Take My Hand escrita por AliceCriis


Capítulo 3
2 – O que é imprinting?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/50377/chapter/3

2 – O que é imprinting?

 

Todo o tempo que eu passei de castigo por ouvir aquela conversa, não era nada a ser comparado com o tempo que passei sem poder ver Jacob. Eu estava completando quase todo o meu crescimento.

 Eu era uma adolescente de oito anos... Seis anos tinham se passado com extrema velocidade. Jacob não tinha mudado, continha o mesmo rosto jovem e perfeita. Como eu o amava... mais não era o que eu queria pensar agora, estava tentando entender... o que estava realmente acontecendo comigo.

 Não era mais  tão simples estar ao lado de Jake. Algo tinha mudado... mudado muito. Era simples perceber... quase obvio. Acontecera que eu mudara muito, e ele continuava exatamente como tudo começou. Não digo apenas de aparência... quero dizer... por dentro.

 Simplesmente...eu esquecia disso, ao estar ao lado do corpo fervente – ou talvez isso só aumentasse.

 Uma pergunta em minha cabeça, não fazia jus a sentido. O que era imprinting?

 O que tinha de errado com ele? Qual a conexão que ele tinha á mim? Porque eu tinha medo de perguntar á minha família?

 Meu pai e minha mãe – incluindo Jacob – ficaram estupefatos, ao ver que eu ouvira aquela maldita conversa – gerando os castigos mais longos de minha existência

 E acima de tudo, vendo como eles detestavam aquele assunto, nunca mais me encorajei a pedir o que seria aquilo... Era igualmente preocupante, deixar Jake no mesmo cômodo que Rose – minha tia – que sempre desejara arrancar a cabeça do pobre alfa.  Concluindo tudo, logo teria de descer, para evitar que ele passasse de seus limites.   

Me fitava no espelho, para ver exatamente o que eu havia mudado em mim. Eu tinha um cabelo enormemente comprido, e uma aparência normal de mais ou menos 17 á 19 anos. Coloquei uma calça jeans e uma camiseta curta – era um dia extremamente raro em Forks... um dia de sol.

 Localizava-me na casa de minha avó Esme, onde ficava a maioria de meu tempo. Desci as escadas com o nariz  devidamente apurado a encontrar o  aroma amadeirado e quente, emanando-se no ar.

 - Ei loira... você não me arrancaria daqui nem se quisesse...- zombou Jake.

 - Você sai em partes, vira-lata fedorento. Como Nessie te atura? – Rose estava surpreendida.

 - Será que vocês não podem agir como seres racionais nem por um minuto? – eu gargalhei.

 - Não peça demais, Renesmee. – Rose bufou – como quer que seu vira-lata seja racional?

 - Não diga muita coisa, Rose... você está sendo tão infantil quanto ele... – eu cruzei os braços.

 - Antes que diga mais alguma coisa assim, vou sair daqui... mais estou de olho em você. – Rose estreitou os olhos para Jake e sumiu pela escada.

 - Quando eu vou poder confiar, que você não irrite Rose? – eu me sentei ao seu lado.

 - Quando ela parar de me chamar de vira-lata fedorento...num geral. – ele sorriu e me envolveu em seus braços quentes.

 - Quando eu vou poder ficar em paz com vocês dois? – eu sorri.

 - Eu te digo quando... – pausou – NUNCA!

Ele gargalhava como um maníaco e tocava meu troco com suavidade. Estar com ele, era o melhor de meus presentes, o melhor de meu momento. Respirar o mesmo ar que ele, sugar o aroma selvagem de seu corpo...era fantástico.

 - Renesmee? – meu pai apareceu, e seu rosto em confusão, me deixou envergonhada. Claramente ele lera minha mente... porém, esse era o único defeito dele, mas eu sei que realmente não é um defeito. É um dom.

 Bom para ele, nem tão bom para quem convive com ele.

 - O que foi pai? – desengasguei.

 - Depois conversamos. – respondeu meio desgostoso.

 - O que deu nele? – Jacob ria.

 - Minha cabeça... – eu bati na testa;

 - O que anda pensando, mocinha? – Jake, fingiu-se de autoritário.

 - Nada de mais, Senhor Black. – sorri.

 - Tem certeza? Posso checar? – ele pegou a palma de minha mão, e colocou-a em seu rosto de maneira carinhosa.

 - Eu já disse... não é nada!

 - Mostra Nessie... – ele implorou.

 - Já que insiste... – deixei que meus pensamentos anteriores e atuais fossem transmitidos a sua cabeça, com apenas o contato de minha mão em seu rosto fervente.

 Fechei meus próprios olhos, e deixei-me por levar com o calor de sua pele quente e morena.

 Depois de mais algum tempo, me levando pelas imagens que se desencadeavam de minha mente para a sua, abri meus olhos e com os próprios mareados, ele me fitava com emoção. E com o susto por sua reação, a pergunta que tanto me atormentava, soou para sua mente como o vento soprando a brisa serena...

 O que é imprinting?

Foi esta a questão que não me satisfazia, que fugiu de meu controle em um segundo de susto.

 - Ainda lembra-se disso? – questionou torturado.

 As cores e os demais sons desapareciam por completo á nossa volta. O frio me levava para o mais distante que conseguia.

 - Desculpe... – engoli seco. E assim, senti uma lágrima brotando de meus olhos.

 - Não é culpa sua, Renesmee... – ele secou a gota, que deslizava por meu rosto. – É puramente minha... – ele se culpava, e assim pude ver como a mágoa o tomava.

- Pelo que? – senti seus braços me acolhendo mais uma vez.

- Eu não deveria esconder uma coisa que faz parte de mim... e de você. – ele fungou.

 - Jake... confie em mim... – forcei-me a olhar em seus olhos.

 - Eu sei... eu confio... mais isso não é algo que... seja agradável. – ele escondeu o rosto com as mãos.

 - Eu sempre vou estar aqui... meu Jake. – tirei as mãos de seu rosto, e pude sentir uma calma  o atingindo... Tio Jazz? Não... ele estava fora da cidade...

 - Lembra-se de Quil e Claire? – ele pausou, de maneira pouco desgostosa.

 - Sem dúvidas... – lembrei de meu último final de semana em LaPush.

 - Você vê como Quil é para Claire? – ele mudou o tom calmo para a seriedade.

 - É tão intensa, que chega a ser um pouco anormal... – eu disse pouco pensativa.

 - É como olhar para nós, Nessie... – ele complicou a voz, o silêncio... o choque...parava a circulação á nossa volta.

 - Jake? – cuspi seu nome – Não estou entendendo... – tive a imagem de Quil e Claire em meus olhos, e pouco a pouco eles se transformavam em Jake e eu.

 - Renesmee! – eu ouvi a voz de minha mãe, nervosa e amedrontada.

 - Mãe, eu... – Jake tapou minha boca.

 - Ela tem que saber, Bella. – ele disse triste.

 - Jacob... eu não sei se não é errado. – ela arrepiava seus cabelos longos e lisos.

 - Renesmee Carlie Cullen! – agora era a voz de meu pai – isso não é correto. – ele abraçou minha mãe.

 - Deixe-os... Jake não pode mais esconder isso. – minha mãe afagou o rosto do jovem vampiro.

 - Eu ainda não sei... – a voz de meu pai pesava de receio – não estou pronto para perder minha Renesmee.

“ Está tudo bem, pai. Eu não faço idéia do dia em que você vá me perder. Eu juro.” Pensei e ele sorriu com o rosto transfigurado.

E aos poucos Jacob me arrastava porta a fora, e a visão de meus pais sumia, pouco a pouco.

 O silêncio que pairava entre nosso redor era doloroso. O quão ruim poderia ser isso?

Ele chegava ás primeiras árvores do quintal.

 - Quero que saiba, que estou mais perdida do que cego em tiroteio... – curvei meus lábios para cima. E ouvi a risada rouca e sonora ecoando por sua boca.

 Ele se sentou abaixo da arvore principal, e com a expressão mais calma, bateu vagamente á seu lado para que eu me sentasse ali.

 Prontamente o fiz.

 - Renesmee Carlie Cullen. Você é o centro de meu universo...- ele começou com a doce e rouca. – Se tornou isso dês da primeira vez que a vi.

 - Mais ainda não sei o que é imprinting. – eu mordi o lábio.

 - Me diga uma coisa... – ele estava falando mais sério... muito mais... eu diria que nunca falara assim comigo. – me jure... me jure que nada vai mudar entre nós... – ele fechou os olhos castanhos e sugou o ar. – Me prometa que não fará nada que não queira, porque acha certo... faça o que desejar... não o que te parece correto... – ele parecia segurar as lágrimas.

 Que arrependimento! Se eu pudesse nunca ter tocado nesse assunto... seria menos doloroso... para ambos os lados.

 - Eu te prometo, Jake. – senti as lágrimas me traindo, e escorrendo por meu rosto mais uma vez.

 - Imprinting... – ele respirou fundo. – é uma coisa de lobos, Néss. Que praticamente todos eles tem... inclusive eu por você. – sorriu e abriu os olhos. Com todo o cuidado que o cabia, colocou-me em seu colo e passou seus braços por minha volta.

“ e assim que te vi pela primeira vez... tudo em mim, me fez ligar-me á você de qualquer e total forma. Me fazendo ser o que você precisa, precisou, e precisará; Um irmão... uma amigo... um pai...

 - O amor da minha vida... – sussurrei com a empolgação de seu conto... e senti seus braços me apertarem mais, e sua respiração se acelerar mais.

 - Renesmee... – ele afagou meus cabelos cor de cobre e senti alguns soluços vindo dele – eu serei o que você quiser que eu seja... sempre.

 Ele sempre agira como meu amigo... meu irmão. Mais eu sabia que mudava algo dentro de mim. Jake se tornava mais que um amigo... porém... nunca me tratara como eu realmente desejava. Como uma verdadeira adolescente – mesmo sendo diferente em várias formas.

 E como dizer a ele... que eu queria mais que um irmão e um amigo? Eu poderia estragar tudo, o que eu tive durante tanto tempo em minha vida...

 Ainda em seus braços eu podia sentir que o silêncio era tudo a ser dito naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Take My Hand" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.