Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 25
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Espero não ter demorado. Estava aguardando a votação de outros leitores, o que é triste, pois tive a ideia da votação para ter mais interatividade entre vocês e a fic. Boa leitura!



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Narrador

Enquanto Katherine e Robert saiam, algo simplesmente acertou a cabeça da jovem.

– Ei, o que foi isso? – se voltou indignada sem desequilibrar do salto plataforma de aproximadamente dez centímetros tendo continuidade por suas torneadas panturrilhas, até os joelhos – Quem você pensa que é para jogar algo em mim assim?

– Ai! – exclamou Robert caminhando até eles. Sua orelha esquerda apresentava rastro de sangue fresco, escorrendo lentamente de um corte – Que palhaçada é essa?

– Não fizemos nada. – falou Rose imediatamente. Dentre as coisas que ela mais odeia é ser acusada de algo que não fez, mesmo que quisesse ter feito.

– Se acalmem, adultos! – emanou a voz que nada longe estava – Para que brigar! Fui eu que joguei a pedra no troglodita e na mocreia.

– Do que você me chamou pirralha? – bufou Katherine raivosa.

– Sarah Feresin, gata. E você?

– Katherine... – quando foi interrompida.

– SARAH! – chamou atenção a voz de outra menina de cabelos ruivos – Não ofenda os gatos! – virou-se para a jovem – Olá, VaKatherine, sou Violet! É um enorme desprazer conhecê-la. – sorriu sinceramente.

Risadas vindas de Rose, Robert e Lucy que só observava silenciosamente ecoaram enquanto Katherine sofria com as ousadas provocações das duas meninas. Tanner por sua vez mantinha-se sem expressão, nenhum humor era aparente. Expressões nulas. Seus olhos escuros pareciam não ter íris, fundos e indistinguíveis, mãos cerradas em punho, suor frio escorrendo pela lateral do rosto. Dentro dos sapatos, os dedos se franziam. Na boca, os dentes eram pressionados uns aos outros como uma luta sem fim.

– Olha só, queridinha... – replicava Katherine quando Robert interveio

– Eu me lembro de você baixinha... – apontou para Violet – Está diferente!

– Cresci um pouquinho e dessa vez estou livre. – sorriu sarcasticamente.

– E mais implicante!

– Chega! É com essa gente que você prefere ficar, Tanner?! Achei que tinha te ensinado a escolher melhores companhias.

– Pessoas que falam a verdade são boas companhias – disse Rose intacta e recebeu um olhar mortífero de Katherine

– Pois bem. Vamos Robert! Não tenho mais o que fazer aqui. – virou-se, pisando em falso e virando o pé, entortando o salto do pé direito. Logo Robert, sorrindo maliciosamente, seguiu-a.

P.O.V Reyna

– Acho que esse não é um lugar onde eu gostaria de morrer – falei.

– Pois é, mas ninguém escolhe o lugar onde vai morrer, pelo menos não a maioria das pessoas. Onde você preferiria morrer? – Josh me perguntou.

Olhei ao redor e vi novamente aquele lugar. É realmente uma pena eu não ter estado ali quando ocorreu a ação. Hiendi e Bruce lutando, Josh salvando Sarah, Alice os defendendo, e enfim, ambos morrendo. Um drama tão legal pelo que me foi contado e eu estava sei lá aonde.

As copas das árvores mantinham um mesmo movimento, calmo, sereno, como se há poucos dias não tivesse presenciado nada mais que a pura rotina de árvore, ficando parada e vendo tudo que acontece, os outros se matando e assistindo tudo de camarote.

– Num campo de batalha! – respondi – Onde eu tivesse causado bastante das mortes e tido um descanso de guerreira.

– Entendo.

– O que você pretende fazer aqui mesmo?

– Sei lá. Encontrar qualquer coisa interessante.

– Sinto que tudo isso para saber sobre Hiendi é porque você tinha uma leve quedinha por ela.

Percebi seu olhar meio irritado, depois ignorando meu comentário. Talvez seja até verdade esse chute no escuro que dei, no entanto Hiendi havia tratado com tanta indiferença que no lugar dele eu sentiria três coisas por ela: nojo, raiva e pena, porque ela precisava machucar os outros para se sentir bem. Isso é doentio!

– Estranho...

– O que? – voltei a olhar para o grande buraco no chão.

– Não tem sinal de nenhum corpo ou cheiro de decomposição.

– Virou nerd agora?

– Não. Só bastante leitura de revistas ufológicas e legistas.

– Ah, tá! Já que não tem nada, vamos embora.

Uma espécie de concha se encontrou ao chão no espaço mínimo entre eu e Josh, que estava ao meu lado bastante entretido com a missão misteriosa. Com o susto, olhamos para trás rapidamente já com armas em mãos. Por surpresa, não se tratava de outro rapaz que nos encarava totalmente desarmado. Bem, quase totalmente. Era possível notar uma protuberância na sua canela que revelava a presença de uma pistola, entretanto ele não deu indícios nenhum de usá-la.

– Quem é você? – indagou Josh ficando em pé.

– O que fazem aqui? São do grupo de Quatro? – perguntou o rapaz.

– Sim e... – respondia Josh, quando finalmente resolvi tomar a frente da discussão.

– Você está sozinho?

– Em outro grupo. Sabe, por mais que vocês fiquem aqui e não mexam com ninguém, as notícias correm. – ele disse naturalmente, dando de ombros o fim. – Sou Dimitry, belezinha!

– Me chamo Reyna e não belezinha. – ele riu.

– Josh! – entrou de novo na conversação.

– De quem é esse grupo?

– Robert e Katherine!

– Robert?! Ai, ai! Ele pega muito no pé de vocês?

– Até que não. Chata é aquela namoradinha dele.

– Vamos dar uma volta? – chamei.

– Ok! – Dimitry respondeu.

– E eu? – protestou Josh – Não estávamos atrás de algo?

– Aham. Quando você souber o que é me avisa, ok?! – dei uma leve piscadinha e percebi ele revirar os olhos.

Narrador

Um gemido gélido e doloroso foi escutado e sentido por Luke e Mia que não muito distantes estavam. O passeio ao ar livre foi interrompido e ambos se entreolhavam. De lugar algum aparentava ser o qual vinha o barulho. Este parou repentinamente. Uma forte brisa soprou, causando arrepio que desceu pela nuca de cada um até o lombar.

Mia sacou imediatamente a faca, em punho, segurando firmemente para qualquer imprevisto. Um rasgo no ar causou susto em Luke que ao mesmo momento apanhou o arco e a flecha, cada um em mão. Os olhos de ambos se desencontraram em uma fração de segundo, quando Mia correu na direção noroeste, seguida por Luke.

Confirmou-se a fonte do gemido que haviam escutado anteriormente. Um homem com barba curta grisalha e cabelos castanhos claros estava encostado em uma árvore, retirando piamente cada uma das facas que o prendiam nesta. Ao seu lado, já havia duas e um pedaço de uma flecha, enquanto o restante desta estava visivelmente fincado em seu fêmur direito.

– Senhor Chris Greene? – indagou Mia se aproximando lentamente.

– Olá, Mia! – arrancou a última das facas que ultrapassava seu tórax.

– O que aconteceu?

– Fui atacado e estava desarmado.

Luke chegou pouco mais perto dos dois, simultaneamente, Mia retirou a jaqueta preta com algumas manchas leves de sangue e enrolou no tórax do homem. Agora era possível ver duas tatuagens de Mia: uma no braço esquerdo e outra próxima no peitoral, quando esta se virou em sua direção.

– Vai estancar o sangramento. – afirmou dando um nó forte – Luke, pode pegar água para mim?

– Claro! - assentiu Luke e saiu correndo.

P.O.V Cassie

Subitamente, Tyler retornou de um sonho conturbado, assustando a todos que estavam ao seu redor, contando que só se tratava se eu e Emma que parecia estar... Se contando?! Bem, isso não importou nada quando senti a mão fria de Tyler apertar fortemente meu braço, deixando-o vermelho.

Seus olhos estavam vermelhos, arregalados, e os lábios secos. Logo após retomou a postura, ainda descontentado, preocupado, o suor escorria livre e constantemente pela nuca, ensopando sua camiseta branca.

– Tudo bem? – perguntei.

– Um pesadelo. Nada de mais. – ele falou se levantando e saindo – Daqui a pouco eu volto.

– Ok! – estava já em pé, quando Violet e Sarah apareceram eufóricas, em meio a gargalhadas.

– Cassie! – abraçou-me Violet, seguida de Sarah.

– Oi! O que aconteceu de tão bom para você estarem assim?

– Katherine! – disse Sarah.

– Quem?

– Uma mulher que estava implicando com Rose e Tanner. – explicou Violet.

– Certamente uma de suas ex-namoradas. – comentei e ambas assentiram.

Iniciaram a narração de sua ousadia infantil com a “louca de salto torto”. Tentei prestar atenção em cada detalhe, entretanto algo em Tyler me preocupa. Não consigo tirar isso da cabeça. Aquele aperto forte como se fosse perder alguém ou algo estivesse o puxando. Nunca o vi ter pesadelos, principalmente em um cochilo de menos de meia hora, creio eu.

Narrador

– Pai?! – correu a jovem até o homem que estava amarrado por um pedaço de couro encardido.

– Filha! – abraçaram-se, com descuido, e surtiu em um pequeno gemido da parte do homem.

– O que aconteceu? Como o senhor veio parar aqui? Achei que estivesse morto.

– Vim te salvar, mas não vou me salvar.

– Não diga isso, é só...

– Não tem jeito. Quero que você se salve.

– Estou bem.

– Não, não está! Quero que volte a Chicago e vá à busca de sua mãe. Ela ficou lá. Falamos com Jeanine e estamos dando suporte a ela, então a própria jurou não fazer nada contigo e lhe proteger, mesmo sendo divergente.

– Pai, não sou divergente. – falou apertando mais o nós, pois ainda sim, a quantidade de sangue perdido era grande.

– Então porque ficar com essa gente?! Essas aberrações?! – disse o homem.

– Eu sou divergente! – falou Mia se aproximando – E o senhor agora vai me chamar de aberração também?! Mesmo depois de eu estar tentando salvar sua vida?!

– Mia, não era minha intenção...

– Isso é ridículo! – protestou a garota.

– Não sabia que sua filha era Lucy. Achava que se chamava Alice. – comentou Mia.

– Mudei meu nome quando entrei para Audácia. – explicou Lucy, quando se voltou para o pai – Como pode falar isso de mim?!

– Minha filha, você NÃO é uma deles. Por que se arrisca aqui quando pode estar protegida e com sua família?

– Por que sou uma aberração e prefiro viver com elas. – confrontou Lucy revoltada.

Palmas se escutaram.

– Que lindo! Discussão de pai e filha sempre foi tão melodramático que me dava... Enjoo.

– Piranha de rosa, agora trocou de roupa. Está de preto. Que gracinha!

– Não vou perder meu tempo com você. – desviou o olhar para Lucy – Seu pai é um traidor da minha espécie e quero defender todos nós de Jeanine, enquanto ele quer que você vá correndo atrás dela como um cachorrinho indefeso. É isso que você é, Lucy? Uma menininha indefesa?

– Cale a boca! – mandou Lucy irritando-se.

– O que te faz beijar uma cara que não é nada seu? – questionou Mia.

– O loirinho? Tava com cara de carente. – piscou.

– Minha filha, eu só quero te proteger. No fundo, todos vocês sabem que será Jeanine que vai ganhar essa batalha e quero o melhor para você, meu anjo. Vá ficar com sua mãe e seu irmão que vão lhe proteger disso tudo.

Sem conseguir terminar a frase, Chris foi atingido por uma faca na jugular, a qual fez com que uma quantidade notável de sangue se espalhasse e atingisse a calça de Lucy.

– Pai?! – agachou Lucy tirando a faca da junção pescoço-ombro do pai – Fala alguma coisa, por favor?!

No entanto, sangue já escorria por seus braços e sujava a mão de Lucy. Ela levantou o queixo do pai. O rosto assustado, olhos culpados, pele áspera com manchas de sol, lábios rachados e entreabertos. Estava morto!

– Muito obrigada, querida! – agradeceu a garota com mãos na cintura e expressão de tédio, encarando por seguinte Mia.

– Não foi nada. Não aguentava mais essa cena repugnante. – saiu de trás de uma árvore. Lucy estava com os olhos embaçados das lágrimas que estava jurando a si mesma não libertar, procurando encontrar a figura da voz familiar. Os cabelos estavam soltos e brilhosos como nunca. O cinto equipado com diversos tamanhos de lâminas metálicas, chegando a mais comprida ter trinta centímetros. Seus olhos transbordavam alegria, em contraste com sua boca, que demonstrava frieza e indiretamente solidão.

– Vejo que foi muito bom ter recrutado você! Não irei me arrepender. Pelo menos eu acho.

– Não vai se não me descontentar, Katherine.

– Espero que não faça o mesmo comigo. – sorriu Katherine maliciosamente voltando a olhar Mia, que aparentava espanto e aceitação. Lucy por outro lado deixava claro o ódio por meio de suas pupilas dilatas e esféricas, parecendo quase saltar das órbitas, fuzilando cada parte daquela garota em por minutos pensou ser aliada.


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Notas finais do capítulo

Resultado da votação: Helena - 1 / Lucy - 3 / Emma - 1 / Rose - 0
Gente, queria fazer um teste e quem sabe pode ter um bom resultado a quem tirar um certo?! Quem vocês acham que é a garota misteriosa que matou Chris?
[Momento Mia (tatuagens): http://www.tintanapele.com/wp-content/uploads/2012/02/tatuagens-de-rosas-tinta-na-pele-37.png ----- http://geekiss.com/wp-content/uploads/2011/08/r30.jpg]
Personagem dos leitores: Dimitry Roulland
Bem espero que tenham gostado! Logo posto o próximo! Até!
P.s: "VaKatherine" foi um termo sugerido por uma leitora, que fique registrado. Amo escrever para vocês! ^-^