1 – Crescimento acelerado.
Meus olhos se abriram, com uma pequena fagulha de sol na janela. Minha mãe já não estava mais ali. Um delicioso cheiro de chocolate quente invadiu-me e fui levada para a cozinha.
- Bom dia... – bocejei e esfreguei os olhos.
- E finalmente conseguiu dormir... – comentou sorrindo, e servindo algumas coisas na pequena mesa.
- Onde está o papai? – estreitei os olhos.
- Ele fora falar com Carlisle... – iniciou minha mãe. – Sente-se. – puxou a cadeira para mim, e prontamente sentei.
Comecei a comer alguns sanduíches e a tomar um pouco de café.
Realmente o sangue fora mais doce e delicioso do que estas comidas humanas.
A porta da sala se abriu e mais que de imediato, senti o cheiro amadeirado que eu tanto amava.
- Jake! – corri para a porta que fora aberta e logo pulei em seus braços;
- Nessie... – ele me abraçou e sugou o cheiro de meus cabelos.
- Senti sua falta... – choraminguei.
- Me desculpe... ando muito relaxado em relação é minha alcatéia... – ele sorriu e me sentou em seu braço.
- Ela mal dormiu á noite... – murmurou minha mãe, enquanto adentrávamos a cozinha.
- Eu ainda tenho que dormir... – confessou num murmúrio.
- Está com fome? – perguntou minha mãe, direcionada á Jake.
- Com certeza, senhora Cullen. – ele sorriu e sentou numa das cadeiras diante da mesa;
- Algum problema em vista? – perguntei como uma adulta, e me sentando em uma das cadeiras presentes ali.
Eles riram de meu vocabulário;
- Não, nenhum problema, Néss. – ele disse abocanhando um bacon de seu prato.
- Então pra que tantas rondas? – bufei.
- Ainda lembra como nos chamamos? – perguntou Jake, divertido.
- Protetores... – disse mal humorada.
- Acho que já respondia sua pergunta; - sorriu.
- Coma, filha. – mandou minha mãe, sorridente.
Emburrada, mandei a comida para dentro. Não prestei atenção ás gracinhas que Jacob fazia para mim.
- Acabei. – anunciei levando meu prato á pia.
- Pode arrumar seu quarto, agora. – minha mãe ordenou e gesticulou á meu quarto.
Me afastei um pouco da cozinha, para arrumar meu quarto, e alguns murmúrios ecoaram por meus sensíveis ouvidos.
- Ainda estou preocupada com ela... – a voz agoniada de minha mãe, soava delicadamente para o corredor.
Me escondi em baixo do sofá do corredor e continuei a ouvir os seus sussurros.
- Tudo bem, Bells... – ele pausou – Nahuel continua jovem, lembra? – Jacob, acalmou-a.
- Ele não é uma garota, e como ele pode ter veneno, e Renesmee não? – ela choramingou.
- Bells, não invente, ele tem irmãs e com a mesma aparência e estatura dele. – ele a acalmou mais uma vez.
- Sabe Jacob... – minha mãe soou pensativa – as vezes eu quero arrancar seu pescoço, mais em outras horas eu te adoro. – ela sorriu.
- Isso é algum tipo de elogio? – ele encheu a boca.
- Talvez... mais como por exemplo ontem á noite – ele parou e o tom de brincadeira fora substituído pelo ciúme.
- Isso nunca esteve em meu controle... – ele respondeu com a voz fraca, e a seriedade tomou conta do pequeno cômodo.
Sobre o que ele estava falando? Eu fiquei confusa. E o silêncio que tomava a cozinha estava me deixando aflita.
- Eu entendo, Jacob. – comentou mamãe com a voz mais carinhosa. – O imprinting é de sua natureza, inevitável. – ela finalizou.
- Obrigada, Bells – ele suspirou vencido – vou ver Renesmee. Está demorando demais. – ele arrastou a cadeira.
E com agilidade, levantei de debaixo do sofá e mesmo assim, Jake me assustou.
- O que estava fazendo ai Nessie? – ele abriu os olhos saltando das órbitas.
- Eu... Eu... – tentei encontrar uma resposta convincente, mais não... ela não estava á meu alcance.
- Estava bisbilhotando, dona Renesmee? – ele estava quase azul. Ele havia citado algo que não desejava que eu ouvisse?
- Quase isso... – eu cocei a cabeça.
- O que ouviu? - ele se abaixou, e chegou ao nível de meu rosto, fitando meus olhos.
- Algumas coisas confusas... – eu mordi o lábio, apreensiva por sua reação;
- Nessie. O que ouviu? – minha mãe apareceu sobrepondo Jacob, sua expressão era mais pálida do que nunca.
- Só que eu cresço rápido demais e mais uma coisa... – eu parei e engoli seco. Era tão desconfortável essa situação...
- Ela ouviu... – choramingou minha mãe.
- Eu... tenho que... ir. – Jacob soltou as mãos de meu rosto e, com a expressão torturada, caminhou numa vagante, num ritmo indecifrável.
- Está de castigo, Renesmee. – disse minha mãe pesarosa.
- Porque?! – puis as mãos em meu rosto – o que eu fiz?
- Você nunca me ouviu, que ouvir a conversa dos outros é errado? – o pesar ainda era contido em seu rosto.
- Mais era sobre mim! – me defendi como podia.
- Mesmo assim... é errado. Sem discução. – justificou-se ela.