A Nova Seleção escrita por Pequena Dhampir


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Entrevista


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui novamente *ooooooooooooooooooooooooooooooooooooo* Fiz de tudo para terminar rapido. Creio que não tem erros pois revisei, mas se tiver algum me avise que vou arrumar. Espero que goste deste capítulo :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503890/chapter/3

CAPÍTULO 3 - A ENTREVISTA

Queria saber o porquê de eu ter feito aquilo. Como pude ter coragem para fazer o Príncipe passar tamanha vergonha? Eu estou acostumada a conviver com a mesma, mas acho que ele não.

Ele me disse que estava pronto para diversão, mas creio que foi muito; Ninguém no salão dançava no momento, apenas nos observavam, corrigindo, me observavam. Olho para todos ao meu redor e faço o que sempre faço, não ligo.

“A Vossa Alteza sabe dançar loucamente?...” – pergunto ao passar meu braço esquerdo pelo seu direito – “...não pode ter vergonha, se não a dança não funciona.” – ele olha para mim atento e um sorriso malicioso se forma em seus belos lábios cor de rosa.

“Senhorita?” – faz uma cara de interrogação, esperando que eu completasse a sentença.

“Scarlett, Alteza” – sorrio.

“Tudo bem, Senhorita Scarlett, seria um prazer passar vergonha ao seu lado.” - diz olhando em meus olhos. Um arrepio começa em minha nuca e termina em meus pés.

“Então, vamos lá...” – digo o puxando para o meio do salão. Confesso que eu não sabia como dançar, já que só danço no banheiro onde ninguém pode me ver, mas de uma coisa tenho certeza, foi divertido.

Giramos todo o Salão loucamente, primeiro éramos apenas eu e o Príncipe, mas logo depois a Rainha e o Rei se juntaram á nós. Foi à noite mais feliz da minha vida desde que mamãe morreu; Giramos e giramos até cansar, no final da noite o Príncipe apenas agradeceu pela diversão e se despediu, por isso creio que foi vergonhoso demais, ele nunca passara por isso.

Antes de nos recolhermos nos avisaram que logo pela manhã, antes do café, as entrevistas iriam acontecer. Espero que não fique nervosa para não fazer o Príncipe passar vergonha novamente.

“Senhorita Scarlett?” – escuto alguém me chamar, abro os olhos e vejo lindos olhos verdes.

“Judy?” – respondo sonolenta.

“Sim senhorita, esta na hora de acordar, precisamos te preparar para a entrevista.” – conclui. Eu não quero acordar, mas percebo que Judy não me deixaria até que eu estivesse em pé.

“Seu banho esta pronto senhorita, me acompanhe” – como se estivesse sendo carregada me dirijo ao banheiro. Enquanto tomo o meu banho fico admirando a grandiosidade do banheiro, uma enorme banheira com pétalas de rosas e vários produtos de beleza, tudo o que você imaginar existe no banheiro, dos mais caros perfumes, as mais belas arquiteturas. Tomo o meu banho e me seco com uma toalha que parece feita de nuvens de tão macia.

“Pronto Judy” – digo á Judy, ela me espera do lado de fora, pois tenho vergonha de ser vista por alguém. Devagar ela abre a porta e passa um vestido por ele. O coloco e saio do banheiro.

“Ajude-me a fechar o zíper Judy, por favor.” – ela mais do que depressa puxa o zíper nas minhas costas.

“A senhorita esta deslumbrante.” – eu afirmo com a cabeça e lhe abro o mais belo dos sorrisos. Ela estava certa, estou deslumbrante, visto um vestido verde longo de cetim, tomara que caia, não muito justo, com um laço na cintura.

“Quem fez o vestido?” – pergunto passando a mão por toda a sua extensão para sentir o tecido.

“Eu senhorita” – ela sorri

“Ele é muito lindo.” – vejo em seus olhos que ela ficou feliz por eu ter gostado, e gostei muito. No caminho do Salão das Mulheres, Judy me explicou que o café será servido logo após as entrevistas, e que ficou sabendo que me diverti com o Príncipe na Recepção, quando me diz isso em sua boca se forma um pequeno sorriso travesso, não consigo não sorrir.

Ao adentrar o Salão das Mulheres apenas uma das selecionadas se encontra. Aproximo-me e sento á sua frente; uma garota morena, alta e magra, com olhos castanhos marcantes, rosto arredondado, cabelo curto e um sorriso debochador no rosto.

“Oi” – digo rápido demais

“Oi” – ela me responde, olha para mim de cima á baixo e revira os olhos.

“Qual é o seu nome?” – pergunto timidamente.

“Emily Bonan” – me responde como se estivesse vomitando e nem pergunta o nome, tomo isso como um desinteresse e apenas fico quieta esperando que mais alguém apareça. De pouco em pouco mais Selecionadas aparecem; Quando me inscrevi não sabia que as Selecionadas seriam tão sem graças.

Uma mulher de cabelo grisalho e olhos negros aparece de repente e nos olha com delicadeza.

“Bom dia senhoritas, meu nome é Marie Noutzisk e eu serei sua instrutora durante o período que permanecer no Palácio, a primeira coisa que iremos realizar será as entrevistas que começaram...” – olha em seu relógio – “...agora, preparem-se.” – dito isso o Príncipe Noah entra no Salão. Ele usa um terno preto que desenha seu corpo escultural, não é forte, mas não é fraco, percebo que sua altura deve chegar aos 1,89, como não prestei atenção nisso ontem? Ele é muito alto para mim.

“Senhoritas, será um prazer conhece-las cada uma melhor, visto que ontem não foi como eu havia planejado” – quando diz isto, tenho a impressão que olhou para mim, mas desviou logo o olhar, - “Cada uma será conduzida ao Jardim do Palácio para que possamos conversar confortavelmente” – ele olha para Marie, no qual ela olha para nós e sorri – “Annie Sanders.” – uma garota de cabelo ruivo se levanta e segue para fora do Salão junto ao Príncipe. Imagino que a lista de chamada será feita por ordem alfabética, mas quando chego minha vez, simplesmente ela muda para Veronica Waters, não entendo, então apenas espero que digam meu nome. Neste meio tempo conheço uma garota muito simpática, seu nome é Mary Margareth, creio que encontrei uma amiga neste lugar, ela é totalmente honesta, meiga, sincera, real. A cor de seus olhos é de um azul puro e seu rosto de uma beleza inacreditável, de todas que vi hoje, ela é por quem eu torço.

“Scarlett Müller” – diz Marie.

“Boa sorte, Scar” – diz Mary Margareth me entregando um sorriso.

“Obrigado.” – lhe devolvo outro sorriso mais do que radiante.

Sigo em direção ao Jardim, vejo guardas para todo o canto que olho. Ao chegar ao Jardim não encontro o Príncipe; Tudo é muito verde, existe arvores de vários tipos e tamanhos, como a Cerejeira. Flores de todos os tipos que deixam uma aroma adocicado no ar, parece que estou sonhando. Sinto uma brisa e fecho os olhos sentindo o vento dançar em minha pele, deixo que meu cabelo esvoace no vento, começo a girar como fazia com minha mãe, ainda girando abro os olhos gargalhando ao lembrar a vez em que girei tanto que vomitei, mamãe teve que limpar tudo, foi engraçado. Ao abrir os olhos o vejo, me observando, paro de repente quase caindo na grama, vergonha se instala em meu rosto e o abaixo.

“Perdoe-me Alteza, eu, eu não sabia que já estava aqui...” – comecei a falar rápido, estou ficando nervosa – “...eu olhei em volta e não vi ninguém é só que...” – antes que eu terminasse, ele me olha e sorri.

“Está tudo bem senhorita Scarlett, vejo que gostou do Jardim” – diz mostrando o esplendoroso jardim, quando faz esse movimento seus cabelos loiros voam por causa do vento e deixam que seu rosto fique nitidamente exposto, sua pele é de um branco quase impossível de se obter, que faz com que seus olhos azuis se sobressaiam.

“Sim, é realmente muito lindo” – digo olhando em minha volta.

“Quer se sentar?” – pergunta o Príncipe, digo que sim e o sigo para um pequeno banco de madeira no meio do jardim.

“Conte-me sobre a senhorita.” – estamos sentados lado a lado, seu braço direito roçando meu braço esquerdo.

“Bom, por onde começar?” – coloco meu dedo indicador no queixo e faço uma cara de pensadora, o Príncipe apenas me analisa – “Pelo começo é claro, meu nome é Scarlett Müller, filha de Bob e Paige Müller, minha mãe trabalhou no Palácio quando sua mãe estava na Seleção, sua mãe, quer dizer a Rainha America, salvou minha mãe e a trouxe para o Palácio, depois de toda a rebelião que creio que saiba do que se trata” – espero que ele responda, ele apenas faz um gesto com a cabeça que significa sim.

“Seu pai, o Rei, liberou quem quisesse ir embora, minha mãe havia conhecido meu pai e já estava doente, por esse motivo escolheram ir embora. Minha mãe morreu quando tinha oito anos. Vivo com o meu pai, não trabalho, mas sou fotografa.” – digo sorrindo ao lembrar-me de minha mãe.

“Fotografa? Meu pai ama fotografias.” – diz olhando em meus olhos.

“Eu comecei a fotografar por causa dele” – digo

“Verdade?” – diz contendo um entusiasmo em sua voz.

“Sim, longa história, Alteza” – não que fosse realmente grande, mas não sei o que iria pensar de mim quando dissesse: Seu pai é como o meu ídolo.

“Temos tempo, vamos me conte.” – vejo em seus olhos que não aceitaria um não como resposta, sei que se eu começaria essa batalha iria perder, então cedi.

“Minha mãe tinha como, por exemplo, sua mãe e eu resolvi tomar como exemplo o seu pai, ele havia acabado com as castas, ele era um herói pra mim, e apesar de ser um Rei e eu nunca poder chegar onde ele estava eu poderia ser algo que estava ao meu alcance: as fotos. E é assim que tudo aconteceu.” – quando terminei de dizer, o Príncipe me olhava estranhamente.

“Eu sei, é estranho, pode dizer Alteza.” – digo timidamente e desviando o olhar.

“Não senhorita, surpreendente” – não sei o que dizer então apenas escolho sorrir e sinto minhas orelhas ficarem vermelhas.

“Surpreendente como ontem à noite? Que vergonha, me perdoe, quando fico nervosa faço coisas inacreditáveis” – digo mexendo no laço do meu vestido.

“Nunca em toda a minha existência passei tamanha vergonha” – diz o Príncipe. Eu sabia que tinha sido demais, causei uma má impressão.

“Mas também nunca me diverti tanto” – diz soltando uma gargalhada que reprimi e volta a ficar sério.

“Perdoe-me por isso” – digo dando um pequeno sorriso.

“Não precisa, sempre é bom ter pessoas como você por perto” – não sei o que isso significa, mas sorrio normalmente.

“Gostei da sua mania” – o Príncipe diz e me tomo com a surpresa, eu tenho uma mania?

“Como assim Alteza?” – pergunto interessada.

“A senhorita fala apenas sorrindo, até quando o assunto é sério” – ele sorri, o que me faz sorrir também.

“Não sabia que eu tinha uma mania.” – digo.

“Eu observo muito as pessoas.” – diz ele por fim, com um sorriso misterioso.

“Vou começar a observar também” – digo mais para mim mesma do que para ele.

“Nossa, como o tempo passou” – diz olhando para o relógio.

“Está na hora do café da manhã” – ele se levanta – “Senhorita Scarlett adorei a nossa conversa, mas agora temo que deva fazer exclusões, te vejo no Salão de Refeição” – se curva, e beija minha mão. E como um perfeito cavalheiro deixa o jardim. Marie me encontra no corredor e me leva até o Salão de Refeição onde todas as Selecionadas estão e onde também estão a Rainha America, o Rei Maxon e o Príncipe Noah. Todos me observam ao adentrar, fico imaginando o porquê de eu ser a ultima, parece que estou atrasada. Rainha America ao me ver se levanta e vem em minha direção, me abraça e começa a chorar.

“Eu devia ter percebido as semelhanças, eu sinto tanto por não ter conseguido fazer nada, ela salvou a minha vida, eu devia ter feito alguma coisa.” – no começo não entendo, mas ao passar das frases reconheço que ela esta falando de minha mãe. O Príncipe Noah deve ter contado á ela.

“Está tudo bem Rainha, saiba que até o final da vida ela ainda te idolatrava” – digo em seu ouvido.

“Desculpe-me meninas” – diz ela ao me soltar de seu abraço, limpa as lagrimas – “Ela é só filha de alguém que me ajudou um dia” – diz e volta ao seu lugar.

“Espero que o Soldado Müller tenha a feito muito feliz, senhorita” – diz o Rei Maxon.

“Sim, Majestade.” – concluo e me sento. O Príncipe Noah conversa com uma das Selecionadas, mas percebo que em alguns milésimos de segundo ele me olha e volta a olhar a Selecionada, não quero iludir ninguém, muito menos a mim, então coloco na minha cabeça que não é verdade. O Príncipe Noah se levanta e todos se calam.

“Senhoritas, é com muito pesar no coração que anuncio que quatro de vocês deixarão o Palácio após o café da manhã. Digo, porém, para aquelas que saírem que foi um prazer conhece-las e que são pessoas extraordinárias” – o Príncipe anuncia o nome de quatro selecionadas, no qual não presto atenção, pois estou perdida em minha mente. Eu nunca gostei de alguém de verdade, nunca nutri um sentimento por alguém, nunca reguei nenhuma semente plantada em meu coração, mas no momento em que não escutei meu nome, algo floresceu em mim, algo que há muito tempo eu não sentia mais: Esperança.

Quando era pequena, papai me ensinou a como mascarar as emoções e a como não sofrer por ninguém, ele dizia: Sofrer apenas irá te deixar mais fraca. Quebrei essa regra com minha mãe e ele tinha razão, o sofrimento deixa uma cicatriz incurável; Mas naquele momento resolvi que se fosse para sofrer por alguém, seria por Noah, pois, tenho a impressão que quando eu sofresse ele faria de tudo para impedir que eu nunca mais sentisse esse sentimento novamente. Sofrer, por ele, agora sei que parece certo.

E é o que vou fazer. Posso não o conhecer a muito tempo, mas sei que se alguém nesse país merece as minhas lagrimas, esse alguém é ele e eu vou lhe entregar todas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai, o que achou? Obrigadinho por ler



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nova Seleção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.