— Katniss, eu posso explicar. — fala Peeta.

Viro-me para ele e respondo-o.

— Você não precisa me explicar nada, Peeta. Você é Cashmere voltaram, que legal. Ótimo para vocês, eu não tenho nada a ver com isso.

Peeta coça os cabelos, visivelmente nervoso.

— Eu queria falar com você, mas a Cashmere chegou e eu tinha pedido para Dylan ir te chamar. Eu estava deitado na cama e ela se deitou em cima de mim, bem na hora que você entrou. — explica-se.

— Já falei Peeta, você não precisa se explicar. Você não é meu namorado, se fosse precisava se explicar, mas não é. — falo com um sorriso calmo no rosto.

— Mas eu queria que fosse. — sussurra Peeta tão baixo, que se eu não tivesse prestando atenção em seus lábios, não escutaria.

"Mas eu queria que fosse" o que? A última palavra que falei foi "namorado" será que Peeta está se referindo a isso?

— O que disse? — pergunto para confirmar sua fala.

— Nada. — fala rápido demais se embolando com as letras.

Mordo meu lábio inferior e solto um suspiro.

— Não está com raiva de mim? — pergunta apreensivo.

Sorrio para ele e nego com a cabeça.

— Por que estaria? É claro que não Peeta.

Ele suspira aliviado.

— Mas eu e Cashmere não voltamos, na verdade ela acabou de assinar os divórcios.

Sorrio para ele.

— O que você queria falar? — pergunto.

Ele da um meio sorriso e coça os cabelos novamente, mostrando estar nervoso.

— Acho que não tem mais sentido falar. Depois eu te conto. — fala envergonhado olhando para o chão.

— O.k. — concordo.

Peeta solta um suspiro e olha para mim.

— Cato me disse que você vai à festa. Quer que eu te leve? — pergunta com um sorriso calmo no rosto.

Sorrio para ele e concordo com a cabeça.

— Bem, eu não sei como se chega na casa do Cato, então sim, eu aceito a carona.

Ficamos em um silêncio constrangedor. Peeta coçava a cabeça, aparentando estar nervoso, enquanto eu apenas encarava o chão, sem saber ao certo o que dizer.

— Então, se era só isso que queria me dizer, eu já vou embora. Que hora quer que eu passe aqui? — pergunto voltando meu olhar para Peeta e finalmente quebrando o silêncio.

Peeta sorri e volta a olhar para mim.

— Não precisa vir aqui, eu vou a sua casa as 18:50. — responde.

Sorrio e me viro em direção a minha casa.

— Até mais Peeta.

Quando estou quase entrando em minha casa, escuto a resposta de Peeta.

— Até Katniss. — ele faz uma pausa — Queria poder dizer verdadeiramente o que se passa em minha cabeça. Mas não posso fazer isso? — sua ultima frase sai mais como uma pergunta do que uma afirmação.

Peeta fala tão baixo que fico em dúvida se entendi verdadeiramente o que ele disse. Por fim, entro em minha casa e vou direto para a cozinha. Faço meu café da tarde — uma torrada com requeijão e suco de laranja — e vou para sala, assisti a algum filme qualquer e comer o meu lanche.

Ao acabar meu lanche, meu celular apita, demostrando que alguém me mandou uma mensagem. O pego e vejo a mensagem de Mad.

"Oi BisKat (Cato que invento esse apelido.)

Então, espero que você esteja melhor, porque quando eu sai você ainda não estava bem. Kat, Cato me falou que você vai à festa dele e por isso que estou te mandando essa mensagem. Queria-te falar que tenho uma novidade e estou ansiosa para te contar. Na festa nos encontraremos e eu te conto. Estou contando os minutos!

Beijo KitKat e até lá!!!"

Quando acabo de ler, reviro os olhos rindo dos dois apelidos que Mad usou. Mando uma mensagem em resposta.

"Oi Mad

Cato é um tosco, porque eu tenho mil apelidos e você apenas um? Vou começar a o chamar de Catito! Então, eu estou bem melhor Mad, muito obrigada por se preocupar comigo. Adoro você! O Cato está certo, eu vou para a festa, Peeta vai me levar. Não pense que estamos saindo, acabei de vê-lo beijando Cashmere, por isso ele apenas vai me levar e pronto. Eu estou ansiosa para saber essa novidade Mad! Deixou-me curiosa. Não se preocupe o tempo voa.

Beijo Mad e até lá!!!"

Envio a mensagem e vou em direção a cozinha, arrumar a bagunça que fiz. Quando acabo, me encaminho em direção ao sofá e me acomodando nele. Fico vidrada em um filme qualquer que passa na televisão.

Nem vejo a hora passar, apenas percebo que já está na hora de me arrumar quando meu celular apita, com uma mensagem de Cato. Pego meu celular e leio a mensagem.

"Ansiosa para a festa? Falta pouco tempo para começar. Até lá BisKat."

Respondo sua mensagem, rindo de sua empolgação.

"Quem parecer estar ansioso é você, Cato. Até lá."

Envio a mensagem e subo as escadas, indo em direção ao meu quarto. Começo a olhar em meu guarda-roupa a procura de um vestido. Logo encontro um vestido azul escuro com alguns detalhes em prata. Pego um sapato azul e uma bolsa também azul com alguns detalhes em prata. Deixo meus cabelos soltos, com alguns cachos e coloco um brinco azul, junto de um anel da mesma cor. Passo uma maquiagem fraca e pego meu celular.

Depois de me arrumar, desço as escadas e fico a espera de Peeta, que logo toca a campainha.

— Você está linda. — fala sorrindo.

Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha. Sorrio para ele, em um ato de agradecimento. Ele pega minha mão e deposita um beijo na mesma, me fazendo corar ainda mais, envergonhada.

— Vamos? — pergunta sorrindo.

Concordo com a cabeça sorrindo. Peeta me guia até o carro e abre a porta do carro para mim. Entro no carro e Peeta entra em seguida.

— Dylan não vai ir? — pergunto sentido a falta do pequeno.

Peeta ri e da partida no carro.

— Sei como são as festas de Cato. Não é festa para crianças, além do mais, minha mãe queria que Dylan dormisse na casa dela. — me responde concentrado no caminho.

Depois de sua fala, ficamos em um silêncio agradável. A casa de Cato não era longe, por isso a caminho foi rápido. Ao chegarmos lá, eu consegui ver como Cato tinha uma mansão.

Sua casa era um tom branco com alguns detalhes em marrom. No jardim da frente, tinha alguns arbustos e flores, rodeados pela grama. A casa deveria ter uns três andares e — mesmo estando no jardim dos fundos — podia se ver um pedaço da piscina.

— Essa é a casa de Cato? — pergunto olhando fixamente para a mansão que tenho em minha frente.

— Exatamente. — concorda Peeta, saindo do carro.

Ele abre a porta para mim, e eu sorrio para ele, em agradecimento. Fomos para a entrada da casa e adentramo-la, já encontrando várias pessoas. Peeta me puxa para perto dele e começamos a andar entre a multidão.

— Vou procurar Cato. — fala Peeta alto por causa do som.

— O.k. Depois nós encontramos. — falo e ele concorda.

Fico observando Peeta sumir entre a multidão. Procuro Mad, ou alguém que conheço, mas ao invés disso, não consigo ver nenhum deles. Uma mulher, que está ao lado do balcão de bebidas, me chama atenção. Ela estava usando um vestido preto com algumas partes mais claras, mostrando alguns pedaços de sua barriga. Ela estava usando um salto preto e sua maquiagem era forte. Seu cabelo castanho escuro, tinha algumas mexas em roxo e rosa, e caiam em suas costas como cascatas. Em suas mãos tinha um copo de whisky, que ela estava tomando vagarosamente.

Aproximei-me dela e me sentei ao seu lado. Ela logo me percebeu e virou para mim, com um sorriso no rosto.

— Olá. — ela me cumprimenta sorrindo — Sou Johanna Mason. — apresenta-se.

Sorrio para ela.

— Olá. Sou Katniss Everdeen. — apresento-me sorrindo.

Ela toma um gole no whisky e me oferece a bebida.

— Aceita? — pergunta me oferecendo.

Sorrio e nego com a cabeça.

— Não, obrigada. Eu não bebo.

Ela me olha com a testa franzida e toma mais um gole da bebida.

— Não bebe? Então o que faz em uma festa de Cato? É a namorada dele? — pergunta.

Nego com a cabeça, rindo, e me viro para o garçom, pedindo um copo de água.

— Eu trabalho com Cato, não o namoro. — respondo bebendo minha água. — E você? O que faz aqui?

Johanna sorri.

— Sou prima de Cato. Além da bebida, estou com saudade de meu primo, mas até agora não o vi. Você por acaso viu? — pergunta olhando para os lados.

— Eu também não o vi, Johanna. — respondo.

Ela bebe o último gole de sua bebida.

— Não me chame de Johanna. Chame-me de Jô, Katniss.

Sorri para ela.

— Me chame de Kat.

Jô sorri. Começamos uma conversa animada, contando sobre nossas vidas. Johanna me conta sobre seus namorados e como Cato era quando criança. A cada fala de Jô, dou ainda mais risadas. Ficamos conversando por um bom tempo até que começamos ao ouvir a voz de Cato no microfone.

— Vou procurar Cato. Ele já deve estar bêbado. Até mais Kat. — fala Jô se levantando.

Dou-lhe um aceno e ela some do meu campo de visão.

— BisKat. — chama Mad chegando perto de mim.

Sorrio para ela que se senta no lugar de Johanna.

— Kat, sabe que eu disse que queria te contar uma coisa? — pergunta apresada.

Concordo com a cabeça e Mad volta a falar.

— Pois bem. Eu preciso falar com você. Mas com isso, preciso que você durma na minha casa.

Mad se atropela com as palavras, e olha para os lados como se alguém estivesse nos ouvindo.

— O.k. Eu durmo em sua casa Mad. — respondo e ela sorri.

— Então vamos. — fala já se levantando e começando a me puxar.

— Mas Mad, você acabou de chegar.

Mad começa a me puxar em direção a saída.

— Olha o tanto de pessoas que tem aqui. Cato nem vai perceber.

— Tudo bem, vamos. — falo andando atrás de Mad.

Mando uma mensagem para Peeta, explicando porque fui embora mais cedo. Mad me leva até seu carro e dirige para sua casa. Chegando lá, ela me leva até seu quarto e nós nos deitamos em sua cama — sem trocar de roupa. Mad deita em meu colo e sem dizer nada, começa a chorar. Resolvo não falar nada e apenas consola-la. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas quando Mad se a calma, ela acaba dormindo. Eu decido fazer o mesmo. Acomodo-me na cama, com Mad deitada em meu colo, e fecho meus olhos. Amanhã perguntarei para Mad o que aconteceu.