A Nova Seleção escrita por Pequena Dhampir


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ele Me Entende


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo minha gente *------------------------------------------* Espero que gostem e me desculpem por ter demorado.
Espero que gostem



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CAPÍTULO 4

Depois do café da manha nos dirigimos para o Salão das Mulheres onde ficaríamos até o almoço.

“Mary Margareth você é uma garota excepcional” – digo abraçando-a logo após dela perguntar se eu queria ser sua amiga. A única amiga que tenho é a Emma, ai meu Deus, Emma! O que será que aconteceu? Será que ela conseguiu? Não sei as respostas para nenhuma dessas perguntas, quero descobrir respostas, então vou direto a Marie.

“Senhora Marie?” – a chamo ao me aproximar.

“Sim senhorita?” – diz sorrindo com graça.

“Eu queria saber se a senhora poderia descobrir uma informação para mim” – digo mexendo em meu vestido nervosamente

“Qual seria essa informação?” – pergunta.

“Minha amiga fez sua inscrição para vir ser médica no Palácio, queria saber se ela conseguiu” – digo implorando com o olhar para que a Senhora Marie descobrisse para mim.

“Vou ver o que eu faço, mas não prometo nada.” – diz e se retira da sala. Volto para onde eu estava antes, Mary Margareth agora estava sentada com mais uma Selecionada, se eu não me engano ela é de Nova Ásia. Aproximo-me e sento-me no sofá azul onde elas estão.

“Voltei, olá senhorita” – digo sorrindo para a Selecionada do qual não sei o nome. Mary Margareth se antecipa e nos apresenta.

“Scar essa é Julia Rosymor” – eu curvo minha cabeça levemente e sorrio. Percebo que Julia é uma belíssima moça, olhos castanhos claros, cabelos lisos da cor preta, sua pele porcelana, como se pudesse quebrar num simples toque. Vai ser difícil, tem muitas meninas lindas aqui e eu - penso.

“É um prazer conhece-la senhorita Scarlett” – sua voz é como o som de violinos, suave e eletrizante, irresistível.

“O prazer é todo meu” – depois de nossas apresentações começamos a conversar sobre o Príncipe, logo, mais Selecionadas se juntam a nós.

“Não, o que mais gostei nele foi o peitoral, vocês viram? Bom, eu não vi, mas imaginei e gostei muito” – diz uma Selecionada de cabelos encaracolados. E assim começa uma discussão sobre qual parte do Príncipe mais as agrada; Eu fiquei quieta apenas escutando as meninas, eu não preciso dizer de qual parte eu gosto mais para elas.

Não preciso dizer que amo quando ele é apenas Noah, não o Príncipe Noah, apenas Noah; Gosto quando ele gargalha e novamente fica sério e olha com o canto dos olhos para ver se eu percebi; Não preciso dizer que gostei do jeito que ele mesmo sendo colocado em uma situação constrangedora, ele mantém a mesma graciosidade, autoridade e grandeza; Também não preciso dizer que amo o sorriso que se forma em sua boca quando está conversando ou como gosto do seu rosto quando fica curioso com algo, eu não preciso dizer essas coisas para elas, apenas devo guarda-las para mim, pois se compartilha-las seria dividir momentos que guardei só pra mim e eu não quero isso.

“Scarlett?” – escuto alguém dizer.

“Oi?” – respondo sem saber quem me chamou.

“E o que você acha?” – pergunta. Eu a olho. Ela morde seus lábios e eu me recordo Angel Kirkman.

“Não sei ainda, muito pouco tempo para dizer alguma coisa” – sorrio e abaixo a cabeça. Angel dá de ombros e volta a falar com as outras. Fico sentada, quieta, esperando que o tempo passe. Funciona. Quando percebo a Senhora Marie está nos chamando para o almoço.

Todas se levantam e seguem para o Salão de Refeição. Quando chegamos, o Salão ainda esta vazio, as 31 Selecionadas restantes se espalham e sentam-se onde desejam; O Rei, a Rainha e o Príncipe sentam na ponta, os lugares próximos foram brutalmente disputados, eu vi uma cadeira vazia á apenas cinco cadeiras da Rainha e sentei. Mary Margareth sentou-se ao meu lado e começamos a conversar bem baixinho.

“Você esta bem?” – Mary Margareth me pergunta.

“Sim e você?” – sorrio.

“Mais ou menos, estou muito nervosa” – eu acho engraçado, pois ela faz uma careta muito feia, mas fica fofa.

“Não precisa ficar vai dar tudo certo” – Abraço-a. O certo era eu dizer: Ficar nervosa é normal, pode ficar, mais nervosa que eu você não fica. Mas eu não consegui, não sou boa conselheira, minha mãe era e sempre me dizia quando estava com medo ou nervosa: Não precisa ficar vai dar tudo certo, aprendi com ela, sempre funcionava.

O Rei Maxon, a Rainha America e o Príncipe Noah são anunciados, todas as Selecionadas se levantam, fazem uma reverência e se sentam novamente. Ainda não tenho coragem de olhar para o Príncipe; a comida em cima da mesa é perdidamente deliciosa, mas o que mais chama atenção são os doces, há doces de todos os tipos, das mais variadas texturas e gostos. Começamos a comer e eu ainda não olhei para o Príncipe, olho apenas para o meu garfo e para o meu prato; as outras Selecionadas não param de conversar, algumas vezes Mary Margareth me diz coisas como Esse frango não esta uma delícia? No qual concordo sem pensar duas vezes. Estou perdida olhando para minha comida quando me assusto ao escutar o meu nome.

“Senhorita Scarlett?” – todas me olham. Eu reconheço essa voz melodiosa, é o Príncipe Noah. Paro de comer e o olho, seus olhos azuis eletrizantes tiram o meu folego e faz com que eu me engasgue pego o copo de suco de laranja e tomo um pouco.

“Perdoe-me, sim Alteza?” – digo tentando não engasgar de novo. Ele sorri.

“A senhorita esta bem?” – pergunta colocando o garfo com um pedaço de carne na boca.

“Sim, Alteza” – ele olha nos meus olhos como se pudesse ver dentro da minha alma.

“Não parece, não disse uma só palavra” – diz arqueando as sobrancelhas.

“Eu só estou pensando demais” – ele olha para seu pai e depois para sua mãe

“Pai, mãe, sabiam que Scarlett é fotografa?” – ai meu Deus, sinto o vermelho se instalar em minhas bochechas. O Rei Maxon me olha curiosamente e a Rainha America possui algo nos olhos que não sei decifrar.

“Verdade?” – pergunta o Rei. Eu o olho e sorrio o máximo possível

“Sim, Majestade” – ele arqueia as sobrancelhas como o Príncipe havia feito agora a pouco e diz:

“Eu gosto muito de fotografias” – eu concordo com a cabeça. Eu ia dizer algo, mas Angel me interrompe.

“Eu não estou bem” – diz colocando as mãos sobre a testa, ela se levanta e vomita.

“Alguém pode ajudar a levar a senhorita Angel para a enfermaria?” – pergunta Marie. A enfermaria é isso, se Emma conseguiu é lá que ela vai estar, mais do que depressa eu digo:
“Eu a acompanho” – me levanto rapidamente, coloco os braços de Angel sobre os meus ombros e um Soldado nos leva até a enfermaria. Ao chegar, uma enfermeira pega Angel e a leva, rapidamente procuro por Emma e não a encontro.

Ela pode não ter passado, como estou com saudades dela. O soldado me leva de volta para o Salão.

“Como esta a senhorita Angel?” – pergunta o Príncipe

“Esta bem, foi só um susto” – digo me sentando novamente. O Príncipe se levanta.

“Vou ver como ela esta” – ele se retira. Marie nos avisa que durante o resto do dia estaremos liberadas para fazermos o que quisermos e que talvez o Príncipe chamasse alguma para um encontro.

Logo após o almoço, me dirijo para o meu quarto, minhas criadas já estão a minha espera. Eu não quero sair do quarto hoje, quero dormir. Digo às meninas que elas estão liberadas, fico na minha cama e durmo.

“Senhorita Scarlett?” – alguém me cutuca. Abro os olhos, é a Senhora Marie.

“Senhora Marie, o que aconteceu?” – digo me sentando, seu rosto está perplexo. Olho para janela e vejo que já esta de noite, quase de madrugada, devo ter perdido o jantar.

“Acompanhe-me senhorita o Príncipe deseja vê-la” – me arrumo depressa e a sigo. Não sei o que aconteceu, mas me parece grave, não sei o que pensar, pois só me vem coisas terríveis na mente.

Descemos as escadas, passamos por várias salas até o final de um corredor muito grande. Senhora Marie para na porta e faz o gesto para que eu entre; eu entro. Príncipe Noah esta de pé, junto com seu pai, ao me verem sorriem timidamente.

“Senhorita Scarlett, temo que deva sentar” – diz o Rei Maxon. Ele esta sentado numa cadeira de madeira com o estofado vermelho, como a qual vou me sentar agora, na sua frente há uma mesa de Mogno cheia de papeis e no fundo existe uma prateleira com muitos livros.

“O que aconteceu?” – pergunto. O Príncipe me olha com pena em seus olhos, por que eu preciso de pena?

“Senhorita a Senhora Marie procurou a informação que queria” – diz o Rei rapidamente. Alegro-me, pois terei respostas sobre Emma.

“Sério? Ela veio?” – digo sorrindo. O Príncipe chega mais perto de mim e sorri timidamente

“Há um dia, dois carros do Palácio foram atacados, esses dois carros traziam os novos médicos e criadas do Palácio...” – por que ele esta me dizendo isso? – “...neste dois carros haviam 10 pessoas, sendo que dois eram soldados, haviam explosivos nos carros, todos morreram, incluindo...” – ele para um instante, sei o que ele vai dizer, mas não estou preparada para a resposta – “incluindo Emma.”

Eu desabo, começo a chorar. O Príncipe fica saber sem o que fazer, o Rei Maxon deixa a sala.

“Quem foi?” – pergunto com raiva, o Príncipe Noah me olha com um ponto de interrogação em seu rosto.

“Quem foi?” – repito a pergunta – “Quem foi que a matou?” – digo em meio a lagrimas.

“Ainda não temos certeza, mas meu pai acredita que sejam rebeldes” – diz e fica na minha frente. Rebeldes? Não há mais rebeldes, a nossa vida é ótima porque pessoas se rebelariam?

“Eu não acredito que sejam, mas teremos que esperar” – eu não consigo mais ficar sentada, preciso de meu pai, preciso de alguém. Levanto-me e abraço o Príncipe, ele receia, mas se entrega.

“Desculpa-me, eu, eu, eu...” – soluço – “... preciso” – não consigo terminar a frase, ele apenas me abraça e começa a passar as mãos nas minhas costas para me confortar.

“Eu sei, eu sei Scarlett” – eu não precisei dizer mais nada para ele, ele entendeu. Apenas ficamos ele e eu, tarde da noite abraçados em uma das salas do Palácio.

Emma se foi, perdi mais alguém que eu amava e dessa vez nem o motivo sei, odeio essa sensação de dor, de tristeza, de abandono, dói muito a perda de Emma, tanto que não consigo explicar, mas quando abracei Noah, compartilhei uma parte de minha tristeza com ele e sei que ele entendeu.

“Você quer dar uma volta na cozinha comigo?” – pergunta Noah. Eu estranho, mas sinto minha barriga roncar.

“Gostaria muito” – ele pega minha mão direita e sai correndo me puxando, passamos por guardas e criadas. Quando chegamos á cozinha, ela esta vazia.

“Vamos ver o que temos para comer” – ele sai pegando pratos, talheres e toda comida que encontra não para até que a pequena mesa que há no centro da cozinha esteja cheia.

“A senhorita não comeu porque pedi que deixassem dormir, precisava ficar forte para receber a noticia” – mal sabia o Príncipe que para eu ficar forte tinha que comer, mas achei o gesto muito bonito, então escolhi ficar quieta. Ele faz um gesto para que me sente, eu me sento. Ele serve um pouco de cada coisa que esta sobre a mesa; carne, frango, arroz, um molho que não sei o que é, e mais um monte de comidas que não sei o nome.

“Obrigado” – digo quando ele coloca o prato na minha frente. Meus olhos estão ardendo, chorei duas horas sem parar, nessas duas horas fiquei abraçada com o Príncipe.

“O funeral dela será realizado amanhã” – fala Noah me olhando.

“Não há um corpo, mas haverá um funeral” – diz com ternura em sua voz.

“Obrigado, eu, muito obrigado” – digo e ele sorri.

“Não precisa agradecer, sou eu quem deveria estar implorando o seu perdão” – eu não entendo o que ele quis dizer.

“Como assim?” – inclino minha cabeça um pouco para direita. Ele puxa sua cadeira até que ela esteja do meu lado e seu rosto centímetros ao meu.

“Eu ajudei na escolha dos novos médicos, eu escolhi Emma” – diz tristemente.

“A culpa não é sua” – digo sorrindo para ele, que me olha impressionado.

“Como consegue?” – ele pergunta olhando para meus lábios.

“Consegue o que?” – digo tentando entender sua pergunta.

“Sorrir depois de tudo” – sorrio mais ainda.

“Eu aprendi com meu pai que a tristeza não nos leva a nada...” – fecho os olhos – “...aprendi que amar nos tornam fracos, mas se amarmos a pessoa certa, a pessoa nos torna forte, aprendi que podemos escolher por quem sofrer e por quem chorar, mas depois de tudo devemos sorrir...” – sorrio lembrando de Emma correndo quando brincávamos de pega-pega – “... porque sabemos que por mais que doa, as lembranças felizes são as que importam.” – abro os olhos. O rosto do Príncipe esta bem mais perto ao meu do que estava antes, eu o encaro, olho para seus olhos e ele para os meus, sinto uma enorme vontade de beija-lo e sinto que ele também, mas abaixo o rosto e ele se afasta ao mesmo tempo.

“Desculpe-me” – ele diz.

“Pelo quê?” – não vejo motivos para que ele peça desculpas.

“Por desejar tê-la beijado.” – sinto minhas orelhas ficarem vermelhas de vergonha junto com o meu rosto.

“Desculpas aceitas, afinal eu talvez possa ter desejado também.”


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Notas finais do capítulo

Eai? o Noah não é um fofo?*-* to in love por ele



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