Se eu não tivesse você. escrita por Natália Levesque


Capítulo 3
As primeiras palavras.




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– O que você quer? gritei ofegante- porque você anda me espionando?
– É... ãn... foi o que ele tentou dizer.
– Diz! O que você quer de mim? eu diminui o tom de voz, todos estavam olhando para nós. Porque você ta me seguindo? Eu já estou ficando com medo de você eu disse quase chorando, afinal aquela não era uma boa hora dele aparecer, eu já estava mexida com a situação do meu pai e eu estava apavorada com a perseguição dele.
Então ele fez algo que eu não esperava, ele me abraçou. Como assim um estranho que me persegue me abraça? Eu juro que não entendi.
–Ei, calma ele disse ainda me abraçando É por uma boa razão, desculpa se eu te assustei mas estou fazendo isso por uma boa razão. Acredite.
Então eu fui parando de chorar e aos poucos, me afastei rapidamente e o olhei.
– Me conta? eu disse enxugando minhas lágrimas.
– Olha, eu não posso te contar agora, é sério. ele disse ainda preocupado - Mas juro, eu te prometo que eu vou te contar, mais ainda não é a hora.
Olhei para ele, e só agora consegui reparar. Ele tinha olhos castanhos escuros, uma pele branca lisinha,cabelos pretos o que na minha opinião é considerado bonito.
Não sei como e nem porque, mas eu senti algo naquele instante, olhando para ele. Algo que nunca havia sentido antes, meu coração... Não sei o que aconteceu com ele.
Então interrompi meus pensamentos e disse:
– Porque devo confiar em você?
– Porque eu quero seu bem, acredite ele disse atento
De alguma forma, por mais que eu não o conheça e não saiba as intenções dele, eu acreditei e não foi difícil.
– Tudo bem eu disse virando as costas para ele e voltando para o carro
– Ei ele gritou
Eu virei, e o olhei
– Meu nome é Guilherme, caso queira saber ele deu uma risadinha
– Na verdade eu não queria, mas obrigada por dizer eu disse tentanto menosprezar ele
Virei novamente em direção ao carro e andei, eu consegui ouvir ele rindo, e eu ri também. olhei para trás devagar, para ver se ele ainda estava olhando, e ele estava e estava com um sorriso bobo no rosto. Virei a cabeça rapidamente para frente de novo e continuei andando.
A Júlia veio correndo na minha direção.
– O que aconteceu? ela disse ofegante e sorrindo como se eu tivesse beijado ele ali.
Enquanto estávamos indo para casa eu contei a ela tudo o que eu conversei com ele lá no hospital, e de como eu fiquei surpresa com a reação dele, com o que ele disse.
– Ele está afim de você ela disse colocando a mão no coração e se balançando com uma cara de apaixonada.
– Claro que não! eu afirmei É Impossivel e uma péssima hora para isso.
Júlia riu e deixou de falar sobre isso.
Chegamos na minha casa, eu peguei algumas roupas, e coisas que eu precisaria levar para a casa da Júlia. Entrei no carro e fomos como diz a Júlia: Meu lugar.

A casa da Júlia era linda. Estava sempre arrumada, tinha cômodos grandes e com cheiro de flores, parecia que ela tinha um jardim dentro de casa.
Subimos até o quarto da Júlia, enquanto eu estava arrumando minhas coisas, a Jú parou e disse:
– O que você vai fazer quando encontrar com ele de novo?
– Ele quem? eu me fiz de desentendida.
– O seu perseguidor ela disse como se fosse óbvio de que ela estava falando dele.
– Ah! eu disse Não sei, talvez nada, eu acho.
– Como assim? Júlia disse indignada O cara te persegue, te assombra e tem um segredo macabro, capaz de me deixar super assustada, só por dizer Eu to te perseguindo porque eu quero seu bem, acredite.
– Não foi bem isso que ele disse - eu disse rindo, porque sabia que ficar cortando ela, a deixa irritada.
– Alice, não leve tudo ao pé da letra ela disse já se estressando Posso continuar?
– Claro!
– Ok. Mas enfim, eu tentaria me aproximar dele, sem segundas intenções, é claro .
– O que é super difícil eu ri Desculpa. Eu segurei o riso depois da olhada da morte que a Júlia me deu. É como eu chamo, quando eu interrompo ela, e ela me olha, parece que vai saltar no meu pescoço.
Ela continuou:
– Viraria amiga dele é, ela fez aspas com os dedos até ele me achar uma pessoa confiável, se sentir bem ao meu lado e dizer tudo.
Me assustei com a forma dela dizer, sabe o rosto daqueles vilões de desenhos, quando planejam um plano maligno? Então, o rosto dela não estava idêntico, mas bastante parecido.
– Você é cruel eu disse.
– Só quando é necessário. ela riu Vamos lanchar?
Eu assenti com a cabeça,estava realmente com fome. Descemos até a cozinha, Júlia tentou preparar um bolo, mas deu errado, o que já era de se esperar, porque ela não se dá bem na cozinha, então achamos melhor irmos até o mercado para comprar qualquer coisa que matasse nossa fome.
No caminho do mercado, eu observo as pessoas rindo e andando. Eu não sei porque, mas eu sempre faço isso, observo o jeito das pessoas agirem, reparo dos sorrisos delas, do jeito de falar, algumas tão tristes, outras alegres, ou então tristes, mas que tentam parecer felizes. Dessas três opções, eu me encaixaria perfeitamente na terceira, não que eu esteja sempre triste, mas na maioria das vezes,sim. O bom é que eu tenho a Júlia, que sempre foi meu único motivo para sorrir, e agora, tenho mais um ótimo motivo: meu pai. Podem até achar estranho eu não dizer que minha mãe é um desses motivos, mas me lembro pouco dela, eu a amo, é claro, mas não lembro de nada, nem dos acontecimentos dos anos anteriores ao acidente, deu branco total, mas de qualquer forma, ela é um pessoa especial para mim, e tenho certeza de que sou também para ela, e sei que nesse e em todos os momentos, ela está lá de cima, cuidando de mim.
No mercado, a Júlia já entrou na direção dos congelados, apressada, como sempre. Eu a segui, com passos lentos, eu estava ali, mas meu pensamento estava no Guilherme, no jeito dele e em como ele tentou ser legal comigo. Ele parece ser uma pessoa engraçada, e eu gosto de pessoas assim.
– O que você acha disto? - disse Júlia, me trazendo de volta a realidade, e quase esfregando um biscoito recheado no meu rosto.
Fomos parar muito rápido na seção dos biscoitos que eu nem vi o tempo passar.
– Ah,isso não vai matar a fome que eu estou sentindo.
– O que você sugere? - ela disse colocando o biscoito no lugar e pegando um pote de sorvete e erguendo-o na minha direção, sabendo que era impossível eu negar um pote de sorvete de chocolate.
– Jogo sujo! eu disse fazendo cara de triste.
Júlia riu, indo em direção do caixa.
Voltando para casa, Júlia falou:
– Você vai visitar o seu pai?
– Sim eu afirmei Amanhã, talvez.
– Hum. E sobre o perseguidor? Já decidiu o que vai fazer?
– Não vou seguir o seu conselho eu ri.
– Ah ela fingiu estar desapontada, mas não conseguiu conter o riso Porque não?
– Não vou fingir ser amiga dele. Eu sinto que ele não quer o meu mal. Talvez eu devesse apenas conversar com ele, só isso
Dizer isso, foi uma forma de cortar o assunto. Na maioria das vezes, quando duas meninas são amigas uma delas é a que mais gosta de romance, a outra gosta mais de não se apegar. Comparada a Júlia, eu com certeza sou a que gosta de romance, eu sempre vejo filmes de romance só para poder chorar no final, e ficava pensando se como nas histórias, a minha também poderia ter um final feliz. Só que a vida nem sempre faz as coisas acontecer da forma que queremos, eu não sou do tipo que fica sentada esperando o príncipe chegar em um cavalo branco, eu não espero o amor. Eu espero olhar para alguém e sentir que ela é a pessoa certa, como nos filmes. A mocinha está na escola com os livros na mão, andando distraída o e amor da sua vida está caminhando na sua direção, conversando com os garotos do time de futebol, mas os dois ainda não sabiam que pertenciam um ao outro. Até que BOOM! Eles se esbarram, e os livros dela caem no chão, eles se abaixam para pegar, suas mãos se tocam, eles se olham e naquele momento, em que os olhares se cruzaram, eles se apaixonaram.


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