Seu último amor - 2ª temporada escrita por Jeniffer


Capítulo 2
Caos


Notas iniciais do capítulo

É só comigo ou não é mais possível alterar a ordem dos capítulos??



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“Caos não é um abismo.

Caos é uma escada.

Muitos tentaram subi-la e fracassaram, e não terão outra oportunidade.

A queda os destrói.

Outros têm a chance de subir, mas eles recusam. Eles preferem o reino, os deuses, ou o amor.

Ilusões.

Apenas a escada é real.

A escalada é tudo o que há.”

Game of Thrones – The climb (3x06)


Eu desci as escadas calmamente, tamborilando os dedos ao longo do corrimão. Quando cheguei ao último degrau, me detive, o pé direito suspenso no ar. Klaus estava na janela, perfeitamente imóvel. Ele olhava fixamente o mundo lá fora, os braços cruzados e os ombros tensos, como se a disposição das rosas no jardim fosse uma complicada expressão matemática ou um complexo mistério policial.

Aproximei-me e coloquei a mão em seu ombro, muito gentilmente. Ele teve um leve sobressalto.

— Caroline. – ele disse com alívio. Aquilo me surpreendeu. Klaus não me vira chegando, o que não é muito comum. Ele sempre está muito ciente de tudo e todos ao seu redor.

— Está tudo bem? – eu perguntei, genuinamente preocupada.

— Acredito que esteja. – ele tomou minhas mãos entre as suas e as aproximou de seu peito. – Você está bem?

— Acredito que sim. – eu respondi, com um riso breve. Ele sorriu um sorriso cansado.

Desenlacei minha mão direita e, com delicadeza, o aproximei de mim e o beijei. Eu pude sentir que, naquele momento, aquilo era tudo o que ele precisava. E eu também precisava, desesperadamente.

Ele deslizou a sua mão por debaixo de minha blusa, pousando-a na base de minhas costas. Quando eu comecei a acreditar que teríamos um momento de paz, o celular de Klaus tocou.

Rapidamente, rápido até demais, Klaus me afastou e pegou o celular.

— Jean-Pierre. Eu estava esperando sua ligação. – disse ele, indo em direção ao escritório, sem ao menos olhar para mim.

Com um suspiro, eu assumi o lugar do Klaus à janela, tentando resolver aquele intrigante mistério das rosas no jardim.

Nos últimos dias, o celular de Klaus havia tocado quase o dia todo, insistentemente. E ele não havia ignorado uma ligação sequer, mesmo se estivesse comigo. Não que ele tenha estado muito comigo ultimamente.

A verdade é que tudo tem estado estranho desde que Klaus matou Marcel. Ele tem estado distante, tenso, alerta, sempre atendendo ao telefone. Ultimamente, esta casa tem me parecido insuportavelmente grande. Opressoramente vazia. Klaus se transformara em um fantasma, apenas pairando pela casa, escondendo-se nas sombras. Por vezes fui dormir sozinha e no meio da madrugada acordei com Klaus entrando no quarto de maneira silenciosa, se esgueirando para debaixo das cobertas e se aconchegando a mim. E por mais que eu me ressentisse pela sua ausência, me reconfortava o fato de que ele sempre voltava, mesmo que fosse apenas por algumas horas, pois afinal, eu sempre acordava sozinha novamente.

O meu foco passara a ser Henry, o filho de Klaus. Um bebê muito especial que chegara em um momento difícil.

Havíamos encontrado uma babá, chamada Alexia, que agora morava conosco e ficava à disposição o tempo todo para cuidar de todas as necessidades de Henry. A senhora Kate, sempre muito amável, também tomava conta dele, sempre disposta a embalá-lo em seus braços. Mas apesar de toda a ajuda, Henry era muito irritadiço, inquieto e um tanto zangado na presença de qualquer uma das duas. Contudo, eu apenas precisava me aproximar para que ele se acalmasse e brincasse tranquilamente.

Deste modo, eu estava o tempo todo presente, sempre atenta, como se gravitasse ao redor dele. E apesar de eu nunca ter me imaginado como mãe, acho que tenho me saído muito bem. Henry estava crescendo em uma situação não muito confortável, que eu nem mesmo entendia direto. Hayley desaparecera completamente, e Klaus não passava muito tempo com o filho. Na verdade, eu não me lembrava de vê-lo com Henry nem mesmo uma vez até agora.

O choro de Henry me arrancou de meus devaneios. Lancei um olhar fugaz para o relógio no final ao lado do espelho, apesar de saber exatamente que horas eram. Alexia deveria estar tentando alimentar Henry, e ele está fazendo o espetáculo tradicional.

Suspirei pesadamente olhei uma última vez para a janela, antes de seguir para a cozinha.

Talvez amanhã eu devesse arrancar aquelas rosas.

*******

Quando cheguei à cozinha, Henry parou de chorar quase que automaticamente.

— Caroline, você me salvou. – disse Alexia, com um riso breve.

— Ele ainda está resistindo? – perguntei, enquanto colocava Henry em meus braços.

— Se não fosse você, ele provavelmente morreria de fome. – disse ela, tentado soar engraçada, mas a afirmação dela fez correr um calafrio pela minha espinha.

— Pode ir almoçar, Alexia. Eu fico com Henry. – eu disse, me sentando na cadeira.

Sequei as lágrimas que restaram no rosto de Henry enquanto Alexia se retirava, e então peguei a mamadeira deixada na mesa. Eu nem mesmo precisei insistir, pois Henry a aceitou prontamente, e até com certa gratidão. Ele deveria estar faminto.

Enquanto Henry descansava em meu braço esquerdo, eu segurava a mamadeira com a mão direita. Eu não estava muito certa se ele deveria estar se alimentando através de uma mamadeira tão cedo, mas nós não tínhamos muitas opções. Eu e Alexia já havíamos testado os alimentos que o bebê precisava, e eu me surpreendi quando Henry rejeitou o sangue ofertado a ele. Todavia, a comida humana era aceita de bom grado por suas pequenas mãos, ávidas em levá-las à boca.

É claro que Alexia estava devidamente hipnotizada. Eu havia escolhido ela por sua excelente formação profissional e pelos anos trabalhando como pediatra. O fato de ela ser humana não me incomodava em nada. No final das contas, isso até era muito útil, pois eu poderia cuidar de tudo isso sozinha. Quando eu questionei Klaus sobre a escolha de Alexia, ele apenas disse “o que você achar melhor”, e voltou ao telefone. O que, e não quem. Talvez ele nem mesmo tivesse ouvido minha pergunta.

Quando Henry esvaziou a mamadeira eu me levantei e o segurei até que ele arrotasse. Um lembrete importante proferido pela minha mãe, que em quase quatro horas pelo telefone, me passou um resumo do manual sobre como tomar conta de um bebê. Logo depois, ele começou a ficar sonolento, e eu o embalei, cantarolando baixinho, até que ele dormisse. Eu cantarolava uma melodia que minha mãe costumava cantarolar para mim. Uma melodia repetitiva, ritmada, que me transmitia uma enorme sensação de segurança.

Eu deixei Henry em seu berço, e então fui procurar Alexia para dizer que ela ficasse atenta a ele. Encontrei-a ainda na cozinha, terminando seu almoço. Depois de trocar poucas palavras com ela, dei uma volta pela casa. Caminhei lentamente, tentando aparentar despretensão, quando na verdade eu procurava por Klaus.

Na biblioteca, encontrei a senhora Kate escolhendo um livro.

— Impossível não se apaixonar pelo Sr. Darcy, não é mesmo? – eu falei, quando vi qual era o livro que ela escolhera.

— Devemos agradecer a Jane Austen por ter criado um personagem tão apaixonante. – ela disse, virando-se para mim, sorrindo.

— Um personagem só, não. Um livro inteiro completamente apaixonante. – eu ri baixinho. Eu já lera “Orgulho e Preconceito” incontáveis vezes que até já havia decorado alguns trechos. – Você viu o Klaus?

— Ele saiu, Caroline. – eu não pude deixar de notar a leve tristeza que tingiu a voz dela ao dizer estas simples palavras.

Com passos arrastados, eu fui até a poltrona perto da estante e me sentei pesadamente, escondendo meu rosto em minhas mãos.

— Por que você está se questionando sobre isso? – perguntou a senhora Kate. Eu ergui os olhos, surpresa. – Às vezes, você é bem fácil de ler, Caroline.

— Você o tem visto ultimamente? – perguntei.

— Muito pouco.

— E como ele lhe parece? – eu me sentia um tanto quanto patética por estar perguntando isso. Eu morava com ele e, ainda assim, precisava de outra pessoa para me dizer como ele estava.

— Preocupado, acima de tudo. Sempre ao telefone, sussurrando pelos cantos, sorrateiro. – respondeu ela, olhando para algum ponto do teto. – Algo o preocupa.

Não me surpreendi com a resposta, pois ela não acrescentou nada de novo sobre o que eu mesma havia visto.

— Henry gosta de você. – disse ela, com um sorriso sincero.

Eu não respondi. Era muito difícil de admitir, mas lá no fundo, eu não gostava desta situação. Henry estava se tornando muito dependente de mim, mesmo só tendo poucas semanas de vida. E isso é o que mais me assustava quando me imaginava sendo mãe. Essa consciência de que tudo o que você disser ou fizer, vai interferir e influenciar a vida de alguém. Se positiva ou negativamente, só o tempo dirá.

A senhora Kate levantou-se e se dirigiu à porta, mas antes de sair ela se virou em minha direção e disse:

— Não desista ainda, Caroline. Lembre-se que Sr. Darcy surpreendeu a Srta. Bennet, mesmo quando ela pensava o pior dele.

— Por que você apoia tanto o Klaus? – perguntei, finalmente proferindo uma pergunta que estava formada em minha mente há muito tempo.

— Eu sei que você pode pensar que esta situação não é boa para mim, mas você está errada. – ela explicou. – Se Klaus não tivesse me salvado, eu estaria morta agora. E eu tenho plena consciência do que ele é, e do que você também é. Mas minha vida é boa e eu gosto dela.

— Eu fico feliz em ouvir isso. – eu falei, com toda a sinceridade possível.

— Um dos maiores erros dos seres humanos é constantemente se projetar nos outros. – Kate se afastava lentamente. – Mas como podemos compreender alguém nos imaginando no lugar delas? O que sabemos nós de seus motivos, razões ou motivações?

Eu ouvi perfeitamente cada palavra que ela disse, mesmo que ela tivesse se afastado enquanto falava. E ao mesmo tempo, ponderei sobre elas. Até certo ponto, foi um discurso inatacável. Realmente, eu não sabia quais eram os motivos de Klaus para tamanha inquietação e isolamento, mas isso se devia ao fato de eu não questioná-lo ou de ele não falar comigo? O número de perguntas e de respostas que eu possuía era altamente desproporcional.

Mas o pior de tudo ainda era esta estranha sensação em meu peito. Uma sensação de vazio que estava crescendo e se espalhando por todo o meu ser. Como um sombrio aviso de que eu algo estava me consumindo, e eu não sabia como impedir o que for que esteja para acontecer.

*******

Eu acordei de repente, assustada. Há alguns segundos atrás eu estava imersa em um sono tranquilo, e então um aperto em meu coração me acordou repentinamente. Sentei-me depressa e nem precisei olhar para saber que ele não estava ao meu lado. Havia algo errado, eu podia sentir.

— Henry. – eu disse, baixinho, em um sussurro desesperado. Eu precisava checá-lo.

Joguei os cobertores para o lado vazio da cama e corri em uma velocidade sobre-humana até o quarto do pequeno Henry. Quando cheguei à porta, estanquei.

— Klaus.

— Hello, Love. – disse ele, sem olhar para mim.

Klaus estava sentado na poltrona ao lado do berço de Henry. Alexia a havia colocado ali após Henry ter ficado doente e termos passado uma tarde inteira em vigília ao lado dele. E agora, no silêncio da madrugada, aquele posto de observação estava sendo ocupado por Klaus.

Eu continuava parada à porta. Eu sentia como se não visse Klaus há um século, e estava surpresa em finalmente vê-lo à minha frente, sem estar ao telefone ou encontrando uma desculpa para fugir. E vê-lo ao lado de Henry só fez aumentar minha surpresa, o que no final das contas, paralisou meu corpo.

— Por que está acordada a esta hora? – perguntou Klaus, finalmente desviando seu olhar de Henry e olhando para mim.

— Eu acordei com um mau pressentimento, eu... Eu precisava ver se ele estava bem. – eu respondi, com uma voz contida, o que me espantou. Eu estava me contendo, pensando em cada palavra, apesar de acreditar já ter passado por esta fase com Klaus. Mas a verdade é que eu estava temerosa de que ele se zangasse com alguma coisa e fugisse novamente.

— Come here, Love. – ele estendeu a mão, convidando-me. Seu rosto exibia um sorriso cansado, como se o simples ato de fazê-lo pudesse exauri-lo.

Eu entrei, caminhando cadenciadamente, até alcançar a mão dele, entrelaçando meus dedos aos dele. A partir daí ele me guiou até que estivesse frente a frente com ele. Delicadamente, ele pôs as mãos em minha cintura e me fez sentar em seu colo. Enlacei meus braços em seu pescoço e deixei minha mão esquerda brincando com seu cabelo. Ele me abraçou e descansou sua cabeça em meu peito.

Ficamos assim, quase perfeitamente imóveis por alguns minutos, apenas observando o sono tranquilo de Henry. Eu não queria quebrar aquele momento tão simples, tão sublime, mas eu precisava saber.

— O que está acontecendo, Klaus? – perguntei. – Por que você desapareceu?

— Caos, Caroline. O caos está se instalando em New Orleans. – a voz dele soou preocupada.

— O que isso significa? – perguntei, assustada com o tom da voz dele.

— Significa que a notícia sobre a morte de Marcel está se espalhando rápido. – ele pareceu contrariado em falar tal coisa, como se internamente, se culpasse por tal fato.

Eu suspirei pesadamente. Eu entendia que Klaus queria tomar New Orleans o mais rápido possível, mas eu achei que depois de tudo o que acontecera, ele mudaria de ideia. Afinal, agora havia Henry. E mesmo que eu não admita, meu lado egocêntrico pensava que minha presença também era um fator importante para Klaus. Que desde que cheguei, as coisas iriam mudar. Mas nada aconteceu, e eu fiquei perdida entre estas paredes, cuidando de Henry.

— Eu sinto sua falta. – eu disse, baixinho. Não havia motivos para dizer “eu senti sua falta”, pois eu sabia que o fato de ele estar aqui agora, de eu poder sentir seu perfume, seu calor, não significa que ele continuaria aqui pela manhã.

— Eu também sinto, Caroline. – aí estava a prova. – E isso está me matando. Mas há coisas que eu devo fazer...

Congelei minha mão e então soltei os cabelos dele, afastando-me um pouco. Ele entendeu que aquela afirmação não me deixava feliz. Levantei-me e fingi arrumar o cobertor de Henry. Ele levantou-se e enlaçou os braços em minha cintura, descansando a cabeça em meu ombro esquerdo.

— Não foi isso que eu imaginei, Klaus. – eu disse, depois de alguns segundos.

— Nenhum de nós imaginou isso, Caroline.

— Ele é tão pequeno... – eu sussurrei.

— Olhe para mim, Caroline. – eu me virei e olhei para ele, procurando conforto, mas tudo o que eu vi foi preocupação e cansaço. – Eu estou fazendo isso por você e por ele. Esta cidade precisa de controle, caso contrário enfrentaremos tempos sombrios de uma sangrenta anarquia. Essa cidade é meu lar, e quero que ela seja segura para você e para Henry.

— Eu sei, eu sei... É só que... – eu não sabia como verbalizar os medos que estavam se projetando em minha mente naquele momento. – Eu preciso de você.

Não havia melhor maneira de dizer. Nunca fora meu desejo ser mãe, cuidar da casa, mas no momento era exatamente o que eu era. Eu não gostava disso.

— E eu preciso de você, Love. Preciso que aguente firme durante esta tempestade, enquanto eu lido com os raios e trovões lá fora.

— Klaus, Henry precisa de um pai. Hayley o abandonou. Não faça isso também. – eu disse.

— Eu nunca faria isso, Caroline. – ele parecia sincero. – Não pense que só porque não estou aqui o tempo todo que eu não esteja cuidando de vocês.

Eu olhei rapidamente para Henry, tão tranquilo e alheio a tudo aquilo. Eu desejei que meu sono também fosse tranquilo deste jeito.

— Toda noite eu fico aqui, olhando para ele. – continuou Klaus. – Observando sua respiração calma, me sobressaltando toda vez que ele fica inquieto. Fico pensando em como garantir que ele seja feliz, que sua vida seja boa. Fico desejando que ele não seja como eu...

— Klaus. – eu tentei interrompe-lo.

— Eu não quero ser como meu pai, Caroline. – ele disse. – Eu quero ser uma pessoa melhor para ele. E quando eu penso nisso, sinto-me perdido. Então vou até nosso quarto e abraço você, fico velando seu sono, e posso sentir meu coração se apertar cada vez que você parece agitada, assustada. Porque eu sei que eu deveria estar por perto.

— Mas eu sempre volto, Love. – ele continuou. – Eu sempre vou voltar. Porque você é a resposta que eu não consigo encontrar no quarto do pequeno Henry. Pois eu sei que a pessoa que quero ser para ele, é a pessoa que sou quando estou com você.

— Klaus... – e então, todas as palavras do mundo saltitaram pela minha mente e depois se esconderam. Exceto três delas. – Eu amo você.

Naquela noite, toda a solidão se desfez, quebrou-se em mil pedaços. Talvez eu precisasse lembrar o porquê voltei, e porque escolhi Klaus. Acho nestes dias em que o silêncio tomou conta desta casa, meus medos gritaram alto demais. Mas agora, fico feliz que os ecos deles tenham se perdido no vazio.

Voltamos para o quarto e, depois de muito tempo, eu aproveitei a companhia de Klaus por muito tempo. Desesperadamente, aproveitei cada segundo para deixar a saudade se perder nas curvas de seu corpo, nas sensações que ele despertava em mim.

Klaus adormeceu, mas eu lutei contra o sono e mantive meus olhos abertos, feliz em ver como ele parecia tranquilo naquele momento. Ele irradiava uma paz que me dominava.

Eu sorria, incrivelmente feliz, desejando que este momento nunca acabasse, até que ouvi um estrondo que fez meu sangue gelar.


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Notas finais do capítulo

Espero vocês nos comentários!!