Mistérios do coração escrita por Anjo Doce


Capítulo 10
Décimo


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo a todos! Obrigada Maré por seus comentários.



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Na Vila Rodorio, Algol e Babel caminhavam na rua comercial e conversavam.

– Tem certeza que você vai encontrar esse tal de tiramissu (1) aqui?

– Claro. Eu descobriu uma doceria, aqui perto, que faz receitas de todo o mundo, basta encomendar e foi o que, mais cedo. Quero fazer uma surpresa para Shina, pois ela ama esse doce.

– Juro que eu não sei o que a Shina tem para mexer tanto contigo. Ela é tão irritante e autoritária.

– Por incrível que pareça, é isso que gosto dela. Mulheres submissas são chatas. Gosto dela, pois tem opinião própria e atitude.

– Cada um com seus gostos. Eu já prefiro uma mulher mais tranquila.

– Eu sei. Ai você dominar a coisas.

– Como se você não gostasse de dominar...

– As outras sim, principalmente entre quatro paredes, mas a Shina é diferente. Eu não me importaria se ela tivesse rédeas sobre mim.

– Amigo, você é louco, com certeza!

– O que você chama de loucura, eu chamo de amor. - e com um olhar distante prosseguiu - Agora que ela voltou, tenho a esperança de conquistar aquele coração complicado e finalmente tê-la em meus braços.

– Boa sorte, pois você vai precisar. - desejou Babel e sorrindo e dando tapinhas leves nas costas do amigo.

########

Amanheceu e Saori estava dormindo quando sentiu beijos em seus lábios, abriu lentamente os olhos e viu Seiya que estava deitado ao seu lado, ele usava uma calça de pijama.

– Vamos acordar preguiçosa? Já passam das dez da manhã.

– Seria? – perguntou se espreguiçando.

– Esta com fome? Preparei um café da manha para você. Não esta igual ao café da mansão, mas da para matar a fome.

– Estou morrendo de fome...

Então Seiya levantou e foi até o móvel ao lado da cama e buscou uma bandeja cheia de alimentos. (2)

– Temos: leite, suco de laranja, toradas, queijo e morangos. – mostrou – O que você prefere? – e pós a bandeja sobre a cama.

Eles saborearam o café e depois acabaram voltando a se amarem.

########

No início da noite, Shina tinha acabado de tomar banho e vestia uma calça de malha cinza e uma blusa de alça preta. Ela estava sentada na cama, penteando os cabelos molhados com um pente e, de repente, lembrando-se dos olhares indiscretos de Milo mais cedo.

– Eu não sei se vou aguentar esse cara me encarando todo o dia. Eu me conheço, daqui a pouco vou voar no pescoço dele.

Para muitas mulheres ser desejada por um homem, principalmente se fosse bonito como Milo, era um motivo de vangloriar-se, mas para Shina era o fim. Ela acredita que situações como estás eram de total desrespeito. Tudo que Shina havia brigado para conseguir eram o respeito e a distância de todos os homens daquele Santuário, mas parecia que estava tudo se desmoronando e isso estava deixando-a aborrecida.

Então ela ouviu batidas na porta de aceso a rua. Ela estranhou, passou os dedos entre os cabelos para esvoaçá-los e foi atender.

– Algol! O que está fazendo aqui? - perguntou observando que ele trazia um pacote, de formato retangular, nas mãos.

– Boa noite! Não queria incomodar, mas trouxe um presentinho para você. - estendeu o pacote em direção a ela.

– O quê é isso? – perguntou estreitando os olhos.

– Não fique desconfiada. Pegue e veja.

Shina pegou o pacote e percebeu que tinha uma consistência frágil.

– Entre. - pediu a amazona.

Algol entrou, enquanto Shina colocava sobre a mesa de centro o embrulho. Quando abriu se surpreendeu e sorriu.

– Tiramissu! Aonde você conseguiu isso?

– Numa doceria no Rodório. Um dia te levo lá, se você quiser.

Shina não disse nada, apenas olhava o doce, que tinha um formato de uma torta retangular, como um sorriso.

– Esse doce me trás tantas recordações boas... Lembro da minha mãe e da minha infância.

– Eu sei, me lembro de você contar sobre isso, por essa razão que o encomendei para você.

– Obrigada! - agradece Shina olhando para Algol.

– Então, será que eu posso provar esse doce tão especial? - perguntou em tom de brincadeira.

– Tá certo. Vamos até a cozinha.

Na cozinha Shina colocou o doce na mesa e enquanto Algol sentava, ela pegava dois pratos e colheres. Ela serviu o colega e a si própria.

– Muito bom! Por isso que você gosta tanto. – afirmou o cavaleiro ao provar.

– Sim. Está uma delícia, mas tem algo diferente... Tem gosto de...

– Conhaque? Sim, quando encomendei, perguntar se eu desejava que tivesse um toque de conhaque e eu achei que ficaria bom.

– Realmente ficou bom.

– Sua reação, com o doce, foi tão boa. Eu não imaginava tanto.

Shina tinha realmente uma expressão de alegria.

– Foi bom lembrar a minha mãe, ela era tão bom... - mas logo mudou a forma de falar - Pode dizer o que você pretende com isso?

– Eu queria dar as boas vindas a você, por ter voltado ao Santuário.

– Só isso? Não acredito.

– Pare de ser desconfiada e ficar na defensiva. Não comigo, afinal nos conhecemos há tanto tempo, desde garotos, e sempre nos demos tão bem. Por isso, fiquei feliz com sua volta. Gosto muito de você e também te respeito muito.

– Ok. Você tem razão. – disse se servindo de mais um pedaço de doce.

– Eu estava pensando, nunca te falei, mas acredito que você é a melhor amazona desse Santuário.

– Nossa!!! Apesar de ficar feliz com seu elogio, tenho que falara que você exagerou um pouco. Sei que sempre fiz o possível e o impossível para ser forte e aperfeiçoar minha técnica, mas dai ser a melhor: é demais.

– Você tem algo que julgo fundamental em qualquer guerreiro: frieza.

– Pois é, eu já fui muito fria, porém hoje, sou menos.

– Verdade? Atualmente, você seria capais de livra a cara de um inimigo?

– Se ele me convencesse de seu arrependimento, por que não?

– Mudou mesmo! – exclamou surprese.

– Isso é uma crítica negativa?

– Crítica negativa? De forma alguma. Apenas uma constatação de sua mudança.

– Na verdade, estamos sempre mudando, faz parte do amadurecimento. A Shina do passado se “aperfeiçôo” e hoje é mais madura. Isso também aconteceu com você.

– É mesmo. – ficou pensativo por algum momento – Mas mudando de assunto: você não me disse se aceitou meu convite para irmos à festa no Rodório.

– De novo isso?

– O que tem demais você ir comigo?

– Vamos fazer o seguinte – falou se levantando e puxando Algo pelo braço e levando para sala – Nós nos encontramos lá, tá certo?

– Eu aceito. – se conformou o cavaleiro.

– Eu agradeço o tiramissu, está uma delicia. A nossa conversar está ótima, mas preciso descansar. Então espero que você não se importe de me deixar sozinha. – pediu com um leve sorriso.

– Claro que não me importo. – se dirigiu a porta e Shina o acompanhou – Até amanhã.

No lado de fora da casa de Shina, o Cavaleiro de Perseu caminhava e pensava: “Sei da dificuldade da aproximação mais profunda com você, Shina, mas não quero desistir. É incrível com você me encanta desde sempre, parece um feitiço, um delicioso feitiço que eu não quero me curar. Um dia, você será minha.”

Dentro de casa, encostada com as costas a porta da rua a Amazona de Cobra respirava fundo:

– Que bom que ele foi embora! Nada contra, ao contrario, ele é bonito, forte e atraente. Eu gosto dele, mas não da forma que ele deseja. Espero que ele não fique pegando no meu pé nessa tal de festa.

##########

No apartamento de Seiya, Saori acabava de se arrumar, estava de frente para o pequeno espelho preso na porta do armário do quarto. Ela estava vestindo a roupa da noite anterior e penteava seus cabelos, que se achavam úmidos. Mas sua mente se encontrava distante, ela pensava em algo.

Seiya entrou no quarto, tinha acabado de sair do banho, vestia apenas uma bermuda jeans e enxugava seus cabelos com uma toalha. Então a deusa “acordou” de seus pensamentos, ela se aproximou de Seiya e afirmou:

– Acredito que, agora, você não precisa mais morar nesse apartamento, você pode voltar para mansão. Assim, além de ficar mais próximo de seus amigos, também ficará próximo de mim.

– Será que devo mesmo voltar?

– Claro que sim. A não se que você não queira. – respondeu com uma voz triste – Você morava lá antes de trazer a Shina para o Japão. Pensei que gostaria de voltar.

– E gostaria. Mas, agora, tudo mudou. Não sou apenas mais uma de seus cavaleiros, sou seu namorado. Podem implicar com isso? Na verdade ainda estou inseguro.

Saori sorriu e segurou o rosto de Seiya entre suas mãos.

– Querido, você sabe que as pessoas sempre vão arrumar uma forma de nos julgar, mas não devemos deixar de ser feliz por isso. Concorda? Vamos viver nos sonho e deixar os comentários maldosos para trás, até porque, a opinião que mais importa para nós é a dos nossos amigos, certo? Tenho certeza que eles vão nos apoiar.

– Tem razão. - disse beijando levemente os lábios de sua deusa.

Mas o beijo foi interrompido com o celular de Seiya que tocou. Ele foi até a escrivaninha, pegou o seu celular.

– Oi Shun. – atendeu encostando-se ao móvel.

– Oi Amigo! Não quero ser indiscreto, mas a Saori está ai com você, certo?

– Sim.

Eu ligue para você, pois o celular dela está desligado... Seiya pede para ela dar uma ligação para o Tatsumi, pois ele ta quase surtando de preocupação. Por mais que tenha dito que ela esta bem.

Seiya riu alto.

– Pode deixar que vou falar para ela. – desligou o celular e olhou para Saori que não estava entendendo nada – O seu cão de guarda esta louca atrás de você.

– Você está falando do Tatsumi? – Seiya assentiu – Tadinho! Ele só esqueceu que não sou mais aquela menina e ainda se preocupa muito comigo.

– Ele é um chato, isso sim. Tenho certeza que vai falar um monte em seu ouvido e será o primeiro a ir contra a nossa relação.

– E você vai deixar que isso interfira em algo?

– De jeito nenhum. – afirmou com um sorriso levado e abraçando Saori – De repente me deu muita vontade de gritar, aos quatro ventos, que te amo e que estamos juntos. – e a beijou.

– Então arrume suas coisas e vamos para casa.

#########

Bem cedo, na arena, muitos guerreiros treinavam. Dentre eles se encontravam Shina e Gisty, que quase sempre treinavam juntas. De repente elas sentiram a precisa de um cosmo conhecido e pararam para procura de onde vinha. Os olhos das duas percorreram toda a arena, então sentada num canto da arquibancada, elas viram uma mulher de longos cabelos ondulados e negros e pele morena. As amigas se olharam alegres e foram em direção aquela mulher, que sorriu para elas.

– Barbela? - perguntou Gisty.

– Como vão minhas meninas? - respondeu a mulher se levantando – O tempo fez muito bem a vocês, estão mais bonitas e fortes!

– Não acredito que seja você mesma! São tantos anos... - disse Shina.

– É verdade. Por conta disso, eu não mereço um abraço, não?

Assim Barbela acolheu as duas disciplinas em seus braços e as três focaram abraçadas por algum tempo. Quando se separaram Shina perguntou:

– Mas por onde esteve estes anos?

– Tive por muitos lugares, porém conversarmos mais tarde. O que acham de ir a algum lugar à noite? Assim poderemos melhor.

– Por mim será ótimo? E para você, Gisty?

– Vou falar com Shiva, mas acredito que não haverá problema. Afinal encontro de mestra e disciplinas ele não vai se implicar.


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Notas finais do capítulo

(1) Tiramissu - Doce típico da Itália. Consiste em camadas de pão de ló, biscoito champagne, embebidas em café, entremeadas por um creme à base de queijo mascarpone e polvilhadas com cacau em pó.
(2) Para quem quiser lembra como é quarto de Seiya veja inicio do episódio 3 ou o inicio do filme de Abel.



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