Se eu não tivesse você. escrita por Natália Levesque


Capítulo 4
Eu confiei.




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Quando amanheceu, eu resolvi voltar para minha casa.
Ontem, antes do jantar eu desci as escadas e vi a Júlia e seus pais rindo e brincando um com o outro. Eu não me encaixava ali, eu precisava ir para casa, eu precisava ver meu pai.
Eu pensei em ir direto ao hospital para ver como estava meu pai, mas o horário de visita era só depois do almoço, então fui direto para casa. Eu estava andando com pressa, pois não queria que a Júlia percebesse que eu não estava mais lá e resolvesse me procurar. Então esbarrei em alguém. Em alguém não. No Guilherme.
– Opa ele disse rindo dessa vez eu não estava te seguindo.
– Ah, OK eu disse saindo da frente dele, com a intenção de continuar andando.
Ele me segurou pela mão. Eu gelei por completa, talvez não totalmente gelada, era um misto de quente e gelado. Inexplicável. Eu virei e ergui a sobrancelha, como se estivesse esperando ele dizer algo.
– Fugindo de alguém? ele perguntou.
– Quase isso eu disse apressadamente Pode me soltar, por favor?
– Se eu te soltar, promete que não vai sair correndo?
Eu revirei os olhos.
– Promete? ele insistiu.
Fiz que sim com a cabeça.
Eu não queria dar nenhuma confiança a ele. A gente mal se conhece. O que sabemos um do outro? Apenas o nome. Eu não quero parecer chata ou grosseira, só não quero dar abertura para ele antes que me conte o que realmente se passa na sua cabeça a ponto de me seguir.
– Porque a gente não vai para um lugar, sei lá, onde possamos conversar? ele perguntou
– Não! retruquei.
Ele riu Você está certa em recusar, não se deve confiar em estranhos.
Eu o encarei, séria.
– Ah, qual é ele disse abrindo os braços e gesticulando a cabeça ao mesmo tempo - Eu já percebi que você é séria, não precisa mostrar isso o tempo todo. E acho que você seja uma pessoa legal, por mais que não deixe isso transparecer. Eu quero te conhecer melhor e quero que você me conheça melhor também. Deixe isso acontecer.
Eu o olhei, e depois voltei meus olhos ao chão da rua. Pensei por alguns segundos que talvez ele esteja certo. Eu não preciso ser grossa o tempo todo, não com as pessoas que eu quero estar perto. É estranho admitir, mas eu quero estar com ele, isso é meio louco também, já que eu nem o conheço direito, mas há algo nele que me faz querer que ele seja para mim mais do que um perseguidor.
– Que lugar você sugere? eu perguntei
Ele sorriu, eu sorri de volta admirando aquele sorriso. Lembrei que não posso me deixar levar, então parei de sorrir.


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