Doors escrita por Story Dreams VC


Capítulo 4
Buraco na Parede


Notas iniciais do capítulo

NÃO! EU NÃO ABANDONEI VOCÊS!
Apenas tive alguns problemas. Mas aqui está! Um capítulo novinho em folha. espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504066/chapter/4

– Lílian! Abra essa porta, por favor – Eu continuava a bater incessantemente na porta, mas nenhuma resposta vinha dela – LÍLIAN.

Lentamente, fui parando de bater. Dei um profundo suspiro e me virei para o corredor, mas quando ia dar o primeiro passo, ouvi o click da porta e o som do rangido que ela fazia ao ser aberta. Ao me virar, encontrei a pequena garota loira, com seus cabelos despenteados e seus olhos mais negros que nunca, cheios de lágrimas. Ela abriu a porta e voltou a entrar no quarto, indo em direção a cama.

Entrei e fechei a porta, mas sem saber o que dizer. Lílian estava sentada na cama, olhando tristemente para seus pés, e não emitia nenhum som. Nenhum soluço ou suspiro. Apenas saiam mais e mais lágrimas de seus olhos pequenos e negros.

– Ela nunca saia do quarto... – Lílian disse em voz baixa – Ela era a mais medrosa de nós, sabe? Ás vezes ela botava até uma cadeira para travar a maçaneta da porta antes de dormir.

Eu continuei em silencio. Dizer algo naquele momento não era bom. Não do jeito que ela estava. Deixei que ela continuasse.

– Eu sei que ela não saiu – Ela tirou seu olhar de seus pés e o voltou para mim – Você ouviu, não é? Ele disse: Jane, 196. Ele nunca diz o nome.

– Todos... Todos da casa ouvem, não é? – Perguntei, e ela assentiu.

– Sim, todos – Ela voltou seu olhar para o chão – Mas eu sei o porquê de seu nome ter sido dito. É um aviso May. Uma demonstração de poder.

– Mas se ela não saiu do quarto...

– Quem põe o feitiço pode tirar com a mesma facilidade – Quando Lílian disse, pensei já ter lido essas palavras antes, mas logo em seguida era tirou minha dúvida – Estava no livro que você achou ontem.

– Mas... Fazendo isso todos sabem quem é que faz tudo isso agora.

– E todos sabem que podem morrer a qualquer instante.

Não me atrevi a responder aquilo. Era informação demais. Só estava ali faz pouquíssimo tempo, mas entrei no meio de algo que já acontecia faz anos. Era perturbador saber que minha tia havia me enviado para um lugar tão demoníaco assim.

– Olha, você se importaria de sair? Eu realmente não estou bem – Lílian deu um suspiro – Se perguntarem por mim, diga que decidi ficar em meu quarto.

Assenti silenciosamente e me dirigi até o corredor, fechando a porta do quarto dela ao sair. Sem sabem para onde ir, decidi subir para o último andar. O andar do sótão. Era o único lugar que aparentemente ninguém tinha coragem de ir.

Subi as escadas vazias. Grande maioria estava na sala de refeições tomando o café da manhã, por isso não deveria me preocupar de ser vista subindo. Ao chegar no último andar, um ar estranhamente reconfortante me atingiu.

– Só espero que aquele cachorro não esteja aqui para me atrapalhar dessa vez – Disse pra mim mesma e me aproximei da porta do sótão.

A vontade de abri-la era enorme. Mas eu decidi ignora-la por enquanto e explorar o resto do quarto. E foi enquanto eu passava as mãos por umas das paredes que encontrei um pequeno buraco. A parede ficava exatamente em frente ao sótão.

O buraco tinha tamanho suficiente para o meu dedo indicador passar sem problemas. Estava prestes a puxar o buraco para ver de algo acontecia, quando ouvi um rosnado atrás de mim.

– Estava demorando até demais... – Revirei os olhos e olhei para o cachorro negro que me encarava em posição de ataque – Estou saindo, ok?

Ao dizer isso ele relaxou e se sentou, abanando o rabo. Bufei ao ver que meu meio de me distrair havia sido arruinado por um cachorro paranoico.

Desci as escadas e me dirigi até a sala de refeições. Havia poucas pessoas lá, pois o horário do café da manhã estava quase no fim, por isso comi algo rápido apenas para não ficar com fome mais tarde e me dirigi até o meu quarto novamente. Era incrivelmente entediante morar em um lugar sem sinal de Internet.

Lembro de ter ficado andando em círculos pelo quarto por vários minutos, até que decidi organizar meu armário. Coisa que eu ainda não havia feito. Tudo que eu fiz foi tirar todas as roupas da mala e botar no armário.

Tirei todas as roupas de lá e pus na cama. Separei elas e então fui organizando elas em suas devidas gavetas. Por não ter trago tantas roupas, em meia hora já havia terminado de arrumar tudo, e havia um grande espaço no armário, o suficiente para colocar uma pessoa lá dentro.

E exatamente depois de pensar nisso eu fiquei com muita vontade de entrar nele. É sério. E eu não tinha mais nada para fazer pelo resto do dia. Então eu usei a base do armário como base e entrei nele. Estava de joelhos, indo para o fundo do guarda roupa, quando ouvi um pequeno crack. Achei que era apenas um simples rangido da madeira e então continuei. Mas quando me posicionei para sentar, o crack voltou mais forte e então a parte do armário onde eu estava sentada cedeu.

A altura que cai era bem pequena, mas a dor que senti foi forte o suficiente para me fazer morder os lábios até sentir um pouco de gosto de sangue. Me levantei com cuidado e lentamente, vendo se eu não havia me machucado. Para a minha sorte, eu apenas ganhei alguns arranhões.

Eu estava em um extenso corredor que se estendia tanto para a minha frente quanto para as minhas costas. E eu não conseguia ver o final de ambas as direções.

– Quando eu disse estava com tédio, eu imaginava um milagroso sinal de internet, não isso – Dei um suspiro.

Tirei o meu celular do bolso e liguei a lanterna. Sim. Meu celular sobreviveu a queda, incrível. Assim que liguei a lanterna, decidi seguir pela direção a minha frente. Por algum motivo não achava que ir para trás era uma boa ideia.

Fiquei andando por alguns minutos, até que percebi que as paredes do corredor estavam começando a se abrir, formado um tipo de sala redonda com paredes rochosas. Não havia mais nenhum caminho a seguir, a não ser por uma escada de madeira no meio da sala. As paredes possuíam inúmeros desenhos, mas a maioria possuía a cor vermelha, desenhada como um borrão. Minha impressão daquilo não foi boa.

Decidi subir as escadas. Botei o pé no primeiro degrau e vi que era bem firme e estável, então eu continuei a subir. A escada seguia para um buraco no teto um pouco estreito, mas nada difícil de passar. Ao chegar no final da escada, vi que um pequeno feixe de luz saia de um círculo, e ao passar a mão, percebi que não era rocha, e sim madeira. Uma pequena portinha de madeira.

Quando olhei pelo buraco, tirei meus olhos quase imediatamente, surpresa. Não podia ser aquele buraco, poderia? Como seria possível eu ter subido todos esses andares? Ou eu estava subindo uma rampa e não havia percebido?

Aquele buraco era exatamente aquele que eu havia achado de manhã, na sala do sótão.

–x-

Eram mais ou menos duas da manhã. Os estalos na madeira já haviam surgido alguns minutos atrás, o que significava que a criatura estava no segundo andar.

Abri a porta do armário o mais silenciosamente possível. Entrei no armário e a fechei. Só então desci pelo buraco.

O buraco era bem mais baixo do que eu imaginava, e havia um montinho perto de onde eu caia, então podia usá-lo para subir na volta. Liguei a lanterna do meu celular e segui o caminho que havia feito de dia. Agora notando que realmente era uma rampa, o que explicava a escada levar para o sótão. Quando eu cheguei na sala circular, guardei o celular e subi.

E então todo o medo que eu estava tentando reprimir estourou de uma vez só pela minha mente. Minhas mãos começaram a tremer, minha respiração começou a ficar ofegante, e tudo que eu fazia era simplesmente olhar para o buraco na parede. Até que eu percebi que se demorasse muito, perderia a chance, então empurrei a portinha de madeira.

O lugar estava totalmente escuro, mas não me atrevia a acender uma luz. Sai lentamente e o mais silenciosamente possível, colocando a portinha no lugar ao sair. Parei em frente a porta do sótão e o fiquei encarando por alguns segundos, mas estão respirei fundo e prossegui.

Contei até três e abri a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sou má, não sou? Eu sei que sou :3
Vocês devem estar com muita raiva de mim mauahau :3
Até o próximo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doors" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.