Mistérios do coração escrita por Anjo Doce


Capítulo 7
Sétimo




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Era manhã na Grécia e no Santuário Shina acordou e se vestir para treino: colanf marrom, meias verdes e protetores nos braços, ombros e peito. Comeu uma banana e bebeu um copo de leite.

Ela estava ansiosa para retornar aquela rotina de treinos, sentia falta disso no período que morou no Japão. Então escutou batidas na porta, era Gisty.

— E ai? Pronta para volta a treinar comigo?

— Com certeza! Ansiosíssima, Gisty.

—Então vamos logo. – chamou a amiga fazendo sinal com a mão direita.

No caminho da arena elas encontraram Algol que ao vê-las falou animadamente:

— Bom dia!

— Bom dia. - responderam as amazonas num tom normal.

— Shina, então você voltou à mora aqui, realmente?

— Sim. - respondeu um pouco insatisfeita com a indagação de cavaleiro.

— Que ótimo! Quer disser... Pelo menos agora podemos nos ver sempre, né? - Shina ficou calada enquanto Algol continuava falando empolgado – Podemos marcar de sair para beber alguma coisa, ou fazer qualquer coisa divertida. Vai ter uma festa de rua no Rodório daqui a alguns dias. Vamos juntos? Esse Santuário sem você perdeu a graça, sabia?

— Algol, o que deu em você?

— Eu estou muito feliz de revê-la.

Gisty só observava a conversar e achava engraçado o forma que Algol estava se comportando, ele não era de muitas palavras, mas ao esta próximo da Amazona de Cobra ele ficou irreconhecível.

— Ok, apesar de sermos colegas de longa data, quando eu te dei confiança para você me chamar para sair contigo? - perguntou mantendo a calma, embora não tivesse gostando do atrevimento de Algol.

— Eu sei... -respondeu perdendo o animo - Sei que você não gosta que passem do limite, mas não precisa ficar na defensiva comigo, afinal somos colegas há muito tempo. Pensei, apenas, que podíamos sair para conversar.

— Vou pensar no seu caso, tá? - falou levemente irônica - Agora me deixe ir, pois eu e a Gisty estamos atrasadas. Tchau.

Shina saiu na frente puxando a amiga pela mão que riu da situação que presenciou, enquanto Algol ficou parado vendo as duas se distanciarem. Quando as duas já estavam longe dele Shina demonstrou sua irritação.

—Vê se eu posso? Quando eu dei confiança para qualquer homem falar assim comigo? Mesmo sendo o Algol. – Gisty só ria e isso deixou Shina mais irritada - Esta rindo de mim?

— Me desculpe, mas não pude deixar de achar essa situação engraçada.

— Eu não vejo graça alguma. Eu perdi todo o respeito que lutei para conquistar ao longo desses anos. Agora qualquer um vai pensar que pode me chamar dar uma voltinha. Sério, estou muito irritada.

— Calma amiga. Você não perdeu o domínio da situação. É só você manter sua postura que todos vão continuar a te respeitar. Até porque um convite de uma colega não vai fazer você perder sua fama.

— Realmente, estragaram você mesmo. Duvido que a Gisty de antes falasse isso. - exclamou - No mínimo me mandaria quebra o nariz dele na mesma hora.

— A vida é uma constante mudança. - afirmou ainda com sorriso mos lábios - Se fosse outro eu mandaria você fazer isso mesmo, mas se tratando do Algol.

— Não entendi.

— Você não sabe, mas desde quando você foi para o Japão, o ele ficou apagado e triste pelos cantos. Eu escutei muita gente falar que foi por sua culpa. E eu acabo de acreditar nos comentários, por conta da animação em que ele ficou ao te ver.

— E o que você quer que eu faça? Jogue-me nos braços dele?

— Não precisa ser tão exagerada, mas podia aceitar o convite para ver qual vai ser a dele. Afinal ele é bonito, não?

Shina fez uma careta e afirmou:

— Pode ser lindo comum um deus, mas já lhe disse que chega de romance. Dá muito trabalho.

Quando chegaram à arena, pararam de conversar sobre esse assunto. No local já se encontrava várias amazonas, uma delas era Marin que se aproximou.

— Oi Shina! Seja bem vinda! - falou abraçando a amiga que retribuiu.

— Obrigada!

— Você voltou mesmo?

— Voltei.

— Isso quer dizer que...

— Isso mesmo que esta pensando. Depois conversamos sobre, ok?

— Claro, minha querida. Apesar das circunstâncias eu estou feliz de tê-la aqui novamente.

— Eu também. – afirmou Gisty.

— E eu estou feliz de voltar. Agora estou perto de você de novo e de volta a este lugar – olhou ao redor – Aqui me sinto realmente em casa.

— Então vamos treinar? – chamou Gisty.

— Eu quero ver se você continua em forma. – brincou Marin.

— Pode acreditar que sim. – sorriu Shina.

No treino Shina pegou pesado e quem levou desvantagem foi Marin e Gisty. Três horas depois, elas estavam bebendo água, cada uma com sua garrafinha e andando em volta da arena, observado outros colegas treinarem.

— Ai, eu estou acabada! – revelou Marin fazendo movimentos circulares em uma dos ombros.

— Realmente você revolveu arrasar com a gente hoje, Shina. Também estou toda dolorida.

— Vocês estão muito frescas! Depois eu que tinha perdido a forma... – elas riam – O que vocês ficaram fazendo esse tempo todo que me deixaram dar uma surra em você?

Então o olhar de Shina se fixou na arena em dois jovens, um ela já conhecia, era Kiki, mas a garota que treinava com ele, Shina nunca tinha visto. Ela era alta, bonita, possuía longos cabelos ruivos, com mexas louras e tinha excelente velocidade. A garota atacava o cavaleiro com agilidade e ele se esquivava, mas logo contra-atacou com socos velozes, mas que foram repelidos por ela com perfeição. Os dois se igualavam em defesas e ataques excelentes. Mas Kiki era discípulo de Mú há muito tempo e por ter vivenciado tantas batalhas, já era bem experiente. Porém a garota...

— Quem é aquela que esta treinando com Kiki?

— O nome dela é Cléia. – respondeu Gisty – Ela é uma das melhores aprendizes do Santuário. Ama aperfeiçoar o que aprende nos treinos com cavaleiros e amazonas mais experiente. Ela e Kiki são muito amigos.

— Ela me parece incrível! Há quanto tempo ela esta aqui no Santuário?

— Ela veio para cá logo depois que você saiu. – afirmou Gisty.

— E você não sabe de que ela é irmã? Do Milo de Escorpião. – revelou Marin.

— Serio? – observou mais um pouco – Pensando bem ela é parecida com ele.

— Não só no físico, mas nas habilidades. – disse Marin – Pelo que sabemos Milo sempre a treinou independente do Santuário. Mas agora é treinada por ele e por Camus.

— Interessante!

— Ela vai longe, pois tem fibra. É parecida com a gente. Se continuar assim logo será uma amazona. – previu Gisty.

Depois de ficar assistindo mais um pouco o treino de Cléia e Kiki, Shina revelou:

— Bem, vou indo, tô precisando de um banho.

As três amazonas começaram a caminhar em direção contraria da arena. Então elas encontraram no meio do caminho Aiolia e Milo que também haviam acabado de treinar.

Marin e Aiolia se aproximam, deram um leve abraço e um beijo selinho. Desde que os cavaleiros mortos voltaram à vida Marin e Aiolia resolveram assumir o amor que sentiam.

— O que aconteceu? Você parece que levou uma surra.

— Levei mesmo! A Shina resolveu mostra que voltou com força total.

Aiolia olhou para trás das costas de Marin e viu Shina Gisty e se aproximou delas.

— Oi Gisty! Oi Shina! Sabia que eu estava com saudades de você?

— É, acho que vocês gostam de ser maltratados por mim. – falou seria.

Ele sorriu largamente e disse:

— Essa é a Shina de Cobra!

Milo permaneceu mais afastado observando a grupo em sua frente. Assim começou a olhar fixamente para a Amazona de Cobrar. Ele a conhecia há muitos anos, apesar de nunca terem tido intimidade, sempre se trataram cordialmente. Naquele momento Milo passou a reparar em Shina de uma forma inédita, ele viu que aquela amazona era realmente linda e atraente, com curvas perfeitas, corpo bem definido, olhos lindos e lábios carnudos. Então começou a cobiçá-la descaradamente, isso incomodou Shina que logo questionou:

— Algum problema, cavaleiro?

— De forma alguma. – respondeu com um sorrisinho irônico.

— Então porque esta me olhando?

— Por acaso você é tão importante que é proibido te olhar? – continuou ironizando.

O incomodo se tornou raiva. Aquele cavaleiro conseguiu provocar Shina de uma forma bastante peculiar, tanto que ela não conseguiria mais ficar em sua presença, senão acabaria o agredindo com suas garras.

— Com licença. – disse Shina se retirando daquele lugar.

Ela sai bufando de raiva, ela sabia ler entre linhas. Milo estava a desejando com os olhos e isso a fez ficar possessa, pois sempre odiou esse tipo de olhar dos homens. Ela se sentia um pedaço de carne exposta no mercado, pronta para se escolhida em adquirida.

Gisty foi atrás dela e a chamou. Shina parou e virou o corpo para a amiga. A Amazona de Serpente se aproximou.

— O que deu em você?

— O que deu em mim? Impossível você na ter reparado como aquela cavaleiro olhava para mim.

— Reparei sim.

— Sabe o que parece? Que os homens resolveram me provocar hoje.

No local de antes, Marin e Aiolia se olhavam em cumplicidade, sabiam que aquele olhar de Milo não significava boa coisa.

— Querido, vou indo na frente, certo?

— Ok amor. – dando outro beijo rápido nos lábios de Marin.

— Tchau, Milo. – falou a amazona.

Milo apenas sorriu.

Aiolia se aproximou de colega e perguntou:

— Que olhar foi aquele para Shina?

— Que olhar? – questionou sinicamente.

— Você sabe muito bem.

Milo deu uma risada alta.

— Pensei que Seiya tivesse amansado a fera, mas pelo visto não.

Aiolia balançou a cabeça negativamente e advertiu:

— Se eu fosse você não brincaria com o fogo. A Shina não é mulher de aceitar conquistas baratas. Ela quebra sua cara.

Milo riu alto mais uma vez.

— Sou Milo de Escorpião, um Cavaleiro de Ouro. Você acha que vou levar surra de uma Amazona de Prata?

— Realmente você não a conhece.

— Na verdade tô começando a quer conhecê-la. E muito.

— Quer mais um conselho de amigo? Pare já com isso. Eu já disse: Shina não é mulher de aceitar conquistas baratas.

— Você sabe que eu amo desafios, ainda mais se eles forem cheirosos, cheios de curvas e indomáveis.

— Você não muda...

— Esse sou eu, meu caro. – apontou para si mesmo – O maior conquistador desse Santuário.

— E metido também.

— Eu sei dos meus atrativos. Quando ela provar do meu tempero, ou melhor, do veneno, não vai querer outra coisa na vida.

— Você não presta. - falou indo embora.

— Você que é certinho demais. – gritou.

Aiolia voltou e respondeu com raiva na voz:

— Não sou certinho desse jeito pejorativo. Eu sei fazer algo muito bem: sei respeitar as mulheres. Coisa que você não sabe, pois é um cafajeste barato. E mais: não espere que a Shina caía nos seus encanto. – e voltou a caminhar deixando Milo sozinho.

O Cavaleiro de Leão estava revoltado, ele não gostava da maneira que Milo se referia as mulheres e nem o modo que as tratavam. Ele sempre se lembrava de seu irmão Aiolos que dizia para ele, quando era pequeno: “um mulher deve ser respeitada sempre”. Ele não entendia como Milo conseguia deixar tantas mulheres em suas mãos, totalmente derretidas.

— Essas mulheres precisam de amor próprio. – pensou.


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