continuou rindo – A temida viúva negra com vergonha!

− Aposto que eles não iriam me reconhecer! – falei entrando na sua brincadeira – Por que você se lembra de mim quando vê o crepúsculo?

− Acho que... – ele parou um pouco para respirar – Acho que é porque os dois são bonitos, fortes e encantam qualquer pessoa – eu corei de novo

− Então você me acha bonita, Rogers? – Sorri e arquei minha sobrancelha em forma de desafio

− Você sabe que sim, Nat! – ele corou

− Bom saber! – eu ri enquanto me aconchegava mais nele.

− Flashback off −

Sorri com a lembrança. Fui em direção ao quarto guardar a camisa do meu bebê e pegar algumas peças de roupa para tomar banho. Entrei no banheiro e abri a torneira de água quente da banheira. Enquanto esperava a banheira encher, tirei minhas roupas e me posicionei em frente ao espelho, já era possível notar algumas mudanças em meu corpo, meus seios estavam levemente maiores e mais sensíveis, minha barriga já estava um pouco arredondada. Estava me sentindo realizada ao notar as pequenas mudanças que a gravidez estava fazendo em meu corpo.

Entrei na banheira assim que ela terminou de encher. Não sei quanto tempo passei dentro da banheira, mas sai apenas quando a água esfriou. Coloquei uma camisa de Steve, já tinha se tornado um costume vestir as roupas dele, e uma calça de moletom. Depois de me trocar fui para a cozinha comer um sanduiche.

...

..

.

Quando já estava terminando de comer, eu escutei a campainha tocar. Levantei da mesinha da cozinha e fui atender a porta. Levei um susto. Clint e Bucky juntos para me visitar.

− Clint? Bucky? – Perguntei assustada – O que vocês fazem aqui, juntos?

− Encontrei ele na entrada do apartamento! – Clint falou – Não foi nada combinado... – Notei a irritação na voz do meu amigo e apenas sorri

− Entrem! – Pela expressão de James ele também não gostou de encontrar o Clint

− Como você está? – os dois perguntaram juntos e depois se encararam trocando faíscas

− Eu estou bem! – respirei, pelo jeito eu iria demorar para poder dormir – E vocês como estão?

− Bem! – Novamente eles falaram juntos

− A Pepper me contou a novidade! – Clint tomou a frente – Parabéns mamãe! – ele sorriu me abraçando

− Mamãe? – pelo jeito a Pepper não tinha espalhado para todo mundo

− Sim Bucky! – eu sorri de felicidade – Eu estou grávida de Steve!

− Mas eu só não entendi como isso foi possível, Nat! − Clint tomou a frente de Bucky de novo. Eu já observava traços marcantes de irritação no rosto de James – Você fez algum tipo de tratamento?

− Não, não fiz. Eu simplesmente não sei como esse milagre aconteceu

− Deixe de ser grosso! – Bucky falou para Clint – Parabéns, Natasha! Tenho certeza que essa criança vai ser muito amada.

− E quem disse que eu fui grosso? Nat, eu fui grosseiro? – Clint cortou mais uma vez Bucky – É só que eu conheço ela bem mais do que você.

− Certo! Vamos parar meninos? – Eu ri da discursão boba que os dois estavam tendo – Eu estou muito feliz, estou bem! E fico muito grata em saber que os dois se preocupam comigo.

− Você já marcou um médico? – Bucky perguntou antes de Clint falar – Se você desejar eu faço questão de lhe acompanhar!

− Se alguém vai acompanhar a Nat em uma consulta sou eu, já que sou o melhor amigo dela! – Clint falou – Não é Nat?

− Os dois podem me acompanhar! Mas eu ainda não marquei médico, porque primeiro eu quero falar com o Fury sobre o bebê.

− Certo! Então fica combinado, você me liga e me diz o dia e a hora da consulta. – Bucky falou

− Você pode me mandar uma mensagem de texto? – Clint começou a falar – a Barbara vai ficar tão feliz em saber!

− Meninos, eu não quero ser chata, nem mal educada, mas vocês podem me deixar dormir? – Os dois se encararam – É que o bebê me dá muito sono e eu ainda não me acostumei.

− Certo, nós vamos Natasha! – Bucky saiu arrastando Clint para a porta com seu braço biônico – Você viu ela está com sono!

− Eu vi, eu vi! Agora me solta que eu sei andar! – Clint falou com raiva – Boa noite, Nat! Se precisar não se acanhe em me chamar!

− A mim também! – Bucky gritou já do lado de fora do apartamento.

Depois desse episódio eu só conseguia rir. Não conseguia entender os homens. Uma hora eles querem saber de tudo sobre você, o que está acontecendo e em outra, basta você falar qualquer coisa que eles vão embora. Ainda era audível os dois discutindo no corredor. Decidi os deixar de lado e então apaguei as luzes e fui dormir.