Sagira escrita por Senjougaha


Capítulo 10
Capítulo 10 - Sindicato Daqueles Que Não Possuem Causa Para Viver


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa pessoar! Como vão vocês? Espero que esteja tudo muito bem e dessa vez eu nem demorei tanto hein!



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Me levanto da cama com a respiração acelerada, mas minutos depois me acalmo. Tudo deve ter sido algum sonho, uma peça pregada em mim por alguém que quer rir da minha cara, invadindo meu sono durante a noite e me fazendo sonhar que… Por que diabos eu estou com uma aliança no dedo?

Jogo as cobertas negras e felpudas no chão e cutuco a roda prateada e brilhante em meu dedo. Como se ela fosse se transformar em algo que não fosse… uma aliança?

Giro-a no anelar e tento me lembrar de quando foi que ganhei uma e tento conectar os acontecimentos do sonho que aparentemente, eram fatos.

Saio da cama num alvoroço e sem me preocupar em substituir a camisola de algodão egípcio por outra roupa apresentável, saio dos meus aposentos em direção ao quarto paralelo ao meu.

Abro a porta sem bater e sou encarada por uma expressão de pura insônia de Tanatos.

– Deuses, você está horrível - solto sem querer.

– O que quer aqui? - ele pergunta com a voz seca, mas surpreso.

– O que diabos é isso? - pergunto mostrando a mão direita um pouco perto demais da cara dele.

– Um anel de compromisso talvez, Sagira? - ele responde sarcástico e volta a enfiar a cara no travesseiro cinzento.

Reparo na forma como ele se deita com aquelas asas gigantes e negras. Ele as mantém abertas, sendo assim quase todo o espaço do quarto ao redor da cama está sendo ocupado por elas. O único lugar onde se pode andar quase livremente, é onde estou.

Percebo com desconforto que ele está me observando por uma brecha do travesseiro e dou um passo para trás.

– Você sabia que Perséfone ia fazer aquilo - o acuso sentindo súbita raiva.

Ele não responde, apenas dá de ombros. O que me irrita ainda mais.

Os pelos na minha nuca se arrepiam e posso ouvir um ronco vindo da minha garganta, mas antes que se pronuncie num rosnado furioso e eu me descontrole, respiro fundo e saio do quarto fazendo questão de deixar a porta aberta.

Eu nunca vou entender Tanatos. O que ele pensa, por quê age de forma tão babaca comigo e depois me ajuda quando mais preciso...

E com esse pensamento, sinto a corrente em meu pescoço ficar ainda mais pesada e me sufocar.

Alcanço a maçaneta da porta do meu quarto, mas o aperto da coleira faz com que eu sinta que meu corpo vai explodir e minha mente se estilhaçar, então a uso apenas como suporte.

Trinco o maxilar e me recuso a demonstrar fraqueza, mas…

– Sagira? - ele pergunta, já atrás de mim.

Sua voz demonstra uma ponta de preocupação e o resto é pura indiferença. O encaro com expressão interrogativa, já que não consigo falar nada.

Não se consegue falar nada com uma coleira infernal lhe esmagando o pescoço, acredite.

Ele pisca, confuso.

– Por um momento eu achei que… Bom, nada não - ele se apressa em corrigir o que ia dizer - temos trabalho pra hoje, então esteja… - ele me olha de cima a baixo - PRONTA em dez minutos.

Confirmo com um aceno de cabeça e entro no meu quarto. Respiro fundo enquanto a sensação de destruição passa por mim e logo começo a me arrumar.

Minutos depois, Tanatos bate à porta rudemente e entra no quarto sem pedir licença alguma.

– Precisa de uma espada - ele grunhe.

– Não sou obrigada a brandir espadas feito grega por aí - torço o nariz.

Ele me lança um olhar que oscila entre o dourado e o prateado. Instável. É como Tanatos está nesse momento, e acho melhor eu não continuar a protestar.

– Certo - levanto as mãos para o alto em sinal de rendição - onde eu posso arranjar uma espada então?

– Os filhos de Hefesto fabricam as melhores armas de bronze celestial - Tanatos diz.

– Então vamos encontrar algum - digo prendendo o cabelo num rabo de cavalo.

– Mas você é uma filha de Hades - ele me fita com o olhar dourado e quase carinhoso agora - é digno que tenha uma espada de ferro Estígio.

– Mas só meu pai tem uma espada dessas - digo, rindo nervosa.

Ele me encara calado como se estivesse pensando se dizia ou não alguma coisa. Pelo jeito, ele desiste de dizer porque vira as costas para mim e me espera na porta.

– Você é a Princesa do Submundo, filha de um dos Três Grandes, por que se subestima tanto? - ele pergunta com uma expressão curiosa no rosto, antes de viajar, me arrastando e deixando a pergunta no ar para que eu pense sobre ela.

Mas eu não me subestimo.

Quero dizer, não é porque meu pai é Hades, O Hades, que sou poderosa.

Talvez eu seja um pouco, okay.

Mas o que eu faço com todo esse poder?

Não é que eu me ache fraca ou incapaz. Sei que quando quero algo, o faço por mais difícil que pareça ser ou seja. É que... Apenas não tenho causa para defender.

Eu sequer posso lutar por minha vida. Não vale a pena o esforço, considerando que logo depois estarei de vivinha novamente.

Vejamos, se eu pudesse morrer, já teria morrido há muito tempo e não teria achado ruim. Seria como uma paz eterna e tudo mais que os humanos falam quando vivem em sofrimento.

De que adianta tanto poder quando não se tem nada além disso? O que proteger com ele?

É, Tanatos. Talvez você precise me compreender melhor se quisermos ficar livres de correntes logo.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pelos possíveis erros de digitação.



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