Narrador

Tris e Quatro, o único casal, fugiram entrelaçados naquele trem que levava a lugar indefinido. Sem saber agora para onde ir, deixando para trás toda a sociedade em que viviam, todo o sistema de facções, tudo em que acreditavam para poderem seguir para um local onde eles pudessem ser eles mesmos, divergentes, um lugar onde facções não existiriam e mesmo que a luta pela sobrevivência fosse grande, valeria tudo a pena para ser feliz.

– Para onde vamos? - perguntou Tris a Quatro.

– Não sei, mas para onde esse trem nos levar. - respondeu o rapaz.

A vista do trem passava pelos olhos de todos ali presentes, vendo as paisagens que talvez um dia nunca mais voltariam a ver. Escolhiam agora uma estrada sem volta, sem saber o que o amanhã os aguardava.

Demorou, tristeza e insegurança eram vistas nos olhos destes que agora eram simplesmente infratores do sistema de facções, os quais seriam futuramente perseguidos.

Enfim, chegaram. O fim dos trilhos tão inesperado na mente de todos, os quais desceram e com dificuldade passaram pelo grande muro que cercava toda aquela sociedade regida aos moldes do convívio controlado e sem sentimentos para manter a ordem da vida humana.