Depois do jantar, na beira da piscina da mansão Kido, Saori e Seiya se encontravam sentada numa espreguiçadeira de madeira e acochada. O cavaleiro estava inclinado para trás, com as costas encontradas e Saori se aconchegava entre seus braços, com a cabeça encontrada no peito do amado. O local era iluminado por pontos de luz incandescente, mas também, pela luz da lua (1). Após um longo beijo Saori comentou manhosamente:

– Estou tão feliz! Por acaso, se isso for um sonho, não me acorde.

– E você pensa que eu quero acordar? – perguntou beijando demoradamente o pescoço dela.

– Hum... – arrepiou-se – Então vamos viver esse sonho de corpo e alma, certo?

– Sim. Até porque, já temos a aprovação de nossos amigos e até o careca nós surpreendeu.

– Para você ver, falou tanto mal do pobre e ele reagiu tranquilamente.

– A culpa não é minha. Eu realmente não conseguia imaginar ele reagindo tão bem. Afinal nunca foi muito com a minha cara e dos meus amigos também, né? Imaginei-o dando num chilique e gritando: “Como pode esse pangaré namorando a senhora de todo esse império?”

– Viu como nós fazemos julgamentos errados?

– É, tenho que assumir meu erro. Até que o careca foi legal. Por aqui, e o pangaré foi aceito. Também me admirei com a memória de seu avô. Só falta saber a reação do povo da Grécia.

– Seiya, para de se chamar de pangaré, você não é isso e sim um cavalo alado, o meu pegasos. – e o beijo com carinho nos lábios.

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O casal chegou à mansão no final da tarde e encontrarou um mordomo desesperado. Mesmo sem dizer muitas informações, Saori o acalmou e ainda avisou que Seiya voltaria a morar na mansão.

Antes do jantar, os quatro amigos, June e Saori estavam sentados à mesa, esperando o jantar ser servido. Era um cômodo grande, com decorações claras dando ao ambiente um ar tranquilo. (2)

Saori chamou Tatsumi para se juntar a eles e então ela e Seiya comunicar que estavam juntos. Para Shiryu e Shun não foi espanto, na verdade não foi espanta para ninguém, nem mesmo para Tatsumi, que apesar de não concordar totalmente afirmou, após da demonstração de alegria de todos:

– Apesar de acreditar que a senhorita poderia conseguir um namorado de melhor partido, não posso me opor, por três motivos: o primeiro: sou apenas um mordomo, segundo: a senhorita já é adulta para tomar suas próprias decisões e por último: seu avô já tinha me alertado, antes de morrer, pois, mesmo sendo uma menina, a senhorita já demonstrava seu amor por Seiya. Então me cabe desejar - ti muitas felicidades.

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– Meu avô realmente pensava em tudo, até na área afetiva ele se preocupou comigo. E sobre o povo do Santuário, acredito que não será um assombro tão grande. Mas mesmo que alguém se levante contra, isso não vai me paralisar. O que te disse antes não foi da boca pra fora. Estou disposta a enfrentar o mundo para ficar junto a você.

– Eu também. Eu já fiquei muito tempo paralisado por conta dos meus temores, mas sua garra me deu força para enfrentar qualquer circunstância, como sempre fiz. Eu sou um privilegiado de ter o seu amor. – afirmou acariciando a face de sua amada - Enfrento tudo, até um certo playboy que andou te cercando de novo.

– Ah! Dê quem você está falando?

– Dê quem? O Julian Solo, ora! Ele veio lá da Grécia atrás de você e ficou grudado, dois dias, no seu pé.

Saori riu alto do ciúme do cavaleiro e brincou:

– Tá com ciúme...

– Tô mesmo.

– Seiya, não tem nada a ver. Ele mudou muito, não veio aqui para dar em cima de mim, ao contrário foi muito respeitoso.

– Mesmo assim, não gostaria que você ficasse perto dele, pois só lembro-me de coisas ruins vindas dele.

– Infelizmente não posso atender seu pedido, pois agora ele é parceiro da fundação e eventualmente terei que encontrá-lo.

– Aiiii... – reclamou bufando.

– Amor, eu te falei ele esta mudado, é uma pessoa totalmente diferente. Você não o reconheceria.

– Será que ele não fez um estilo “bonzinho” para te impressionar?

– Se isso fosse verdade, ele precisaria ser um excelente artista para que eu não percebesse. Eu até me identifique com ele em alguns momentos.

Seiya olhou na face de Saori com desconfiança.

– Querido, vou falar algo é quero que preste muita atenção: você é o amor da minha vida. Eu sempre te amei e te amarei eternamente. Posso assumir que até cogitei a hipótese de deixar rolar alguma coisa com Julian, se tivesse oportunidade. Pois, já estava sem esperanças de ter você para mim. Mas agora que o tenho, só quero você.

Ele sorriu e falou:

– Ok. Você me convenceu! Obrigado por me amar e esperar tanto tempo por mim. Peço-te perdão por te fazer esperar tanto. Eu acredito no nosso amor e também quero ficar do seu lado para sempre.

Saori sorriu largamente e os dois se beijarem.

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No dia seguinte, Saori acordou e se dirigiu ao banheiro, lavou o rosto e depois de enxugá-lo, ficou parada de frete ao espelho, deixou a toalha em cima da pia e começou a passar os dedos entre os cabelos. Lembro-se de uma conversar que teve com Pandora, quando ela estava morando na mansão.

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Em um salão de cabeleireiro muito amplo e luxuoso, com espelhos em todas as paredes, cadeiras acanhoadas em cor creme e funcionários devidamente uniformizados; se encontravam Saori e Pandora. (3)

Num canto mais reservado, as duas estavam sentadas em poltronas, seus cabelos estavam envolvidos em tocas laminadas, pois faziam tratamento capilar. Bebiam champagne e conversavam. Saori se sentia animada em ter a companhia de uma mulher, já que ela vivia cercada por homens (4). Então Pandora perguntou:

– Você sempre usou esse visual, né?

– Sim por quê?

–Você podia mudar um pouco. Igual ao que pretendo fazer.

– Mudar o visual? Não. Gosto do meu cabelo assim mesmo. Eu só aparo as pontas. Cabelo grande é minha marca.

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Saori continuava se olhando no espelho e afirmou:

– Acho que agora chegou à hora de mudar.

Depois do café da manhã, Saori convidou June para ir ao shopping e os rapazes foram para a piscina para aproveitarem o dia bonito que fazia.

Hyoga e Seiya estavam dentro d’água e Shiryu sentado na beira da piscina, com as pernas para dentro. Enquanto Shun se encontrava sentado em uma das mesas, que ficava envolta da piscina, debaixo da sobram feita pelo guarda-sol, se protegendo do sol.

Seiya contava, finalmente, para os amigos Hyoga e Shun, os detalhes do rompimento com Shina e os seus sentimentos por Saori.

– Sabe que é muito bom lhe ver assim, tão leve e feliz? Seu astral nos últimos dois duas estava me incomodando muito. – revelou Shun – Mas agora estou compreendendo melhor o motivo de tanta ansiedade.

– Sempre desconfiei do seu amor por Saori e vise-versa, nunca conseguiu entender bem o seu namoro com Shina. – comentou Hyoga.

– Insegurança. – afirmou Shiryu.

– Não só isso. Eu também gostava de Shina e junto de inúmeros questionamentos em minha cabeça, eu preferi ficar com a ela. Eu a achava a mulher certa para mim. Mas agora todos os meus conflitos interiores acabaram. – falou Seiya – Na verdade, acordei com uma ideia um pouco louca, então queria sabe a opinião de vocês.

– Pode conta. – disse Hyoga.

– Então se aproximem, pois é algo secreto ainda. – pediu Seiya saindo da piscina e sentando a mesa que Shun estava, Hyoga e Shiryu também foram atrás do amigo.

– Eu acredito que já levei tempo demais para decidi o que era realmente importante na minha vida sentimental, então estou a fim de surpreender. Vou pedia a mão da Saori, quero ficar noivo dela.

– Caramba! Realmente você quer ser rapidinho mesmo. – brincou Hyoga – Mais rápido que a velocidade da luz.

Todos riram e Seiya retrucou:

– Melhor assim, ao contrário de você que enrola a pobre da Eiri a anos. – alfinetou Seiya montando a língua para o amigo.

– Fala sério! Eu não estou enrolando ninguém! Estamos noivos e vamos nos casar em breve.

Shun e Shiryu riam muito da “discussão” dos amigos.

– Vocês tão rindo de quê? Se for assim, vocês também estão enrolando as namoradas de vocês. – comentou Hyoga.

– Êpa, apresado aqui é o Seiya, não venha culpar a nós. – pediu Shun com as mãos para o alto.

– Só vocês mesmo. – falou Shiryu rindo e balançando a cabeça negativamente.

– Brincadeiras a parte, eu realmente queria saber a opinião de vocês. Será que a Saori vai aceirar meu pedido?

– Uma coisa é fato: a Saori te ama demais. Ouso afirmar que, como humana, está ao sei lado é o que ela mais deseja. Então acredito que ela ficará radiante com esse pedido repentino. – afirmou Shun.

– Também acredito que ela ficará muito feliz. – concordou Shiryu.

– Então está resolvido. – animou-se Seiya.

– Aonde e como será isso? – perguntou Hyoga.

– Já planejei algo em minha mente e gostaria da ajuda de vocês, vejam se curtem.

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No carro, no caminho de casa, Saori e June conversavam sentadas no banco de trás, e o motorista dirigia na frente. A deusa percebeu que, de vez em quando, o homem a olhava pelo retrovisor com uma expressão questionadora.

– O que foi Ken? Por que essa cara?

– Desculpe. Mas não posso deixar de reparar em sua mudança. – respondeu sem graça.

– Sem problema. Eu sei que radicalizei. Mas o que você achou?

– Eu?! Bem, a senhorita ficou bonita. – afirmou coçando a cabeça.

Então June comentou:

– Você está muito bonita mesmo, mas não tem como não se surpreender com o seu novo corte de cabelo.

Saori sorriu vitoriosa e abriu a boca para respondeu o comentário da amazona, mas seu celular tocou e ela atendeu.

– Oi Julian!

– Desculpe o incomodo, mas estou ligando para me despedir, estou embarcando agora para Grécia. Espero pode revê-la em breve.

– Ah sim. Com certeza. E desculpe por não te ligado, mas não tive tempo.

– Imagino.

– Boa viagem!

– Obrigado.

Saori percebeu que June permaneceu com o olhar para fora do carro e comentou:

– Que furo, eu disse que ligaria para ele, mas acabei esquecendo.

A amazona apenas balançou a cabeça positivamente. Ela imaginava que os pensamentos da deusa, nessas últimas horas, estavam fixos em apenas um nome: Seiya. Por isso, era normal Saori esquecer tudo em sua volta. June sabia exatamente o que era a sensação de está nos braços de quem se ama.

Quando Saori e June chegaram à mansão, já era inicio da tarde, Tatsumi foi ajudar a deusa, pois ela trazia algumas sacolas e levou um susto com o novo visual dela. Saori apenas riu da cara engraçada que mordomo fez. Como os rapazes não estavam em casa, cada uma se dirigiu o seu quarto, para desancarem um pouco.

Depois que entrou no seu quarto, Saori deixou as sacolas num canto próximo à cama. Ela abriu o guarda- roupa e observou cada peça de roupa, noventa portento eram peças brancas. Então ela foi tirando cada uma e colocando em cima da cama.

– Preciso selecionar cada uma dessas peças, a maioria vou doar.

Seu telefone celular apitou avisando que acabará de receber uma mensagem de texto, assim ela foi conferir.

Era Seiya: “Oi meu amor! Não sei se já chegou em casa, mas logo estarei ai para te levar a um lugar especial, por isso prepare-se.” (I)

A deusa ficou muito curiosa. Logo escolheu uma das roupas novas e começou a se arrumar.

Um tempo depois, ela já estava pronta, só terminava de passar batom quando escutou batidas na porta do quarto, pegou uma pequena bolsa dourada e se dirigiu até a porta, quando a abriu, viu Seiya vestido com uma camisa pólo verde musgo e uma calça jeans caqui. Ele ficou paralisado quando viu sua amada. Ela usava um vestido salmão rendado, um pouco acima do joelho, com um sinto fino na cintura (5). Mas o que o deixou chocado foi o corte de cabelo dela, que estava na altura do pescoço (6).

– Sa... Saori, o quê você fez, amor?

– Por quê? Não gostou? – perguntou com um leve sorriso, se divertindo com a expressão do namorado.

– Não! Você está linda, apesar de muito diferente. Só quando você era menina que tinha o cabelo nesse tamanho.

– Resolve mudar de vez.

Seiya beijou os lábios de Saori e deu o braço a ela.

– Vamos?

Nas escadas ela perguntou:

– Para onde vamos?

– Surpresas.

No carro Saori percebeu onde o motorista estava conduzindo o veiculo.

– Estamos indo para píer da praia, Seiya?

– Sim.

Ao chegar ao destino, o motorista foi dispensado por Seiya e ele conduziu Saori até onde ficava parada a lancha que pertencia a ela e a ajudou a embarcar. Para surpresa de Saori, Seiya quem dirigiu a lancha até um determinado ponto do mar.

– Eu não sabia que você dirigira lancha.

– Na verdade eu pedi para o responsável dela me dar uma orientação básica, apenas para traze - lá até aqui e retornar ao píer. – respondeu desligando o morto – Venha comigo.

Então os dois foram para a proa da embarcação. O sol já estava se pondo, fazendo com que o céu ficasse alaranjado, o cenário era perfeito, como o cavaleiro queria. Ele abraçou sua namorada pela cintura a trazendo para mais perto dele e a beijou.

– Linda surpresa querido! Está aqui junto a você, nesse lindo pôr do sol é realmente um momento especial.

– Mas não acabou. – sorriu entregando nas mãos dela um lírio branco, com o centro tingido de rosa – É para você.

Saori sorriu e pegou a flor, quando a aproximou do rosto percebeu um anel encaixado nos cabinhos do miolo. Ela tirou à jóia reparando que era uma solitária de ouro, com uma pequena pedra de cristal. Ela olhou Seiya com uma expressão curiosa.

– Sei que estou sendo rápido, mas você aceita se casar comigo?

– Hã? – perguntou com os olhos começando a lacrimejar.

– Então, o que você me diz?

– Eu te amo! – e o abraçou com força – Lógico que eu aceito me casar com você.

Seiya sorriu, pegou o solitário e pós no dedo anela direito de Saori.

– Eu, infelizmente, não pude compra uma jóia que fosse a sua altura, com um diamante verdadeiro, pois meu rendimento não é tão alto assim.

– Eu não me importo. Você sabe que não sou mais ligada a esses luxos, as únicas jóias que ainda tenho fora as dadas pelo meu avô. – e olhando o anel em seu dedo, completou – É lindo e tem um grande valor para mim, pois foi dada por você.

Dentro da lancha, Seiya estourou uma garrafa de champanhe e os dois brindaram.

– Eu juro que farei você à mulher mais feliz desde mundo.

– Eu já sou à mulher mais feliz.

Seiya tirou da geladeira uma bandeja em formato de barco, repleto de sashimis, sushis, niguiris e principalmente uramais que era o que ela mais gostava.

– Te convido para jantar comigo.

– Uah! Que delicia!

Assim os dois aproveitaram o máximo aquele momento, tão especial, e terminaram a noite se amando.