Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 1
Capítulo 1: Destino




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Muita discussão envolve a eficiência da aplicação da pena de morte. Alguns dizem que concordam, outros alegam que ninguém tem o direito de matar ninguém, nem mesmo o estado. O fato é que muitos já morreram assim e as leis que envolvem esse método são muito rigorosas, justamente para neutralizar as chances de defesa do condenado. Sabaku no Gaara, 22 anos, está próximo a se tornar a mais nova vítima da pena de morte no julgamento em que está sendo submetido. A acusação é de duplo homicídio contra um casal que andava em um parque próximo três meses antes. Ele jura com firmeza que é inocente mas as provas encontradas o incriminaram. Era a hora da sentença. O juiz recolheu alguns papéis e disse:

– Que o réu fique de pé.

Gaara juntou alguma força e levantou. Estava algemado e com uniforme de presidiário. A esperança o havia deixado e no fundo ele já sabia qual seria o seu destino.

– Com as provas aqui apresentadas e pela decisão do júri eu o considero culpado. E pelo poder que me é conferido, eu o condeno à morte por injeção letal, sendo a data da execução daqui a exatamente um ano. Sessão encerrada.

Estava acabado. Os policiais presentes o pegaram e o levaram de volta à prisão onde ficaria em uma cela individual até o dia da sua morte. Seus pensamentos se embaralhavam e tudo parecia diferente, não tinha mais o mesmo valor, o mesmo brilho; até porque daqui a um ano não veria mais nada. Assim o sono não o visitou essa noite.

Longe dali, mais exatamente na Universidade Federal do Texas, acontecia uma reunião sobre esse julgamento. Nada sobre a sentença, mas sim sobre a aplicação de um direito que é dado a todos os condenados à morte.

– Tem certeza disso reitor?

– É uma grande chance. Precisamos avaliar se pode dar certo.

– Não custa tentar.

Os principais interessados e debatedores da reunião eram o reitor da universidade e o coordenador do curso de psicologia. Após um breve silêncio o assunto foi retomado.

– Então quem podemos mandar? – perguntou o reitor.

– Tenho alguns nomes aqui.. – respondeu o coordenador mostrando uma lista.

– Alguma recomendação?

– Sim. Recomendo esta aqui, Ino Yamanaka, é a melhor estudante que temos, mas não sei se ela vai aceitar.

– Chame ela aqui.

Ino Yamanaka era estudante de psicologia e estava no terceiro ano. Além de inteligente ostentava uma grande beleza, com seu corpo bem formado, seus olhos azuis e sua marca registrada: seus cabelos loiros dos quais sempre caía uma mecha sobre o olho esquerdo.

– Mandaram me chamar?

– Mandei sim Ino. Entre e sente-se. – respondeu o reitor.

– Obrigada.

– O assunto é importante. Muito importante.

– Na verdade temos uma proposta pra te fazer. – completou o coordenador.

– Que tipo de proposta?

– É um grande desafio que decidimos enfrentar e você pode nos ajudar.

– Agora fiquei curiosa. Do que se trata?

– Vou direto ao ponto. Queremos que seja a conselheira espiritual de um preso condenado à morte.

As palavras “condenado à morte” assustaram a garota. Era algo que ela, mesmo depois que se formasse, nunca pensaria em fazer. Depois de se recompor, começou com as perguntas.

– Por que eu?

– Você é a melhor que temos. Para algo assim precisamos de alguém como você.

– Mas não é um padre ou uma freira que cumpre essa função?

– Esse é o nosso desafio. Estamos em parceria com o governo para testar a possibilidade de também usar psicólogos para essa função.

– Mas eu ainda nem me formei.

– Realmente pensamos em mandar alguém experiente, mas decidimos fazer disso uma prova para quem aceitasse. E essa prova será muito valorizada por todo mundo. Apenas a melhor pode enfrentar algo assim e com certeza esse feito sempre vai ser lembrado. E então? Aceita?

A jovem pensou um pouco, pestanejou, até pensou em recusar; mas como foi dito, era realmente um desafio e ela nunca recuaria diante disso.

– Está bem, eu aceito. Mas quero saber quem devo acompanhar.

– É este aqui. – mostrando uma foto – Se chama Gaara e tem 22 anos.

– Nossa. – disse Ino olhando a foto – Não parece um criminoso.

– As aparências enganam. Ele matou um casal de jovens em um parque há uns três meses.

– Tem razão.

– Você começa amanhã Ino. Prepare-se.

– Pode deixar.

Na prisão, Gaara recebeu permissão de trazer alguns objetos que lhe eram importantes. Das coisas que trouxe o que mais gostava era seu violão. Com essa solidão que agora o acompanhava ele tentou, em vão, tocar alguma coisa até ser interrompido por um policial.

– Tentando tocar?

– É, mas ta difícil. Não saiu nada. – respondeu.

– Vim avisar que sua conselheira espiritual chega amanhã.

– Conselheira?

– Você teve sorte. É uma mulher.

– Pode ser. Mas não vai fazer muita diferença.

Mesmo com essa indiferença ele ficou pensativo. Como seria essa mulher? Ela seria capaz de pelo menos tranqüilizado diante da morte? Mal sabia ele que a Ino também estava cheia de dúvidas e se perguntava a mesma coisa enquanto tentava dormir. Duas pessoas diferentes, com mentalidades diferentes e destinos diferentes se encontrariam e nenhuma previsão poderia ser feita diante disso. Com esses pensamentos eles adormeceram, esperando o tenso encontro de amanhã.


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está o primeiro capítulo. Quem já leu minhas fics sabe que meu principal defeito é não saber escrever capítulos grandes. Mas, mesmo pequenos, eu me esforço para que eles sejam agradáveis de ler. São vocês que me dirão se a história está boa ou não.Espero que tenham gostado. Até mais^^



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