Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 2
Capítulo 2: Encontro




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O sol aparecia no horizonte sinalizando o início de um novo dia. Ver o nascer do sol agora era comum para Gaara pelo pouco que dormia. A cela que o acomodava era até confortável, com espaço para colocar as coisas que pôde trazer, uma cama boa e tudo mais; talvez fosse um prêmio de consolação para tentar fazer os presos esquecerem que vão morrer, algo que nunca vão conseguir.

Até aquele dia a rotina era a mesma. Como todos os dias ele levantou, tomou banho, vestiu o uniforme de preso e se dirigiu ao refeitório para tomar café. Enquanto comia, alguém sentou na sua frente: era o mesmo policial do dia anterior.

– Parece que acordou bem melhor hein?

O motivo desse tratamento diferenciado é que o Gaara e o policial Naruto já eram amigos de longa data, desde antes da sua prisão. Ele sabia os motivos que levaram Gaara até o local do crime, mas como não tinha provas, nada pôde fazer.

– É que não adianta pensar nisso (na morte) o tempo todo. Só piora as coisas. - e tomou outro gole de café.

– Isso é verdade. Mas será que você aguenta?

– Como assim?

– Será que aguenta ficar tranquilo? Nesse tempo que tenho de polícia nunca vi ninguém que tenha conseguido.

– É como eu disse. Ficar preocupado não vai salvar a minha pele, vai?

– Bom... Então boa sorte.

Então ele voltou para a cela, leu um pouco e esperou a hora do banho de sol. Os demais detentos o respeitavam, pois sabiam qual era o seu destino.

– Você é o Gaara certo? - perguntou outro policial.

– Quem quer saber?

– Volte para a cela. É importante.

Enquanto voltava para a cela algo acontecia nos portões da penitenciária. Era a Ino que chegava para começar o seu trabalho. Estava um pouco tensa e não deixou de sentir um arrepio ao cruzar o portão daquela prisão. O diretor foi recebê-la e a levou à sua sala.

– Você é a Ino certo?

– Isso mesmo.

– Fui avisado que você viria. É você que vai ser a conselheira do nosso condenado.

– Eu vim para isso mas todos sabem que isso é um teste, Não sei se vou conseguir.

– Se mandaram você, é porque é capaz. Antes que vá, me deixe dar algumas recomendações.

O diretor abriu uma gaveta, tirou alguns papéis e os entregou à jovem: era a ficha do Gaara. Enquanto ela folheava as páginas, o diretor dizia:

– Acho que não vai sentir dificuldades. Ele é bem tranquilo ao menos que falem que ele é culpado.

– E não é?

– Claro que é. Mas ele afirma que é inocente, afinal é direito dele.

– Qualquer um faria o mesmo.

– Pois é. Agora vou avisar da sua chegada.

Nesse ponto Gaara já havia tomado banho, mas não penteou o cabelo, até que ouviu algo batendo nas grades da cela. Eram os policiais que o algemaram e o levaram à sala de visita.

Enquanto isso a jovem aspirante a psicóloga já se encontrava na dita sala. Finalmente o seu trabalho iria começar e não negava que estava nervosa. Nesse primeiro dia não trouxe o tradicional caderno; havia decidido que hoje seria uma conversa simples para conhecer seu "paciente".

– É ele. - pensou Ino.

Nessa hora a porta se abriu e os policiais trouxeram o condenado que sentou-se na cadeira e olhou fixamente para a loira. Nessa prisão as visitas são separadas por uma placa de vidro e se falam por um telefone. Então eles pegaram os telefones e quem primeiro falou foi o ruivo.

– Quem é você?

– Meu nome é Ino. Eu serei sua conselheira espiritual.

– Não parece uma freira.

– E não sou. Sou estudante de psicologia.

– Agora fiquei surpreso.

– Como assim?

– Pensei que minha conselheira seria uma velha que falaria um monte de baboseiras. Em vez disso aparece uma futura psicologa, linda, loira e de olhos azuis. Só podem querer me alegrar mesmo.

Ela não segurou o riso ao ouvir isso. Durante o tempo que se falaram puderam conhecer melhor um ao outro, nem parecia uma conversa entre conselheira e condenado. Mas o tempo acabou e ele foi levado de volta à cela. Ele mantinha a seriedade, mas tinha mais alegria, pelo menos por hora. O mesmo era pensado por Ino que viu que ele parecia uma ótima pessoa em uma primeira impressão. Agora ela viria uma vez por semana para conversar e tentar entender melhor o que se passava na mente dele. E agora ambos estavam empolgados com essas visitas. Mesmo que de modos diferentes.


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